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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 9 - N° 458 - 27 de Março de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 


Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 24)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Como deve proceder o médium se quiser resistir às investidas do mal?

Segundo disse Licínio ao autor desta obra, não é fácil a um médium resistir às investidas do mal. Contudo, quando o médium se torna dócil às orientações dos seus Guias, seguindo-as, em vez de estabelecer ou impor conduta que supõe seja correta, granjeia-lhes a proteção e o concurso. É bom lembrar, diz o amigo espiritual, que a faculdade que permite as comunicações é neutra em si mesma e depende das disposições morais do médium, que é, como sabemos, invariavelmente, um Espírito comprometido negativamente com a vida e as experiências evolutivas. Portanto, todo cuidado e toda vigilância tornam-se essenciais nesse propósito.  (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.)

B. Médium desde a infância, Licínio diz que a ajuda recebida de sua avó materna foi muito importante. Em que consistiu essa ajuda?

Espíritos que ele prejudicara no passado apareciam-lhe, assustavam-no, ameaçavam-no e o agrediam com frequência e impiedade. Em compensação, Amigos espirituais afeiçoados, quais sua avó materna, a quem ele não havia conhecido no corpo, sempre interferiam socorrendo-o e orientando-o, carinhosamente ajudando-o a compreender a ocorrência penosa. Além da ajuda do Espírito de sua avó, Licínio foi também auxiliado por seu padrasto, que o ajudou a encontrar o caminho da renovação de que necessitava e, ciente dos fenômenos mediúnicos que ocorriam, levou-o a uma Instituição Espírita. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

C. É difícil suportar a viuvez quando o casamento é pleno de felicidade?

Sim. Pelo menos foi o que Licínio declarou, reportando-se à sua própria experiência conjugal, seguida da viuvez. Disse ele: “Um homem que se consorcia e é feliz, quando lhe chega a viuvez, essa se lhe torna um fardo pesado em demasia. Os hábitos conjugais, o companheirismo, a afetividade bem sustentada agora em falta, transformam-se-lhe em vazio existencial que, muitas vezes, conduz o solitário a precipitados relacionamentos como fuga ou busca de solução, ou o empurram para transtornos depressivos muito graves”. O que, segundo ele, o ajudou foram a oração e o apoio da esposa desencarnada, que passou a visitá-lo. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.)

Texto para leitura 

125. Como resistir às investidas do mal – Segundo Licínio, não é fácil a um médium resistir às investidas do mal. “Todavia – afirmou – quando o médium se torna dócil às orientações dos seus Guias, seguindo-as, antes que as estabelecendo ou impondo as que supõe serem corretas, granjeia-lhes a proteção e o concurso. Ocorre, normalmente, que a faculdade que permite as comunicações é neutra em si mesma, dependendo das disposições morais do médium, invariavelmente um Espírito comprometido negativamente com a Vida e as experiências evolutivas.” Continuando seu relato, ele acrescentou: “Em diversas ocasiões tentei, nos encontros fraternos que o mundo espiritual nos proporcionou, advertir o amigo iludido, convidando-o a retornar às origens do trabalho, na simplicidade, nos labores desobsessivos e no socorro aos desencarnados em aflição. Demonstrando simpatia e mesmo sensibilizado com minhas palavras, sorria, gentil, e retrucava-me: - Já realizei essas atividades no começo... Agora encontro-me noutro patamar, em contato com Entidades Superiores que não se envolvem com a problemática dessa natureza, e que me norteiam os passos para grandes cometimentos, para os espetáculos de impacto que posso produzir...” Ao ouvir essa resposta, Licínio deu-se conta da gravidade do problema de Ambrósio, mas nada pôde fazer, em face dos seus próprios deveres, que lhe preenchiam as horas e os dias, até que foi informado, posteriormente, da alienação em que o amigo derrapou e de sua desencarnação, a seu ver, prematura, que o retirou do corpo. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

126. O caso Licínio – Foi nesse clima de solidariedade e compaixão fraternal que Licínio convidou Miranda à oração em favor do companheiro em processo de recuperação. Retirando-se em seguida, os novos amigos rumaram para o parque onde um lago transparente, refletindo o céu de azul turquesa, tornava-se convite natural para um diálogo demorado e esclarecedor. A brisa suave carreava ondas de perfumes que os envolviam agradavelmente. Pequenos grupos espirituais espalhavam-se nas alamedas coloridas pelas flores primaveris, enquanto outros encontravam-se em conversação animada nos diversos recantos programados para esse fim. Alberto, mais familiarizado com Licínio, solicitou-lhe que lhes falasse um pouco mais sobre suas experiências mediúnicas, esclarecendo que o interesse era justificado em razão do programa de aprendizado a que Miranda se propusera naquele Nosocômio espiritual. Informou-o, outrossim, que Miranda funcionava, às vezes, como repórter de acontecimentos fora do corpo, transferindo as notícias para os amigos da jornada terrestre em convites oportunos para reflexões e auxílios de esclarecimentos. Sem fazer-se rogado, o amigo sorriu com amabilidade, passando a informar: “A mediunidade foi-me no planeta a cruz de elevação moral, e prossegue como oportunidade de crescimento interior, face às aspirações acalentadas de iluminação e paz. Quando for realmente valorizada conforme merece, constituirá para as criaturas humanas uma fonte de inexauríveis consolações, assim como incomparável instrumento de evolução. Por mim próprio aquilato as suas bênçãos, porque renasci na Terra com pesada carga de compromissos infelizes que me cumpria atender, reabilitando-me e ressarcindo dívidas. Desde o berço, felizmente, experimentei a pobreza e o desafio das dificuldades domésticas nos braços de genitores atormentados que se me tomaram verdadeiros benfeitores pelas exigências, às vezes, descabidas, e pelos sofrimentos que me impuseram, sem dar-se conta certamente do que realizavam, porque também obsidiados tornavam-se instrumento daqueles que não desejavam o meu processo de reeducação espiritual. A dor, desse modo, foi-me sempre o anjo alerta, ensinando-me obediência e simplicidade”. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

127. Licínio e o importante papel de sua avó – Após ligeira pausa, prosseguiu Licínio: “Os fenômenos começaram a aturdir-me durante a primeira infância, quando se me apresentavam inúmeros verdugos da paz a quem eu houvera criado embaraços em passado não distante. Assustavam-me, ameaçavam-me e agrediam-me com frequência e impiedade. Não obstante, Amigos espirituais afeiçoados, quais a minha avó materna, a quem não havia conhecido no corpo, sempre interferiam socorrendo-me e orientando-me, carinhosamente ajudando-me a compreender a ocorrência penosa. Na adolescência fiquei órfão de pai, sendo felicitado mais tarde pela presença de um padrasto caridoso que foi enviado pelo Senhor, e que me ajudou a encontrar o caminho da renovação de que necessitava. Facultou-me possibilidades para estudar e granjeou-me o trabalho honrado para a conquista do pão diário. Acompanhando os múltiplos fenômenos de que me fazia objeto, levou-me a uma Instituição Espírita, que passamos a frequentar sob os protestos veementes de minha genitora, e onde aprenderíamos as lições inquestionáveis da Codificação do Espiritismo. Embora vivêssemos em cidade muito católica, não fomos incomodados quando da adoção da nossa fé religiosa, exceto por algumas pessoas menos informadas e mais fanatizadas, o que é natural. Aos vinte e cinco anos de idade consorciei-me e transferi-me para a capital com a esposa, a fim de cuidar dos interesses da Firma em que trabalhava com dedicação e respeito. As surtidas das Entidades perversas eram constantes, criando-me embaraços contínuos onde quer que me apresentasse. Calúnias, acusações sem qualquer justificativa, antipatias inexplicáveis, azedume e desprezo foram as armas de que se utilizaram através de pessoas invigilantes para me aturdir. A própria esposa — alma querida que Deus pôs no meu caminho, a fim de torná-lo menos áspero — experimentou cruas perseguições por ser-me fiel e permanecer ao meu lado em todos os momentos difíceis. Não resultando favoráveis esses mecanismos de perseguição, outros surgiram em forma de coima impiedosa por parte de senhoras insatisfeitas e vazias interiormente, que procuravam compensação sexual, passando a atacar-me com exigências descabidas em nome de paixões atormentadas e sem qualquer sentido moral”. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

128. Como a trama obsessiva era desfeita – Disse Licínio, prosseguindo em seu relato, que a trama sempre se desfazia quando, nas reuniões de desobsessão, os Benfeitores traziam à psicoterapia aqueles algozes impenitentes que através dele próprio se beneficiavam, mudando de ideias e comportamento. Mas não se tratava de uma tarefa de fácil execução, por motivos compreensíveis, por exigir perseverança renúncia, coragem e fé. Continuando a narrativa, ele informou: “Não fomos abençoados, a minha mulher e eu, com a presença de filhos biológicos, mas o nosso era e é um amor profundo. Aos vinte oito anos de idade, a esposa contraiu tuberculose pulmonar, e após menos de dois anos de rudes provações e dores libertou-se do coma, deixando-me profundamente sofrido. Naqueles dias, a tísica era considerada uma verdadeira peste branca, arrasadora e insensível. A fé espírita, no entanto, que já era o bastão de segurança da minha existência, fez-se-me mais vigorosa, sendo-me possível então prosseguir abraçando os compromissos espirituais sem desânimo ou solução de continuidade. Naquela época, eram comuns os médiuns denominados receitistas, que se faziam instrumento de devotados médicos desencarnados, especialmente dedicados à Homeopatia, que atendiam os enfermos pobres que os buscavam nas reuniões públicas ou lhes escreviam cartas solicitando auxílio. Eu me encontrava entre esses servidores, e de cedo compreendi a soberania das Leis em relação às possibilidades humanas. No começo, após a desencarnação da esposa, experimentei a frustração decorrente do meu insucesso mediúnico, não conseguindo salvar a companheira enferma que também passara a receber o tratamento conveniente do esculápio a quem recorrêramos. E isso foi sempre tido em relevância por alguns companheiros, que expressavam suas dúvidas quanto à interferência dos bons Espíritos através da minha faculdade, adindo que eu sequer conseguira curar a esposa, como se isso dependesse das pequenas possibilidades humanas de qualquer um de nós. Robustecido na fé e sustentado pela palavra lúcida do meu Guia espiritual prossegui com ardor, sem olhar para trás”. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

129. Um casamento feliz seguido de viuvez – Falando a respeito do casamento e de sua experiência pessoal, Licínio acrescentou: “Um homem que se consorcia e é feliz, quando lhe chega a viuvez, essa se lhe torna um fardo pesado em demasia. Os hábitos conjugais, o companheirismo, a afetividade bem sustentada agora em falta, transformam-se-lhe em vazio existencial que, muitas vezes, conduz o solitário a precipitados relacionamentos como fuga ou busca de solução, ou o empurram para transtornos depressivos muito graves. Graças à oração e ao apoio da esposa desencarnada, que passou a visitar-me, fui-me readaptando ao estado de solteiro, quando o cerco dos Espíritos viciosos fez-se-me mais rude, atirando pessoas desprevenidas na minha direção, inspirando-lhes sentimentos contraditórios que eu tinha que administrar com muito cuidado, face à invigilância que se permitiam e à frivolidade com que se apresentavam.  Dentre algumas dessas almas atormentadas, uma se me transformou em intolerável presença. Dizendo-se apaixonada e recorrendo a expedientes falsos sobre sermos almas gêmeas comprometidas, passou a assumir atitudes incompatíveis com o bom tom, exigindo-me adotar um comportamento enérgico, dissuadindo-a de qualquer próxima ou longínqua possibilidade de futuro relacionamento íntimo, conjugal ou não. Desarvorada, promoveu um escândalo, no qual, totalmente incorporada por Entidade leviana do seu mesmo jaez, acusava-me de má conduta em relação a outra dama, de quem tinha ciúme, gerando ambiente desagradável e psicosfera venenosa que davam margem a comentários injustos e sempre do agrado daqueles companheiros desocupados, que se comprazem em gerar situações penosas... Foram dois anos de lutas severas, mas sem desistência de minha parte. Felizmente, o reto proceder, a severidade imposta aos meus atos, a disciplina na desincumbência dos deveres fizeram-se os meus argumentos de inocência, que terminaram por prevalecer ante a insidiosa perseguição”. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) (Continua no próximo número.)




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita