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Ano 9 - N° 424 - 26 de Julho de 2015

ADILTON PUGLIESE
santospugliese@hotmail.com
Salvador, Bahia (Brasil)

 
 

Adilton Pugliese

A revelação
de Deus

 

“Há um Deus, inteligência suprema, causa

primeira de todas as coisas” – Allan Kardec[1]


No horizonte cultural mais recuado da Humanidade, os povos primitivos identificavam a manifestação de Deus nos fenômenos das intempéries, na força das tempestades, na erupção dos vulcões, nas árvores gigantescas e nos granitos colossais. Nas noites estreladas Ele era imaginado e adorado na dimensão dos pontos luminosos no espaço sideral, os quais, durante o dia, aglomeram-se numa estrela de imensa grandeza, iluminando a Terra e o espaço e, durante noites especiais, se expressam na forma lunar, com a sua luz argêntea.
 

Avançando no tempo, os homens rudimentares ergueram totens e templos; ofereceram sacrifícios e homenagens Àquele que ninguém vê, mas que é chamado Tupã, ou Marte, ou Apolo, ou Alá, ou Jeová, Elohim e Adonai, caracterizando-O com as diversas expressões do politeísmo primitivo ou do monoteísmo.


O escritor Eliseu F. da Mota Júnior, no livro de sua autoria Que é Deus?, declara que


“Se lançarmos um olhar pela histórica antropológica veremos a ideia de Deus presente no pensamento humano desde remotas tribos da antiguidade, onde tem início através de estranhas e rudimentares formas de exteriorização de culto, como o temor ao trovão, ao Sol e à Lua, passa pela adoração dos ídolos de pedra (litolatria), de vegetais (fitolatria), de animais (zoolatria) e do homem (antropomorfismo), para chegar à modernidade proliferando-se nas mais diversas religiões, seitas e crenças”
.[2]


No Egito Antigo, estátuas colossais foram construídas pelos escravos para representá-Lo no contexto da teologia egípcia, sentindo-se, o próprio faraó, como um deus na Terra.

 

Deus é amor, afirmou João Evangelista

 

Nessa fase cultural, surge Moisés e define-O na substância do Monoteísmo, apresentando-O, contudo, como um Deus que se ofende e que pune.


Os séculos avançam e, após o Império Romano expressá-Lo nos deuses da guerra e nos deuses domésticos, Jesus surge nesse cenário e apresenta-O como Deus-Pai, declarando-se uno com Ele e em Seu nome inicia a abertura das veredas que levariam toda a Humanidade a reencontrá-Lo e religar-se a Ele.


Os deuses pagãos, mesmo assim, proliferaram, sobretudo na Grécia, quando o apóstolo Paulo, desperto para as realidades espirituais após o seu comovedor encontro com Jesus nas areias do deserto, em Damasco, fala no Areópago aos atenienses sobre o Deus-desconhecido.[3] Mais tarde, João Evangelista irá defini-Lo, em Éfeso, no final do primeiro século: DEUS É AMOR! (1 João 4:8).[4]


Na Idade Média, os equívocos do poder religioso dominante sufocam a Sua procura por parte dos homens, passando então a ser adorado somente por aqueles que se anunciavam como iniciados ou escolhidos.


Ultrapassado esse período histórico, e com o surgimento da Ciência, filósofos e mentes de visão reducionista do homem, propalaram, mais uma vez, a Sua morte, a exemplo do pensador alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), com a alegoria do “Super-Homem”, declarando em Paris Deus morreu!, induzindo, equivocadamente,  a Sua desnecessidade na vida humana.[5]

 

Para crer em Deus, basta olhar as obras da Criação

 

Nas academias científicas, é eleita a deusa-razão como a soberana da vida, oferecendo os seus axiomas e postulados para explicar e orientar o destino humano. Nos dias modernos, defendendo esse polo ateu da Ciência, encontra-se o físico Victor Stenger, da Universidade do Havaí, que apresenta exemplos “de como o Universo simplesmente não precisa de Deus”, enfatizando que a Ciência pode provar que Deus não existe.[6]


Jesus, séculos antes, prevendo essas atitudes materialistas e de expressões negativistas quanto à existência do Criador, promete a vinda do Consolador, que apresentaria a Divindade com os Seus verdadeiros atributos e a Sua ação diretora no pensamento humano, através da providência e da misericórdia divinas.


Assim, em 18 de abril de 1857, Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, oferece à Humanidade a obra fundamental da filosofia espírita, O Livro dos Espíritos, iniciando seus comentários com a pergunta Que é Deus? e recebendo como resposta que Ele “É  a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. Onde se pode encontrar a prova da existência de Deus? – questiona o Codificador. “Num axioma que aplicais à vossas ciências. Não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo o que não é obra do homem e a vossa razão responderá”, ditam-lhe os Espíritos, naqueles dias primordiais do advento do Consolador.


E conclui, em nota pessoal, o dedicado instrumento dos Espíritos Codificadores: “Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O Universo existe, logo, tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e avançar que o nada pode fazer alguma coisa”.[7]

 

Deus, eis a origem de tudo

 

Qual a origem do homem? Qual a origem da Terra e do Universo?


Essas indagações têm sido feitas em todos os tempos, não apenas por filósofos da antiguidade, a exemplo do pré-socrático Demócrito (460-370 a.C.); por religiosos como o jesuíta francês Teilhard de Chardin (1880-1955) e por cientistas modernos, destacando-se o alemão Albert Einstein (1879-1955), o inglês Stephen Hawking (1942-), dentre outros.


Antes, observamos o esforço de homens iluminados pelo interesse científico apontando os seus instrumentos, embora rudimentares, para o Céu, a exemplo de Johannes Kepler (1571-1630), astrônomo alemão, e Cláudio Ptolomeu (90-168), astrônomo e matemático grego do século II d.C., autor da teoria do Geocentrismo, tentando encontrar, nos mistérios do Infinito, uma resposta para a origem das coisas.


Sir Isaac Newton (1842-1727), físico e matemático inglês, considerado o pai da Física clássica, certa vez mandou construir uma réplica em miniatura do Sistema Solar, e com ela praticamente convenceu um colega ateu da impropriedade da hipótese do acaso criador.[8]


De onde veio o homem? Charles Darwin (1809-1882), naturalista e biólogo inglês, durante cinco anos de sua vida, viajando a bordo do navio HMS Beagle, dedicou-os a procurar, no passado dos seres vivos que habitaram a Terra, a solução para a existência, mutação e permanência das espécies, divulgando o resultado de suas famosas pesquisas no ano de 1859, cujo conjunto de textos denominou Sobre a Origem das Espécies por Meio da Seleção Natural.[9]

 

Os atributos da Divindade segundo Kardec

 

Porém, antes, em 1857, um pedagogo francês, Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), após contato com os habitantes do Mundo dos Espíritos – numa singular viagem mental a outras dimensões -, e com eles entabulando conversações através do mecanismo da mediunidade, obteve instruções e ensinos acerca da origem, natureza e destino do ser humano na Terra e no Espaço Universal.


Técnico na formulação e na estruturação do pensamento, de forma didática enfeixou os ensinos recebidos na obra básica do Espiritismo O Livro dos Espíritos, onde evidencia que tudo o que existe é obra de uma “inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”.


Obtendo a confirmação dos Espíritos acerca do grau supremo das perfeições de Deus, Allan Kardec define os atributos da Divindade, enfatizando que Deus é eterno, infinito, imutável, imaterial, único, onipotente e soberanamente justo e bom, relembrando em seus estudos, portanto, as inesquecíveis lições de Jesus acerca do Pai de todas as coisas, pronunciadas dezoito séculos antes. [10]


Aprofundando os ensinamentos, os Imortais que ditaram a Codificação destacam a importância da Lei da Reencarnação, como lei dos mundos habitados, e que os Espíritos são obra de Deus, fazendo-os, na origem, simples e ignorantes, isto é, sem saber, sujeitando-os à Lei do Progresso,[11] onde encontramos os fundamentos da origem do gênero humano e de sua longa trajetória na Terra, vivenciando duas evoluções: a biológica e a espiritual.

 

Onde está Deus?

 

Enquanto a Ciência e as religiões ainda procuram respostas para os enigmas da Humanidade, envolvendo o momento alfa do homem e os mistérios do destino e da morte, o Espiritismo oferece seus postulados, de forma exuberante e pedagógica, esclarecendo que todo o princípio está em Deus, em Sua sabedoria e em Seus desígnios.


Um poeta, contudo, “dirá com a segurança de quem afirma porque tem certeza: eu vejo Deus no riso da criança, no Céu, no mar, na luz da Natureza”. É o que afirma o vate espírita, nascido em Sergipe, José Soares Cardoso (1927-1991) em sua obra Onde está Deus?, concluindo:

 

“Eu vejo Deus, enfim, por toda parte,

Que tudo fala dos poderes seus,

Descubro Deus na expressão da Arte,

No amor dos homens também sinto Deus!

 

Mas onde sinto Deus com mais beleza,

Na sua mais sublime vibração,

Não é no coração da Natureza,

É dentro do meu próprio coração.”[12]

 


 

[1] . KARDEC, Allan. Obras Póstumas, 1 ed. FEB, tradução de Evandro Noleto Bezerra, p.49.

[2] . JÚNIOR, Eliseu F. da Mota. Que é Deus?, 1.ed. OCLARIM, p.139.

[3] . Atos dos Apóstolos 17:15 a 23.

[4] . BÍBLIA de Referência Thompson, nona impressão, 1999, Editora Vida, pp. 1115 e 1423.

[5] . NIETZSCHE, Friedrich. Assim Falava Zaratustra, 3ª. ed. Editora Escala, p.22.

[6] . Revista Superinteressante, edição 316, março de 2013, p.46.

[7] . KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, FEB, edição histórica, tradução de Guillon Ribeiro, questões 1 e 4.

[8] . JÚNIOR, Eliseu F. da Mota, opus cit, p.148.

[9] . Vide SOUZA, Hebe Laghi de. Darwin e Kardec Um Diálogo Possível, 2.ed.Editora Allan Kardec.

[10] . IDEM, ibidem. Questão 13.

[11] . IDEM, ibidem. Questões 76,77 e 115.


 


 
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