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Crônicas e Artigos

Ano 8 - N° 381 - 21 de Setembro de 2014

FERNANDO ROSEMBERG PATROCÍNIO
f.rosemberg.p@gmail.com
Uberaba, MG (Brasil)

 
 

Jesus Cristo: alguns apontamentos


Os que me conhecem pessoalmente ou pelos textos de minha humilde lavra, sabem que não sou dado a polêmicas descabidas e apaixonadas, preferindo um meio-termo, mais coerente e mais sensato, até que as coisas se acalmem, e, com mais prudência e sem paixões, possa me externar melhor, visando à conquista daquele bom senso preconizado pelo Mestre Codificador de tantas e tão belas páginas de seu próprio punho, bem como, é claro, de sua notável intuição.

Tanto é que, observando-se textos prós e contras, razões de uns e de outros, desta polêmica de Francisco Cândido Xavier ser ou não ser a reencarnação de Allan Kardec, até hoje este modesto articulista não tomara uma posição a respeito, uma vez que tal nada mudaria das coisas de um (Chico) ter sido, ou não, o outro (Kardec), pois o que importa, de fato, são suas excelentes obras que, na minha concepção, creio que as de Kardec estão hoje fartamente ampliadas pelas de Francisco C. Xavier, sendo estas a essência mesma daquelas outras.  

Os que são contra a possibilidade do Espírito de Kardec ter reencarnado como Chico Xavier, observam, sobretudo, seus perfis psicológicos, que dizem: não se encaixam; e, os que são a favor, dentre outras observações, alegam que Kardec, de vasta erudição e sapiência, reencarnara como Chico para alavancar seus atributos morais na ação e na prática viva do “Evangelho”, aquele mesmo que, de antanho, codificara. 

E o fato é que ambos os lados parecem ter suas razões. E este modesto autor, claramente positivista, e, portanto, pretendendo provas mais cabais e evidentes, não se envolvera e não se envolverá com questões polêmicas, com ofensas, de uns e de outros, se contrapondo, se debatendo, e que, na dúvida e, no livre exercício do meu critério, prefiro laborar o meu bom senso, minha prudência, tato e moderação, dando tempo ao tempo: preferindo esperar sem desesperar. 

Ora, para que me posicionar a favor ou contra, com “afirmações” que, mais cedo ou mais tarde, levar-me-ão a algum crédito, ou ao descrédito, por considerar minha razão como algo infalível, e não sujeita a erros, quando a vida nos mostra, todos os dias, quanto podemos estar equivocados nisto ou naquilo que, “indubitavelmente”, nos parecia ser o certo, e, de repente, confirma-se o desacerto, o erro, fruto danoso da nossa precipitação. Ora, ninguém é infalível num mundinho inferior como este nosso! Ninguém!

Para mim, o que é indubitável é que Xavier ampliara Kardec, e, até mesmo no tocante a uma das mais esbravejantes polêmicas do nosso tempo: a que se refere ao corpo que Jesus teria envergado durante sua passagem pelo Orbe terreno (físico e biologicamente material, segundo Kardec; ou fluídico materializado, conforme Roustaing).

Sabemos que Kardec, em magistral e lógica argumentação contida em “A Gênese, Os Milagres e as Predições” (Allan Kardec – 1869 - Ide), alegara, ao seu final, numa síntese preciosa, que: “Jesus teve, pois, como todos, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que atestam os fenômenos materiais e os fenômenos psíquicos que assinalaram sua vida”. (Opus Cit.).

E Xavier, desenvolvendo Kardec, e não o desmentindo, lhe aprofunda nos termos de que Jesus Cristo podia tudo, até mesmo desmaterializar e rematerializar o próprio veículo corporal, conforme citação em “Mecanismos da Mediunidade” (Espírito André Luiz – 1959 – Feb):

“Em Jerusalém, no templo, desaparece de chofre, desmaterializando-se, ante a expectação geral (João, 7:30), e...”. (Opus Cit.).

Onde creio, por aí, e por muito mais, que a obra de Xavier tão só amplia e desenvolve Kardec nos mostrando as divinas potencialidades e faculdades outras do Mestre Nazareno.

Como se vê, o insigne Codificador não viera tudo ensinar e revelar, mas, sim, lançar as bases fundamentais do Espiritismo, competindo a outros, tal como o Chico mesmo, complementá-lo na obra interminável do seu desenvolvimento e ampliação.

E o fato é que este meu retorno a tal polêmica do corpo de Jesus visa, primeiramente: mostrar aos muitos aprendizes do Espiritismo a posição espiritista de tal, onde a obra de Kardec e de Xavier que não se contradizem, mas se completam exemplarmente com a verdade cristalina dos Espíritos Superiores que laboraram com um, e com o outro, avançando mais; e, em segundo, mostrar as tantas ideias hoje encontradiças no meio espiritualista como, por exemplo, de Ramatis, alegando que Jesus não é o Cristo, mas um médium do mesmo; havendo, pois, nesta concepção, um Jesus homem e um Cristo Cósmico, quando o Espiritismo ensina que Jesus Cristo é um só e o mesmo Espírito, alegando, ainda, que o mesmo se enquadraria como: “Médium de Deus”.

Recentemente, um livro de Carlos Baccelli lança mão de teses a princípio interessantes, concordo, mas um tanto polêmicas quando bem sentidas e racionalizadas; seu título: “A Lei da Reencarnação” (Espírito Domingas – 2010 - Editora Leepp). Alguns sábios do citado livro, no capítulo quinto, levantam duas hipóteses para explicar o período de 18 anos que o Cristo desaparecera da história, ou seja: dos 12 aos 30 anos.

A primeira tese do livro defende que o Espírito de Jesus, mesmo que, a longa distância do seu corpo, pelo dom da ubiquidade, poderia controlá-lo e, com isso, aguardar o tempo certo de a ele retornar para o cumprimento de sua jornada evangelizadora. E a segunda hipótese seria a de que outro Espírito lhe substituíra, em seu corpo, por aquele referido espaço de tempo, quando Jesus, então, a ele retornara e o retomara para o cumprimento de sua missão.

Mas vejamos no que tais proposições pedem novas luzes.

Ora, se o Espírito de Jesus, na citada obra de André Luiz, tinha a faculdade de desmaterializar (e rematerializar quando o quisesse) o seu veículo biofisiológico e material, por que e para que, então, utilizar-se dos meios da “ubiquidade”, ou “da substituição espiritual”, propostos pelos Sábios daquele livro? Sábios que, por sinal, lhes devo o devido respeito e consideração, conquanto tenha minhas dúvidas e gostaria de esclarecê-las no sentido de aperfeiçoar meus aprendizados.

Todavia, enquanto não tenho uma resposta de tais Sábios, na dúvida, sinto-me constrangido a ficar, por enquanto, com as instruções de Allan Kardec e de Francisco Cândido Xavier; conquanto lhes aguarde os pronunciamentos devidos. 

Observação do Articulista:

Pude deixar claro que, em minha concepção, a obra de Francisco C. Xavier complementa vastamente a obra de Allan Kardec; não me refiro, pois, à disposição íntima de Xavier, de sua posição particular no tocante à aceitação ou não da obra de Roustaing. Creio seja preciso distinguir uma coisa da outra; a obra de Xavier, a meu ver, é uma coisa; e a sua crença pessoal é outra, tendo-se mostrado, como se sabe, tendente à aceitação das teses roustainguistas, como está registrado no trabalho de Suely C. Schubert, se ela esteve realmente retratando a verdade contida nas cartas de Xavier remetidas à Feb.

Por outro lado, os espiritistas se esquecem de que mesmo aquilo que nos parece falsificado e ruim, ou supostamente falsificado e ruim, do ponto de vista doutrinário (Roustaing, por exemplo), nos serve de grande e útil ensinamento. Ora, muito aprendemos com Kardec e com Roustaing, aprendendo a distinguir o racional, o sensato, doutrinariamente falando, do que é o seu oposto de irracionalidade, de insensato, e que nos parece antidoutrinário.(1)


(1)
Nota da Redação:

É bom lembrar ao leitor que as restrições que fazemos à obra de Roustaing não se resumem à questão do corpo fluídico, como já foi mostrado nesta revista, em que foram publicados sobre o assunto os seguintes textos:

O Espiritismo responde – texto publicado na edição 51, de 13/4/2008  -http://www.oconsolador.com.br/51/oespiritismoresponde.html

Os Quatro Evangelhos – artigo de José Passini -http://www.oconsolador.com.br/ano2/58/especial.html

Os erros metodológicos de Roustaing – artigo de Leonardo Marmo Moreira -http://www.oconsolador.com.br/6/especial.html

A fascinação rustenista  - artigo de Americo Domingos Nunes Filho -http://www.oconsolador.com.br/ano2/91/americo_nunes.html

Entrevista concedida pelo confrade João Xavier de Almeida, de Portugal -http://www.oconsolador.com.br/24/entrevista.html


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita