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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 7 - N° 313 - 26 de Maio de 2013
MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com

Brasília, DF (Brasil) 
 

 
Fátima Moura: 

“Busquemos falar com o jovem e a criança na linguagem entendida por eles”

 A conhecida escritora disserta sobre a importância da literatura espírita voltada para a criança e o jovem
 

Nascida em berço espírita, Fátima Moura (foto) participa desde 1991 das atividades do Centro Espírita Léon Denis, localizado no Rio de Janeiro-RJ. Escritora e palestrante espírita, ela nos fala, na presente entrevista, sobre sua experiência como autora de livros espíritas voltados para a infância e a juventude. 


Fale-nos um pouco da sua relação com a Doutrina espírita e das atividades que  realiza atualmente na seara espírita.
 


Tive a chance de nascer em um lar espírita e creio ter sido essa a minha grande oportunidade. Além de escritora, sou oradora, palestrante espírita e passista, e trabalhei muito tempo em departamentos de psicografia e desobsessão. Fui há mais de vinte anos evangelizadora de pré-mocidade em várias casas espíritas e no Centro Espírita de Jacarepaguá/Casa de Agostinho. Desde 1991 estou no CELD e frequento também o MAP - Movimento de Amor ao Próximo, onde sou voluntária em várias atividades materiais e espirituais. 

Como se deu o início das suas tarefas como escritora de livros espíritas infantis e juvenis?  

Sempre gostei muito de escrever. Desde os nove anos de idade já rabiscava histórias e peças teatrais que eu ainda nem sabia que seriam editadas no futuro. No ano de 1989, participando de um curso de formação de evangelizadores, conheci a escritora Cléo Mello e mostrei-lhe minhas histórias. Ela gostou tanto que me apresentou ao Altivo Pamphiro, presidente do Centro Espírita Léon Denis (CELD) e foi aí que tudo começou de verdade. Além de escrever para o Léon Denis, coordenei seu Departamento Editorial Gráfico de 1991 a 2000 e produzi junto com o CELD 24 obras, algumas apostilas sobre música e teatro e uma fita K7 que depois se transformou em um CD chamado “Cantando eu Conto”. Toda essa história está relatada num livro chamado “Altivo Pamphiro, Um Homem do Futuro”, no qual, além de prestar uma homenagem ao querido amigo, conto como se deu o início desse meu trabalho literário. 

Como surgem, no seu caso, as ideias para a elaboração de novos livros? 

Sou extremamente observadora e curiosa e sempre tiro de fatos à minha volta alguma inspiração, mas a maior parte dos temas e histórias que me chegam de seus reais autores já vem com assunto estudado previamente, segundo eles mesmos nos dizem e destinados a um determinado grupo de pessoas, que serão os primeiros disseminadores dessas ideias, ou seja, eles nos intuem e nos ajudam a criar as condições necessárias para a divulgação dos temas abordados, de acordo com a necessidade do momento. 

Em sua opinião, o que diferencia um livro espírita infantil/juvenil de um outro livro qualquer voltado para esse mesmo público? 

Em uma página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier de autoria de Emmanuel, publicada na revista “Reformador”, da Federação Espírita Brasileira, de abril de 1963, denominada “O Livro Espírita”, está registrado: “Cada livro edificante é porta libertadora. O livro espírita, entretanto, emancipa a alma, nos fundamentos da vida”. Estudando a Doutrina, temos observado exatamente isso. Um traz conhecimento e beleza, mas o outro transforma vidas e planta sementes. 

Você pensa que os livros espíritas para o público infantil/juvenil devam abordar pontos basilares da doutrina espírita, como a temática da mediunidade e reencarnação? 

Sim, claro que sim! Crianças há que desde bem pequenas já apresentam mediunidade ostensiva e precisam aprender a entender o que se passa com elas, assim como os próprios pais. Muita vez pecamos em nossas evangelizações não orientando adequadamente os pais nem as crianças que já apresentam maior sensibilidade mediúnica. A fluidoterapia acoplada ao processo de evangelização também é extremamente oportuna. Tenho publicado pela Editora EME o livro “Criança quer Saber”, em que abordo as 15 perguntas que as crianças mais nos fazem e onde os temas Mediunidade e Reencarnação são nele trabalhados de forma lúdica e envolvente. As crianças me mandam e-mails e dizem estar gostando muito. 

Qual a importância para o movimento espírita, na sua opinião,  de termos livros espíritas sendo vendidos hoje em livrarias de Shopping Centers, com acesso ao grande público? 

Ter livros espíritas vendidos ou divulgados em locais públicos contribui para que a informação espírita esteja à disposição de pessoas que ainda não se sentiram estimuladas a procurar uma Casa Espírita. Muitos romances com embasamento doutrinário podem contribuir para instigar pessoas a buscar o estudo doutrinário. Sem nenhum proselitismo, essa se torna realmente uma grande oportunidade de atingir um maior número de pessoas necessitadas das verdades espíritas. 

Podemos dizer que hoje temos uma carência de obras espíritas voltadas para o público juvenil?  

Temos no momento uma carência muito grande de bons livros para esse público. Acabei de lançar também pela Editora EME “O Jovem quer Respostas”, no qual respondemos sob a ótica espírita as 15 perguntas que os jovens mais nos fazem. Tenho investido nos jovens e nos temas timidez, namoro, sexualidade, e sei que muitos bons autores também estão se direcionando a esse público. Se conseguirmos cultivar em nossas crianças e jovens o gosto pela boa literatura, Harry Potter e seus amigos da Escola de bruxos, assim como o reality show “Jogos vorazes”, vão ficar reduzidos ao seu lugar de origem, ou seja, ao mundo da fantasia. Os pais precisam ter tempo disponível para examinar o tipo de material que seus filhos estão lendo. Observemos a qualidade de nosso tempo. 

Em sua visão, quais os elementos necessários em um livro espírita para o público infantil e juvenil que o levem a ter a adesão desse mesmo público? 

Independente de ser espírita ou não, um bom livro não pode fugir à verdade. A escritora Cecília Meireles, que não era espírita mas dedicou toda sua vida às crianças, depois de seu passamento, por meio da psicografia de Rita Folker, trouxe à tona uma colocação que julgo extremamente importante para a nossa reflexão. Disse ela: “Perguntam-me qual seria a principal característica de toda produção artística oferecida às crianças. Hoje, entendo que é a sinceridade. Seja a sinceridade no dilema dos reis entre o poder e o servir, das prisioneiras ou dos sapos transmutados em príncipes, que nunca falte, em nossas palavras e ações dirigidas à criança, a verdade. Ainda que seja a verdade dos nossos temores e dúvidas, não há como dissimular sabedoria e mentir amor. Então, quando buscardes a alma infantil para semear flores, escolhei somente as melhores sementes”. Fico com a Cecília. 

Foi lançado o livro “Paulo e  Estêvão para Jovens”, uma adaptação do clássico em uma linguagem e formato adaptados a esse público, como tem sido feito por editoras laicas para outras obras de nossa literatura, como “Dom Casmurro”.  O que você acha dessa iniciativa?

Extremamente oportuno. Para atingirmos o ser humano em suas variadas formas de aprendizado, temos que usar a linguagem acessível a cada faixa etária. O mercado editorial tem-se inovado a cada dia. Busquemos falar com o jovem e a criança na linguagem entendida por eles e os resultados sempre serão satisfatórios. 

Na construção de suas aulas, quais os benefícios de os  evangelizadores usarem livros espíritas voltados para crianças e jovens? E no culto no lar, isso também é importante? 

Os livros, segundo o pensador Charles Eliot, são os mais silenciosos e constantes amigos, os mais acessíveis e sábios conselheiros, e os mais pacientes professores. Em se tratando das crianças, ouvir e vivenciar emoções através das histórias que lhe são contadas  a ajudam a amadurecer mediante as diversas situações, e com o jovem não é diferente. Os heróis que criamos internamente sempre buscam um aprendizado e essa é uma resposta aos nossos apelos emocionais. Nos livros espíritas, onde esse aprendizado se dá através das virtudes morais, melhor se torna seu entendimento.  

Que pensar da ideia “a questão da evangelização, como discussão pedagógica, como área de estudo espírita,  e aí se insere a questão da literatura infantil e juvenil espírita, carece de produção de textos e eventos que discutam mais essa temática”? 

Todo trabalho bem planejado requer técnicas adequadas e no caso do trabalho de evangelização espírita não é diferente. Manuais de auxílio ao evangelizador, seminários e cursos de preparo destinados ao tema precisam ser elaborados com frequência, observando-se a realidade dos envolvidos. O mundo evolui a cada dia, o advento da alta tecnologia se manifesta e precisamos nos servir de todos os recursos disponíveis para realizar novas áreas de estudo e sua aplicabilidade dentro do estudo espírita. 

Que conselho você nos deixa para aqueles que pretendem escrever livros para o público infantil e juvenil? 

Estudem bastante. Aprofundem-se no universo infantil e juvenil, pesquisem, trabalhem e, sobretudo, orem com o coração, colocando essa disponibilidade nas mãos do Pai. Muitas vezes o trabalhador de boa vontade se depara com muitas dificuldades criadas por seu próprio despreparo, o que reforça em nós a necessidade de estarmos sempre  aptos a novos conhecimentos que melhor nos permitam realizar as tarefas que nos foram determinadas. Paz e bem a todos!
 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita