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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 6 - N° 288 - 25 de Novembro de 2012

 
 


O joão-de-barro

 

Um joão-de-barro escolheu uma bela forquilha do galho de uma árvore para começar a construir seu ninho. Dali teria boa visibilidade de tudo que acontecia ali por perto, de modo a defender-se dos inimigos naturais da sua espécie.

Cuidadosamente, ele sobe no galho mais alto, levanta a cabecinha para sentir a direção dos ventos, e assim fica sabendo de que lado virão os ventos no inverno.

Assim, sabendo da direção que os ventos viriam, preparou-se para trabalhar, colocando a porta do lado  oposto  dos  ventos,  para  proteger  sua

família. Depois dessa providência, deu início à construção, com barro, palha, esterco fresco, pequenas folhas e gravetos.

Desse modo, bastante cuidadoso, o joão-de-barro faz sua casa como se fosse um pequeno forno, preservando sua família do vento, do frio e da chuva.

Estava ele assim, entretido com sua construção, procurando material e levando-o para cima, quando viu ali perto um belo canário que passava o tempo a procurar o que comer e a cantar.

Nos dias seguintes, o belo pássaro continuava da mesma maneira a cantar num dos galhos da árvore. O joão-de-barro, previdente, perguntou-lhe:

— Vejo que não faz outra coisa o dia inteiro que não seja comer e cantar. Não se preocupa com os dias mais frios que vão chegar?

O canário agitou as penas coloridas e respondeu num gorjeio:

— Ah, não! Gosto mesmo é de voar por aí, cantar as belezas do dia e, quando tenho fome, procuro algo para comer. Vivo muito bem assim!

O joão-de-barro calou-se e foi cuidar do seu serviço.

No entanto, o canário estava sempre ali, de um galho para o outro, enquanto o construtor prosseguia na sua tarefa. Um dia o pássaro perguntou:

— João-de-barro, por que tanto cuidado em fazer seu ninho? Dá tanto trabalho! Você não para o dia inteiro!...

O joão-de-barro, que colocava um pouco de barro na parede de sua casa, respondeu:

— Faço isso porque não quero que minha família tome chuva e passe frio. Quero vê-la bem abrigada no inverno, quando o vento forte chegar.

O belo canário ouviu e fez pouco caso, respondendo:

— Eu não! Eu gosto de viver à vontade! Quando tenho necessidade de me abrigar, procuro algum lugar na mata e sempre encontro. Assim, não vejo por que trabalhar tanto!

— Vamos ver! – disse o previdente joão-de-barro.

Após mais de duas semanas, o prestimoso construtor deu por terminada sua casa. Enfeitou-a e sua esposa acomodou-se nela.

Todavia, justo naquele dia, o tempo começou a piorar. Fortes ventos sopravam fazendo com que as árvores se inclinassem e as folhas caíssem dos galhos.

O pássaro cantor, assustado ante a violência do vento e das nuvens escuras que cobriam o céu, apagando a luz do sol, procurou se esconder em algum lugar. Mas nada conseguia, pois os lugares mais seguros já estavam ocupados.

Agarrado no seu galho, ele suplicava:

— Piedade, joão-de-barro! Acuda-me! Estou correndo perigo!...

E o joão-de-barro, da porta da sua bem construída casinha, com sua voz forte e estridente dizia:

— Você não se preocupou com sua segurança. Agora aguente!     

Nesse momento a chuva começou a cair, pesada e forte, e as rajadas de vento levavam os grossos pingos da tempestade, que batiam no corpinho do canário, que procurava se agarrar num ramo da árvore, apavorado.

Nesse momento, o joão-de-barro, vendo a situação do canário, vencendo as tendências

da  sua espécie, se condoeu.  

— Venha! Abrigue-se na minha casa!

Ouvindo-o, o canário, aliviado, procurou chegar até a casinha dele. Mas era muito difícil! A tempestade não permitia que ele se movesse com rapidez. Assim, com grande dificuldade conseguiu chegar.

Na porta, chacoalhou as penas pesadas de chuva, para não molhar a casa, e entrou. Ali o ambiente era tranquilo, a temperatura era gostosa e tudo estava sequinho.

Admirado, o pássaro colorido disse para seu amigo joão-de-barro:

— Você tinha razão. Fui imprevidente e quase morri por conta disso. Obrigado, joão-de-barro. Enquanto você trabalhava, eu me divertia aproveitando a vida. Agora vejo que você estava certo. É preciso pensar nos dias difíceis da vida. Mas eu não sei construir casa como você! Faço ninho, quando tenho uma companheira, para que os ovos fiquem protegidos e os filhotes nascerem. Mas é só! E num dia assim, meu ninho não resiste!

Mas o joão-de-barro, com serenidade, respondeu:

— É assim mesmo, meu amigo canário. Cada um com seu jeito de ser.

A companheira do joão-de-barro veio para a sala e ficou ouvindo os dois conversarem.

Ao terminar a tempestade, o belo pássaro deixou a casa despedindo-se dos novos amigos:

— Muito obrigado. Se não fosse sua generosidade, joão-de-barro, hoje eu teria morrido.

O sábio joão-de-barro pensou um pouco, e respondeu:

— Acho que devemos nos ajudar mutuamente. Afinal, somos todos filhos de um mesmo Pai, que nos fez diferentes para alegrar a Criação, colocando mais colorido na vida, de modo que cada um contribua com sua parcela para o enriquecimento da vida de todos. Minha espécie, por exemplo, é de construtores experientes. A sua é constituída de belos cantores, que saúdam o sol e embelezam a Natureza. Mas todos nós contribuímos para a grandeza da Vida.

O belo pássaro ouviu admirado a sabedoria do joão-de-barro e, em agradecimento, despediu-se com belo canto, abrindo as asas e alçando-se aos céus.

Ele deixava aquela casa sentindo-se enriquecido intimamente.
 

                                                                  MEIMEI


(Mensagem recebida por Célia Xavier de Camargo, em Rolândia-PR, em 5/11/2012.)

 

 


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