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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 443 - 6 de Dezembro de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Tormentos da Obsessão

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 9)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Tormentos da Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 2001.

Questões preliminares 

A. Quem era Almério?

Almério era o estagiário que atendeu Manoel P. de Miranda no dia em que o autor desta obra deveria iniciar seu estágio no Sanatório Esperança. Almério havia desencarnado fazia vinte anos e foi naquele Nosocômio, onde despertara em lamentável estado de perturbação espiritual, que recebera o atendimento de que necessitou no seu retorno ao plano espiritual, depois de haver fracassado na recente existência. (Tormentos da Obsessão, cap. 5 – Contato precioso.)

B. Que fato levou Almério a ingressar numa casa espírita e ali desenvolver-se na área da mediunidade?

Foi a dor, foi o sofrimento. Acolhido na casa espírita, foi-lhe explicado que seu passado espiritual era muito severo e, por isso, cabia-lhe trabalhar para superar os problemas que então enfrentava. “Eis, pois (disse ele), como me iniciei no Espiritismo, através das bênçãos do sofrimento, que não soube aproveitar o quanto deveria.” (Tormentos da Obsessão, cap. 5 – Contato precioso.)

C. É verdade que os desencarnados também transpiram?

Sim. E foi exatamente isso que Manoel P. de Miranda havia notado em Almério, a certa altura de sua narrativa, quando lhe surgiu uma leve sudorese na testa. Por que isso se deu? “É que me acerco dos momentos graves da narrativa, e sinto-me constrangido”, explicou o amigo. (Tormentos da Obsessão, cap. 5 – Contato precioso.)

Texto para leitura 

53. Almério relata suas experiências na última existência – Muito simpático, Almério, o estagiário que atendeu Manoel P. de Miranda, disse que havia desencarnado fazia vinte anos, havendo sido assistido naquele Nosocômio, onde despertara em lamentável estado de perturbação espiritual, de que se foi libertando, graças ao amparo e empenho dos médicos e enfermeiros que o atenderam, até que pôde ensaiar os primeiros passos pelo ambiente, dando-se conta da realidade da vida e procurando adaptar-se ao novo habitat, embora as saudades dilaceradoras que conservava em relação à família e aos seres amigos, bem como às tarefas interrompidas que ficaram no domicílio carnal. Manoel P. de Miranda escutava-o, atento, como se estivesse recordando-se dos primeiros tempos quando chegara àquela Comunidade, recambiado pela morte à Pátria de origem. Gentil e jovial, o amigo explicou que houvera sido vitima de si mesmo, porquanto, portador de mediunidade psicofônica, tivera ensejo de travar contato com a Doutrina codificada por Allan Kardec, porém, por negligência e perturbação, nunca se interessara em aprofundar estudos e educar o comportamento que, embora não fosse vulgar, igualmente não se fazia portador de títulos de enobrecimento. Consorciando-se com uma jovem que acreditava ser-lhe alma gêmea, sentiu-se amparado emocionalmente, de maneira a manter o equilíbrio sexual, que lhe constituía motivo de desarmonia antes do matrimônio, dificultando-lhe preservar-se fiel ao compromisso mediúnico, que abraçava desde os dezessete anos, quando recém-saído de um tormento obsessivo simples. “Recordo-me – disse ele – que, desde criança, vez por outra, era acometido de clarividências, detectando seres infantis, que se me acercavam em festa, convivendo com os mesmos por alguns minutos. Outras vezes, defrontava monstros pavorosos que me ameaçavam, levando-me ao desespero e a desmaios, dos quais acordava banhado por álgido suor. O carinho vigilante de minha mãe sempre me socorria, defendendo-me desses fantasmas terrificantes. Por algum breve período tive a impressão de que amainara a ocorrência, para, a partir dos catorze anos, distúrbios nervosos tomarem-me com certa periodicidade, fazendo-me tremer e quase convulsionar. Fui levado ao médico que, após exames superficiais, atribuiu tratar-se de epilepsia, havendo-me receitado medicamentos que mais me atordoavam, e que, de alguma forma, diminuíam aquele desagradável tormento. Tomando conhecimento do que sucedia comigo, uma vizinha nossa sugeriu aos meus pais que me encaminhassem a um Centro Espírita, por acreditar que se tratava de um distúrbio no campo mediúnico, portanto, de uma obsessão que estivesse em processo de instalação. Embora meus genitores estivessem vinculados à religião católica, não titubearam, conduzindo-me ao Núcleo que fora indicado, por ser aquele da frequência da generosa amiga.” (Tormentos da Obsessão, cap. 5 – Contato precioso.) 

54. Foi a dor que levou Almério ao Espiritismo – Almério fez uma pausa, como se estivesse recapitulando páginas importantes do livro da sua existência mais recente, após o que continuou: “A primeira visita foi inesquecível, porque, atendido carinhosamente pela diretora da Casa, enquanto conversávamos fui acometido da crise, facilitando-lhe o diagnóstico espiritual. Conhecedora dos tormentos da obsessão, D. Clarice usou de palavras bondosas para com o perturbador, enquanto me aplicava a bioenergia através de passes vigorosos em clima de oração. De imediato, retornei ao estado de paz, de modo que a entrevista foi encerrada, após ser-me oferecida a terapia para o equilíbrio da saúde, que consistia em fazer parte de um grupo juvenil de estudos espíritas, a fim de que me pudesse iniciar no conhecimento da Doutrina, após o que, e somente então, me seria permitido participar das atividades mediúnicas. Na minha condição juvenil, felizmente, não tivera tempo para derrapar nas viciações que estão ao alcance da mocidade. Não obstante, cometera os equívocos pertinentes à condição de jovem, por fazerem parte do cardápio comportamental destes tumultuados dias da Humanidade. A mediunidade, em razão da frequência à Instituição Espírita, talvez, pelo clima psíquico ali existente, irrompeu com melhor definição, assegurando-me tratar-se de um compromisso sério, que deveria abraçar, mas para o qual seria necessário abandonar a mesa farta dos prazeres, que se encontrava diante de mim, convidativa, e que eu não estava disposto a fazê-lo. Preparava-me para o vestibular, numa tentativa de conseguir uma vaga na Faculdade de Farmácia, quando fui acometido por uma crise mais forte, que me deixou prostrado, acamado, exigindo a presença da devotada diretora da Casa Espírita, que me socorreu com fluidoterapia e palavras de muito encorajamento, recomendando-me a leitura saudável de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, para robustecer-me moralmente, ajudando-me a superar a agressão espiritual. A Entidade, que insistia em me afligir, estava-me vinculada por fortes laços do passado próximo, quando fora molestada pela minha irresponsabilidade e não se encontrava interessada em liberar-me com facilidade da sua sujeição. Tornava-se indispensável que, mediante a minha reforma íntima, demonstrasse-lhe a mudança que se operara dentro de mim, e do esforço empreendido para reparar os males que lhe houvera feito. Esse programa de iluminação interior iria exigir-me um grande tributo, porque anelava por viver como as demais pessoas, amealhar um bom pecúlio para, mais tarde, construir família e desfrutar dos favores da vida. O meu passado espiritual, porém, era muito severo, e fui constrangido a trabalhar-me para algumas adaptações à circunstância que então se apresentava...” Dito isso, concluiu: “Eis, pois, como me iniciei no Espiritismo, através das bênçãos do sofrimento, que não soube aproveitar o quanto deveria”. (Tormentos da Obsessão, cap. 5 – Contato precioso.) 

55.  Um caso de psicofonia atormentada – Feita breve pausa, durante a qual Manoel P. de Miranda o incentivou a prosseguir no seu relato, Almério continuou: “Graças ao apoio de pessoas abnegadas na Casa Espírita, dos meus pais e do meu Guia espiritual, consegui adentrar-me na Faculdade e iniciar o curso que desejava. Concomitantemente, continuei participando das atividades da Juventude, porém, quase indiferente pelo estudo da Doutrina e a sua incorporação interior na conduta diária. O ambiente tumultuado da Faculdade, as minhas predisposições para comprometimentos na área sexual, facultaram-me compromissos perturbadores e vinculações com Entidades enfermas que enxameiam nos antros de prostituição, nos motéis da moda, frequentados por semelhantes encarnados que ali dão vazão aos seus instintos primários e tendências pervertidas. Já participava das atividades mediúnicas, ao lado de pessoas enobrecidas e caridosas, sem que os seus exemplos repercutissem nos meus sentimentos exaltados pelo sexo em desvario e por falsa necessidade que lhe atribuía. Tornei-me, desse modo, portador de psicofonia atormentada, que o carinho dos dirigentes encarnados e espirituais tentaram a todo esforço equilibrar, mas as minhas inclinações infelizes dificultavam esse saudável empreendimento. Acredito que a generosa D. Clarice percebia o meu conflito, porém, honrada e discreta, esperava que o meu discernimento e as orientações espirituais que me chegavam em abundância me despertassem para a realidade, que não podia ser postergada. Foi nesse ínterim que, orando fervorosamente, supliquei auxílio aos Céus, prometendo-me alteração de conduta e vinculação mais segura com o compromisso aceito espontaneamente... E a minha oração foi ouvida, porquanto, nessa mesma semana, conheci Annette, que seria mais tarde a carinhosa esposa que me auxiliaria na educação das forças genésicas. O amigo deve saber quanto é importante a disciplina sexual na vivência mediúnica. Como as energias procriativas e vitais não devem ser desperdiçadas, mas canalizadas com propriedade e sabedoria. O seu uso indevido, além de produzir conexões viciosos com Espíritos enfermos e vampirizadores, debilita os centros de captação psíquica, dificultando o correto exercício da faculdade. O casamento, portanto, constituiu-me verdadeira dádiva de Deus, que me impeliu a uma conduta melhor em intercâmbio enobrecido. As lutas prosseguiram com certa harmonia, até quando me diplomei e consorciei-me com a mulher amada. O nosso relacionamento foi muito equilibrado e, conhecedora dos meus compromissos, Annette não teve qualquer dificuldade em acompanhar-me aos estudos espíritas e participar das reuniões doutrinárias, a princípio, e depois, das sessões práticas e de socorro espiritual aos desencarnados”. (Tormentos da Obsessão, cap. 5 – Contato precioso.) 

56. Os Espíritos também transpiram – Almério empalideceu subitamente, e Manoel P. de Miranda notou-lhe uma leve sudorese(1) na testa. Preocupado, perguntou-lhe se estava se sentindo mal, ao que ele respondeu: “Encontro-me bem, muito obrigado! É que me acerco dos momentos graves da narrativa, e sinto-me constrangido. Afinal, o amigo não me conhece, e eu o bombardeio com uma narrativa tão pessoal e íntima, que certamente o surpreende e o desagrada. Com certeza, é descortesia de minha parte o que lhe estou fazendo, quando deveria estar apresentando-lhe alguns dos admiráveis programas de nosso Hospital-santuário”. Manoel P. Miranda tocou de leve o ombro do amigo, animando-o a continuar, não porque estivesse picado pela curiosidade doentia, mas porque sentiu que lhe fazia bem a catarse, tanto quanto lhe era útil para o aprendizado que iria iniciar. Miranda narrou-lhe também algumas de suas próprias experiências, de quando estivera no corpo físico, assim como dos estudos que havia relatado em algumas das Obras psicografadas que havia enviado aos queridos viajantes terrestres. Com vistas a tranquilizar o amigo, Miranda disse que houvera sido a Providência que o destacara para acompanhá-lo, ajudando-o a entender os sublimes mecanismos da evolução, das lutas de aprimoramento moral e das conquistas espirituais de todos nós. Explicou-lhe, por fim, que a demora em ser atendido pelo Dr. Inácio Ferreira parecia proposital, visto que lhes ensejou o aprofundamento da amizade recém-iniciada. (Tormentos da Obsessão, cap. 5 – Contato precioso.) (Continua no próximo número.)

(1) Sudorese: secreção de suor; transpiração.



 


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