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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 445 - 20 de Dezembro de 2015

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 


Vaidade, injustificável vaidade!...

Os Espíritos superiores abeiram-se das almas enfermas no propósito de auxiliá-las na cura

 “Mediunidade é progresso a realizar e não progresso realizado.” - Dr. Odilon Fernandes[1]


Alerta-nos de maneira ponderada e feliz o Dr. Odilon Fernandes1: “(...) que o médium creia firmemente não ser nada além de um seareiro entre tantos outros, batalhando na difícil tarefa do aperfeiçoamento íntimo, que lhe exigirá repetidas experiências no corpo, já que lhe seria loucura pretender alcançar o Céu de assalto...

Médiuns houve que, infelizmente, passaram a existência inteira dominados por ideias messiânicas, sempre perigosas, crendo-se investidos de alto poder missionário, quando não passavam de mendigos do pão espiritual mais simples que lhes socorresse a fome de luz. 

Mutilado no que se refere ao discernimento que deveria norteá-lo, ao médium falta chão para pisar com segurança, mostrando-se prestes a desabar a qualquer instante, no desastre mediúnico inevitável.

Quando no medianeiro ainda sobra alguma luz e ele, então, seja capaz de vislumbrar o perigo a que se expõe, convém que, asserenando intimamente no clima da oração, abdique de qualquer ideia que lhe esteja sub-repticiamente fomentando o personalismo e se autointerne no anonimato do serviço no bem, procurando, de preferência, socorrer com as próprias mãos os pobres mais pobres na periferia da cidade.

No entanto, mesmo na prática da caridade genuína, que o médium se acautele contra a falsa noção de santidade que, temerariamente, poderá começar a acalentar a respeito de si mesmo!”.

A perda do discernimento, entre outras coisas, pode ter a sua origem no orgulho e na vaidade, porque assim como a fé, a mediunidade se conjuga com a humildade.

Continua o Dr. Odilon Fernandes1: “(...) para admitir que foi ludibriado, por este ou aquele Espírito, é necessário que o médium possua certa humildade; caso contrário, mesmo a entidade espiritual sendo desmascarada, o medianeiro prosseguirá cultivando as convicções na infalibilidade do Espírito que o envaidecia com a sua ‘assistência’.

No que tange à vaidade, carecemos de tecer breve consideração: o medianeiro costuma julgar o grau de sua evolução espiritual pela condição evolutiva do Espírito que lhe assessora as atividades. Pura ilusão! Espíritos que agem no anonimato, cujos nomes sequer são conhecidos dos homens, estão em estágio espiritual quase sempre superior ao dos que reverenciamos...

Não é porque, por exemplo, o Dr. Bezerra de Menezes assista tal médium que este esteja à altura do grande Benfeitor de todos nós. Os Espíritos Superiores, atentos à palavra do Cristo de que ‘os sãos não necessitam de médico’, abeiram-se das almas enfermas no propósito de auxiliá-las na cura. Acaso o Senhor não conviveu com pecadores e adúlteras, homens rudes e de inteligência obtusa, pacientemente instruindo-os a respeito do Reino Divino?!...

À perda do discernimento, só se nivela a vaidade do médium que se imagina na condição de missionário.

Insistimos em que a mediunidade, do ponto de vista moral, é instrumento de progresso a realizar e não de progresso realizado.

As credenciais do Espírito bem-intencionado são sempre as do trabalho que inspira o médium a concretizar, sem subtrair-lhe o livre-arbítrio. O Espírito que dita normas e se aborrece quando não as vê cumprir-se pode até possuir méritos que não discutimos, mas inegavelmente ainda tem muito que aprender.

A tática do Espírito obsessor intelectualizado é sutilíssima! Não raro, para surpreendê-lo em contradição, carece-se de refinado espírito de observação num curso de tempo mais ou menos longo.

No entanto não nos precipitemos em qualquer juízo sobre os Espíritos, como não devemos apressar-nos na opinião a respeito de pessoas e acontecimentos. Não permitamos deixar-nos levar pelas aparências, nem de bem nem de mal, porque o Espírito aparentemente bronco em seu modo de exteriorizar-se pode ser portador de virtudes essenciais que verdadeiramente o credenciem.

Muitas rosas de inegável beleza são totalmente desprovidas de perfume, ao passo que outras de aspecto comum exalam agradabilíssima fragrância, sob a singeleza da própria forma!”.

O Espírito de Verdade e Erasto[2] são claros em suas afirmações: “(...) quem recebe recompensas que enaltecem o orgulho através dos gozos da Terra já estão devidamente pagos, não tendo direito às recompensas celestes, vez que estas são para os que não as tenham buscado na Terra. Ai dos que tentam fazer das coisas santas degraus para contentar sua vaidade e ambição! Quanto mais tenham subido, mais estrondosa e formidável será a queda!”.

Deolindo Amorim, em seu primeiro livro enviado após a sua desencarnação através do médium Elzio Ferreira de Souza, ao prefaciá-lo, registrou logo no início: “ao escrever estas páginas, não tive, de modo algum, a pretensão de ser reconhecido. Nosso papel não é o de requisitar luzes no palco da vida física para qualquer espécie de estrelato, mas o de acendermos no próprio coração a luz da compreensão a fim de poder ajudar aqueles que ainda permanecem nos foros do planeta, estagiando na aprendizagem com suas lutas naturais tão necessárias ao aperfeiçoamento do indivíduo”.

Para trabalharmos na Seara do Cristo, não podemos de modo algum pretender que a nossa luz brilhe mais que a dEle, visto que desde os primeiros tempos, João, o Batista, já deu o exemplo de como deve agir o verdadeiro discípulo de Jesus: deve diminuir-se para que Ele cresça.


 

[1] - BACCELLI, Carlos Antônio. Mediunidade e obsessão. Votuporanga: DIDIER, 1996, cap. 8 e 9.

[2] - KARDEC, Allan. O Evangelho seg. o Espiritismo. 125. ed. Rio: FEB, 2006, cap. XX, itens 4 e 5.


 


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