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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 9 - N° 411 - 26 de Abril de 2015
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)
 

 
Paulo Cezar Fernandes: 

“Somos o que nós próprios realizamos!” 

O estudioso espírita fala-nos sobre o tema “O que é a vida?”, um questionamento pessoal que se transformou em palestra
 

Paulo Cezar Fernandes (foto), espírita desde 1995, nascido e residente em Marília, no interior paulista, é palestrante no Núcleo Amor e Paz na mesma cidade, onde atua ministrando curso de Filosofia Espírita. Advogado e estudioso da temática espírita, traz à nossa reflexão suas respostas às perguntas originadas da palestra  que  profere sobre uma in-

vestigação do que é a vida. 


O questionamento “O que é a vida?”, transformado em palestra, é fruto de que experiência de vida?
 

Desde criança eu buscava respostas para este estado espiritual a que chamamos Vida. No entanto, já adulto, experiências mediúnicas inconscientemente levaram-me a investigar a natureza do Ser Inteligente, bem como a realidade da plena comunicação espiritual, o que se deu a partir do estudo sistematizado das obras básicas do Espiritismo, destacando-se sua parte filosófica, ou seja, a criação e a evolução do Espírito, a Lei do Progresso que se opera através do Princípio da Reencarnação, possibilitando-me, então, a dedução de um novo conceito de Vida.  

Como o amigo foi levado a essa investigação? 

Chamou-me especialmente a atenção a análise comparativa que Allan Kardec estabelece entre a filosofia de Sócrates e Platão, relativamente à pré-existência e transmigração das almas, a reencarnação, na Introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo, quando, então, pela primeira vez passei a investigar atentamente a possibilidade de ser um Espírito reencarnado, o que me apresentava uma hipótese mais racional para a Vida, apesar do conflito com minha formação religiosa no Catolicismo. 

Que critérios foram estabelecidos para essa investigação filosófica? 

Os fundamentos para o estabelecimento dessa investigação foram, basicamente, a hipótese de uma única existência a partir da criação da Alma quando da geração do corpo biológico, sustentada por todas as religiões não reencarnacionistas, e a hipótese da reencarnação sustentada pelo Espiritismo, Budismo e Hinduísmo. Qual das duas possibilidades era mais eficiente para esclarecer a minha própria existência, a partir do autoconhecimento que a dor sempre nos impõe? A conclusão foi a de que a hipótese espírita era muito mais eficiente, sem, contudo, negar a minha fé cristã. Muito ao contrário, ampliava-a. 

De que forma o Espiritismo ajudou nessa reflexão? 

Analisando agora, após duas décadas, aquelas primeiras investigações filosóficas, concluo que, apesar de confrontar a minha formação católica, a possibilidade da reencarnação mostrou-me um Jesus muito mais Vivo e, por que não dizer, verdadeiro, especialmente ao nos revelar nossa capacidade de autodivinização nos evos de nossa evolução moral, passada, presente e futura. 

Quais os principais desdobramentos dessa investigação? 

Ao admitir a possibilidade de ser um Espírito que evoluiu a partir de um Princípio de Inteligência criado por Deus, sem nenhum conhecimento, mas dotado de vontade, ficou evidente que toda a minha História de Vida foi construída por mim mesmo, a partir de uma força inicialmente cega, a vontade, atributo essencial de todo ser inteligente, mas que se desenvolveu até a aquisição de um arbítrio livre, quando, então, conquistamos a condição de Espíritos, e, pois, Inteligências Conscientes. 

De que forma essa investigação transformou-se em ação efetiva no entendimento da questão?  

A partir do momento em que admitimos a possibilidade de sermos Espíritos reencarnados, a maioria dos fatos existenciais ganham um referencial teórico mais eficiente para o seu esclarecimento, especialmente as angústias, as dores e os sofrimentos da Alma. Ao mesmo tempo, a existência ganha uma importância muito maior, a saber, a oportunidade de um reencontro consigo mesmo para, ao mesmo tempo, re-harmonizar as relações passadas e construir as futuras de forma muito mais eficiente e profícua, segundo o modelo de Moral adotado: Jesus! 

De que forma a abordagem tem refletido junto ao público nas palestras? 

A enorme maioria do público espírita desconhece o fato de que, na sua origem, o Espiritismo sempre foi tratado na França como uma Filosofia, tanto que na sua lápide no cemitério Père-Lachaise Kardec é identificado como o fundador da “Filosofia Espírita”. Mas, como ele nos diz, diferentemente da filosofia acadêmica, atualmente reduzida à simples história da Filosofia, o Espiritismo é um conhecimento filosófico acessível ao entendimento mais simples, desde que se atenda à recomendação do Apóstolo Paulo, de, durante sua exposição, falarmos a língua da assembleia para não nos convertermos em bárbaros para os ouvintes. 

No desdobramento dessa reflexão houve mudanças na maneira de entender a vida? 

Indubitavelmente, a perspectiva reencarnacionista nos torna muito mais pacientes na relação conosco e com o outro. Esta deve ser a primeira consequência de um estudo honesto e corajoso do Espiritismo. A consciência de que se está trilhando um percurso existencial livremente escolhido de acordo com as necessidades espirituais de cada um, com o próprio cabedal individual de experiências pretéritas, nos convence da responsabilidade exclusivamente pessoal pelo nosso estado atual, atribuindo-nos o mérito pela nossa condição evolutiva: somos o que nós próprios realizamos! 

Algo marcante que gostaria de destacar? 

O conhecimento de si como um Ser infinito, em constante aprendizado, tanto na condição de encarnado quanto de desencarnado, mostra-nos a Verdade contida na afirmação de Jesus: “Sois deuses!”. Assim também uma existência consciente das necessidades reencarnatórias em busca do atendimento do Dever de Amor, e, pois, uma postura existencial em conformidade com a ideia universal de Virtude, revela-nos a plena possibilidade de atendermos à recomendação do Mestre: “Sede perfeitos como perfeito é o Pai!”, pois temos um tempo infinito para alcançarmos essa meta! 

Como foi incluir a música na abordagem? 

É inequívoco o efeito pedagógico que a música exerce. Desde os Mantras (palavras de poder), até o canto gregoriano, que Santo Agostinho diz terem sido introduzidos na liturgia Católica por imitação dos Hindus, reconhecidos são também os efeitos espirituais dessa divina arte. Jesus era respeitado como um rabi, e, como nos mostra o Evangelho de Mateus (4:23 e 13:54), frequentemente pregava nas sinagogas. Tal procedimento da parte do Mestre seria impossível sem o recurso do canto, pois este é essencial para a realização dos serviços religiosos hebraicos. 

Suas palavras finais. 

Assim como Sócrates, o filósofo Immanuel Kant (1724-1804) nos diz que o autoconhecimento é o primeiro dos deveres para consigo mesmo. Ratificando esta máxima para aquisição de Virtude, o Espírito Santo Agostinho revela na pergunta 919 de “O Livro dos Espíritos” a proficuidade dessa investigação para nossa felicidade já nesta existência. Sem a plena consciência de que se é um Espírito reencarnado sob a constante influência do mundo dos Espíritos ao nosso redor, nenhuma investigação neste sentido pode ser frutífera. Só o Espiritismo nos dá, com segurança, a chave para o autoconhecimento!


Nota do Entrevistador:
 

A palestra “O que é a vida” pode ser vista no portal youtube, acessando o link   https://www.youtube.com/watch?v=arn97KtctAk


 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita