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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 458 - 27 de Março de 2016

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 

 

 
Parábola do joio

Que cada um de nós seja o exemplo vivo da prática do evangelho

"O joio está para o trigo, assim como o juízo humano está para as manifestações superiores." - Cairbar Schutel.


Menos popular que algumas das parábolas narradas por Jesus, esta é de uma riqueza incalculável quando podemos, à luz da doutrina Espírita, buscar a essência do que Ele propôs de ensinamento, por trás das palavras. E foi isso que nos moveu e nos levou a encontrar em três obras os subsídios para entendê-la.

Três autores que não deixam qualquer dúvida sobre a clareza, o entendimento e a coerência que precisamos encontrar quando, independentemente do estudo que realizamos de qualquer passagem evangélica, buscamos entender Jesus. São eles Cairbar Schutel, Huberto Rohden e o benfeitor espiritual Emmanuel.

A parábola do joio é bem interessante, porque do ponto de vista material ela parece paradoxal, como muitas parábolas o são e, por isso mesmo, algumas questões podem ser levantadas: que lavrador deixaria a plantação cheia de ervas daninhas? Quantos proibiriam de colher o mato? Ainda que do ponto de vista material essas questões possam ser levantadas, do ponto de vista espiritual ela é muito mais ampla.

Todas as vezes que nos propomos a estudar para compreender o que o Mestre quis dizer em qualquer um dos Seus ensinos, precisamos buscar o objetivo que O moveu. Conseguimos compreender com nossos estudos que o objetivo em questão é o estabelecimento do espírito de fraternidade que, nas palavras de Cairbar Schutel, está contido no amor a Deus e ao próximo, no merecimento pelo trabalho, pela abnegação, pelas virtudes ativas. Afirma ainda que a fraternidade é o único sentimento capaz de resolver as questões sociais e estabelecer a paz no mundo.

Entretanto, como em qualquer convite ou orientação vindas de Jesus, não é possível permanecer no significado literal, na letra, mas buscar também a essência contida nessas palavras. E qual é, pois, a essência da parábola do joio, objeto de nossa reflexão?

Pela mistura das palavras do Cristo e pelas alterações que o homem viria fazer, atendendo desejos e interesses pessoais e de grupos, era necessário que a Verdade - o trigo - e as deturpações - o joio - amadurecessem juntas para, então, separá-las de suas exterioridades.

Voltemos à análise: como toda história que Jesus contava estava repleta de alegorias necessárias ao entendimento do povo de Sua época, esta também apresenta elementos que precisam ser traduzidos, por assim dizer. Senão, vejamos: o feixe é representado pelos débitos individuais e coletivos; o campo, o mundo da humanidade; o trigo sugere os homens bons ou os ensinamentos benditos, enquanto que o joio significa os homens maus ou a deturpação dos ensinos divinos. Mas aparecem também os homens dormindo, representando o desinteresse em relação às palavras do Excelso Amigo, a inconsciência do Espírito que dorme diante da vida espiritual. Jesus fala ainda da queima do feixe que significa a imensa paciência do Criador na espera que os homens amadureçam, acordem para a verdadeira vida: a vida do Espírito.

Deus não fez o homem nem bom nem mal. Criou-o simples e ignorante de Suas leis, mas depositou na sua consciência a "semente" da evolução para que na "estação" propícia ela germinasse. Foram necessários milênios incontáveis para que de posse do livre-arbítrio esse homem tivesse a possibilidade de escolher entre o fazer o bem ou o mal, o certo ou o errado, de fazer alguma coisa ou simplesmente não fazer nada. Por tudo isso ele é o único ser na Natureza que possui essa bipolaridade: o direito de escolher entre o Céu e o Inferno, que ele mesmo constrói para viver.

Sob o enfoque de Huberto Rohden, o homem pode tornar-se bom espontaneamente e não compulsoriamente. Tornar-se bom por escolha. Esse homem bom, esse ser-bom deve ser o resultado voluntário do QUERER e não o compulsório do DEVER. Tem todas as condições de ser mau e escolhe ser bom.

A parábola não diz que Deus extermina o joio, porque, em verdade, ele extermina-se a si mesmo pelo não cumprimento das leis divinas. O estimado benfeitor espiritual, através da bendita psicografia de Francisco Cândido Xavier, diz que Jesus não retirou do homem as oportunidades de crescimento e santificação possíveis.

Insiste o amigo espiritual que o joio não cresce por relaxamento do Divino Lavrador, mas sim, porque o Celeste Semeador nunca perde a esperança na vitória final do bem. Por essa razão, a colheita não é igual para todas as sementes lançadas no chão. Há que se esperar, porque cada espécie tem seu dia e sua estação.

O mesmo acontece conosco. Surgindo o tempo certo de cada um e de cada coletividade, exige-se a extinção do joio, através de processos transformadores. Jesus saberá se Seus ensinamentos foram recebidos em vão. Essa é pedagogia do Cristo: respeito de realizar cada um, a seu tempo, o seu "destino".

Mestre dos mestres, educador por excelência, facilitou nosso caminho para sermos criaturas melhores. Mostrou como fazê-lo, oferecendo inumeráveis exemplos, ajudando-nos a remover os obstáculos existentes.

Para o educador encarnado, para todo aquele que tem responsabilidade de transmitir conhecimentos, valores, não importando sua área de atuação, ou sua tarefa nesta encarnação, a única coisa certa a fazer é autoeducar-se para não se deixar contaminar pela vaidade do sucesso positivo ou pela frustração do insucesso.

Necessário se faz que cada um de nós seja o exemplo vivo da prática do evangelho, deixando luzes nos nossos passos, como tantos outros já o fizeram, indicando o caminho que hoje trilhamos com mais leveza.

 

Bibliografia:

SCHUTEL, Cairbar. Parábolas e Ensinos de Jesus - 14ª edição - Casa Editora O Clarim- MATÃO/SP - 1ª Parte, p. 5 - 1997.

ROHDEN, Huberto. Sabedoria das Parábolas - 12ª edição - Editora Martin Claret - SÃO PAULO/SP - p. 41 - 1997.

XAVIER, F. C. Vinha de Luz - 14ª edição - FEB - RIO DE JANEIRO/RJ - Lição 107.

 


 


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