Joias da poesia
contemporânea

Autoria: Jair Presente

 

Painel da Terra

 

A sua pergunta é clara,

Meu caro Altino Segundo:

De que modo sinto aqui

Os sofrimentos do mundo?

 

Recorde você: a morte

Nenhum prodígio me traz,

Desencarnado me vejo

O mesmo pobre rapaz.

 

Sondo a imensa luta humana…

Será ela a dor dos povos,

No parto longo e difícil

Dos sonhados tempos novos?

 

Em toda parte, é a pressão

Da chamada “guerra fria”

E a violência lembrando

Treva densa que se amplia…

 

Adultos desesperados,

Delinquência juvenil

E o tóxico caminhando

De forma oculta e sutil.

 

As mortes por acidentes

Sejam na Terra ou no Ar,

Pelos irmãos que nos chegam

Ninguém consegue contar.

 

Anoto as calamidades:

Terremotos e vulcões,

Ciclones e tempestades,

Abortos e provações.

 

A dor é a justa resposta

Do que já se fez de mal

E o problema nos atinge

Na Vida Espiritual.

 

Você não queira “morrer”

Na ideia de descansar,

Serviço aqui onde estamos

É pedreira de amargar.

 

Do livro Ponto de encontro, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita