WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
Espiritismo para crianças - Célia Xavier Camargo - Espanhol  Inglês
Ano 4 - N° 185 - 21 de Novembro de 2010

 

A surpresa do rei

 

Há muito tempo atrás, existia um rei que vivia dentro de um castelo maravilhoso, onde tinha tudo de que precisava.

Escravos o cercavam, atendendo-lhe aos menores desejos. Seus trajes eram luxuosos, usava os melhores perfumes e sua mesa era farta.

Para alegrar seus dias, músicos tocavam lindas melodias, enquanto jovens e belas escravas dançavam para ele.

Apesar de ter tudo, esse rei não era feliz.

Um dia, resolveu sair do castelo para conhecer o reino.

Vestiu o traje simples dos escravos e saiu, sem que ninguém percebesse, pelo grande portão do palácio.

Andou bastante pela cidade percorrendo todos os lugares. Viu cada súdito a trabalhar nas suas múltiplas atividades: havia comerciantes, ferreiros, carroceiros, padeiros, camponeses. Observou suas casas, muito pobres, onde crianças magras, sujas e malvestidas, brincavam nas ruas no meio da sujeira.

Incomodado com o mau cheiro, o soberano desejou sair da cidade e conhecer o campo, onde certamente o ar seria mais puro. Andou bastante e, sentindo-se cansado, procurou um lugar para descansar.

Notou um rapazinho sentado à sombra de uma grande árvore e resolveu aproveitar a oportunidade para saber o que o povo pensava do rei.

Aproximou-se e perguntou:

— Meu jovem, de quem são estas terras que estão sendo cultivadas?

O rapazinho respondeu, sem titubear:

— Do rei, meu senhor.

Então, orgulhoso, o rei encheu o peito e exclamou:


— Ah!... Com certeza um rei tão bom, que permite que seus súditos trabalhem a terra para ele, deve ser muito amado pelo seu povo!...

O rapazinho deu uma risada, e respondeu:

— Bom?... Os súditos são obrigados a trabalhar para o rei e nada recebem pelo serviço, ficando apenas com os grãos que caem no solo e que eles recolhem, e que são insuficientes para manter a família. Passam fome e privações.

— Mas, eu pensei...

— Nosso rei é detestado por todos. Vive no palácio, onde tem de tudo, e não se preocupa com o bem-estar do seu povo.

Surpreso, o rei empalideceu e gaguejou:

— Mas os assessores do rei não ajudam as pessoas?

O garoto riu novamente, explicando:

— Os assessores do rei ajudam a eles mesmos. São desonestos e visam só os próprios interesses. Por isso, uma parte da colheita vai para o rei, e a outra parte, que deveria ficar com os camponeses, vai para os bolsos dos funcionários do nosso soberano, que já ganham um bom salário. E para os camponeses, nada! 

O rei estava perplexo com as notícias. No entanto, ciente da sua posição privilegiada, defendeu-se:

— Meu jovem, se o rei nasceu de família real, tem direito ao poder e à riqueza por Vontade Divina, sendo todos os súditos obrigados a obedecer-lhe!

O rapazinho pensou um pouco, depois considerou:

— Não penso assim, senhor. Se Deus fez com que o nosso rei tivesse poder e riqueza, é para que ajude e socorra seus súditos que nada têm! Afinal, não somos todos nós filhos de Deus? Caso contrário, como ele recebeu do Senhor essas condições de vida, o rei também poderá perder a oportunidade que lhe foi concedida.

Ao ouvir estas palavras da boca de um rapazinho, quase uma criança, o soberano ficou pensativo. Envergonhado, o rei encolhia-se. Depois, murmurou para se defender:

— Mas certamente o rei não sabe o que estão fazendo em nome dele!...  

— Porque nunca se preocupou com o povo. Fecha-se dentro do palácio e confia em funcionários que não merecem.

O rei baixou a cabeça e encolheu-se ainda mais. O rapazinho tinha razão.

— Como é seu nome?

— André, senhor.

— Foi muito bom conversar com você, André.

Depois o rei levantou-se e foi embora, pensativo.

No dia seguinte, André estava em sua casa quando dois guardas vieram buscá-lo da parte do rei. O garoto começou a tremer, imaginando que aquele desconhecido do dia anterior o tinha denunciado ao soberano por ter dito o que pensava sobre o rei.

Ao chegar ao palácio, trêmulo e apavorado, foi conduzido até a sala do trono. Conforme se aproximava do trono ele reconheceu, com imensa surpresa, o desconhecido. Estava vestido luxuosamente e na cabeça tinha uma bela coroa, mas era o homem com quem conversara, tinha certeza!...

Jogou-se no chão em lágrimas, aguardando o momento de ser levado

para a prisão. Porém o rei levantou-se com um sorriso e, diante do rapazinho apavorado, disse:

— André, você me deu uma grande lição ontem. Considerava-me superior a todas as pessoas. Você mostrou-me que estava errado e que precisava cuidar mais de meu povo. A partir de hoje, você vai me ajudar a governar com sabedoria, justiça, trabalho e amor. Iremos para junto do povo, saber o que as pessoas pensam, desejam e quais suas necessidades. E, assim, todos terão uma nova vida a partir de agora!

O rei abraçou André, que chorava de alegria com a certeza de que uma nova realidade iria mudar suas vidas.

— Precisei de um rapazinho para conhecer a verdade que ninguém teve a coragem de me dizer — disse em voz alta, para que todas as pessoas que ali estavam escutassem sua decisão.

E, diante de ministros, assessores e súditos envergonhados, o soberano proclamou:

— A partir de hoje, André será o Conselheiro Real.      

Agradecido pela oportunidade de ajudar seu povo, André elevou o pensamento a Deus, certo de que uma nova era plena de trabalho e de bênçãos iria começar para todo o Reino. 

                                                              Meimei


(Recebida por Célia X. de Camargo, em 18/10/10.)            



 


Voltar à página anterior

 

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita