WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual Edições Anteriores Adicione aos Favoritos Defina como página inicial

Indique para um amigo


O Evangelho com
busca aleatória

Capa desta edição
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Rádio Espírita
On-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco

Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 449 - 24 de Janeiro de 2016

ANDRES GUSTAVO ARRUDA
andres.gustavo57@hotmail.com
Caxias do Sul, RS (Brasil)

 


O labor espírita e o problema da especulação


Em seu primeiro discurso pronunciado nas reuniões gerais dos espíritas de Lyon e Bordeaux, Allan Kardec advertiu os confrades para um problema que então grassava em algumas instituições espíritas: a especulação. De início, teceu considerações acerca da especulação material, uma vez que alguns grupos estavam cobrando entrada das pessoas que assistiam às sessões.

Ademais, mencionou outro tipo de especulação, que chamou de especulação moral. É dizer: “a satisfação do orgulho, do amor próprio (sic). É o caso dos que acreditam, sem interesse pecuniário, fazer do Espiritismo um pedestal honorífico para se colocarem em evidência” [1] (grifos nossos).

E, atualmente, isto ocorre porque, não raras vezes, alguns de nós, lidadores espíritas, transferimos nossas ambições relativas às coisas materiais para as coisas divinas.[2] Desta forma, frequentemente imaginamos que, na tarefa que abraçamos, somos insubstituíveis, e que somente nós temos condições de executá-la. Sucede que raciocinamos como se fôssemos um corpo que possui um Espírito e não um Espírito temporariamente vestido de um corpo de carne.  

Outrossim, esta perspectiva faz com que nos apeguemos a nós mesmos, inclusive aos próprios cargos. Alargando a conceituação, temos a questão 895 d’O Livro dos Espíritos, que nos auxilia na compreensão do tema em apreço: 

895. À parte os defeitos e os vícios sobre os quais ninguém se enganaria, qual é o indício da imperfeição?

O interesse pessoal. As qualidades morais são geralmente como a douração de um objeto de cobre, que não resiste à pedra de toque. Um homem pode possuir qualidades reais que o fazem para o mundo um homem de bem; mas essas qualidades, embora representem um progresso, não suportam em geral a certas provas e basta ferir a tecla do interesse pessoal para se descobrir o fundo. O verdadeiro desinteresse é de fato tão raro na Terra que se pode admirá-lo como a um fenômeno, quando ele se apresenta. O apego às coisas materiais é um indício notório de inferioridade, pois quanto mais o homem se apega aos bens deste mundo, menos compreende o seu destino. Pelo desinteresse, ao contrário, ele prova que vê o futuro de um ponto de vista mais elevado. (grifos nossos)

Passemos, agora, à conceituação de desinteresse material e desinteresse moral. Kardec entendeu por desinteresse moral a abnegação, a humildade, a ausência de toda a pretensão orgulhosa, de todo o pensamento personalista colocados a serviço da doutrina. No que tange ao desinteresse material, a expressão é autoconceitual, consistente, pela obviedade, na ausência de todo desejo de retribuição pecuniária.[3] Asseverou o Codificador, noutra oportunidade, que o desinteresse material é improfícuo se não for acompanhado pelo mais completo desinteresse moral.[4]

Em nossas atividades doutrinárias será oportuno, portanto, indagarmos a nós mesmos sobre o móvel de nossas ações. Até que ponto não estamos sendo movidos pela especulação moral, sobretudo, pois a material, nos dias de hoje, é mais rara, ou pela presunção?

Perguntemos à nossa consciência e ela nos responderá. 


 

[1] Viagem Espírita em 1862, p. 48.

[2] Cf. A Coragem da Fé, pp. 4-5.

[3] Cf. Viagem Espírita em 1862.

[4] Cf. Revista Espírita de Março de 1864.


 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita