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Editorial Inglês Espanhol    
Ano 9 - N° 451 - 7 de Fevereiro de 2016
 
 

 
 

Incêndio na madrugada


O Centro Espírita Auta de Souza, localizado na Área Especial 14, na avenida principal de Sobradinho II, Distrito Federal, foi incendiado na madrugada do dia 29 de janeiro último. As chamas tiveram início por volta das 2h45 e um homem, Valdecy de Lima Silva, de 24 anos, ficou ferido e precisou ser levado ao Hospital Regional de Sobradinho, após sofrer queimaduras nos pés, no rosto e nos braços.

O assistente social responsável pelo local, Guilherme Varandas, disse à reportagem do Correio Braziliense: “Já fiz o registro da ocorrência na delegacia. Estamos muito tristes com tudo isso. Mas não vamos acabar com o nosso trabalho de caridade. Continuaremos com fé”. E acrescentou: “Tinha sinais de arrombamento. Uma grade de uma das janelas estava arrebentada. Em dois anos, essa é a segunda vez que sofremos algum tipo de ataque.”

A vizinha do lote, Tamires de Lima Silva Alves, 27, irmã do jovem que se queimou no incêndio, explicou o que aconteceu: “Acordei com um susto. Um dos meus irmãos gritou que o centro estava pegando fogo e corremos para tentar ajudar. O Valdecy pegou uma mangueira, mas, como as chamas estavam muito altas, acabou se queimando”. Tamires reside no local há mais de 18 anos e afirmou que o local já havia sido invadido. (Mais informações sobre o acontecimento podem ser vistas em: http://goo.gl/mhwwGx/.)

O crime ocorreu uma semana depois de ser criada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência. Essa medida foi tomada após uma sucessão de ataques contra terreiros de matrizes africanas, cuja soma atingiu 15 ocorrências em 2015. Por isso, em outubro último, representantes de aproximadamente 50 terreiros do Distrito Federal e do Entorno estiveram na Câmara Legislativa, em audiência pública, para tentar preservar a religião africana.

Em face do incêndio do Centro Espírita Auta de Souza, Paulo Maia, presidente da Federação Espírita do Distrito Federal, divulgou o seguinte comunicado: 

“A Federação Espírita do Distrito Federal (FEDF) vem a público lamentar o ato criminoso que resultou no incêndio do Centro Espírita Auta de Souza, em Sobradinho II, na chácara 14 do Núcleo Rural 2, ocorrido na última madrugada, 29 de janeiro.

As chamas destruíram parcialmente as dependências do centro e também provocaram ferimento em uma vítima. Os danos poderiam ter sido piores caso não houvesse a atitude de vizinhos do centro, que ajudaram a combater o incêndio, e a atuação do Corpo de Bombeiros.

O Centro Espírita Auta de Souza atua desde a década de 1970. Nesses anos, conquistou reputação na comunidade Chão de Flores pelas atividades religiosas e sociais.

Difícil de compreender e aceitar que uma instituição com esse perfil seja alvo de um delito de ódio!

Esse episódio evidencia que a tolerância religiosa está sob risco no Brasil. Importante mencionar que fatos semelhantes tendo por alvo outros segmentos vêm sendo registrados com frequência no Distrito Federal e no país.

A FEDF espera que as autoridades apurem com celeridade e responsabilizem legalmente os autores do ato criminoso.

Da mesma forma ressalta que o respeito e o direito da liberdade de fé e de credo são valores professados no Brasil e uma conquista que não pode ser maculada.

Esperamos que os valores cristãos, das demais religiões orientais, afrodescendentes e de cidadania sejam defendidos e preservados pela sociedade e pelas instituições brasileiras.

Que este ato, fruto da ignorância das leis divinas, possa fortalecer as ações de integração das lideranças religiosas e da sociedade no desenvolvimento da cultura da Paz, tão necessária para vivermos em harmonia.” 

Fazemos nossas as palavras do confrade Paulo Maia.

É preciso dar um basta à intolerância religiosa que grassa em nosso país, porque o ocorrido em Sobradinho não constitui um fato isolado, como mostra a sucessão de episódios semelhantes que vêm ocorrendo nos últimos anos em uma nação cuja população, em sua esmagadora maioria, se orgulha em dizer-se cristã. Mas o cristão, é bom que todos lembremos, reconhece-se pelas suas obras e não apenas pelas suas crenças.

Sobre o assunto, Marcus Braga escreveu o artigo “Tolerância é uma palavra feia”, publicado nesta mesma edição, cuja leitura recomendamos aos nossos leitores.



 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita