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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 447 - 10 de Janeiro de 2016
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 13)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. A influência espiritual negativa afeta a pessoa que se pauta na vida pela retidão moral?

Não. Jamais se curvam sob as forças tenebrosas do mal aqueles que se entregam a Deus, a Jesus e ao Bem, nas fileiras do dever a que se apegam. O indivíduo que ama a retidão de princípios e os executa firmado em propósitos de elevação moral, mesmo quando fustigado pela pertinácia dos irmãos desajustados e perversos de ambos os planos da vida, não se deixa afetar, permanecendo nas disposições abraçadas, fiel ao programa traçado. Pode experimentar alguma aflição, como é natural, mas robustece-se na oração, no prazer do serviço que realiza, nas leituras edificantes, na consciência pacificada. (Tormentos da Obsessão, cap. 7 – A amarga experiência de Leôncio.)

B. A soberba intelectual é capaz de envenenar os melhores sentimentos?

Sim. E foi exatamente isso que ocorreu com Leôncio. Soberbo e egoísta, ele deixou-se fascinar pela absurda ideia de que lhe cabia a missão de preservar a memória do mestre de Lyon, lutando qual Don Quixote contra os fantasmas monstruosos que detectava nas pás dos moinhos de vento da ilusão, passando a agredir sistematicamente nomes respeitáveis e Instituições venerandas, por discrepâncias de sua parte. Possuidor de palavra fácil, usou a tribuna espírita muitas vezes, apresentando temas relevantes, mas sempre os concluindo com dardos venenosos bem dirigidos contra os inimigos que criava ou supunha possuir. Com esse comportamento conseguiu, por fim, ser mais detestado do que estimado e, sem se dar conta, acabou arrastado vigorosamente a rude obsessão, em face do cerco organizado por adversários soezes do Cristo e da Doutrina Espírita. (Tormentos da Obsessão, cap. 7 – A amarga experiência de Leôncio.)

C. Qual foi o fato que motivou a queda de Leôncio?

O pivô de tudo foi uma jovem e encantadora médium psicofônica, clarividente de excelentes recursos, porém em fase primária de educação da faculdade. Relativamente frágil e muito insegura, ela inspirou-lhe imediata afeição, que ele não pôde identificar de momento, tal a qualidade de que se constituía. Telementalizado por Entidades infelizes, Leôncio conseguiu que a jovem se lhe afeiçoasse, derrapando posteriormente em adultério nefando. O escândalo fez com que a jovem fosse afastada da Instituição. Incapaz de continuar no lar, após exculpar-se com a esposa dilacerada, retirou-se para viver com a vítima da sua sedução. Sua faculdade incipiente, ante a conduta reprochável que passou a manter, se tornou campo de perturbação e enfermidades que a vitimaram, levando a jovem a prematura desencarnação. Leôncio abandonou então os deveres espirituais quando mais deles necessitava, e derrapou por completo na obsessão. (Tormentos da Obsessão, cap. 7 – A amarga experiência de Leôncio.)

Texto para leitura 

71. Nenhuma sombra pode fazer frente à luz – Porque percebesse o interesse real pela exposição não proposital, Manoel P. de Miranda prosseguiu: “O indivíduo que ama a retidão de princípios e os executa firmado em propósitos de elevação moral, mesmo quando fustigado pela pertinácia dos irmãos desajustados e perversos de ambos os planos da vida, não se deixa afetar, permanecendo nas disposições abraçadas, fiel ao programa traçado. Pode experimentar alguma aflição, como é natural, mas robustece-se na oração, no prazer do serviço que realiza, nas leituras edificantes, na consciência pacificada. Simultaneamente, torna-se amparado pelos Espíritos nobres, seus afeiçoados desencarnados, aqueles que foram beneficiados por sua bondade fraternal, que acorrem a protegê-lo e sustentá-lo nas atividades que lhe dizem respeito. Jamais se curvam sob as forças tenebrosas do mal aqueles que se entregam a Deus, a Jesus e ao Bem, nas fileiras do dever a que se apegam”. Quando Miranda terminou sua fala, Alberto aduziu: “Tem toda razão o nosso estagiário. Nenhuma sombra, por mais densa, consegue diminuir a claridade, assim como força alguma da desagregação moral e espiritual logra romper o equilíbrio da Lei de amor”. Na sequência, dando novo curso à conversação, informou que o amigo por eles visitado chamava-se Leôncio e a dama devotada era D. Matilde, sua genitora, que o precedera no retorno à Pátria pela desencarnação. Leôncio encontrava-se naquele apartamento, havia poucos meses, após tratamento prolongado na área de psiquiatria do Hospital, na parte inferior do edifício. Desencarnara fazia pouco mais de quinze anos, e naquele momento se encontrava em perfeito refazimento, reidentificando-se com os superiores objetivos da vida. Sentindo-se indiretamente convidado à conversação edificante, o paciente apresentou uma expressão de melancolia e com gentileza informou que chegara ali em lamentável situação moral e espiritual, que somente a complacência divina pode socorrer. (Tormentos da Obsessão, cap. 7 – A amarga experiência de Leôncio.) 

72. O caso Leôncio – Leôncio relatou aos amigos: “Renasci, na Terra, há pouco mais de setenta anos, em formoso lar, onde o amor e o dever constituíam diretrizes de segurança. Desde cedo ouvi e senti o respeito pelo nome de Jesus e por Sua doutrina. Assim, portanto, fui educado na escola do exemplo, ao lado de outros irmãos consanguíneos. Meus pais eram católicos, porém, se dedicavam com fidelidade aos ensinamentos da Igreja que frequentavam e para a qual nos conduziram com carinho. À medida que crescemos e adquirimos maioridade fomos optando pelas doutrinas que nos pareciam mais compatíveis com o desenvolvimento intelectual e moral. Consegui, por minha vez, adentrar-me em uma Universidade, que era um dos meus sonhos mais ardentes, e concluí o curso que elegera. Foi nesse período, que passei a me interessar pelos fenômenos mediúnicos e paranormais, nos dias febricitantes em que a Parapsicologia era apresentada como a grande esclarecedora e devoradora de superstições, mitos e crenças... Aprofundei-me no estudo das diferentes correntes russa, holandesa, inglesa, americana e brasileira, se podemos classificá-las desse modo, adotando o comportamento em torno dos fenômenos de natureza eminentemente psi e aqueloutros mediúnicos, que me levaram ao estudo sério do Espiritismo. Afeiçoado à literatura, à filosofia, à história, encontrei nos postulados espíritas a lógica profunda e a ética feliz para uma existência ditosa. Havendo-me dedicado à arte de escrever, já que era profissionalmente ligado a um grande periódico, no qual estava presente com regularidade e comentava acontecimentos inusuais, passei a divulgar a Doutrina Espírita com entusiasmo e quase exaltação. De temperamento forte e presunçoso, esqueci-me que todos têm liberdade para pensar e agir conforme lhes pareça melhor e que ninguém foi designado para ser defensor do Espiritismo, num arremedo de postura zelote, que hoje reconheço como abominável, conseguindo ferir gregos e troianos, conforme o velho conceito, quando deveria ater-me ao lado nobre das questões, apresentando os conceitos superiores do pensamento dos imortais e do Codificador, sem preocupações mesquinhas e exibicionistas”. (Tormentos da Obsessão, cap. 7 – A amarga experiência de Leôncio.) 

73. O mal que a soberba produz – Leôncio interrompeu a narração por um pouco, após o que, medindo as palavras com acentuado cuidado, voltou a narrar: “Consorciei-me com excelente companheira, que me foi enviada por Deus para ajudar-me na travessia terrestre e experimentei a honra da paternidade várias vezes. Reconheço que fui esposo e pai cuidadoso, cumpridor dos deveres, que procurou transmitir à família as lições libertadoras do Espiritismo. Mas a prosápia(1) intelectual envenenou-me os sentimentos. Soberbo e egoísta, lentamente deixei-me fascinar pela absurda ideia de que me cabia a missão de preservar a memória do mestre de Lyon, lutando qual Don Quixote contra os fantasmas monstruosos que detectava nas pás dos moinhos de vento da ilusão, passando a agredir sistematicamente nomes respeitáveis e Instituições venerandas, por discrepâncias de minha parte. Possuidor de palavra fácil, usei a tribuna espírita muitas vezes, apresentando temas relevantes, mas sempre os concluindo com dardos venenosos bem dirigidos contra os inimigos que criava ou supunha possuir. Simultaneamente consegui escrever páginas repassadas de beleza, que ainda confortam muitas pessoas que as leem. As paixões que predominavam no ser que sou, com o tempo as somaram, tomaram-me o fôlego, e tornei-me pessimista, agressivo, antipático. Como seria de esperar, muitos daqueles a quem agredi pela Imprensa reagiram com o seu direito de defesa, dando curso a discussões infelizes e desnecessárias, que a morte a mim demonstrou serem somente fruto da vaidade e da exibição do personalismo doentio. E que, no meu inconsciente, qual ocorre com muitos outros viandantes terrenos, agasalhava a ideia de passar à imortalidade... humana. Consegui, por fim, ser mais detestado do que estimado. Não me dava conta, eu que ensinava aos outros, que estava sendo arrastado vigorosamente a rude obsessão, face ao cerco organizado por adversários soezes do Cristo e da Doutrina Espírita. Como consequência, passei a nutrir vigorosa antipatia por médiuns e dirigentes de reuniões que se me apresentavam como ignorantes e incapazes de contribuir em favor da Causa Espírita, quando, em uma reunião experimental, dentre as muitas que visitava com o fim de desmascarar médiuns e exibir-me, encontrei aquela que seria o pivô dos meus desconcertos emocionais”. (Tormentos da Obsessão, cap. 7 – A amarga experiência de Leôncio.) 

74. O motivo da queda de Leôncio – Leôncio disse então que o pivô dos seus desconcertos era uma jovem e encantadora médium psicofônica, clarividente de excelentes recursos, porém em fase primária de educação da faculdade. Relativamente frágil e muito insegura, ela inspirou-lhe imediata afeição, que ele não pôde identificar de momento, tal a qualidade de que se constituía. O certo, porém, é passou a oferecer-se para ministrar cursos de passes e outros naquele Núcleo em que ela laborava, atraindo-a com persistente indução. Telementalizado por Entidades infelizes, conseguiu que a jovem se lhe afeiçoasse, derrapando posteriormente em adultério nefando. Leôncio empalideceu ante a lembrança daqueles acontecimentos sombrios e fez-se ligeiramente trêmulo, mas, procurando controlar a emoção, prosseguiu: “O escândalo, que tem pernas curtas, logo aconteceu, envolvendo a moça que, admoestada carinhosamente, foi afastada da Instituição, quanto eu mesmo, cortesmente, pelo seu diretor, até que a minha família tomou conhecimento, e não mais pude ocultar a verdade, massacrando, com a conduta irrefletida e doentia, corações afetuosos e sensíveis. Incapaz de continuar no lar, após exculpar-me com a esposa dilacerada, retirei-me para viver com a aturdida vítima da minha sedução. A sua faculdade incipiente, ante a conduta reprochável que passou a manter, se tornou campo de perturbação e enfermidades que a vitimaram, levando-a à prematura desencarnação. Não me perdoando a série de desatinos, transferi-me de cidade, abandonei os deveres espirituais quando mais deles necessitava, e derrapei por completo na obsessão. O desequilíbrio mental assaltou-me, e passei aos alcoólicos em fuga espetacular da realidade. Nesse comenos, soube da desencarnação da esposa devotada, e somei, às dores antigas, mais essa aflição, perdendo totalmente o interesse pela existência física. A queda no fosso de si mesmo não encontra apoio ou piso de sustentação, abrindo-se o abismo e cada vez mais se tornando profundo. Esquecido dos e pelos amigos, uni-me a grupos de dipsomaníacos elegantes e vulgares até que a morte me convidou o corpo ao túmulo e o Espírito à consciência dos atos”. (Tormentos da Obsessão, cap. 7 – A amarga experiência de Leôncio.) (Continua no próximo número.)

 (1) Prosápia: altivez, orgulho, soberba.


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita