WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Especial Inglês Espanhol    

Ano 5 - N° 241 - 1º de Janeiro de 2012

LEONARDO MACHADO
leomachadot@gmail.com
Recife, Pernambuco (Brasil)

 


Leonardo Machado

As quatro nobres
verdades e a visão
espírita do sofrimento
 

 

E é nisto que se resume o sofrimento: cai a flor, — e deixa o perfume
no vento!
Cecília Meireles [1]

 
Possivelmente, para muitos, a ideia de que o Reino de Deus, e portanto a luminosidade, encontra-se no interior das criaturas vai de encontro à constatação corriqueira do sofrimento na vida dos seres.

Como ser luz e, ao mesmo tempo, sofrer? – pode-se questionar.

Por mais paradoxal, porém, que isto possa parecer, a realidade ensinada pelas mais diversas tradições tende a nos levar nesta direção.

Tratando do assunto, por exemplo, Allan Kardec, escrevendo sobre o código penal da vida futura segundo a visão espiritista, colocaria que o sofrimento é inerente ao grau de imperfeição do indivíduo. Por conseguinte, quanto mais evoluído, maior número de qualidades - “perfeições” - e, assim, menos cota de aflição.

Desta forma, as injunções externas não seriam as determinantes do sofrer, mas as disposições internas para se encarar tal ou qual situação.

Consequentemente, aquele que tenha a visão da poetisa poderá ver na dor não necessariamente a gênese de um sofrimento, mas o desabrochar de um aprendizado – de um perfume.

Todos, portanto, passariam por dores – que nos falam de uma esfera mais física, neurobiológica –; mas nem todos experimentariam sofrimento – que poderia ser interpretado no campo mais psíquico da aflição. [2] 

Segundo Buda, a vida é repleta de sofrimento 

Por isto, a fala budista recomenda que o homem seja semelhante ao sândalo que deixa um aroma agradável no machado que o fere.

Indo, contudo, além, Buda constatou algo semelhante ao já exposto acima, dizendo que:

1.                 A vida é repleta de sofrimento[3];

2.                 E este sofrimento é causado pelo apego do ser à ilusão.

3.                 A libertação total do sofrimento, no entanto, é possível, por meio da iluminação.

4.                 Neste sentido, é preciso aprender e seguir o caminho que leva à iluminação.

Tais preceitos são conhecidos como as quatro nobres verdades e, segundo as tradições do budismo, foram vislumbradas pelo Buda no momento de sua iluminação.

Elas seguem o princípio da causalidade.

Sendo assim, a segunda é a causa da primeira; enquanto que a terceira é o efeito causado pela quarta.

Desta maneira, ao fazer isto, “Buda começou por descrever o problema, depois explicou sua causa. Em seguida, contou a solução do problema e ensinou como chegar à solução”. [4] 

Quando se extingue o “eu”, não há pecado 

Verifica-se, claramente, que, traduzindo-se ilusão por imperfeição e iluminação por perfeição, se tem o mesmo conceito kardequiano.

Outrossim, no bojo do próprio Hinduísmo, encontram-se tais visões. Por isto, Gandhi escreveu que “o Ego é a raiz de todos os erros e pecados. Quando se extingue o ‘eu’, não há pecado”. [5]

Por isto, Krishna recomendava, como meio de se acabar com a ilusão/imperfeição, várias ações, dentre as quais – liberação do orgulho e da vaidade, não-violência, perdão, firmeza, autodomínio, ausência de apego, mente equilibrada diante dos acontecimentos bons e maus...

Deste modo, ao que se depreende, quando a luminosidade divina se fizer totalmente presente nas criaturas, a realidade de sofrimento não mais existirá.

Nesta instância, passar-se-á por dores, doenças, imposições atrozes e até mesmo injustiças mundanas; ter-se-á, contudo, serenidade e paz, constituindo todas estas situações, como escreveu a poetisa, em perfumes de engrandecimento da alma.

“No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” - Jesus [6]

 

Leonardo Machado, radicado em Recife-PE, é médico residente na área da psiquiatria e um dos colaboradores desta revista


[1] Poesia extraída do livro "Antologia Poética”

[2] Esta diferenciação não é necessariamente científica ou aureliana, contudo está posta desta maneira para facilitar a diferenciação, e a compreensão, destas duas esferas.

[3] Ou insatisfação, segundo alguns.

[4] Explicações dadas pelo monge Hsing Yün

[5] Em comentários ao Bhagavad Gita.

[6] João 16:33

 

                                                


 

Para expressar sua opinião a respeito desta matéria, preencha e envie o formulário abaixo.
Seu comentário poderá ser publicado na seção de cartas de uma de nossas futuras edições.
 

  Simulador de configuracoes FORMMAIL

Nome:
E-mail:
Cidade e Estado:
Comentarios:
 


 

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita