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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 9 - N° 457 - 20 de Março de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 


Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 23)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Segundo Licínio, Ambrósio-orador era, na tribuna, bem diferente do Ambrósio-homem. Por que a diferença?

Realmente, Ambrósio-homem era indiferente ao público que ali se encontrava ansioso para ouvi-lo. Já Ambrósio-orador se apresentava feliz, quase meigo, rico de conhecimentos e produzia viva empatia no auditório superlotado. Licínio observou então que, durante a conferência, Ambrósio conseguiu romper a carapaça infeliz que o envolvia, entrando em sintonia com o Mundo espiritual que passou a inspirá-lo por intermédio de venerando Mensageiro de Esfera mais elevada. O verbo fluía pelos seus lábios em catadupas sonoras e agradáveis, enquanto dele se irradiava a energia do Benfeitor que produzia incomparável bem-estar em todo o público. Eis o porquê da diferença. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.)

B. Qual o perigo que cerca os médiuns que buscam adquirir status de santidade, tornando-se praticamente intocáveis?

Esse comportamento, cultivado por alguns que se inebriam da própria prosápia(1), termina por afogá-los na insensatez e no despautério. Foi o que acabou acontecendo com Ambrósio e certamente se verifica com muitos médiuns e oradores que são endeusados pelas pessoas, como se fossem celebridades carentes do aplauso público. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

C. Pode-se afirmar que a prática da mediunidade requer dignidade e seriedade de todos os que nela se encontram envolvidos?

Sim. A mediunidade, por mais vigor de que se revista, jamais produzirá com dignidade sob o açoite interno dos conflitos humanos, gerando a conduta reprochável do seu possuidor. Compromisso de gravidade, não se pode converter em instrumento de mercantilismo danoso, nem de diversão para frívolos sem consequências de alta periculosidade. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.)

Texto para leitura 

119. Ninguém consegue fugir de si mesmo – Segundo Manoel P. de Miranda, é de surpreender que muitas pessoas tomem conhecimento dos mecanismos libertadores da vida e, não obstante, optem pela escuridão da conduta, derrapando em compromissos insanos, que as levam a derrapar nas terríveis alucinações que se prolongam por largo período. Sucede que as Leis de Deus estão escritas na consciência, e, por essa razão, ninguém consegue fugir de si mesmo, porquanto, para onde for, sempre se conduzirá conforme a estrutura moral e espiritual interior. Essa realidade se exterioriza em ondas de vibração compatível. Os Espíritos nobres como os inferiores as identificam, acercando-se dos seus agentes conforme a sua constituição. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

120. Licínio fala do médium e orador Ambrósio – No Sanatório o autor desta obra foi apresentado a Licínio, que também fora médium na Terra e conhecera de perto o médium Ambrósio. O primeiro encontro entre eles ocorrera em um Clube Recreativo onde Ambrósio falou ao público e fora vivamente aclamado, embora já se encontrasse em franca decadência espiritual, porquanto se embriagara dos vapores da vaidade e da presunção e vivia cercado por um grupo de admiradores que não cessavam de o elogiar, como se ele estivesse a soldo do mundanismo. Já lhe faltava, então, a gentileza no trato com as pessoas e a arrogância se expressava na sua forma de conduzir-se. Apesar disso, ao levantar a voz e expor o tema que lhe houvera sido proposto, foi com surpresa que Licínio lhe acompanhou os profundos conceitos éticos e filosóficos, bem como as conclusões espíritas que imprimia às frases muito bem elaboradas. Com uma linguagem clássica mas sem pedantismo, Ambrósio passeou literariamente pela cultura da imortalidade do Espírito desde priscas Eras, chegando à atualidade com verdadeira ênfase e lógica que a todos sensibilizou. Relatou Licínio: “Enquanto o ouvíamos, eu meditava analisando a pessoa que chegara, indiferente ao público que ali se encontrava ansioso, e o expositor feliz, quase meigo e rico de conhecimentos, que produzia viva empatia no auditório superlotado. Pude observar então que, durante a sua conferência, face ao significado do assunto, conseguiu romper a carapaça infeliz que o envolvia, entrando em sintonia com o Mundo espiritual que passou a inspirá-lo por intermédio de venerando Mensageiro de Esfera mais elevada. O verbo fluía pelos seus lábios em catadupas sonoras e agradáveis, enquanto dele se irradiava a energia do Benfeitor que produzia incomparável bem-estar em todo o público. Concomitantemente, eu podia perceber que outros Espíritos dedicados ao socorro pela fluidoterapia aproveitavam-se da concentração natural que se fizera no auditório interessado, passando a descarregar energias saudáveis nas pessoas, que as assimilavam, enriquecendo-se de forças para o prosseguimento da luta”. Em face do ocorrido, Licínio se perguntava: - Por que o esclarecido orador se permitia derrapar nos equívocos do mundanismo, sabendo-se amparado por elevados Guias da Humanidade, aos quais deveria submeter-se em clima de humildade e serviço? (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

121. O lamentável cerco que se faz aos médiuns – Na sequência, Licínio relatou: “Terminada a alocução, ruidoso aplauso explodiu natural, resultado do entusiasmo que a todos dominava. Encerrada a solenidade, fez-se um círculo de simpatizantes a sua volta, enquanto os zeladores da sua pessoa procuravam impedir o acercamento dos interessados em travar um contato, manter um diálogo complementar ao tema apresentado, em total desconsideração às palavras que haviam sido pronunciadas. Foi com dificuldade que se rompeu o cerco defensor, como se o médium-orador fosse uma estrela dos entretenimentos terrestres e devesse ficar distante dos seus fãs ardorosos. Infelizmente, ainda não se entendeu que Jesus jamais se escusava. Nunca necessitou de defensores da Sua integridade física, moral ou psíquica. Mesmo na multidão mais compacta, vagamente protegido pelo Apóstolo Pedro que O seguia à retaguarda, quando tocado pela mulher enferma, percebeu-o e ajudou-a no seu apelo mudo... Lentamente, os médiuns vão adquirindo status de santidade, tornando-se intocáveis, de personalidades extraterrestres, ou de missionários especiais que devem evitar o contato com as massas, com os necessitados, exatamente aqueles para os quais veio em serviço. Essa onda modernista cultivada por alguns que se inebriam da própria prosápia(1), termina por afogá-los na insensatez e no despautério. Convém nunca esquecermos que o Senhor é o nosso Pastor... e nos defende, desde que nos não permitamos a leviandade de buscar os enredamentos com o mal, a perversidade, a vulgaridade. Mantendo-se atitude de equilíbrio e nobreza, coloca-se uma invisível tela transparente de fluidos entre as pessoas e os instrumentos do Bem, dificultando atravessar essa delicada mas poderosa barreira vibratória, e franqueando o acesso de todos àqueles que podem, de alguma forma, contribuir espiritualmente a benefício do seu próximo”. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

122. Primeiro encontro com Ambrósio – Após breve silêncio, Licínio informou, reportando-se ao seu encontro com Ambrósio: “Com a mente fixa no expositor, ele captou-me a onda psíquica e percebeu que se tratava de uma emissão de simpatia, sorrindo jovialmente e distendendo-me a mão fraterna, que cumprimentei, para surpresa dos seus corifeus levianos... A sua mão puxou-me como se tivesse necessidade de um amigo, e quando estávamos próximos, com um sorriso espontâneo, perguntou-me, jovialmente: — É a primeira vez que nos encontramos? Por minha vez, sorri afavelmente, e retruquei: — Na atual reencarnação, creio que sim. Porém, acredito que já nos conhecemos... Ele anuiu com satisfação, e propôs: — Que não seja, pois, a última. Gostaria muito de privar da sua amizade, que me pode enriquecer na trajetória que ambos estamos realizando. Ante a surpresa dos seus acólitos, justificou-se com a informação de que outro compromisso o aguardava e saiu, deixando algo frustrados aqueles que o houveram buscado para um convívio fraterno mais próximo. Voltamos a ver-nos e a estreitar relações nas semanas seguintes, quando tive oportunidade de conviver melhor com as suas aflições e lutas, compreendendo quanto se encontrava amargurado e inquieto, inseguro ante os acontecimentos e, ao mesmo tempo, paradoxalmente entusiasmado com os êxitos sociais e econômicos.” (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

123. O que pode resultar da presunção – As observações de Licínio calaram profundamente no coração de Manoel P. de Miranda, facultando-lhe melhor compreender o médium que naufragara no mar tormentoso de ondas encapeladas dos compromissos espirituais, e aquele outro que, sob o coercitivo das aflições, alcançara o porto de segurança. O primeiro intoxicara os centros do discernimento com os vapores da presunção que se transformara em loucura destrutiva, enquanto o segundo mantivera irretocável o compromisso, fitando o futuro, mas tendo como bússola o dever e como leme as lições sábias da Doutrina Espírita que introjetara para melhor vivenciá-las no presente. Licínio, então, aduziu: “A partir daquele contato passei a nutrir imensa simpatia pelo expositor e médium, dando-me conta do perigo que o sitiava, graças ao envolvimento emocional produzido pelos auxiliares e fascinados que constituíam o seu grupo de adoradores. No primeiro encontro, terminada a alocução e recuperada a consciência lúcida, o hábito mental doentio a que se entregava na volúpia dos prazeres dos sentidos voltou a predominar-lhe na consciência, e logo se lhe acercaram os comensais infelizes da convivência psíquica, adversários de ontem que lhe urdiam cuidadosamente o fracasso, e outros desordeiros de ocasião se lhes associavam, locupletando-se no banquete da vampirização das suas forças e energias morais”. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) 

124. Mediunidade e responsabilidade – Em seguida, Licínio falou sobre a responsabilidade de quem exerce o mandato mediúnico: “A mediunidade, por mais vigor de que se revista, jamais produzirá com dignidade sob o açoite interno dos conflitos humanos, gerando a conduta reprochável do seu possuidor. Compromisso de gravidade, não se pode converter em instrumento de mercantilismo danoso, nem de diversão para frívolos sem consequências de alta periculosidade. Face às leis de afinidade e de sintonia que vigoram em toda parte, logo a instrumentalidade mediúnica passa a emitir vibrações de baixo teor, torna-se campo de extenuantes combates com predominância de viciações crescentes. Não poucas vezes são os Espíritos perversos que promovem a situação afugente, inspirando os médiuns às defecções morais em razão da sua fragilidade em relação aos valores éticos. No entanto, tornando-se presunçosos, recusam-se a meditar em torno das advertências que lhes chegam de ambos os planos da vida, negando-se ao autoexame do comportamento a que se afeiçoam, expulsando do convívio os amigos legítimos que os passam a considerar como inimigos, enquanto se deixam arrastar pelos demais telementalizados dos referidos cruéis adversários que também os utilizam para a grande derrocada. Perdem os paradigmas da conduta, os parâmetros do equilíbrio, tornam-se irresponsáveis, alteram a linguagem para a compatibilidade com o chulo e o atrevido, enquanto se exaltam pensando erguer-se ao Olimpo da alucinação. Nessa fase, encontram-se instaladas as matrizes das obsessões de longo curso, e a queda ruidosa no abismo é somente questão de tempo”. (Tormentos da Obsessão, cap. 13 – A experiência de Licínio.) (Continua no próximo número.)

(1) Prosápia: altivez, orgulho, soberba, fanfarrice.




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita