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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 457 - 20 de Março de 2016

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 

 

 
Atitudes deploráveis


É inegável que o Brasil abriga na atualidade – em função de vários fatores – uma quantidade considerável de almas profundamente agressivas e violentas. Refiro-me aqui não apenas aos Espíritos identificados com o comportamento selvagem – por exemplo, certos membros de torcidas organizadas, uxoricidas ou os denominados de serial killers – ou com o crime como meio de vida. Nossas leis excessivamente brandas cooperam, a propósito, para que tais criaturas se sintam – é igualmente fato – à vontade em sua sanha delinquente. Quantas pessoas têm sido vítimas fatais dessas criaturas desajustadas às leis de Deus? Com certeza não são poucas.

Mas nos causa muita apreensão saber que crimes hediondos também são cometidos por pessoas aparentemente acima de qualquer suspeita. Deixa-nos ainda mais perplexos o fato de que a violência dormita na alma de muitos cidadãos desse país a tal ponto que chega a levá-las a atos extremos – e certamente comprometedores para o futuro espiritual delas. Para ser mais específico, uma matéria jornalística publicada pela revista Veja, na edição de 10 de fevereiro, trouxe a gênese de um crime terrível de linchamento ocorrido há poucos meses na cidade litorânea do Guarujá, em São Paulo, que culminou na morte terrível de uma pessoa inocente.

Com muita competência o jornalista André Petry relata os pormenores dessa ação coletiva nefanda que levou a jovem Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, a ser confundida com uma sequestradora de crianças. O terrível engano cometido pela turbamulta desvairada, obviamente sedentas de praticar justiça com as próprias mãos, atingiu imerecidamente uma mãe de dois filhos pequenos. Confiando cegamente nas “aparências que enganam” – conforme sugere o axioma popular – não tiveram paciência e sabedoria para entregar a suspeita à polícia para que as averiguações necessárias fossem conduzidas.

O Espiritismo nos ensina que uma tragédia dessa natureza não acontece por acaso. Outros imperativos cármicos moldam completamente uma situação dessas. Seja como for, os autores de um ato errático como o ora relatado ferem duplamente: (i) a débil justiça humana e (ii) a divina, da qual ninguém escapa. No bojo da reportagem somos informados que casos horrendos assim são – pasmem – corriqueiros. Ou seja, “No Brasil, a cada dia ocorrem quatro linchamentos, ou tentativas de linchamento, numa rotina de brutalidade que só rivaliza com os pontos mais infernais do planeta [...]”. Tal revelação é absolutamente espantosa e, de certo modo, coloca sob suspeita a famosa índole pacífica do nosso povo.

É verdade que muitas coisas estão conspirando contra a preservação da saúde ética, moral e espiritual do nosso povo: a começar pela crônica ineficiência da justiça, os desmandos de policiais que não honram o distintivo, a proficiente ação de advogados pagos a peso de ouro pelos seus clientes infensos à lei e assim por diante. É também verdade que o povo brasileiro tem sido duramente testado em muitos aspectos vitais ao seu desenvolvimento espiritual, isto é, na sua fé, paciência, resistência e confiança no bem, sem falar dos relativos à sua própria sobrevivência, que dispensam comentários.

De modo geral, os fatos e a situação geral no país têm exigido muito esforço de todos nós para mantermos o equilíbrio e a calma no presente. Mas visto pelo lado mais positivo, no entanto, os acontecimentos hodiernos nos conclamam ao avanço da alma. São acicates ao nosso progresso espiritual e vencê-los significa vitória sobre nós mesmos. Por isso, lembremo-nos dos ensinos de Jesus: “Quem estiver livre de pecado que atire a primeira pedra”. Desse modo, cabe indagar: já conseguimos ser corretos em tudo que nos propomos realizar? Será que já atingimos o patamar de perfeição no comportamento e atitudes? Quem nos deu o direito de tirar a vida de alguém, por pior que ele(a) seja?

Lembremos ainda que Jesus se referiu, com muita clareza, aos brandos e pacíficos. Afirmou Jesus com convicção que serão eles que “possuirão a Terra”, bem como “serão chamados filhos de Deus”. A Terra precisa, aliás, mais do que nunca, de criaturas com tal perfil. Só elas possuem capacidade espiritual e serenidade para realizar as transformações positivas e construtivas que esse orbe tanto necessita. Condenar de maneira veemente atitudes deploráveis como, por exemplo, linchamentos, é um dever moral. Aliás, linchamento é algo inaceitável nessa altura da evolução humana. Os seus perpetradores carregarão nódoas em suas almas que deverão ser dolorosamente expiadas, mais cedo ou mais tarde. Comportemo-nos, então, como seres civilizados.

 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita