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O Espiritismo responde
Ano 7 - N° 331 - 29 de Setembro de 2013
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@oconsolador.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 
BLOG
ESPIRITISMO SÉCULO XXI
 


 
Em face da resposta que aqui foi dada à pergunta da leitora Niedja Krislady, a respeito da melhor maneira de se aplicar o passe magnético(1), recebemos da leitora Beatriz Indrusiak, de Porto Alegre-RS, a seguinte carta:

Boa noite, Sr. Editor.
Meu nome é Beatriz. Li a resposta dada à leitora Niedja Krislady a respeito de como melhor aplicar o passe.
Gostaria de lhe perguntar mais algumas coisas que me deixam dúvidas:
1) Se a ação fluídica é mista (desencarnado/encarnado) para a aplicação do passe, e este fluido é direcionado pelo Espírito desencarnado conhecedor da tarefa, obviamente que este usa a ação do pensamento para dirigir o fluido, considerando que está desencarnado. Então se cabe só ao médium encarnado a doação de seu magnetismo, e este é dirigido pelo pensamento do Espírito desencarnado em direção ao paciente necessitado, por que há necessidade da imposição das mãos? Afinal, a imposição das mãos também não seria uma bengala psicológica para "se ter certeza" de que o médium está ministrando o passe?
2) Uma vez que entendemos que não há necessidade das mãos (inclusive Jesus curou com as mãos, mas também curou com sua saliva, com sua voz, com o toque dos doentes em suas vestes, enfim, as mãos foram só "um jeito" de curar entre tantos), por que ainda estamos propagando isso como algo correto dentro dos Centros Espíritas? E se Jesus curou de tantas outras formas, não só com a imposição das mãos, porque a gesticulação seria "menos correta" do que só a imposição das mãos?
Agradecendo sua atenção e no aguardo de sua resposta,
Beatriz.

A imposição das mãos é, como dissemos, a forma sugerida por Allan Kardec e por autores espíritas diversos, a exemplo de J. Herculano Pires.

Allan Kardec diz que "a faculdade de curar pela imposição das mãos deriva evidentemente de uma força excepcional de expansão, mas diversas causas concorrem para aumentá-la, entre as quais são de colocar-se, na primeira linha: a pureza dos sentimentos, o desinteresse, a benevolência, o desejo ardente de proporcionar alívio, a prece fervorosa e a confiança em Deus; numa palavra: todas as qualidades morais" ("Obras Póstumas", Manifestações dos Espíritos, itens 52 e 53). "Uma grande força fluídica, aliada à maior soma possível de qualidades morais, pode operar, em matéria de curas, verdadeiros prodígios", afirma Kardec. E ele completa: "A ação fluídica, ao demais, é poderosamente secundada pela confiança do doente, e Deus quase sempre lhe recompensa a fé, concedendo-lhe o bom êxito".

Em setembro de 1865, em um artigo publicado na "Revista Espírita" (Edicel, ano 1865, pág. 254), o Codificador explicou: "Se a mediunidade curadora pura é privilégio das almas de escol, a possibilidade de suavizar certos sofrimentos, mesmo de curar, ainda que não instantaneamente, umas tantas moléstias, a todos é dada, sem que haja necessidade de ser magnetizador. O conhecimento dos processos magnéticos é útil em casos complicados, mas não indispensável. Como a todos é dado apelar aos bons Espíritos, orar e querer o bem, muitas vezes basta impor as mãos sobre a dor para a acalmar; é o que pode fazer qualquer um, se trouxer a fé, o fervor, a vontade e a confiança em Deus. É de notar que a maior parte dos médiuns curadores inconscientes, os que não se dão conta de sua faculdade, e que por vezes são encontrados nas mais humildes posições e em gente privada de qualquer instrução, recomendam a prece e se entreajudam orando. Apenas sua ignorância lhes faz crer na influência desta ou daquela fórmula".

No ano anterior, em janeiro de 1864, na mesma "Revista Espírita" (Edicel, ano de 1864, pág. 7), Kardec transcreveu uma mensagem transmitida por Mesmer (Espírito), recebida na Sociedade Espírita de Paris em 18-12-1863, na qual o “Pai do Magnetismo moderno” analisa a questão das curas por meio do magnetismo animal. Diz Mesmer em sua mensagem que Deus sempre recompensa o humilde sincero que pede a ajuda espiritual, enviando-lhe o socorro para que ele possa auxiliar o enfermo. "Esse socorro que envia são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium de seu fluido benéfico, que é transmitido ao doente", afirma Mesmer, que diz mais:  "Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium; ao passo que o magnetizador ordinário se esgota, por vezes em vão, a fazer passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos".

Foi com base nessas e em outras referências semelhantes que J. Herculano Pires, em seu livro "Obsessão, o passe, a doutrinação", editora Paideia, págs. 35 a 37, escreveu: "O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus, como se vê nos Evangelhos. Origina-se das práticas de cura do Cristianismo Primitivo. Sua fonte humana e divina são as mãos de Jesus.  O passe espírita  não comporta as encenações e gesticulações em que hoje o envolveram alguns teóricos improvisados, geralmente ligados a antigas correntes espiritualistas de origem mágica ou feiticista. Todo o poder e toda a eficácia do passe espírita dependem do espírito e não da matéria, da assistência espiritual do médium passista e não dele mesmo. Os passes padronizados e classificados derivam de teorias e práticas mesméricas, magnéticas e hipnóticas de um passado há muito superado. Os Espíritos realmente elevados não aprovam nem ensinam essas coisas, mas apenas a prece e a imposição das mãos. Toda a beleza espiritual do passe espírita, que provém da fé racional no poder espiritual, desaparece ante as ginásticas pretensiosas e ridículas gesticulações”. (Os grifos são nossos.)

Além dos textos acima reproduzidos, sabemos que o uso das mãos na ministração do passe magnético vem desde os tempos apostólicos e é observado igualmente pelas entidades encarnadas ou desencarnadas, como podemos comprovar pelos textos seguintes:

1) “Os médiuns passistas pareciam duas pilhas humanas deitando raios de espécie múltipla, a lhes fluírem das mãos, depois de lhes percorrerem a cabeça,  ao contacto do irmão Conrado  e de seus colaboradores.” (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17, pp. 164 a 166.)

2) “Existe fluidificação eminentemente magnética, que são as energias do próprio sensitivo, nesse caso, tido como magnetizador. Ele se desgasta porque doa do seu próprio plasma, e a partir dessa doação sente-se cansado, esgotado. Um outro nível é o das energias espirituais-materiais ou psicofísicas, quando se dá a conjugação dos recursos do mundo espiritual com os elementos do médium; o indivíduo se coloca na posição de um vaso de cujos recursos os Benfeitores se utilizam. Eis quando caracterizamos o médium aplicador de passes ou passista: aquele em quem, segundo a instrução do Espírito André Luiz, as energias circulam em torno da cabeça, como que assimilando os valores da sua mentalização, escoando-se através das mãos, para beneficiar o assistido.” (J. Raul Teixeira, em Diretrizes de Segurança, questão 83.)

3) “Qual criança medrosa, procurando refúgio, ele queria retomar o corpo físico, mas Alexandre, aproximando-se, estendeu-lhe as mãos, das quais saíram grandes chispas de luz. Contido pelos raios magnéticos, Adelino pôs-se a tremer, notando-se que ele começava a ver alguma coisa além da figura de Segismundo.” (Missionários da Luz, cap. 13, págs. 191 a 193.)

4) “Sob o sábio comando de Clementino, Raul falou com afetividade ardente: Libório, meu irmão! Essas três palavras foram ditas com tamanha inflexão de generosidade fraternal que o Espírito não pôde sopitar o pranto. Raul aproximou-se dele, impondo-lhe as mãos, das quais jorrava luminoso fluxo magnético, e convidou: Vamos orar! Findo um minuto de silêncio, necessário a uma perfeita concentração mental, a voz do diretor da casa, sob a inspiração de Clementino, suplicou o socorro do Divino Mestre.” (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 7, págs. 63 e 64.)

5) “Conrado, impondo a destra sobre a fronte da médium, comunicou-lhe radiosa  corrente de forças e inspirou-a a movimentar as mãos sobre a doente, desde a cabeça até o fígado enfermo.” (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17, págs. 168 a 170.)

6) “O semblante do enfermo transformava-se gradualmente, à medida que Alexandre movimentava as mãos sobre o seu cérebro. André percebeu que a forma perispiritual de Antônio reunia-se devagarinho à forma física, integrando-se harmoniosamente uma com a outra, como se estivessem, de novo, em processo de reajustamento, célula por célula.” (Missionários da Luz, cap. 7, págs. 72 a 75.)

7) “Verônica, uma entidade muita querida ao instrutor Alexandre, que fora exímia enfermeira na Crosta, integrava a equipe de colaboradores. Começaria agora o auxílio magnético à médium. Era preciso incentivar os processos digestivos para que o aparelho mediúnico funcionasse sem obstáculos. Alexandre, Verônica e mais três entidades colocaram as mãos, em forma de coroa, sobre a fronte da jovem e essas energias reunidas formaram vigoroso fluxo magnético que foi projetado sobre o estômago e o fígado da médium, órgãos esses que acusaram, de imediato, novo ritmo de vibrações.” (Missionários da Luz, cap. 10, págs. 113 a 115.)

8) “Anacleto atuou por imposição de mãos. Sua destra emitia sublimes jatos de luz que se dirigiam ao coração da senhora: os raios de luminosa vitalidade eram impulsionados pela força inteligente e consciente do emissor. Assediada pelos princípios magnéticos, a reduzida porção de matéria negra, que envolvia a válvula mitral, deslocou-se vagarosamente e, como se fora atraída pela vigorosa vontade de Anacleto, veio aos tecidos da superfície, espraiando-se sob a mão irradiante, ao longo da epiderme. Em poucos instantes, o organismo da enferma voltou à normalidade.” (Missionários da Luz, cap. 19, pp. 325 a 327.) 

* 

O passe pode ser ministrado a distância, sem auxílio das mãos?

É evidente que sim, mas é preciso considerar que se trata de outro recurso, diferente da singela “imposição das mãos”, a que nos reportamos nas citações acima.

Se no atendimento pela imposição das mãos é indispensável o estado de confiança, como Aulus explica no cap. 17, pp. 166 a 168, do livro “Nos Domínios da Mediunidade”, no passe ministrado a distância – portanto, sem uso das mãos – é necessário algo mais: é preciso que haja sintonia entre aquele que o administra e a pessoa que o recebe.

Essa informação foi-nos revelada igualmente por Aulus, na mesma obra a que nos referimos. “Nesse caso – diz Aulus –, diversos companheiros espirituais se ajustam no trabalho do auxílio, favorecendo a realização, e a prece silenciosa será o melhor veículo da força curadora.” (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 17, pp. 168 a 170.)

Sobre o assunto, J. Herculano Pires lembra-nos, também, que não devemos desprezar o efeito psicológico da presença do enfermo no ambiente da Casa Espírita (cf. “Obsessão, o passe, a doutrinação”, pág. 45).   

(1) A resposta dada à leitora Niedja Krislady foi publicada na seção O Espiritismo responde da edição 326, de 25/8/2013. Eis o link:
http://www.oconsolador.com.br/ano7/326/oespiritismoresponde.html



 


 
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