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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda

Ano 9 - N° 452 - 14 de Fevereiro de 2016

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)
 

 

Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 18)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. De que modo a Caravana se deslocou para realizar a expedição socorrista?

Sob o comando da Rainha Isabel, o grupo socorrista valeu-se do recurso da volitação. Graças à velocidade do deslocamento, a viagem demorou apenas vinte minutos, quando então todos passaram a sentir as emanações deletérias de uma região enfermiça e sombria, onde nenhum sinal de vida se manifestava. Ali, ao lado de pântanos pútridos, cavernas se abriam profundas em montanhas escuras que limitavam a área do paul dantesco. (Tormentos da Obsessão, cap. 10 – Experiências gratificadoras.)

B. Que recursos foram utilizados pela Caravana para recolher os Espíritos em condições de serem levados, para tratamento, ao Sanatório Esperança?

O grupo utilizou, para isso, redes e macas. Assim que a Rainha Isabel ergueu o bordão que levava, as redes foram atiradas sobre o lameirão, tornando luminosas as malhas que pareciam pirilampos sobre o lodo. Muitas cabeças que se erguiam, percebendo o recurso que poderia ser salvador, agarravam-se-lhes e gritavam por socorro, enunciando os nomes de Jesus, de Deus, de Maria, de alguns dos santos das suas antigas devoções, alardeando arrependimento e suplicando amparo. De energia magnética muito bem constituídas, a novo sinal as redes foram puxadas pelos braços fortes dos seus condutores, mas observou-se que, enquanto algumas se despedaçavam, deixando no lugar, em agonia, aqueles que as seguraram, outros eram colhidos e arrastados até os caravaneiros que os retiravam e os colocavam, debilitados, nas macas que de imediato eram distendidas para os receber. (Tormentos da Obsessão, cap. 10 – Experiências gratificadoras.)

C. Que aspecto apresentava Ambrósio?

A fácies do irmão Ambrósio, tendo em vista os sinais das sevícias que lhe haviam sido aplicadas, tinha um aspecto dantesco. Os traços humanos haviam sofrido graves alterações e todo ele se apresentava esquálido, destroçado, inspirando compaixão e produzindo choque emocional em quem o fitasse. Adormecido, ao ser transportado ressonava de maneira particular, em um repouso assinalado pelo terror, natural reminiscência dos sofrimentos e pavores que experimentara durante o largo cativeiro naquela região de furnas macabras. Concomitantemente, exteriorizava odores pútridos que remanesciam da decomposição cadavérica, ainda impregnada no perispírito, que igualmente se exteriorizava sob deformações responsáveis pela maneira como se encontrava em espírito. (Tormentos da Obsessão, cap. 11 – O insucesso de Ambrósio.)

Texto para leitura 

94. A volitação – Antes de descer ao abismo terrestre, e porque todos se encontrassem em silenciosa expectativa, a Entidade santificada exorou a proteção do Médico divino para o ministério de amor e, silenciando, avançou na direção do querido planeta. Miranda relatou: “Seria difícil para mim explicar o admirável fenômeno de volitação que nos reunia sob a mesma vibração no harmonioso deslocamento. Podíamos ver-nos aproximando-nos da Terra que se agigantava diante de nós até pararmos em um lugar lúgubre, de aspecto truanesco. Não haviam passado vinte minutos, segundo os meus cálculos, e sentíamos as emanações deletérias da região enfermiça e sombria, onde nenhum sinal de vida se manifestava. Ao lado de pântanos pútridos, cavernas se abriam profundas em montanhas escuras que limitavam a área do paul dantesco. Reunindo-nos à borda do lamaçal, demo-nos conta da escuridão reinante, como se nuvens carregadas cobrissem a área, vez que outra sacudida por trovões espocantes e relâmpagos velozes. Concomitantemente, o exalar de matéria em decomposição e os fogos fátuos que eram percebidos falavam sem palavras sobre a zona morbífica em que nos adentrávamos”. A Senhora postou-se à frente, enquanto os cooperadores de imediato a seguiram formando uma fila indiana silenciosa e austera. O pequeno grupo ficou entre os que carregavam as tochas e os padioleiros vigilantes. Erguendo o bordão que derramava suave claridade, iniciou-se a marcha sobre o tremedal. Os archotes foram acesos e produziam uma luz branca que não se expandia, suficiente porém, para iluminar o charco que borbulhava ameaçador. (Tormentos da Obsessão, cap. 10 – Experiências gratificadoras.) 

95. Vozerio e pedidos de socorro na treva densa – Acompanhando o Dr. Inácio e Alberto, que seguiam as pegadas que eram deixadas pelos visitantes, Miranda mantinha a mente em Jesus e os sentimentos adornados de compaixão. Nesse estado de alma ele pôde perceber que, de momento a momento, na sombra das lamas agitadas erguiam-se cabeças que clamavam por misericórdia e apoio, para logo afundarem no lodo asfixiante. O vozerio, as exclamações, os pedidos de socorro e as queixas misturavam-se a blasfêmias e recriminações que aumentavam à medida que eles adentravam a furna aberta na rocha por antigas correntes d’água, que a tornavam perigosa, escorregadia... A densa treva era cada vez mais escura, impedindo quase a irradiação dos archotes acesos. Entre um e outro relâmpago, era possível perceber que acima do lamaçal pairavam Entidades perversas, que pareciam flutuar no ambiente, de aspecto indescritível, que as oleogravuras religiosas não conseguem imitar pelo seu aspecto degenerado e apavorante. Elas aplicavam relhos naqueles que se erguiam do charco imundo suplicando amparo. “São os perturbadores da ordem que nos visitam, objetivando roubar nossos escravos. Pancada neles...” Dito isso, gargalhadas estentóricas produziam estranhos ecos na furna imensa. “Ataquemo-los!”, gritou alguém de aspecto feroz, exibindo sua carantonha deformada, enquanto, ameaçadoramente, eliminava fumaça arroxeada pelas narinas, erguendo bidentes e chibatas que estalavam no ar pesado. (Tormentos da Obsessão, cap. 10 – Experiências gratificadoras.)

96. As redes – A caravana, apesar das ameaças, avançava decidida, entre acusações e doestos, acrimônias e agressões verbais, até que todos viram erguer-se o bastão da Senhora e os archotes aumentaram a luminosidade. Nesse momento apresentou-se uma área imensa dentro da caverna, na qual estorcegavam Espíritos aprisionados às paredes, fazendo recordar alguns dos suplícios da mitologia grega, surrados sem piedade, outros acorrentados por pés e mãos, carregando pedras pesadas e removendo-as de um para outro lugar, enquanto no lodo, afogando-se sem cessar, inúmeros se erguiam e novamente desciam em terrível e inominável sofrimento. Novamente o bordão se ergueu, e as redes foram atiradas sobre o lameirão, tornando luminosas as malhas que pareciam pirilampos sobre o lodo. Muitas cabeças que se erguiam, percebendo o recurso que poderia ser salvador, agarravam-se-lhes e gritavam por socorro, enunciando os nomes de Jesus, de Deus, de Maria, de alguns dos santos das suas antigas devoções, alardeando arrependimento e suplicando amparo. De energia magnética muito bem constituídas, a novo sinal as redes foram puxadas pelos braços fortes dos seus condutores, mas observou-se que, enquanto algumas se despedaçavam, deixando no lugar, em agonia, aqueles que as seguraram, outros eram colhidos e arrastados até os caravaneiros que os retiravam e os colocavam, debilitados, nas macas que de imediato eram distendidas para os receber. Por algumas vezes se repetiu o admirável concurso de proteção aos infelizes. Percebendo a ocorrência, seres monstruosos, que haviam sido vítimas de zoantropia por hipnose e que se deslocavam no ar tentando impedir o atendimento, eram rechaçados por outras redes protetoras que foram atiradas  sobre o grupo, impossibilitando qualquer investida maléfica dos dominadores da região. (Tormentos da Obsessão, cap. 10 – Experiências gratificadoras.) 

97. Ambrósio, desfalecido e deformado, é recolhido – Enquanto se travava uma verdadeira batalha, em que os perversos administradores da área purgatorial tentavam anular o esforço dos missionários do amor, o venerando Eurípedes acercou-se de uma parede que exsudava putrefação e rompeu com as mãos as cadeias que prendiam um Espírito desfalecido e deformado, que lhe tombou nos braços, antes que os sicários vigilantes pudessem interferir. Ato contínuo, dois auxiliares tomaram-no e o colocaram em maca protetora, iniciando-se o retorno, deixando para trás o abismo aterrador. Nesse comenos, cães amestrados foram trazidos e atiçados contra a caravana. Miranda não se atreveu a olhá-los na escuridão banhada levemente pelos archotes e os relâmpagos contínuos, porque o benfeitor o inspirava à oração e ao mergulho íntimo no amor de Deus. Mais tarde, ele veio a saber que se tratava de terríveis mutilações experimentadas pelo perispírito de muitos seres desditosos que se vitimaram na Terra e foram arrastados para aquele sítio infeliz, onde experimentaram hipnoses terríveis e deformantes. Quando, por fim, chegaram à orla daquele verdadeiro purgatório, que superava tudo quanto a imaginação pode definir, observou-se que os Espíritos recolhidos foram de imediato atendidos com fluidoterapia, recebendo ligeiro asseio e atendimento para que viessem a adormecer, a fim de não serem criados impedimentos na viagem de retorno ao Hospital. Novamente sob o comando da Rainha Isabel, a caravana ascendeu. Logo o grupo chegou e os pacientes foram levados com o grupo de visitadores, enquanto o enfermo espiritual, que fora retirado das paredes e do ergástulo, foi encaminhado à parte inferior do nosso Pavilhão, para receber o tratamento que lhe seria dispensado. Tratava-se de Ambrósio. (Tormentos da Obsessão, cap. 10 – Experiências gratificadoras.) 

98. A fácies de Ambrósio tinha um aspecto dantesco – Diz Manoel P. de Miranda que o impressionara profundamente a fácies do irmão Ambrósio, tendo em vista os sinais das sevícias que lhe haviam sido aplicadas e que lhe davam um aspecto dantesco. Os traços humanos haviam sofrido graves alterações e todo ele se apresentava esquálido, destroçado, inspirando compaixão e produzindo choque emocional em quem o fitasse. Adormecido, ao ser transportado ressonava de maneira particular, em um repouso assinalado pelo terror, natural reminiscência dos sofrimentos e pavores que experimentara durante o largo cativeiro naquela região de furnas macabras. Concomitantemente, exteriorizava odores pútridos que remanesciam da decomposição cadavérica, ainda impregnada no perispírito, que igualmente se exteriorizava sob deformações responsáveis pela maneira como se encontrava em espírito. Andrajoso, quase despido, a cabeleira desgrenhada, como se houvesse crescido desordenadamente, misturava-se à barba hirsuta, de aspecto imundo, a envolver a cabeça, o rosto e parte do tórax. Os seus gemidos eram gritos de indefinível dor, que antes provocavam nos algozes que o martirizavam chalaça e mais azedume, e agora, um grande respeito e compaixão em nós. Naqueles dédalos de onde provinha, não luziam a misericórdia nem a esperança, e alguém menos habituado ao trabalho nas zonas espirituais inferiores suporia tratar-se do inferno mitológico das religiões, ultrapassando, porém, as figurações horrendas das imaginações terrestres. (Tormentos da Obsessão, cap. 11 – O insucesso de Ambrósio.) 

99. Rainha Isabel, de Portugal – Quando o Dr. Inácio o convidou a visitá-lo, agora internado em nosso Pavilhão, Miranda não sopitou o interesse de aprender mais e, rogando-lhe licença, apresentou-lhe algumas das inquietações que lhe ardiam na mente. Com a afabilidade que lhe é natural, o distinto esculápio não se fez rogado, permitindo fossem-lhe propostas as questões. “Por que a Caravana era presidida pela nobre benfeitora de Portugal?” – eis a primeira pergunta, que, sem qualquer enfado ou indisposição, o médico respondeu: “Desde quando desencarnara, deixando luminosas lições de caridade que a celebrizaram na Terra, e podendo desfrutar de justas alegrias em regiões ditosas, a fim de prosseguir no seu desenvolvimento espiritual, a extraordinária Senhora optara por continuar amparando o povo que o matrimônio lhe havia concedido para ser também sua família espiritual. Por consequência, dedicou-se a socorrer igualmente os desencarnados retidos em lúgubres paisagens de recuperação dolorosa, trabalhando para retirá-los dali, oferecendo-lhes as oportunidades sacrossantas do amor e do perdão. Face às faculdades mediúnicas incontestáveis que lhe exornaram a existência física, especialmente a de ectoplasmia, que lhe permitira a realização de vários fenômenos grandiosos e que foram tomados por milagres pela ignorância vigente na época, poderia movimentar essas forças agora intrapsíquicas, direcionando-as em favor dos Espíritos mais infelizes, aprisionados ao remorso, à consciência culpada, que se tornaram vítimas fáceis de si mesmos e dos seus adversários inclementes quão odientos”. (Tormentos da Obsessão, cap. 11 – O insucesso de Ambrósio.) (Continua no próximo número.)



 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita