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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 8 - N° 385 - 19 de Outubro de 2014
ORSON PETER CARRARA
orsonpeter92@gmail.com
Matão, SP (Brasil)
 

 
Waldehir Bezerra de Almeida: 

“Na prática mediúnica muitos são os desvios resultantes da falta de estudo” 

O conhecido escritor fala sobre seu mais recente livro, em que a prática mediúnica e sua complexidade são o objeto principal
 

Livro lançado pela FEB estuda mediunidade com profundidade, desde os aspectos históricos e seus fundamentos à complexidade de sua prática. Fruto de intensa pesquisa das orientações espirituais e das fundamentações d´O Livro dos Médiuns, seu autor, Waldehir Bezerra de Almeida (foto), nosso entrevistado,  é   espírita  há  52 anos, nasceu  em

Recife-PE e reside no Distrito Federal. Professor de História e Presidente do Grupo Espírita Casa do Caminho, no Guará II (DF), é autor de vários livros e palestrante espírita. Suas lúcidas respostas trazem a dimensão dos desafios que essa faculdade humana apresenta, exigindo conhecimento, disciplina e atitude caritativa para seu êxito.


Dada a complexidade mesmo da prática mediúnica, que dá título ao livro, o que você diria ao estudioso e pesquisador espírita sobre o tema?

Que eles continuem no estudo e na pesquisa e ofereçam os resultados do seu empenho ao público, que necessita de livros didáticos para lhe despertar o interesse pelo estudo. Sabe-se que a comunicação mediúnica não se faz por um processo simples como imagina a maioria dos espíritas. Diz André Luiz: “A operação da mensagem não é nada simples, embora os trabalhadores encarnados não tenham consciência de seu mecanismo intrínseco, assim como as crianças, em se fartando no ambiente doméstico, não conhecem o custo da vida ao sacrifício dos pais”. Na comunicação humana, onde adotamos o mesmo vocabulário e fazemos uso da voz, se não observarmos determinados princípios não nos comunicaremos plenamente, gerando desentendimento. Os conceitos que alimentam a conversação entre os humanos são extremamente diferentes daquele no mundo espiritual, tornando o entendimento entre nós e eles muito restrito. A senhora Yvonne do Amaral, respeitadíssima médium, autora do antológico Recordações da Mediunidade, diz que “A mediunidade não implica tão só o intercâmbio com entidades desencarnadas, mas também um complexo de fatos e acontecimentos ainda não devidamente estudados e classificados”.

O que mais lhe chama atenção na prática mediúnica?

O pouco conhecimento que tem a maioria dos que com ela lidam. Uma enquete feita pela FEB em 2012, com a ajuda dos centros espíritas de todo o Brasil, buscando saber quem leu e quem não leu O Livro dos Médiuns, apresentou um resultado lamentável, chegando-se à conclusão de que ele é um ilustre desconhecido. Lamentamos o que se passa em muitas reuniões mediúnicas denominadas de “desobsessão”, onde práticas exóticas são realizadas, contrariando as orientações de Allan Kardec e dos Espíritos que deram continuidade ao seu projeto, destacando-se naquela atividade o livro Desobsessão, de André Luiz, que deve ser lido analiticamente, para melhor se apreender a amplidão e profundidade dos ensinamentos e conceito nele ofertados.

Qual o principal fator que o levou a organizar a obra, considerando a extensão que o tema comporta?

Foi o de cooperar um pouco mais com aqueles que praticam a mediunidade, chamando-lhes a atenção para seus meandros. Sabemos que existem muitos livros que tratam do assunto, mas como a mediunidade ainda não é plenamente conhecida por nós, os encarnados, é sempre oportuno fazer-lhe novas considerações. À medida que pesquisamos vamos percebendo que as informações proliferam e, frustrado, temos que optar por esse ou aquele conteúdo, desprezando outros, prometendo aproveitá-los em outra ocasião.

Você foi muito feliz no título da obra e no conteúdo da pesquisa, pois o próprio índice já demonstra esse esforço de pesquisa. Como foi organizar a obra de tamanha complexidade?

Ao longo de três anos recolhemos material que nos chamava a atenção para os mecanismos diversos adotados pelos Espíritos para trazerem a mensagem até nós e as dificuldades encontradas, tanto no plano material quanto no espiritual. A organização da obra obedeceu a um critério didático: um esboço histórico da mediunidade, fazendo justiça a Allan Kardec, que a identificou como uma faculdade natural que serve ao progresso do homem e do mundo; os fundamentos necessários para que se conheçam as leis que regem o fenômeno mediúnico e, finalmente, exemplos de sua complexidade, chamando a atenção daquele que deseja exercitá-la ou administrá-la, para o uso do bom senso na avaliação da produção mediúnica, considerando os médiuns pessoas comuns, que lutam como todos nós para vencer sua inferioridade.

O que você diria aos veteranos e aos novatos?

Aos veteranos, que continuem pesquisando e transferindo seus conhecimentos de forma clara e segura aos novatos, como fez o codificador. Que os novatos comecem pelo começo e jamais releguem a leitura das obras básicas do Espiritismo e da Revista Espírita, editada por Allan Kardec. A leitura da Revue Spirite nos dá uma visão tridimensional da história do Espiritismo: o momento da codificação, a reação da sociedade parisiense e de outras capitais, as dificuldades encontradas pelo médium da Terceira Revelação com os psicógrafos que o auxiliavam.

Como estamos no movimento espírita brasileiro, em generalidade, em termos de maturidade com a prática mediúnica, considerando-se os vícios e deturpações ainda existentes?

Após o livro Desobsessão, de André Luiz, meio século atrás, sente-se que houve um alinhamento com os princípios doutrinários no que diz respeito às reuniões mediúnicas. No entanto, observa-se que há muitos desvios resultantes da falta de estudo dos que dirigem aquelas reuniões destinadas ao atendimento aos desencarnados sofredores e equivocados por meio do diálogo inteligente e amoroso.

Qual o principal recado ou sugestão a integrantes de uma reunião mediúnica?

Que se aprofundem no estudo das obras de Allan Kardec, da médium Yvonne do Amaral Pereira, dos Espíritos Bezerra de Menezes, André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda. Nelas encontramos todo o ensinamento de que necessitamos para a realização do encontro com os desencarnados, de forma inteligente, segura e caritativa, devendo-se entender que a tarefa é de cunho científico, já que os Espíritos consideram a sala onde se realizam as reuniões de desobsessão um verdadeiro laboratório, contido dentro de um amplo hospital de dimensão espiritual.

O que você diria da seriedade e preparo para a prática mediúnica?

Em O Livro dos Médiuns Allan Kardec nos ensina que para se obter uma reunião séria é necessário que seja banido dos seus participantes todo sentimento de orgulho e de personalismo, e deve reinar entre eles uma mútua cordialidade. No entanto, necessário se faz o conhecimento dos postulados da Doutrina e dos mecanismos da mediunidade para melhor cooperarmos com os Espíritos que dirigem os trabalhos. O “amai-vos e instruí-vos” é ensinamento crucial para toda e qualquer atividade que se faça em nome do Espiritismo. A desobsessão não prescinde daquele axioma.

Como despertar efetivamente o público espírita para a necessidade continuada de estudo da mediunidade para a prática mediúnica?

Esse esforço teve início há mais de meio século com o codificador, ao publicar O Livro dos Médiuns e a Revista Espírita. A FEB e as federativas vêm realizando trabalhos significativos nessa direção. Sabemos, no entanto, que um dos grandes desafios para quem se dedica ao ensino de qualquer matéria é vencer a inércia mental do aprendiz. É oportuno lembrar aqui o que nos revelou o Espírito Ignácio Bittencourt, no livro Seareiros de Volta, na mensagem A conclusão da pesquisa:  “[...] Excelsos Dirigentes do Espiritismo, nas Esferas superiores, após minuciosa pesquisa, chegaram à conclusão de que, junto com as calamitosas quedas morais e às deserções deploráveis de numerosos companheiros responsáveis pelo serviço libertador, entre todas as causas que dificultam a marcha da Nova Revelação na Terra, destaca-se, em posição de espetacular e doloroso relevo, a preguiça mental”. Diante dessa verdade, contentemo-nos com o que já alcançamos até então”.

Algo marcante que gostaria de relatar de suas experiências?

Foram enriquecedores nossos contatos com a Espiritualidade durante esse meio século de vida no movimento espírita. Somente lamentamos que não soubemos multiplicar devidamente os valores recebidos. Agimos como aquele trabalhador avaro da parábola dos talentos. No entanto, como nos ensina André Luiz, o que nos dá esperanças é que sempre podemos recomeçar. 


 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita