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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 9 - N° 454 - 28 de Fevereiro de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

 

Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 20)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Por que em determinados casos a faculdade mediúnica é suspensa?

A perda e a suspensão da mediunidade são efeitos naturais das Leis soberanas, que fazem parte do ministério a que se entregam todos aqueles que pretendem servir ao Bem, em razão da não propriedade desses recursos, mas apenas da possibilidade de sua utilização para fins edificantes e libertadores. São uma verdadeira providência superior para advertir os incautos e trazê-los de volta ao caminho do dever, o que nem sempre, porém, sucede. (Tormentos da Obsessão, cap. 11 – O insucesso de Ambrósio.)

B. Em casos como o de Ambrósio, cujo estado era péssimo, o labor fluidoterapêutico é também utilizado?

Sim. Foi o que ocorreu com Ambrósio. Segundo Dr. Inácio, o labor inicial seria  fluidoterapêutico, com o objetivo de desvesti-lo das couraças vibratórias em que se encontrava envolvido, até ser possível, mais tarde, chegar ao seu psiquismo anestesiado pelas energias dos algozes que o entorpeceram desde os dias quando transitava no corpo físico. Fluidoterapia e oração eram, naquele momento, recursos indispensáveis. (Tormentos da Obsessão, cap. 11 – O insucesso de Ambrósio.)

C. Além da fluidoterapia e da prece, algum outro recurso foi utilizado no caso de Ambrósio?

Sim. Organizou-se, sob a direção de Eurípedes Barsanulfo, uma sessão especial com vistas a estabelecer um diálogo com os algozes do infeliz companheiro. Eurípedes sintetizou assim o programa a ser desenvolvido: “A transferência do nosso querido paciente para este recinto não rompeu os vínculos energéticos mantidos com alguns dos verdugos que o retinham na furna de aflições. Foi deslocado espiritualmente, sim, mas as fixações psíquicas encontram-se-lhe imantadas através do perispírito denso de energias morbosas. Iremos tentar deslocar algumas das mentes que prosseguem vergastando-o, atraindo os seus emissores de pensamentos destrutivos a conveniente e breve diálogo, para, em ocasião própria, torná-lo mais prolongado, mediante cuja terapia procuraremos liberá-lo das camadas concêntricas de amargura e de culpa, de necessidade de punição e de fuga de si mesmo, até o momento de o despertarmos do sono reparador, que lhe foi imposto por força das circunstâncias”. (Tormentos da Obsessão, cap. 12 – Terapia Especial.)

Texto para leitura 

105. Por que a mediunidade é, às vezes, suspensa – Inspirado e açulado por Entidades vulgares dos comportamentos do sexo ultrajado, vampirizadoras das energias humanas, Ambrósio acabou empurrado para atitudes públicas e particulares reprocháveis, gerando vexame nas pessoas sinceramente vinculadas à Doutrina Espírita e embaraçando aquelas outras menos informadas com relação às propostas expendidas, todas estranhas aos cânones espiritistas. Não demorou muito e começou a sentir a mudança radical que passou a operar-se em torno da faculdade mediúnica. Os Espíritos nobres, rechaçados pela sua vacuidade e presunção, foram afastados por ele mesmo, e outros, de elevação suspeita, pseudossábios e perversos, começaram a influenciá-lo, especialmente uma legião de artistas plásticos do fim do século passado e começo deste, que mantinham as paixões que os consumiram, nele encontrando campo psíquico para o prosseguimento das alucinações a que se entregaram. Os efeitos físicos foram cessando, e sob a tutela das insinuações perturbadoras, começou a preencher por conta própria os espaços mediúnicos com astúcia e manobras espúrias, sem entender a lição silenciosa que lhe era ministrada pelos Guias espirituais, chamando-lhe a atenção aos retos deveres, à honestidade e ao afastamento das companhias malsãs de ambos os planos da vida. Comentando tais fatos, Dr. Inácio explicou: “A perda e a suspensão da mediunidade são efeitos naturais das Leis soberanas, que fazem parte do ministério a que se entregam todos aqueles que pretendem servir ao Bem, em razão da não propriedade desses recursos, mas apenas da possibilidade de sua utilização para fins edificantes e libertadores. São uma verdadeira providência superior para advertir os incautos e trazê-los de volta ao caminho do dever, o que nem sempre, porém, sucede”. Fascinado pela chamada vida social, recalque natural de dificuldades vividas na infância, Ambrósio passou a desfilar como ser excepcional, que provocava exclamação e inveja nos círculos frívolos dos meios em que comparecia festivamente. Distanciando-se dos enfermos e sofredores, fez-se rude no trato com as demais pessoas, subestimando-as, soberbo nas expressões comportamentais, verdadeiro astro da mediunidade de ocasião, e em tudo quanto realizava em nome da Caridade, disfarçava embutidos os sentimentos de autopromoção e exibicionismo, longe, portanto, do amor ao Bem e do culto irrestrito do dever. (Tormentos da Obsessão, cap. 11 – O insucesso de Ambrósio.) 

106. Estrela das festas fúteis – Não é difícil compreender que, agindo assim, Ambrósio passou da obsessão simples para a fascinação e, por fim, tombou, aturdido, na subjugação, que o fez mais agressivo, quando não totalmente vulgar. Nesse estado de alienação espiritual e moral, tornou-se a estrela das festas da futilidade, aplaudido pelos incautos, seus semelhantes, e mentalmente foi acometido pelos acicates dos inimigos desencarnados que o exploravam e o induziam à perda do contato com os Benfeitores da Vida Maior. Acrescentou Dr. Inácio: “Numa noite de horror, após a exibição em uma das promoções que realizava com frequência para lisonjear o próprio ego, foi acometido de uma isquemia cerebral inesperada, e, não obstante atendido com urgência, padeceu um bom par de meses em tratamento hospitalar, sucumbindo sob o assédio dos inimigos que o arrastaram para a repugnante região de onde foi agora retirado. A mediunidade é ponte de serviço, pela qual chegaram à Terra as informações do mundo espiritual, ensejando a Allan Kardec a construção da incomparável Obra que legou à humanidade como patrimônio indestrutível para os tempos do futuro. No entanto não é imprescindível para a preservação da Doutrina, que a dispensa, sendo o seu exercício, sem a prudência e orientação do Espiritismo, sempre um risco de imprevisíveis consequências para o seu usuário, assim como para todos aqueles que compartilham das experiências sem controle”. (Tormentos da Obsessão, cap. 11 – O insucesso de Ambrósio.) 

107. A importância do labor fluidoterapêutico – Dr. Inácio e Miranda foram ver Ambrósio e assistiram a uma cena inesperada. O enfermo encontrava-se sob forte indução hipnótica ainda em sono provocado. O aspecto horrendo permanecia como na véspera. Assistido por enfermeiros dedicados, gritava com regular frequência, como se continuasse sob açoites e lapidações que experimentara. Os odores fétidos, embora diminuídos, em razão do ambiente assepsiado, continuavam, causando algum mal-estar. “Nosso amigo encontra-se em sono profundo que lhe foi aplicado — esclareceu Dr. Inácio — porque, ao despertar, face ao longo período em que esteve prisioneiro, poderia sair correndo em desespero, pensando fugir da rocha a que se encontrava atado. O nosso labor inicial é fluidoterapêutico, a fim de desvesti-lo das couraças vibratórias em que se encontra envolvido, até podermos chegar mais tarde ao seu psiquismo anestesiado pelas energias dos algozes que o entorpeceram desde os dias quando transitava no corpo físico.” Era necessário, então, naquele momento, orar para que fosse ele envolvido em vibrações de harmonia, dissipando assim as camadas de energia deletéria que o subjugavam mantendo as imagens cruéis que o dilaceravam mentalmente. Com a prece, lentamente uma suave claridade em tons alaranjados desceu sobre o enfermo e um suave perfume invadiu o ambiente contrastando com as emanações enfermiças que foram ultrapassadas. Após alguns minutos de oração silenciosa, que se transformaram em bálsamo para o internado, Miranda saiu o recinto, deixando o enfermo entregue à equipe de enfermagem. (Tormentos da Obsessão, cap. 11 – O insucesso de Ambrósio.) 

108. Uma sessão especial – Mais tarde, em um horário previamente fixado, Miranda e outros companheiros se encontravam na enfermaria onde se recuperava Ambrósio. Dr. Inácio requisitara a presença de duas damas, a fim de contribuírem com as suas faculdades mediúnicas na atividade programada. Eles estavam em silêncio e recolhimento, quando deram entrada no agradável recinto o venerando Eurípedes Barsanulfo e Dona Maria Modesto. A enfermaria mantinha-se em penumbra e pairava a agradável psicosfera amena que fora providenciada desde a manhã. O grupo compunha-se, ao todo, de oito participantes. Tomando a palavra, Eurípedes sintetizou o programa a ser desenvolvido: “A transferência do nosso querido paciente para este recinto não rompeu os vínculos energéticos mantidos com alguns dos verdugos que o retinham na furna de aflições. Foi deslocado espiritualmente, sim, mas as fixações psíquicas encontram-se-lhe imantadas através do perispírito denso de energias morbosas. Iremos tentar deslocar algumas das mentes que prosseguem vergastando-o, atraindo os seus emissores de pensamentos destrutivos a conveniente e breve diálogo, para, em ocasião própria, torná-lo mais prolongado, mediante cuja terapia procuraremos liberá-lo das camadas concêntricas de amargura e de culpa, de necessidade de punição e de fuga de si mesmo, até o momento de o despertarmos do sono reparador, que lhe foi imposto por força das circunstâncias”. Em seguida, Eurípedes levantou-se e proferiu comovida oração: — Jesus, Incomparável benfeitor! Tu que elegeste o amor como solução para todos os graves problemas humanos, inunda-nos desse sublime tesouro, para bem atendermos aos deveres que nos dizem respeito neste momento. Logo a morte se Te assenhoreou no Gólgota, e o teu corpo foi inumado, desceste em espírito ao Abismo, a fim de buscar Judas, que houvera enlouquecido, deixando-se arrastar pelas forças hediondas da Treva, e o libertaste para recomeçar novas experiências iluminativas... Incapazes de agir com a Tua superior vontade e poderosa energia, ajudaste-nos a retirar da região aflitiva o Teu discípulo desvairado, agora necessitado de socorro específico, para que as pesadas escamas da ignorância e da loucura sejam-lhe igualmente liberadas. Porque se acumpliciou com a sombra, perdeu o contato com a Tua claridade mirífica, permanecendo nesta demorada situação de horror. Ajuda-nos a libertá-lo daqueles que lhe engendraram a escravidão, e, não obstante o largo período de impiedade com que o seviciaram, ainda teimam em reconduzi-lo para os hediondos sítios onde esteve até há pouco. Penetra-nos com a Tua sabedoria e guia-nos no difícil dédalo, cujo acesso está ao nosso alcance, para que não nos percamos nas suas rotas mentirosas. Irriga-nos de ternura e conduze-nos com segurança no labor que realizaremos em Tua homenagem. (Tormentos da Obsessão, cap. 12 – Terapia Especial.) 

109. Diálogo com o agente das sombras – Quando Eurípedes concluiu a oração, pairavam no ar vibrações harmoniosas, interrompidas somente pela agitação de Ambrósio que, no entanto, estava mais calmo. Poucos minutos após, uma das damas convidadas começou o transe psicofônico atormentado, agitando-se e blasfemando em desconcerto emocional profundo, com a voz alterada e roufenha. Palavras agressivas e gestos de violência denotavam o baixo nível evolutivo do comunicante desencarnado, enquanto exteriorizava vibrações morbíficas, penosas. Eurípedes, profundamente concentrado, deixou-o falar, facultando maior entrosamento com a médium, e, enquanto todos se uniam em prece silenciosa, o visitante blasonou, agressivo: — Com qual direito os senhores se adentram em nosso recinto de justiça, sem nosso consentimento, com a presunção de libertarem o réprobo e infame criminoso? Onde ele estiver, não conseguirá ficar livre dos nossos vínculos que foram muito bem fixados durante os seus largos anos de dependência do nosso alimento mental. Não lhes parece muita a audácia da invasão?  Sem qualquer desagrado ou agressividade como revide, o Benfeitor esclareceu: — Não ignoramos o seu relato e o lamentamos muito, tendo em vista a sua consciência de parcial responsabilidade no que nos narra, o que torna o irmão acusado, recém-libertado de sua região, como sendo vítima de si mesmo, mas também do caro visitante. Não somos responsáveis pela apontada invasão da sua área para ajudar o aflito que pôde fruir de lucidez e anelar pela libertação, recordando-se que também é filho do Amor. Foi ele próprio quem nos propiciou a busca, terminada a prova reparadora que se impôs, ao permitir-se o conúbio moral com os amigos... Cada qual sintoniza com aquilo e aqueles com os quais se compraz. No momento em que muda o direcionamento da aspiração, passa a sintonizar noutra faixa psíquica e emocional, estabelecendo novos compromissos... (Tormentos da Obsessão, cap. 12 – Terapia Especial.) (Continua no próximo número.)




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita