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Ano 10 - N° 464 - 8 de Maio de 2016

EURÍPEDES KUHL
euripedes.kuhl@terra.com.br
Ribeirão Preto, SP (Brasil)

 
 

Eurípedes Kühl

Evolução
 do princípio inteligente

Espíritos – Origem – Criação Allan Kardec, ao codificar a Doutrina dos Espíritos perguntou-lhes às questões nº 78, 79 e 81 de O Livro dos Espíritos (“LE”) a origem, quando e como os Espíritos foram criados. Obteve como resposta, da parte de Espíritos elevados, em síntese: — Como e quando: ninguém o sabe; aí é que está o mistério. A origem é igualmente mistério.

E aduziram: — Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente e Deus os cria sem cessar.

Mais adiante, à questão 613 do “LE”, Kardec deixou registrado:

O ponto inicial do Espírito é uma dessas questões que se prendem à origem das coisas e de que Deus guarda o segredo. Dado não é ao homem conhecê-las de modo absoluto, nada mais lhe sendo possível a tal respeito do que fazer suposições. Os próprios Espíritos longe estão de tudo saberem e, acerca do que não sabem, também podem ter opiniões pessoais mais ou menos sensatas. É assim, por exemplo, que nem todos pensam da mesma forma quanto às relações existentes entre o homem e os animais. Segundo uns, o Espírito não chega ao período humano senão depois de se haver elaborado e individualizado nos diversos graus dos seres inferiores da Criação. Segundo outros, o Espírito do homem teria pertencido sempre à raça humana, sem passar pela fieira animal.

(...) Tudo isso são mistérios que fora inútil querer devassar e sobre os quais, como dissemos, nada mais se pode fazer do que construir sistemas (...) cujo conhecimento atual nada importa ao nosso progresso e sobre as quais (relações misteriosas entre os homens e os animais) seria inútil determo-nos. Isso, repetimos, está nos segredos de Deus.

Não sei se interpreto bem essas palavras de Kardec, mas aqui elas parecem sinalizar que o Codificador preferiu não endossar nem reprovar detalhes de estágios do Princípio Inteligente (P.I.) nos reinos inferiores. Seu pensamento era que por estar o ponto inicial do Espírito nos segredos de Deus, debalde o homem tentará decifrá-los.

Mas... não foram e nem são poucos os estudiosos espíritas que com muita boa vontade e sinceridade expressam reflexões a respeito, em particular sobre a eventual permanência inicial do Espírito — ainda na fase de Princípio Inteligente —, nos reinos mineral e vegetal, após criado...

Tais reflexões não são unânimes, havendo-as pró e contra. No entanto, todas devidamente abalizadas, segundo a bibliografia em que escoram. Daí a controvérsia. Unanimidade, só quanto ao fato espiritual de que o ser humano um dia foi animal irracional.

Aqui compareço tateando tais reflexões e acrescentando mais uma...  

Ideias sobre a criação do homem Crenças seculares davam conta de um “paraíso terrestre” (o Éden), no qual habitava Adão e depois Eva, paraíso esse perdido por imprudência (?) de ambos...

Já as Ciências (Arqueologia, Biologia, Física, Química) registram os degraus evolutivos do homem, contemplando o “evolucionismo”;

Nota: A Ciência moderna refuta o “criacionismo” (doutrina que sustenta que Deus cria a alma de cada pessoa infundindo-a no corpo). Os cristãos de tendência fundamentalista invocam os relatos bíblicos (Gênese I, II e IX) para justificar este modo de aparecimento das espécies.

O Espiritismo, proclamando a Justiça Divina e a reencarnação, a bordo da “fé raciocinada”, registra os degraus evolutivos do Espírito (ou “homem espiritual”). Em síntese proclama ainda:

- Deus é o Criador incriado, de tudo e de todos;

- De Deus emana o Fluido Cósmico Universal, que se subdivide em:

Princípio espiritual: (mônada que se constitui no Princípio Inteligente — P.I. — que ao evoluir se converte em Espírito). O Espírito André Luiz, em “Evolução em Dois Mundos”, Cap. III, item Evolução e corpo espiritual, p. 31-32, 11ªEd., 1989, FEB, RJ/RJ definiu “mônada celeste” como sendo o P.I. em suas primeiras manifestações, ou seja, na primeira fase da evolução do ser vivo.

O Espírito Emmanuel, em “A Caminho da Luz”, Cap. I, item O Verbo na criação terrestre, 13ªEd., 1985, FEB, RJ, detalha como surgiu a vida na Terra e registra quando foram  dados os primeiros passos no caminho da vida organizada, complementando que nasceu no orbe o protoplasma e com ele “lançara Jesus à superfície do mundo o germe sagrado dos primeiros homens”.

Princípio Material: (do qual resulta toda a matéria existente no Universo). 

Estágios iniciais do Princípio Inteligente Sem inaugurar polêmica deixo aqui registrado meu pensamento, o qual de forma alguma contém ousadia ou desrespeito a Kardec: refletindo e analisando, opino (apenas opino...) que o Princípio Inteligente (P.I.) estagiou, sim, nos reinos mineral, vegetal e animal. Sendo “célula espiritual”, inconsciente, reflito que, após a sua criação, Espíritos siderais monitoraram integralmente os estágios iniciais naqueles dois reinos.   

No reino mineral 

Louvo-me na seguinte reflexão: é na sua passagem pelo reino mineral que o P.I. automaticamente absorve um condicionamento que irá acompanhá-lo por todos os demais estágios: o da agregação atômica (união ordenada de átomo a átomo formando um corpo individual) e ainda incorpora nuanças expressivas das forças de atração e coesão molecular. Como exemplo cito os bem ordenados sistemas cristalinos, ou sistemas cristalográficos (um mineral tem estrutura cristalina, ou seja, os átomos que o constituem distribuem-se ordenadamente no espaço).

Voando rasteiro (sujeito pois a bem depressa cessar de fazê-lo) lembro que nosso corpo físico — maravilha que somente a Sabedoria Divina poderia engendrar — é todo ele oriundo do reino mineral.

Encontro arrimo nos seguintes pareceres:

- Jorge Andréa dos Santos, consagrado estudioso espírita, em “Impulsos criativos da evolução”, Cap. I, item Origem da vida, p. 42, 3ª Ed., 1995, Sociedade Editora Espírita F.V.Lorenz, RJ: - Milhões e milhões de anos desfilam e as energias puras, inconscientes da sua mecânica, sem experiências, percorrem a escala evolutiva... É o princípio inteligente marchando, vitorioso, em constante e ordenada busca: a individualização!

- Léon Denis, em “O problema do ser, do destino e da dor”, 1ª Parte, item IX, Evolução e finalidade da alma, pg.123, 17ª Ed., 1993, FEB, RJ/RJ: Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; a partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas.

- J. Herculano Pires, em “Agonia das Religiões”, cap. VI, item A criação do homem, 3ªEd., 1989, Ed. Paideia, SP/SP: Do átomo nasce o minério, deste o vegetal, deste o animal, deste o homem e deste o anjo, o Arcanjo e quantas criaturas espirituais quisermos enumerar.

- O Espírito André Luiz, pela psicografia de Chico Xavier, no livro “No Mundo Maior”, Cap. 3, A casa mental, p. 45, 7ª Ed., 1977, FEB, RJ, repete palavras do Instrutor Calderaro: A crisálida de consciência, que reside no cristal a rolar na corrente do rio, aí se acha em processo liberatório; as árvores que por vezes se aprumam centenas de anos, a suportar os golpes do Inverno e acalentadas pelas carícias da Primavera, estão conquistando a memória; a fêmea do tigre, lambendo os filhinhos recém-natos, aprende rudimentos do amor; o símio, guinchando, organiza a faculdade da palavra.

- Ainda André Luiz, no já citado “Evolução em Dois Mundos”, 1ª Parte, Cap. III:

Das cristalizações atômicas e dos minerais, dos vírus e do protoplasma, das bactérias... o P.I. ensaiou durante milênios...; de estágios em estágios... a mônada vertida do Plano Espiritual sobre o Plano Físico atravessou os mais rudes crivos da adaptação.

- Ainda do mesmo autor e obra, 1ª Parte, Cap. VI: Genealogia do Espírito: (...) Com a Supervisão Celeste, o princípio inteligente gastou, desde os vírus e as bactérias das primeiras horas do protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhões de séculos, a fim de que pudesse, como ser pensante, embora em fase embrionária da razão, lançar as suas primeiras emissões de pensamento contínuo para os Espaços Cósmicos.  

No reino vegetal 

Novamente pelo Espírito André Luiz, ao longo da obra “Evolução em Dois Mundos”, cita fases evolutivas e características dos vegetais:

- Manifestações + avançadas (fotossíntese, por ex.)

- Nascimento / alimentação / crescimento / reprodução / morte

- Expressões iniciais de sensibilidade

- Expressões iniciais de sexualidade:

         - plantas fanerogâmicas (hermafroditismo)

          (phaneros = aparente  +  gamos = união)

         (órgãos de reprodução aparentes = flores)

         - plantas criptogâmicas (reprodução sexuada)

         (kryptos = oculto  +  gamos = casamento)

- O determinismo cósmico dirigirá as colônias vegetais a um procedimento padrão, limiar do modo de vida dos animais, cujas espécies agem por instinto sempre da mesma forma.

- Colônias de vegetais de uma mesma espécie ajuntando-se e simultaneamente convivendo com imensas e diversas variedades de outros vegetais (florestas, por exemplo), em gregarismo que pode ser expressão de psiquismo rudimentar.

Minha opinião — que como tal não passa mesmo de opinião pessoal — é a de que o P.I. estagia no mineral, a seguir no vegetal (milhares e milhares de anos decorrem nesses dois estágios, quem sabe?), onde lhes são acoplados, por e sob ordenamento e supervisão de Espíritos Siderais, agentes devidamente arrimados por Jesus, este, por sua vez, como  Cristo (ungido por Deus):

- do reino mineral: sistema de agregação molecular, isto é, união dos átomos.

Lembrando que, de futuro, serão vários minerais fragmentados que constituirão molecularmente corpos orgânicos — de todos os seres vivos;

- dos vegetais: dotação de vitalidade e dos sublimes metabolismos de vida orgânica (nascimento, crescimento, reprodução, morte, renascimento etc.).

Depois disso cada PI torna-se individualizado (q.79 do “LE”), ingressa no reino animal e penso que então é-lhe atribuída pelos Espíritos superiores (Ministros de Deus?) uma “alma inferior à do homem” (q. 597 “LE”); o P.I. sofre uma transformação e se torna espírito (q.607 “LE”).

Daí pra frente ficam as espécies submetidas à Lei Divina do Progresso, isto é, trilhar a longa fieira da evolução.

Obs.: Reportando-me à evolução das espécies: animais que se humanizam, esse é outro tema controverso. Yvonne A. Pereira e André Luiz referem-se apenas a pouquíssimas espécies. Já a Teosofia é pródiga quanto a isso... Mas este instigante tema não tem aqui espaço adequado a reflexões.

Ressalto que sou dos que creem que nos dois estágios iniciais o P.I. (a mônada) é integralmente inconsciente e tutelado por Espíritos superiores.

O Espírito André Luiz registra que essa tutela permanece parcialmente nos animais ao receberem deles automatismos fisiológicos, específicos para cada espécie.

Voltando ao P.I.: não tenho notícia de que Espírito algum tenha dito que nos minerais ou nos vegetais há alma. Kardec registra que isso só acontece a partir dos animais.

Aliás, considero inviável acreditar que um rochedo, com bilhões de anos, tenha “alma”; o mesmo para vegetais, alguns milenares. Contudo, que possam ser berço vestibular para futuras almas (os P.I.), aí já não tenho objeção.

Enfim, eu seria um grande tolo se imaginasse que minhas opiniões são “certezas”. Todas não passam de análises, reflexões, possibilidades.

A seguir, a opinião de alguns espíritas estudiosos do assunto: 

Concepções espíritas Como anotei, de início, trata-se de matéria controversa entre os espíritas, de Kardec aos nossos dias. Aliás, Kardec previu-o...

Se a Ciência define a matéria como sendo orgânica e inorgânica, já o Espiritismo tem como premissa que quatro são os reinos: o mineral, o vegetal, o animal e o hominal. (Por minha conta acrescento mais um: o reino angelical...).

Duas perguntas sobre a ardente questão:

— O P.I. ao ser criado inicia estágio evolutivo nos reinos inferiores (mineral e vegetal), apenas no reino animal, ou diretamente no reino hominal?

— Se vem de reinos inferiores, estagiou em quais?

Estudos e opiniões existem, prós e contras. Enumero algumas concepções: 

No reino mineral (no protoplasma primitivo) 

Gabriel Delanne, em “A Evolução Anímica”, Cap. 6, item A evolução cósmica, 7ªEd., 1992, FEB, RJ/RJ. Protoplasma = É no seio dos mares primitivos... que se formou essa massa viscosa, primeira manifestação da vida inteligente, que deve desenvolver-se progressiva e paralelamente, e produzir a inumerável multidão de formas vegetais e animais, para chegar, após uma série de séculos ou milênios, à obra tão pacientemente perseguida: — a aparição do ser consciente — o homem. 

À questão nº 540 do “LE“ encontramos:

“Tudo se encadeia na Natureza: do átomo primitivo até o arcanjo, que também começou por ser átomo”.

Ainda no “LE”, temos a questão 607:

— (...) Se pode considerar a alma como tendo sido o princípio inteligente dos seres inferiores da criação?

— (...) Nesses seres (“os seres inferiores da criação”), cuja totalidade estais longe de conhecer, é que o princípio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e se ensaia para a vida. É de certo modo um trabalho preparatório, como o da germinação, por efeito do qual o princípio inteligente sofre uma transformação e se torna Espírito.

(Temos aqui afirmação clara de que o P.I. se transforma em Espírito.)

Mas, como veremos, algumas dessas assertivas sofreram reparos posteriormente...                  

No reino vegetal 

À questão nº 591 do “LE” encontramos:

“Nos mundos superiores, plantas são sempre plantas, animais sempre animais e os homens sempre homens”;

Assim, vou logo passar para o reino animal, cujos registros na Codificação praticamente excluem que o P.I. tenha estagiado tanto no reino mineral quanto no vegetal (eu disse que não há consenso...). 

No reino animal 

Alguns espíritas aceitam a criação do P.I. a partir do reino animal, considerando que as questões nº 606 e 607 do “LE” nada objetam a tal interpretação. Baseiam-se na questão nº 606:

“Alma humana e do animal emanam de um princípio único, porém, no homem, passou por uma elaboração que a coloca acima da que existe no animal”;

Já André Luiz, em “Missionários da Luz”, cap. 13, p. 234, 21ª Ed., 1988, FEB, RJ, diz por Alexandre: “(...) lembre-se de que os organismos mais perfeitos da nossa Casa Planetária procedem inicialmente da ameba”. 

No reino hominal
 

Aqui, nenhuma controvérsia. Até porque se encontra na questão nº 115 do “LE”: “Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes”.

Mas, se é no reino hominal que o P.I. se transforma em Espírito (questão nº 607-a do “LE”), formulo a pergunta: e antes, onde estava?...

De qualquer forma, “adentrando no período de Humanidade” o Espírito estará equipado pela Providência de três sublimes potencialidades com as quais rumará para toda a eternidade:

                   a. Pensamento e Inteligência contínuos

                   b. Livre-arbítrio

                   c. Consciência (onde estão gravadas as Leis Morais). 

 

Nota do Autor: 

Sugiro aos interessados em maiores e melhores reflexões sobre o progresso do Espírito, desde sua criação, que leiam a judiciosa e amplamente informativa obra: A EVOLUÇÃO DO PRINCÍPIO INTELIGENTE, de Durval Ciamponi, 2001, Ed. FEESP,SP/SP.



 


 
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