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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 452 - 14 de Fevereiro de 2016

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 



A imorredoura lição do samaritano

 A piedade é a virtude que mais nos aproxima da angelitude

 “(...) A compaixão é sempre dinâmica, não se detendo em apenas sentir o problema de outrem, porém atuando de forma salutar, para  que a  dificuldade seja solucionada mediante a sua contribuição lúcida e misericordiosa.”  - Joanna de Ângelis[1]


A caridade, fora da qual não há salvação, tem uma irmã chamada piedade, também conhecida pelo codinome: compaixão.

Essa irmã da caridade sempre chega aos proscênios de dores em primeiro lugar, identificando o campo de atuação no bem com Jesus. Uma vez localizado o problema, ela clama por sua irmã, que vem – solícita – atender, aliviar, socorrer...

Sem a compaixão trabalhando – vigilante – na vanguarda, soando o alarme, a Caridade não logra desdobrar seus serviços. A Parábola do Bom Samaritano é o exemplo grandiloquente disso: O sacerdote e o levita esqueceram a piedade em Jerusalém, mas o bom samaritano viajava com ela. Portanto, assim que viu o homem caído à beira do caminho, ferido e despojado de seus bens pelos “impiedosos” assaltantes, ela (a piedade) acionou o alarme. A Caridade, então, tomou conta da cena e o homem recebeu toda a assistência de que necessitava.

O Espírito Miguel - com razão - diz[2]: “A piedade é o melancólico, mas celeste precursor da Caridade, primeira das virtudes que a tem por irmã e cujos benefícios ela prepara e enobrece”.

Segundo esse Espírito2, “(...) a piedade é a virtude que mais nos aproxima da angelitude, uma vez que, bem sentida, é amor; amor é devotamento; devotamento é o olvido de si mesmo e esse olvido, essa abnegação em favor dos desgraçados, é a virtude por excelência, a que em toda a Sua Vida praticou o Divino Messias e ensinou na Sua Doutrina santa e sublime”.

Joanna de Ângelis ensina1: “(...) A compaixão é sentimento de nobreza que deve permanecer na criatura humana, em face da imensa necessidade existente em relação à compreensão dos problemas e dificuldades das demais pessoas, atormentadas e infelizes, transitando entre revoltas e desaires.

Irmã da benevolência, predispõe o espírito à ternura e à piedade fraternal, induzindo-o à ação nobilitante da caridade.

Sem compaixão, o ser humano estiola-se, por falta de vigor emocional para solidarizar-se com o seu próximo. (...) A compaixão é a virtude ou qualidade moral que melhor expressa o sentimento de benevolência e que prepara o ser para as propostas de elevação moral com renúncia e abnegação.  Trata-se de uma oportuna conscientização da responsabilidade solidária, do sentido de humanidade que une as criaturas, umas às outras, formando um todo harmônico e edificante.

Pode-se identificar a espiritualidade de uma pessoa pela grandeza do seu sentimento de compaixão em favor da vida”.

AUTOCOMPAIXÃO & AUTOCURA1

“(...) No processo de regularização da saúde, de sua re­cuperação ou de sua manutenção, o sentimento de com­paixão desempenha um papel preponderante, em face dos estímulos que se expressam, quando é dirigida a benefício próprio, sem revolta nem recriminação.

Quando alguém autocompadece-se de maneira edificante, sem o pieguismo narcisista, como atividade positiva de renovação interior, produz neuropeptídeos que são canalizados para o equilíbrio e o bem-estar... Esse sentimento de autoamor é pródromo do amor ao próximo, como parte integrante do conjunto huma­no e, por consequência, do amor a Deus, na generaliza­ção cósmica.

A emoção, em decorrência da conduta adotada, es­praia-se, e a mente disciplinada, generosa e compreen­siva dirige-a no rumo dos objetivos a alcançar.

Eis por que a conexão mente-corpo é fundamental para uma existência feliz, quando se faz mediante as contínuas emissões de ondas de harmonia, de amor e de compaixão para o próprio ser, e, por extensão, para os demais.

Ninguém pode viver em plenitude a sós, ignorando as dores e as aflições das demais pessoas, isolando-se para preservar a paz. Essa seria a paz do pântano, em que se percebe tranquilidade na superfície, mas decom­posição e morte na intimidade que permanece oculta.

A compaixão é sempre dinâmica, não se detendo em apenas sentir o problema de outrem, porém atu­ando de forma salutar para que a dificuldade seja so­lucionada mediante a sua contribuição lúcida e miseri­cordiosa.

A mecânica do desenvolvimento espiritual e moral do Espírito é a do amor, que se esclarece iluminando-se pelo conhecimento e pelas experiências durante a estei­ra das reencarnações.

Quando a inteligência conduz o amor, há lógica e razão, mas quando o amor dirige a inteligência, a com­paixão se expressa e a caridade toma conta dos com­portamentos humanos.

Tomado de compaixão pela sociedade injusta, in­fantil e perversa dos Seus dias, muitas vezes, Jesus dei­xou-Se conduzir pela compaixão, graças à qual amou sem reservas, entregando-Se em regime de doação ple­na, a fim de que a vida moral predominasse em todos os comportamentos sociais e humanos.

Toma-O como exemplo e tem compaixão, quando não possas aplicar outro sentimento, porque compai­xão é vida.”

Em razão disso tudo e de outras coisas mais, ao perguntar aos Espíritos Superiores[3]: “qual - no entendimento de Jesus - é o verdadeiro sentido da palavra caridade”, Kardec obteve uma das mais luminosas respostas: “benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, e perdão das ofensas”.                      


 

[1] - FRANCO, Divaldo. Jesus e Vida. Salvador: LEAL, 2007, p.p. 21-25.

[2] - KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 121. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2003, cap. XIII, item 17.

[3] - KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 83. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2002, q. 886. 

 

 


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