Uma ideia a ser imitada

Nossas ressalvas ao formato atual dos chamados congressos espíritas permanecem e são bem conhecidas dos nossos leitores. Não é possível, porém, deixar de reconhecer e elogiar quatro pontos que deram, a nosso ver, ao 31º Congresso Espírita de Goiás um tom diferente, digno de ser imitado.

O evento goiano é o tema central da entrevista que nos foi concedida por Ivana Leal Silva Raisky, atual presidente da federativa de Goiás. Editada por nosso colaborador Orson Peter Carrara, a entrevista é um dos destaques da presente edição.

Eis os pontos a que nos referimos:

• Alojamento dos congressistas oriundos do interior do Estado.

Com o apoio do Lar Espírita Francisca de Lima, local onde se realizou a programação da infância, e da Irradiação Espírita Cristã, que permitiu aos organizadores utilizar o Instituto Educacional Emmanuel, foi possível alojar durante o congresso cerca de 300 congressistas oriundos de cidades do interior, aos quais foram oferecidos café da manhã e jantar, além de transporte, o que facilitou a locomoção de todos.

• Universalização do evento.

Entendendo que não é possível a todos os espíritas participar presencialmente do congresso, seja por falta de espaço que comporte tanta gente, seja por questões financeiras, a comissão organizadora investiu na transmissão do evento em tempo real pela internet e ofereceu o necessário apoio a diversas instituições espíritas de Goiás para que as atividades do congresso fossem transmitidas em seus auditórios, propiciando assim, aos interessados, acompanhar a programação levada a efeito.

• Abertura à juventude espírita.

Foi marcante no congresso a participação dos jovens em todo o processo de organização do evento. A programação doutrinária da juventude, atendendo ao tema central "Céu e Inferno: mito ou verdade?", em comemoração do sesquicentenário da obra básica de Allan Kardec, foi o ponto alto do congresso. A temática dos adultos partiu da proposta apresentada pela comissão doutrinária da juventude.

• Painel inter-religioso.

Experiência nova em eventos assim, mas que tem sido realizada com êxito nas edições do Movimento Você e a Paz, coordenado por Divaldo Franco, é sempre bem-vinda a ideia do painel inter-religioso, que contou no congresso goiano com a participação de um pastor, um padre e uma irmã, além dos espíritas. O painel, como seria de esperar, enriqueceu ainda mais as reflexões sobre o tema central do congresso: “Céu e Inferno: mito ou verdade?”.

A imprensa espírita, como aliás deveria ocorrer na imprensa em geral, deve sim criticar as coisas erradas ou equivocadas que se verificam aqui ou acolá, mas não pode deixar de destacar as iniciativas corretas e que possam contribuir para um mundo melhor. Afinal, esse é o nosso propósito.

A experiência do movimento espírita goiano merece, assim, todo o nosso apoio e a viva esperança de que venha a inspirar eventos semelhantes que sejam realizados aqui ou no exterior.