Questões vernáculas

por Astolfo O. de Oliveira Filho

 
Uma leitora pergunta-nos por que “cor-de-rosa” tem hífen e “cor de vinho” não tem.

O motivo real não sabemos; certamente o fato se deve a uma questão de tradição. É por isso que, mesmo com a restrição que o recente Acordo Ortográfico impôs ao uso do hífen, continuam sendo grafadas com hífen as locuções e expressões seguintes, que alguns entendem que já foram consagradas pelo uso:

água-de-colônia

arco-da-velha

pé-de-meia

mais-que-perfeito

cor-de-rosa

coração-ardente

coração-de-estudante

coração-de-maria

água-benta

água-furtada.

Os casos acima, e há muitos outros exemplos, constituem, em verdade, exceções à regra pactuada no citado Acordo, segundo a qual não se usa hífen nas locuções em geral, sejam elas substantivas, adjetivas, adverbiais etc.

Dessa forma, não têm hífen as locuções ou expressões abaixo relacionadas:

à vontade

cão de guarda

café com leite

cor de vinho

cor de carne

fim de semana

fim de século

quem quer que seja

um disse me disse      

bumba meu boi

tomara que caia

arco e flecha

tão somente

ponto e vírgula

cor de burro quando foge

água de cheiro

à toa  

dia a dia.

Comparemos agora estas locuções: “água-de-colônia” e “água de cheiro”. A primeira com hífen; a segunda, não.

Ora, trata-se de expressões igualmente consagradas pelo uso, o que nos leva à conclusão de que a melhor coisa, para evitar erros, é consultar o VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, sempre que tivermos dúvida a respeito do assunto. Para acessar a página do VOLP na Web, clique aqui



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita