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Brasil
Ano 9 - N° 448 - 17 de Janeiro de 2016
MARCEL BATAGLIA
marcelbataglia@gmail.com
Balneário Camboriú, SC (Brasil)
 


Lar da Caridade:
o trabalho continua
 

Fundado em 30 de agosto de 1957 o Lar da Caridade, de Uberaba, popularmente conhecido como Hospital do Fogo Selvagem, segue firme em seus objetivos


 

“As doenças pertencem às provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos condições malsãs, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade. Nos mundos mais avançados, física e moralmente, o organismo humano, mais depurado e menos material, não está sujeito às mesmas enfermidades que o nosso, e o corpo não é minado secretamente pela devastação das paixões. É necessário, pois, que nos resignemos a sofrer as consequências do meio em que nos situa a nossa inferioridade, até que nos façamos dignos de uma transferência.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, nº 9.)

Em Uberaba, cidade do triângulo mineiro, além de história e muita beleza, a cidade abriga há 58 anos uma das mais importantes instituições atuantes em prol do próximo. Fundado em 30 de agosto de 1957 o Lar da Caridade, popularmente conhecido como Hospital do Fogo Selvagem, é uma entidade de assistência social, sem fins lucrativos, fundado com o objetivo de atender pessoas com pênfigo foliáceo, uma doença cujos sintomas se assemelham a labaredas que percorrem o corpo e deixam na pele verdadeiras marcas de queimadura.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, trata-se de uma doença relativamente rara caracterizada pela formação de bolhas na pele e, às vezes, também nas mucosas (como boca, garganta, olhos, nariz e região genital de homens e mulheres). São consideradas doenças autoimunes, assim desencadeadas porque o sistema imunológico produz, de forma equivocada, anticorpos contra estruturas da pele, que são responsáveis pela união entre as células (como se fosse um “cimento”). Esses anticorpos chegam à pele e às mucosas por meio da circulação, ligam-se a partes desse “cimento” e o danifica, fazendo com que as células se separem. Após essa separação há passagem de líquido e formação das bolhas. Essas bolhas acabam se rompendo após algum tempo (horas a dias, dependendo do local e do tipo de pênfigo) e deixam feridas na pele e nas mucosas, que demoram bastante para fechar e às vezes não fecham. Vale lembrar que, como outras doenças autoimunes, os pênfigos não são doenças contagiosas.

Dona Cida era movida pelo amor ao próximo

Além desse atendimento, o Lar da Caridade assiste em regime de abrigo crianças e adolescentes em situação de risco social, adultos e idosos. Inclui-se ainda nas finalidades da obra a promoção do aperfeiçoamento moral, intelectual, físico e social dos usuários.

A criação da entidade deu-se a partir do esforço de uma simples e amorosa mulher que abdicou seus desejos e dedicou seus esforços ao tratamento e apoio moral aos enfermos de pênfigo. Aparecida Conceição Ferreira, mais conhecida como Dona Cida, era movida pelo amor ao próximo e pelo propósito de acolher os doentes do pênfigo. Não se conformando em só acolher as mães, passou a acolher também seus filhos, passando a ser então o atendimento à infância o principal foco da instituição.
 

Dona Cida iniciou o trabalho em 1957, quando trabalhava como enfermeira no isolamento da Santa Casa de Uberaba. Como o tratamento do pênfigo era difícil e dispendioso, o hospital acabou por suprimi-lo e então a abnegada servidora não teve dúvidas e levou os doentes para sua própria casa, onde teve que fazer uma difícil escolha: a família ou os enfermos. Pedindo esmolas nas vias públicas e recorrendo aos meios de comunicação, sobretudo com a ajuda dos jornalistas através da extinta TV Tupi e o irres-trito apoio de Chico Xavier, o trabalho se consoli-

dou e chegou a abrigar mais de trezentos desamparados ao mesmo tempo. O hospital passou, mais tarde, a se chamar Lar da Caridade, como sugestão de Chico Xavier, e pelo fato de Dona Cida cuidar dos filhos dos pacientes, enquanto estes passavam pelo tratamento. Ela então abriu esse espaço dentro das dependências do hospital, serviço esse que foi depois estendido a várias outras crianças e adolescentes.

Como é o atendimento prestado pela instituição

Apesar do falecimento de Dona Cida ocorrido em 22 de dezembro de 2009, a instituição prossegue e conta com um ambulatório modelo cujo equipamento foi obtido por meio de doações. O ambulatório está localizado em um prédio doado pelo Governo Federal e ocupa 5% da área desse prédio impecável, cujas instalações hospitalares estão vazias por falta de recursos para completá-las com os equipamentos. 

Na parte do Hospital são mantidos 5 doentes internados, 10 doentes que recebem atendimento ambulatorial, 20 doentes com outras patologias dermatológicas e 10 adultos com necessidades especiais. Trabalham ali um Clínico Geral, uma Enfermeira Padrão, 5 Técnicos de Enfermagem, uma Psicóloga Hospitalar e um Farmacêutico.

No Projeto de Educação Infantil estão abrigadas 65 crianças de zero a três anos. Ele funciona de segunda a sábado, das 6h30 às 18h, em sinergia com a Escola Municipal dentro da Instituição Projeto Convivência, que abriga 125 crianças de cinco a doze anos. Nessa área trabalham 24 professores, 10 profissionais da Prefeitura, uma Pedagoga, um Assistente Social, Técnicos de Enfermagem (Hospital), Pediatra (Voluntária), um Terapeuta Ocupacional, uma Psicóloga, dois Dentistas, um Fonoaudiólogo e dois Fisioterapeutas (cedidos pela Universidade), um Nutricionista e vários voluntários.

O Acolhimento Institucional de três Casas Lares, duas masculinas e uma feminina, atende 30 pessoas no total. Trabalham nessa área 3 Psicólogos, um Assistente Social, uma Coordenadora, um Atendente administrativo, um Terapeuta Ocupacional (Educação Infantil), uma Médica e seis Mães Sociais. Uma das casas é de propriedade do Hospital do Fogo Selvagem e duas são alugadas. Recebe da Prefeitura uma verba mensal de R$ 15.000,00.

No Centro Comunitário são distribuídos 15 enxovais mensais. Ele mantém um Bazar permanente de venda de móveis, calçados e roupas recebidas em doação, que são vendidos a preços simbólicos, com o resultado revertido para a instituição.

Contíguo ao Lar da Caridade, funciona um Centro Espírita que realiza trabalhos regulares semanalmente, dando sustentação aos trabalhos realizados com as crianças e os doentes.


Nota do Autor:

A entidade, inscrita no CNPJ 25.440.835/0001-93, está localizada na Rua João Alfredo, 437 – Abadia – Uberaba. Para aqueles que desejarem contribuir ou contatá-los, basta ligar para 34 3318-2900 ou enviar e-mail para fogoselvagem@terra,com.br.




 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita