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Ano 7 - N° 349 - 9 de Fevereiro de 2014

AMERICO DOMINGOS NUNES FILHO
amecgs@terra.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

 
 

Americo Domingos Nunes Filho

O primordial “Nascer de novo”:
a reencarnação


 
A Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus enfatizam a necessidade primordial da reencarnação para a evolução do Espírito, ensinamento igualmente encontrado no Zoar: "Todas as almas são submetidas às provas da transmigração" e na Cabala: "São os renascimentos que permitem aos homens se purificar”.

Segundo o Espiritismo, somente pela reencarnação o ser espiritual pode crescer espiritualmente e, permanecendo à margem da dimensão física, fica estacionário no caminho evolutivo (Q. nº 175(a) de “O Livro dos Espíritos”). Na obra “A Terra e o Semeador”, o confrade Salvador Gentile faz a seguinte pergunta: “Chico Xavier, por que se diz que o Espírito para evoluir precisa se encarnar? No Mundo Espiritual, ele não evolui? Qual a diferença principal entre as duas faixas de evolução quanto ao aprendizado?” Corroborando a codificação kardeciana, o ilustre medianeiro diz que “internados no corpo terrestre é que somos instruídos a respeito da necessidade de mais ampla harmonização de nossa parte, uns com os outros, certamente porque, vivendo nas esferas espirituais próximas da Terra, com aqueles que são as criaturas absolutamente afinadas conosco, não percebemos de pronto as necessidades de aperfeiçoamento e progresso. Numa comunidade ideal, com vinte, quarenta ou dez pessoas raciocinando por uma faixa só, estamos tão felizes que corremos o risco de permanecer estanques em matéria de evolução por muito tempo. Beneficiados com a reencarnação, o estacionamento é quebrado de modo natural...”. 

A vida do Espírito é uma educação progressiva – Realmente, a evolução do Espírito é compulsória em um ambiente físico como o da Terra, desde que, na vibração etérea do universo espiritual, os indivíduos estariam sintonizados apenas com os seus semelhantes, situados na mesma faixa vibratória. No ambiente terreno ou em mundos semelhantes, a diversificação, o contato ou o intercâmbio com seres encarnados, em diferentes graus evolutivos, permite o aprimoramento espiritual.

Foi feita a seguinte pergunta a Léon Denis: “Por que o Espírito que está no espaço encarna em um corpo?”. O insigne confrade respondeu: “Porque é a lei de sua natureza, a condição necessária de seu progresso e de seu destino. A vida material, com suas dificuldades, precisa do esforço e o esforço desenvolve nossos poderes latentes e nossas faculdades em gérmen”. O ilustre filósofo do Espiritismo enfatiza que “o Espírito reencarna tantas vezes quantas sejam necessárias para atingir a plenitude do seu ser e de sua felicidade. A vida do Espírito é uma educação progressiva, que pressupõe uma longa série de trabalhos a realizar e de etapas a percorrer. O Espírito só pode progredir, reparar, renovando várias vezes suas existências em condições diferentes, em épocas variadas, em meios diversos. Cada uma de suas encarnações lhe permite apurar sua sensibilidade, aperfeiçoar suas faculdades intelectuais e morais” (“Synthêse Spiritualiste Doctrinale et Pratique”, págs. 25 e 26).

A essência espiritual necessita de um meio mais consistente, de baixa vibração, para evoluir, vencendo as dificuldades e obstáculos que a matéria lhe proporciona. A evolução se processa preferencialmente em mundos planetários inferiores, onde o corpo espiritual vem adquirindo recursos vagarosamente, em milênios de esforço e recapitulação, nos múltiplos setores da evolução anímica, através da reencarnação.  

Os Espíritos são criados simples e ignorantes – A centelha divina precisa da tela física para suas aquisições e experiências. Por sua vez, o setor físico se aperfeiçoa pela influência espiritual.

Nos arraiais da erraticidade, estacionado na faixa evolutiva em que se encontra, impedido de alçar grandes voos, o Espírito se encontra envolvido por sua consciência, a qual constantemente o cientifica dos atos praticados em vivências reencarnatórias transatas e a necessidade da reparação dos equívocos, exortando-lhe o planejamento do seu futuro, preparando-se para mais uma etapa na arena física, sabendo que “o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Marcos 14:38).  Difícil tarefa será a prática do bem e o desprendimento das coisas físicas porquanto as tentações do poder e o hedonismo estarão presentes, envolvendo o viajor terreno nas teias do egoísmo, do orgulho, da prepotência e da vaidade.    

Em “OLE”, na questão 132, Allan Kardec pergunta: “Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?”. A resposta, pronta e objetiva: “Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição...”, a qual corresponde ao estado dos Espíritos puros, passível de ser alcançado por todas as criaturas que trilham vitoriosas os caminhos das provas e expiações na dimensão da matéria, adquirindo o progresso moral e intelectual. É ressaltada a importância de todos os seres espirituais passarem por todas as vicissitudes da existência física, enquanto no item seguinte, questão 133, os instrutores do além corroboram que “todos os Espíritos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal”.  

“O que é nascido da carne é carne”, disse Jesus – É, portanto, primordial para a individualidade espiritual o renascimento no corpo somático, defrontando-se com a resistência própria da matéria, tendo a chance excelsa de despertar dentro de si as potencialidades divinas, acarretando o crescimento evolutivo.

"Em verdade, em verdade, digo-te: Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo” (João 3:3). “Não te maravilhes de eu te dizer: é-vos necessário nascer de novo” (João 3:7): Segundo o Evangelho de Jesus, é obrigatório o renascimento na carne para se obter o Reino de Deus, isto é, para encontrar dentro de cada um a divindade que lhe dá a vida e esse mergulho interior é obtido através das inúmeras oportunidades reencarnatórias (”O que é nascido da carne, é carne”).

O corpo humano, constituído de carne e água, serve como veículo da alma no caminho da evolução. A baixa vibração própria de um mundo inferior, como a Terra, propicia ao Espírito ainda claudicante a revelação de seu interior. O verdadeiro autoconhecimento é proporcionado pela vida na matéria, começando o ser a transmutar tudo que é inferior dentro de si, transformando-se paulatinamente de bruto em anjo, com o desprendimento das coisas materiais, com o exercício contínuo de serviço desinteressado ao próximo, nas vitórias sobre as provas e expiações. Primeiramente, galga os inúmeros degraus da evolução, sujeito aos renascimentos físicos, ainda denominados de “nascido de mulher”, e se tornando, finalmente, produto da Humanidade ou “Filho do Homem”, conquistador da própria individualidade, apto a habitar as esferas superiores como Espírito puro. 

Para Roustaing, a encarnação humana é um castigo – O Cristo é um exemplo de alguém que já achou esse Reino Celestial. Ele falou do que sabe, do que almejou encontrar: “Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, a saber, o Filho do Homem” (João 3: 13).

Para os que se encontram na retaguarda na evolução, Jesus se apresenta como o caminho a seguir, oferecendo-lhes seus ensinos e exemplificações para que, em cada vivência física, tenham mais experiências e adquiram mais aptidões.

A evolução fugaz do ser espiritual, na dimensão extrafísica, é bem explanada por Jesus, quando aborda a “Parábola do Filho Pródigo”, citando o filho mais velho como alguém paralisado, estacionado, na evolução, temeroso de ir adiante, o que não fez seu irmão mais novo, chegando ao ponto de “comer dos restos dos porcos”, isto é, passar pelas tenazes atribulações da vida somática, passando pelo sofrimento restaurador, tanto expiatório como provacional, e receber as honrarias da vitória conquistada.

A respeito do tema em tela, é necessário apontar, dentre muitos, um erro grave doutrinário encontrado na decadente obra “Os Quatro Evangelhos” de Roustaing, onde se encontra a tese fundamental de que “a encarnação humana é um castigo e não uma necessidade” (vol. 1, pág.317). Esse enunciado, completamente contrário à codificação espírita e ao Evangelho de Jesus, foi assim prontamente repelido por Kardec, sem rodeios, na obra “A Gênese”, no cap. XI, esclarecendo que “a encarnação, portanto, não é, de modo algum, normalmente uma punição para o Espírito, como pensam alguns (referência clara aos docetas de todas as épocas, principalmente a Roustaing e sua apócrifa obra), mas uma condição inerente à inferioridade do Espírito e um meio de progredir”. 

Reencarnar é, como o nome diz, voltar à dimensão física – A repelente tese é reforçada com a informação malsinada de que, além de ser compulsória a encarnação para todos os Espíritos que não conseguiram evoluir na dimensão extrafísica, até mesmo entidades superiores, algumas, inclusive, construindo mundos no Universo, podem se transviar, dominadas pelo orgulho (?) e serem jogadas na Terra (“anjos decaídos”), onde darão vida, por castigo divino, a formas repugnantes, contendo membros em estado latente, rastejando ou deslizando no solo. Segundo essa execranda tese, esses seres agrupam-se nos lírios do campo e são denominados de “criptógamos carnudos” (vol. I, pág. 313). O Espiritismo afirma o contrário, ensinando que os Espíritos não degeneram, “podem até permanecer estacionários, mas não retrogradam” (”OLE”-Q. 118). Felizmente, essa aberração científico-espiritual não é apanágio da Doutrina Espírita.

Em verdade, os falsos profetas da erraticidade sempre estão a postos intentando solapar a magnânima e excelsa Doutrina de Jesus, como está sendo verificado, atualmente, com a publicação de obras mediúnicas trazendo fantasias, verdadeiros delírios, indigestos frutos da fascinação espiritual, relatando atividade sexual na erraticidade, com fecundação e nascimentos de Espíritos, de almas de aves e de animais. A aberração é tão intensa que definiram o inusitado fenômeno de “Reencarnação no Plano Espiritual”, ferindo, não somente a codificação kardeciana, como igualmente o vernáculo, desde que reencarnar (prefixo “re” + encarnar, do latim incarnare) é voltar à dimensão física, ou seja, tornar o Espírito a habitar um corpo carnal com o objetivo de se burilar e se aperfeiçoar na senda do progresso a que todos  os seres estão predestinados. Portanto, só se reencarna, é claro, na carne. A criação ou fecundação de Espíritos é essencialmente obra divina. É extrema tolice, intenso disparate, retirar de Deus a criação dos Espíritos. Os que acreditam em tamanha aberração são portadores de santa ingenuidade e merecem de todos os espíritas muita consideração e apreço, não se esquecendo de rogar por eles nas diuturnas preces.


Americo Domingos Nunes Filho, radicado no Rio de Janeiro-RJ, é médico.



 


 
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