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Ano 6 - N° 299 - 17 de Fevereiro de 2013

PAULO DA SILVA NETO SOBRINHO 
paulosnetos@gmail.com

Belo Horizonte, MG (Brasil)
 
 

Paulo da Silva Neto Sobrinho

Afinal de contas, Deus perdoa?

(Parte 2 e final) 

“O amor de Deus é para sempre.” (Salmo 136)

Eis a parte final do comentário feito por Kardec no capítulo V de O Evangelho segundo o Espiritismo, sobre as causas atuais das nossas aflições:

“Daí se segue que, nas pequenas coisas, como nas grandes, o homem é sempre punido por aquilo em que pecou. Os sofrimentos que decorrem do pecado são-lhe uma advertência de que procedeu mal. Dão-lhe experiência, fazem-no sentir a diferença existente entre o bem e o mal e a necessidade de se melhorar para, de futuro, evitar o que lhe originou uma fonte de amarguras; sem o que, motivo não haveria para que se emendasse. Confiante na impunidade, retardaria seu avanço e, consequentemente, a sua felicidade futura”.  […] (KARDEC, 2007c, p. 106-107.) (grifo nosso.)

Observe, caro leitor, que Kardec é taxativo em dizer que Deus “não deixa impune qualquer desvio” e que “não há falta alguma, por mais leve que seja, nenhuma infração da sua lei, que não acarrete forçosas e inevitáveis consequências”, o que, julgamos, põe por terra toda e qualquer crença em um perdão puro e simples, do qual nada reste a pagar pelas infrações a qualquer uma das leis divinas.

Ainda em O Evangelho segundo o Espiritismo, no capítulo X – Bem-aventurados os que são misericordiosos, transcrevemos agora o seguinte trecho da instrução do espírito João, bispo de Bordeaux:

“Que é o que pedis ao Senhor, quando implorais para vós o seu perdão? Será unicamente o olvido das vossas ofensas? Olvido que vos deixaria no nada, porquanto, se Deus se limitasse a esquecer as vossas faltas, Ele não puniria, é exato, mas tampouco recompensaria. A recompensa não pode constituir prêmio do bem que não foi feito, nem, ainda menos, do mal que se haja praticado, embora esse mal fosse esquecido. Pedindo-lhe que perdoe os vossos desvios, o que lhe pedis é o favor de suas graças, para não reincidirdes neles, é a força de que necessitais para enveredar por outras sendas, as da submissão e do amor, nas quais podereis juntar ao arrependimento a reparação”. (KARDEC, 2007c, p. 189-190.) (grifo nosso.)

O perdão, como um pedido de graça, para não mais reincidir no erro, é o único sentido que vemos no caso de se insistir na hipótese de que Deus realmente perdoa, ou seja, ele apenas releva nossas faltas, na justa medida em que as repararmos: seja pelo amor, seja pela dor.

Para completar o nosso raciocínio, vejamos o que Kardec comenta, em O Céu e o Inferno, sobre o código penal da vida futura, que tem relação direta com o nosso assunto:

“O arrependimento, conquanto seja o primeiro passo para a regeneração, não basta por si só; são precisas a expiação e a reparação.

Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação”. (KARDEC, 2007d, p. 101.) (grifo nosso.)

Exatamente como já foi dito anteriormente. Se, de qualquer forma, nós temos que “pagar”, então, na prática não há mesmo o perdão de Deus, no sentido com que habitualmente nele se crê, ilustrado no exemplo que demos acima com a história de Raul, o farmacêutico.

E, aproveitando que estamos com a obra O Céu e Inferno em mãos, transcreveremos mais alguns trechos, pinçados aqui e ali, das considerações de Kardec sobre o código penal da vida futura:

Não há uma única imperfeição da alma que não importe funestas e inevitáveis consequências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de um gozo. (p. 98)

Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como não há uma única ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca, mesmo para os mais perversos, por isso que constituem tais ações um começo de progresso. (p. 99)

Não há regra absoluta nem uniforme quanto à natureza e duração do castigo: – a única lei geral é que toda falta terá punição, e terá recompensa todo ato meritório, segundo o seu valor. (p. 100)

O único meio de evitar ou atenuar as consequências futuras de uma falta está no repará-la, desfazendo-a no presente. Quanto mais nos demorarmos na reparação de uma falta, tanto mais penosas e rigorosas serão, no futuro, as suas consequências. (p. 106)

Certo, a misericórdia de Deus é infinita, mas não é cega. O culpado que ela atinge não fica exonerado, e, enquanto não houver satisfeito à justiça, sofre as consequências dos seus erros. Por infinita misericórdia, devemos ter que Deus não é inexorável, deixando sempre viável o caminho da redenção. (p. 107)

A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: – tal é a lei da Justiça Divina. (p. 109)

(KARDEC, 2007d, p. 97-109 passim.) (grifos nossos.)

Fica evidente, em todos esses trechos, que, “sem perdão”, sofreremos as consequências de nossos maus atos. 

Conclusão 

Estamos plenamente de acordo com o profeta Isaías quando disse: “[...] se se perdoar o ímpio, ele não aprenderá a justiça, na terra da retidão ele se entregará ao mal e não verá a majestade do Senhor”. (Isaías 26,9-10.)

Provavelmente, Paulo, o apóstolo dos gentios, também compreendia da mesma forma o que estamos colocando: “Não se iludam, pois com Deus não se brinca: cada um colherá aquilo que tiver semeado”. (Gl 6,7.)

Continuando citando a Bíblia, temos mais um passo para justificar nosso pensamento, qual seja:

Naum 1,3: “O Senhor é paciente, mas grande em poder. O Senhor jamais deixa alguém impune. […]”.

Veja bem, caro leitor, se “o Senhor jamais deixa alguém impune”, consequentemente podemos concluir que ele também jamais perdoa; porém, fará de tudo para nos corrigir e ensinar, conforme é dito neste passo:

Eclesiástico 18,12: “A misericórdia do homem é para o seu próximo, porém a misericórdia do Senhor é para todos os seres vivos. Ele repreende, corrige, ensina e dirige, como o pastor conduz o seu rebanho”.

Ora, um pastor que se preze ama a todas as suas ovelhas, jamais as maltrata, faz de tudo para corrigi-las, ensinando-as aquilo que julga ser bom para elas.

André Luiz (espírito), pela psicografia de Waldo Vieira, afirmou: “Deus é Equidade Soberana, não castiga e nem perdoa, mas o ser consciente profere para si as sentenças de absolvição ou culpa ante as Leis Divinas”. (XAVIER e VIEIRA, 2006, p. 190.) (grifo nosso.)

Em analisando o texto, onde se encontra essa frase, a equipe da Redação do Momento Espírita conclui: “Nem castigo, nem perdão. Deus não castiga porque suas leis são de amor, e não perdoa porque jamais se ofende”. (www.momentoespirita.com.br) (grifo nosso.)

De uma mensagem que nos foi passada, para avaliação, ditada pelo espírito Silas, por intermédio da psicografia do médium Keywison F. Braga (Divinópolis, MG), transcrevemos o seguinte trecho:

[…] Deus não precisa perdoar os desacertos, devido a que não carrega ira e nem mágoa, eis que não tem orgulho, não se ofende, portanto a necessidade do perdão é exclusivamente dos seres inferiores que se deflagram com os erros que mesmo cometem. O perdão é o ato de aliviar a culpa alheia sem ter de corrigi-la; através das dificuldades o criador nos impõe o recurso da corrigenda, não pelo perdão, mas pelo amor. […] (BRAGA, 2012) (grifo nosso.)

Corrobora-se o que foi dito no parágrafo imediatamente anterior.

Mahatma Gandhi (1869-1948), segundo o escritor  Sérgio Biagi Gregório (1946- ), “quando questionado se já tinha perdoado alguém, ele simplesmente disse que nunca tinha perdoado ninguém, porque nunca se sentira ofendido. Se ele não se sentiu ofendido, não tinha o que perdoar”. (GREGÓRIO, 2007). Então, com muito mais forte razão, nós reafirmamos com absoluta convicção que Deus, o amor infinito, não perdoa, porquanto jamais se ofende.

Diante de tudo que expomos, não há como mudar de opinião; aliás, agora, mais do que nunca, acreditamos estar, sim, de acordo com os princípios doutrinários apregoados pelo Espiritismo; porém, sabemos que nossa opinião pode, ainda assim, não ser aceita; não haverá problema, pois não nos julgamos donos da verdade, mas apenas um buscador dela. 

 

Referências bibliográficas:

BRAGA, K. F. Alvorada de Bênçãos. 2012.

KARDEC, A. Revista Espírita 1859. Araras, SP: IDE, 1993e.

KARDEC, A. O Céu e o Inferno. Rio de Janeiro: FEB, 2007d.

KARDEC, A. O Evangelho segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: FEB, 2007c.

XAVIER, F. C. e VIEIRA,W. O Espírito da Verdade. Rio de Janeiro: FEB, 2006.

REDAÇÃO MOMENTO ESPÍRITA. Nem castigo, nem perdão. http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=1223&stat=3&palavras=nem%20casrigo&tipo=t, acesso em 20.06.2012, às 14h10.

GREGÓRIO, S. B. Bem-aventurados os misericordiosos in; http://www.ceismael.com.br/artigo/bem-aventurados-misericordiosos.htm, acesso em 20.06.2012, às 14h17.


 


 
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