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Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 4 - N° 187 - 5 de Dezembro de 2010

 

A bicicleta

 

Maurício estava muito chateado. Desejava correr, brincar, subir nas árvores, jogar bola e não podia. Pela janela da sala ele via que o dia estava ensolarado e que as crianças brincavam lá fora. Somente ele não podia brincar.  

Sentado em uma cadeira de rodas, que a mãe emprestara para que ele pudesse se locomover com mais facilidade, sentia-se irritado, nervoso. Olhou a perna inteiramente engessada e suspirou impaciente. 

A mãe, que entrava nesse instante, vendo a expressão do menino, perguntou: 

— Por que está assim nervoso, meu filho? Está com dor?        

O garoto lançou um olhar para a mãe, como se ela não entendesse nada, e respondeu: 

— Por acaso, mamãe, acha que é bom ficar preso numa cadeira de rodas, como eu? Nem posso brincar com os amigos!... 

A mãe com toda a calma sentou-se no sofá, perto do filho, e disse: 

— Eu acho, Maurício, que a sua situação é muito melhor do que a de um grande número de pessoas, inclusive crianças, que são obrigadas a se locomover numa cadeira de rodas por não terem outra opção.         

— Mas eu vou ficar um mês inteiro andando nessa cadeira horrorosa!... 

— Como eu disse, há crianças que ficam a vida inteira. Você, meu filho, apenas fraturou a perna e logo poderá voltar a andar. Agradeça a Deus por isso! 

— Eu? Agradecer por ter quebrado a perna?...   

Com serenidade a mãe respondeu: 

— Sim! Poderia ter sido muito pior!... Além disso, pense no motivo que o levou a se machucar. Reflita bastante e veja como Deus é bom.        

O menino baixou a cabeça, mantendo-se calado, e a mãezinha sugeriu:        

— Maurício, vamos sair um pouco de casa. Vai lhe fazer bem.         

A mãe empurrou a cadeira de rodas até o quintal e, acomodando-o na sombra de uma grande árvore, disse: 

— Meu filho, aproveite o momento e observe a Natureza. Veja o que você tem a aprender com ela. Agora vou preparar o almoço.  

A senhora entrou, deixando-o sozinho no quintal.  

Maurício começou a olhar as plantas, os pássaros, a brisa fresca que soprava. Olhou para uma árvore à sua frente e notou que o

chão estava coberto de folhas velhas, mas que a copa se renovava com outros brotos que estavam nascendo. Viu que os passarinhos aproveitavam seus galhos para construir os ninhos. Prestando atenção, ele viu mais: que as formigas, insetos e pequenos animais se beneficiavam daquela árvore, fazendo dela seu refúgio. 

Ele olhou para o solo e viu que, no meio das flores que sua mãe plantara, outras sementes, caindo, haviam também brotado, gerando novas mudas e muito mais flores.  

Depois de analisar tudo ao seu redor, Maurício lançou o olhar sobre si mesmo. Aprendera na escola que as células do corpo se renovam, jogando fora as células velhas e gerando outras novas, num trabalho de reconstrução permanente, sem necessidade de qualquer ação da nossa parte.  

Então, refletindo, Maurício entendeu: 

— Preciso ter a paciência da Natureza, que trabalha sem cessar, mostrando-se sempre renovada. Eu também tenho que ter paciência para recuperar os ossos fraturados.  

E, ao pensar no tombo, Maurício lembrou-se do momento em que caíra. Ele ficara irritado com Sara, a irmã mais nova, que pegara sua bicicleta sem pedir permissão. Ao vê-la chegar com a sua bicicleta de estimação, Maurício encheu-se de raiva. O sangue subiu-lhe à cabeça e ele não enxergou mais nada. Pegando um pau no chão, avançou para cima da menina, que começou a gritar, apavorada. 

— Socorro! Mamãe acuda!... 

Nesse exato momento, Maurício tropeçou na raiz de uma árvore, e caiu no chão. Imediatamente sentiu uma dor intensa e não conseguiu se levantar. Ao cair de mau jeito, ele havia fraturado dois ossos: um do pé e outro da perna.

Diante dessa lembrança e do que poderia ter acontecido, Maurício começou a chorar. Sua mãe tinha razão. Se não houvesse caído, talvez tivesse causado um dano muito maior a Sara!         

Então, o garoto reconheceu que Deus tinha sido muito bom com ele, impedindo-o de cometer uma ação que certamente iria lamentar o resto da vida. Elevando o pensamento ao Pai, ele fez uma prece agradecendo por ter sido impedido de machucar a irmã.  

Nesse instante, a menina chegou da escola e foi até junto dele, perguntando com sua voz infantil: 

— Oi, Maurício! Você está melhor? 

— Muito melhor, Sara! Obrigado por perguntar — respondeu sorridente. — A propósito, queria lhe dizer que você pode andar na minha bicicleta, viu?        

O rosto da garotinha se iluminou: 

— Verdade? Você não vai brigar comigo?...        

— Não. Pensando bem, vou fazer mais ainda. Como vou ficar um bom tempo engessado, dou-a de presente a você! Na verdade, ela está pequena para mim.         

A menina ficou emocionada e abraçou-o com carinho e gratidão. 

— Obrigada, Maurício!         

— Muito bonito o que você fez, meu filho.  

Ele trocou um olhar com a mãe e respondeu com os olhos úmidos: 

— A senhora tinha razão, mãe. Deus é muito bom e nos ajuda dando sempre o melhor. Podemos até não entender na hora, mas Ele sabe o que faz e nos dá o que precisamos. E, com isso, nos concede a oportunidade de aprender a controlar a cólera e de exercitar a paciência!...  

Em pouco tempo, Maurício estava bem melhor, já podia andar de muletas e logo voltou à vida normal. Porém, nunca esqueceu aquela lição que lhe serviria para o resto da vida.   


                                                         Meimei 

 

(Recebida por Célia X. de Camargo, em 15/11/2010.)     



 


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