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Ano 9 - N° 455 - 6 de Março de 2016

ANDRÉ RIBEIRO FERREIRA
andure@uol.com.br
Brasília, DF (Brasil)      

 

 
Neuza Zapponi de Mello:  

"A realidade existente nas casas espíritas deve ser mais contemplada, principalmente no que diz respeito ao inter-relacionamento pessoal" 

A autora fala-nos de sua experiência de mais de 40 anos de acolhimento consolador na Doutrina Espírita, o que resultou no livro "Atendimento Fraterno no Centro Espírita: a Terapêutica
do Cristo Consolador"

Neuza Zapponi de Mello (foto) nasceu em lar espírita, em Sorocaba (SP), mas reside em Brasília, DF. Trabalhadora nas lides espíritas desde a adolescência, é palestrante, escritora, médium, sendo atualmente Diretora Adjunta da Diretoria de Atendimento Espiritual da Federação Espírita do DF (FEDF). Ministra também cursos, seminários e

colóquios, e desenvolve o Projeto Jornada Fraterna, de formação de trabalhadores espíritas, com materiais para estudo e prática através do site da FEDF (www.fedf.org.br), do blog “Atendimento Fraterno no Centro Espírita” e oficinas presenciais.

Ela atua na Comunhão Espírita de Brasília desde 1962. Fez parte de seu Conselho Diretor e administrou a Diretoria de Atendimento e Orientação (DAO). Com um companheiro, coordena e faz palestras integrativas de ciência-filosofia e religião no “Projeto Vida”, através de estudos aplicados à autotransformação sob a ótica espírita.

Com formação em Psicologia e Educação, é PhD e Master of Science (EUA), com múltiplas especializações: psicologia transpessoal, terapias corporais, energéticas e de regressão de memória. Profissional por quarenta e sete anos, administrou e lecionou da escola primária ao doutorado universitário e desenvolveu uma prática clínica psicoterapêutica-educativa-transdisciplinar por mais de vinte anos. Reunindo vasta experiência no atendimento clínico a pessoas em sofrimento profundo (perdas, traumas, crises severas, doenças graves), foi professora-doutora, hoje aposentada, da Universidade de Brasília e ex-professora da University of Texas (UTEP-EUA).  

Fale-nos sobre sua atuação espírita e sua experiência como escritora. Como nasceu? Qual o seu propósito?  

O encantamento com o Espiritismo nasceu em meu lar de origem. Orientada por meu pai nos estudos espíritas, descobri uma rica realidade transcendente e Jesus de Nazaré como um querido, suave e profundo amigo, capaz de me acompanhar os passos carinhosamente, oferecendo-me amparo e orientações seguras, através do Evangelho. Apaixonei-me por esse Mestre de Amor. Aprendi que os ensinamentos da Doutrina Espírita nos auxiliam a ser mais felizes e a enfrentar com consciência e produtividade as dificuldades da vida neste planeta. Surgiu forte o ideal de comunicar essa realidade aos irmãos de jornada, através de conteúdos que integrassem os ensinamentos espirituais às práticas do dia a dia, facilitando sua caminhada. Esse tem sido meu trabalho, realizado com profunda alegria existencial. 

O que motivou a elaboração e publicação do livro "Atendimento Fraterno no Centro Espírita: a Terapêutica do Cristo Consolador"? 

A elaboração do livro resultou de mais de quarenta anos de estudos e atividades práticas de acolhimento consolador a pessoas em sofrimento profundo, em Centros Espíritas e em minha atividade profissional. Concomitantemente, desenvolvemos cursos, seminários e colóquios de formação de trabalhadores espíritas, principalmente na área do Atendimento Fraterno. Nas avaliações de cursos e encontros de vários portes foram constantes as solicitações para expandirmos o material, incluindo as explanações e exemplos comunicados de forma oral. Proporcionar contribuição efetiva à implantação e melhoria do atendimento nos Centros Espíritas, através de uma publicação, já era nosso ideal. Este encontrou ressonância na direção da FEDF, que editou o livro. 

Qual a grande contribuição da obra para o movimento espírita? 

Mentores espirituais do Movimento Espírita têm alertado para a necessidade de nos instrumentalizarmos para atender o crescente público que adentra nossas Casas à busca de acolhimento, consolo e orientação para suas dores existenciais. Uma visão essencial da obra é que todos os trabalhadores de um Centro Espírita são, por definição, atendentes daqueles que procuram a instituição - encarnados ou desencarnados - e necessitam se preparar para o contato amoroso, compassivo e fraterno com seus irmãos em humanidade. Por isso, o conteúdo do livro é abrangente, incluindo sólida fundamentação doutrinária e ética; aspectos motivacionais e de formação cristã; sugestões sobre como organizar e desenvolver a parte procedural das atividades de Recepção e Atendimento Fraterno pelo Diálogo e aspectos formativos das habilidades de comunicação necessárias.  

Que método foi utilizado e quanto tempo levou na elaboração literária? 

O livro foi escrito na forma direta, como uma conversa da autora com o leitor, em linguagem coloquial, simples, clara, porém profundamente doutrinária, com exemplos práticos e aplicáveis, de entendimento acessível a todos. Objetiva tocar o coração de quem o lê, motivando-o a se identificar como discípulo do Mestre de Nazaré e a reviver em seu trabalho as práticas do Cristo Consolador, papel essencial da Doutrina Espírita no momento atual de transição planetária. A elaboração escrita foi realizada paulatinamente ao longo de mais de trinta anos, expandida e aprimorada por continuadas revisões e ao seu término contou com a colaboração de vários revisores de profundo conhecimento literário e espírita. Estes nos reportaram que a obra, pela sua abrangência e metodologia, preenche lacuna existente na literatura da área. 

Como tem sido a aceitação da obra em geral e dos trabalhadores em particular? 

A aceitação da obra pelo meio espírita tem superado as nossas expectativas, com continuadas apreciações positivas, das quais transcrevemos duas:

1) Apreciação de nosso irmão Divaldo Pereira Franco (com sua permissão para divulgação): “Tenho a imensa alegria de comunicar-lhes o recebimento do excelente livro Atendimento Fraterno no Centro Espirita. O livro é oportuníssimo, pois que vem fazendo falta uma orientação detalhada, rica de informações doutrinárias, psicológicas e morais para o Atendente Fraterno. Folheando-o e detendo-me num e noutro capítulo, estou impressionado com a perspicácia e conhecimentos da Autora, augurando para a obra a mais ampla divulgação. Que prossiga em novas experiências iluminativas!

2) De uma coordenadora de Grupo de Formação Básica do Projeto Jornada Fraterna, cujos estudos são baseados no livro: “As notícias são muito boas! Os depoimentos dos participantes emocionam. Estamos surpresos com a qualidade do livro, sensibilidade e o modo simples e cativante de interação com o leitor! Todos já sentiram que essa obra é um tratado de reforma interior e vamos percebendo a profundidade do que é ser um Atendente Fraterno na Casa Espírita!” 

Como você vê a qualidade do atendimento fraterno nas casas espíritas em geral, no momento atual? 

A organização do Atendimento Fraterno é relativamente nova, em comparação com outras áreas de atuação da Casa Espírita. Cresceu da consciência de que a maneira como alguém é recepcionado, acolhido em diálogo fraterno e encaminhado às várias atividades do Centro, representa a “porta de entrada” para a doutrina e é frequentemente responsável por sua permanência nas atividades da Casa e no próprio Espiritismo. No entanto, pessoas que buscam auxílio sempre foram atendidas em nossas instituições, geralmente por aqueles trabalhadores mais sensíveis em relação ao sofrimento do próximo. O que os encarregados dessa tarefa têm reportado é a necessidade de maior preparo para um trabalho tão complexo e de tamanha responsabilidade, preparo que vai além da boa vontade e das energias amorosas do coração.  

Quais as principais dificuldades a superar? 

As dificuldades principais são de três ordens:

a.) Encontrar número suficiente de pessoas motivadas ao consolo e esclarecimento do próximo, que se comprometam e permaneçam no trabalho voluntário.

b.) Conscientizar os trabalhadores sobre a necessidade de capacitação básica e continuada e de promover as mudanças pessoais necessárias à sua adequação às atividades de atendimento e às necessidades atuais do público solicitante.

c.) Sensibilizar os dirigentes sobre a importância vital do Atendimento Fraterno para o acolhimento e orientação do público que busca auxílio na Casa e a necessidade de organizar ambientes institucionais e Grupos Espíritas preparados para essa tarefa.    

Qual o papel dos escritores, dirigentes e líderes espíritas na melhoria da prática espírita e na preservação da qualidade dos conteúdos espíritas? 

Desde seus primórdios a codificação de Allan Kardec lançou bases doutrinárias e diretrizes metodológicas, caracterizando a Doutrina Espírita pela seriedade e profundidade de sua literatura, derivada de pesquisa e estudo científicos e da divulgação das revelações espirituais. Essas premissas foram respeitadas ao longo dos anos por continuadores encarnados e grandes benfeitores espirituais como, por exemplo, André Luiz, Bezerra de Menezes e Emmanuel. A preservação da qualidade dos conteúdos espíritas ficará assegurada se novas contribuições demonstrarem a mesma fidedignidade aos princípios filosóficos e científicos e a estrita congruência com a moralidade e a ética da mensagem do Cristo. Neste sentido, uma obra somente poderia ser utilizada em cursos, recomendada em palestras ou vendida em livraria se sua origem fosse reconhecida ou após rigorosa análise de seu conteúdo por uma comissão de espíritas preparados e dedicados a esse fim na instituição. 

O que, na sua percepção, precisa e pode melhorar na publicação de conteúdos espíritas voltados para os trabalhadores espíritas? 

Os conteúdos voltados aos trabalhadores espíritas necessitam focalizar com maior profundidade a fundamentação doutrinário-evangélica e os princípios éticos relativos ao setor de trabalho de que tratam. A realidade existente nas casas espíritas deve ser mais contemplada, principalmente no que diz respeito ao inter-relacionamento pessoal, tanto dos trabalhadores com o público como entre eles mesmos. O desenvolvimento de habilidades apropriadas às várias atividades tem sido pouco tratado, fazendo-se necessário o detalhamento de práticas e exemplos da vivência cotidiana.      

Quais os seus planos em relação ao futuro? Pretende continuar a escrever? 

A vida me tem proporcionado oportunidade de colher muitas informações e experimentar diversas realidades sócio-filosófico-educacionais. Tenho convivido com pessoas extraordinárias que – pela capacidade de superação de dificuldades e sofrimentos - me demonstraram na prática as imensas possibilidades e a grandeza do ser humano. Compartilhar, em forma falada e escrita, desse acervo de experiências e das reflexões delas derivadas é a minha programação para o restante de minha jornada nesta existência. 

Sua mensagem final aos nossos leitores. 

Finalizo com duas citações que se encontram no livro. A primeira, de Allan Kardec, se encontra nas ‘palavras iniciais da autora’: “O Espiritismo não criou nenhuma moral nova; facilita aos homens a inteligência e a prática da moral do Cristo, dando uma fé sólida e esclarecida àqueles que duvidam ou vacilam”. A segunda é do Espírito Isidoro, mentor do trabalho de Atendimento Fraterno, na ‘conclusão’: “Nada pode apagar a Luz que o Cristo acendeu em nossos corações, tocados pelo Seu amor! Acima de quaisquer normas temporais das organizações humanas, paira a soberana presença do Cristo, exortando seus seguidores: ‘Ide, fazei discípulos em todas as nações (...) ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos’ (Mateus, 28:19-20)”



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita