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por Jane Martins Vilela

 

A vida imortal 


Novembro sempre é época de recordação. Recordar os amados que já partiram, com toda a intensidade, pois fato é que quando amamos a saudade é companhia diária. Recordamos os amados todos os dias, mas como novembro consagra a eles o dia 2, sempre é bom lembrar.

Até mesmo os mais céticos podem se lembrar de uma brisa inesperada a envolver, uma sensação de emoção profunda, como um abraço de amor, um sonho, reencontros. Tantas lembranças!

Ainda se encontra em nossa mente a lembrança viva de um sonho.  Para não mencionarmos tantas provas que já tivemos.

Éramos muito jovem, talvez uns quarenta anos atrás. Nossa avó materna, que tanto amávamos, havia desencarnado, por volta de uns dois meses antes. Sonhamos que estávamos na casa dela, com o coração envolto em saudades. Estávamos no sonho, em seu quarto, em nossa cidade natal, Ituiutaba, Minas Gerais. Olhávamos suas coisas e sentíamos muita saudade. Então nós a vimos surgir, transparente, próximo à janela. Dava para ver a janela atrás dela. Em sonho, sabíamos que estávamos vendo seu espírito. Ela nos disse que estava sendo muito bem tratada, que havia sido muito bem recebida no mundo espiritual. Nós ficamos emocionada no sonho e ao sentir nossa emoção ela também se emocionou e então desapareceu.

Acordamos com a nítida sensação de que a havíamos encontrado no sonho.

Naquele mesmo dia, à noite, tínhamos nossa reunião mediúnica, no Centro Espírita Allan Kardec, de Cambé.

Na reunião, estávamos concentrada em prece, quando sentimos uma energia intensa em nossas costas. Pensamos: Que espírito ali estaria? Não temos mediunidade ostensiva, apenas essas sensações.  Parecia uma energia que ultrapassava os nossos ombros. Recordamo-nos imediatamente do sonho que tivéramos e pensamos: será que era nossa avó que veio nos abraçar e nos confirmar com isso que realmente nos encontráramos?

Ficamos quieta, não mencionamos o fato a ninguém na reunião.

Nessa época, nossa reunião mediúnica era dirigida pelo nosso querido Hugo Gonçalves, que no mundo espiritual, já há 10 anos, continua nos ajudando no Centro Allan Kardec.

Hugo Gonçalves, nosso amado paizinho, de Cambé, tinha uma notável mediunidade. Vidência, audiência, capacidade de ver as vidas passadas e de observar acontecimentos futuros. Quem o conheceu recorda-se de muitas coisas e do aprendizado que deixou para todos nós. Era um mestre e desencarnou justamente no dia 15 de outubro, dia dos professores, pois ele o era de fato e não de diploma. O professor de todos os que o rodeavam e puderam aprender com ele.

Naquele dia, nessa reunião, tanto tempo atrás, ao término dela, quando nada havíamos mencionado, como já dissemos, ele se aproximou e nos disse: Havia um espírito de uma senhora que te abraçou muito. Depois ela veio para o meu lado, me abraçou e me disse: Muito obrigada! Completou então nosso Hugo Gonçalves: Eu não conhecia esse espírito, nunca tinha vindo aqui, então, perguntei mentalmente ao espírito de minha irmã, que estava na reunião, quem era aquela senhora e minha irmã respondeu: É a vovó da Jane!

Tivemos certeza então. Nada havíamos relatado e pensáramos que poderia ser nossa avó nos abraçando para nos dizer que o sonho fora real.

O nosso paizinho na época comentou do porquê não termos relatado a desencarnação de nossa avó no jornal “O Imortal“ quando já éramos cronista dele. Ele nos disse que espíritos como ela deveriam ser lembrados.

Não costumávamos relatar sobre acontecimentos conosco e ainda é assim. Abrimos esta exceção neste momento, para confortar aqueles que sofrem a ausência dos seus queridos, seus amados. Eles vivem! Um dia estaremos juntos, reunidos nas vibrações do imenso amor.

Todos nós temos provas disso, só temos que prestar atenção. Eles nos visitam, continuam nos amando.

Tantos carregam consigo a dor da saudade! Esta é imorredoura, sim, mas não precisa ser dor e sim esperança!

Jesus nos deu a certeza da imortalidade ao comparecer perante seus discípulos e amigos de diversos lugares, apresentando a vida além da vida e dando àqueles que o amaram a força para prosseguirem na tarefa de levar a Boa Nova por onde passassem, com coragem, com fé.

Paulo de Tarso encontrou em sonhos sua amada Abigail, que o consolou e fortaleceu para prosseguir com coragem e fé, ainda quando se chamava Saulo e sofria a incompreensão e rejeição daqueles que amava, por ter professado a crença de que Jesus era o messias esperado!

Célia, personagem central do livro 50 Anos Depois, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier, viu seu avô querido vir consolá-la na hora mais difícil de sua jovem vida. Conversou com ela, dando-lhe diretrizes e força e desapareceu depois, ante seus olhos.

São muitos relatos maravilhosos que nos chegam através dos livros.

São muitos relatos de pessoas que passaram por experiências lindíssimas e irrefutáveis, onde houve comprovação de seus amados de que vivem.

Sigamos com fé e coragem sim, lembrando os nossos amores que são imortais e prosseguem no além, desejosos de nossa vitória na Terra, para um amanhã ditoso, quando poderemos nos reunir novamente, atraídos pelo amor que nos une.

Perseveremos com Jesus, que mesmo hoje, além dos séculos, continua a estar conosco, para um amanhã em que a Terra possa ser um mundo feliz.

Amparados por Jesus, pelo conhecimento que o Espiritismo nos traz, prossigamos, sim, no trabalho do bem, na certeza de que o amor continua além da morte e que viveremos!

Lembremos todos os dias os nossos queridos que já partiram, e enviemos a eles nosso carinho e nossas orações. Um dia estaremos juntos de novo.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita