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Brasil
Ano 9 - N° 443 - 6 de Dezembro de 2015
GIOVANA CAMPOS
giovana@ccbeunet.br
Santos, SP
(Brasil)
 
 

Reconciliação: uma conexão entre a criatura e o Criador

Tema é abordado no mais recente livro do Dr. Andrei Moreira, homeopata e presidente da Associação Médico-Espírita
de Minas Gerais
 

Publicado pela AME Editora, com sede em Minas Gerais, o livro Reconciliação foi lançado em junho deste ano durante o MEDNESP, congresso médico-espírita do Brasil, é um verdadeiro sucesso! De leitura simples e grande abrangência de temas sobre o adoecer da alma e sua reconexão com o Criador, a obra, dividida em três partes, nos apresenta o que é a desconexão, quais os sintomas da ruptura com o Criador e como reconectar-se, inserindo elementos para a cura real do Espírito. Conversamos com o autor da obra, Dr. Andrei Moreira (foto), que nos fala um pouco mais sobre o livro.  

O que te inspirou a escrever o livro Reconciliação? 

Minha inspiração foi a percepção de que tanto o Evangelho quanto o Espiritismo e a filosofia homeopática, na sua vertente espiritualista, falavam a mesma realidade da doença primária do homem como a desconexão criatura-Criador, que está tão bem representada no arquétipo do filho pródigo, apresentado por Jesus. Então, nesta obra nós integramos estas filosofias a conceitos da constelação familiar segundo Bert Hellinger, que nos remete à conexão com o essencial, propondo um olhar para aquilo que promove a reconexão com a fonte, com nós mesmos, com a família e com o Pai. 

No livro você fala em uma desconexão entre Deus e a criatura. Quais os níveis dessa desconexão e por que isto acontece nos dias de hoje?

Essa desconexão se apresenta das mais distintas maneiras, mas podemos observar dois padrões decorrentes dela: o da menos valia e o da hipertrofia do ego. Quando desconectados da fonte não sabemos nada, e vivemos os sintomas da insuficiência, na consciência do que perdemos e do que não podemos, como a galha desconectada da árvore que sabe que sem a seiva essencial nada pode produzir. Nesta menos valia, brigamos conosco mesmo, na autoacusação e com a vida, nas críticas e julgamentos, projetando nossa insatisfação nas pessoas e circunstâncias, quando ela decorre da não conexão com a fonte em nós, o Deus imanente. Para fugir desta dor da desconexão nós vamos para o outro polo, o da hipertrofia do ego, em que nos projetamos sobre o outro como se fôssemos maiores ou melhores, na arrogância, no orgulho ou na vaidade, como defesa para não lidar com o sentimento real de inferioridade decorrente da desconexão. Como em um pêndulo, alternamos estes estados, o da menos valia e o da hipertrofia do ego, como sintomas da desconexão.

Todos os dois polos são falsos. Como ensina o benfeitor Dias da Cruz, na obra Pílulas de Confiança, psicografada por nós (Ame Editora), “o homem não é pequeno como quer na menos-valia, nem grande como pretende na hipertrofia de si mesmo, mas, conectado em Deus, é uma pequena fagulha luminosa, tão grande quanto o tamanho da vontade do Pai para sua vida”. Este é o verdadeiro poder do Espírito, o da força decorrente da conexão com o Pai, com o afeto, com o amor. Ora, o que pode uma pequena fagulha luminosa? Pode incendiar a Terra. Mas quando a criatura conectada vive a grandeza do filho de Deus, não é o ego que é exaltado e sim a presença do Pai na criatura, como bem disse Jesus em “O Sermão da Montanha”: “Brilhe, pois, a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso pai que está nos céus”.  

As mágoas, dificuldades ou mesmo a ingratidão são fatores que dificultam a reconciliação entre casais, familiares ou amizades. As pessoas envolvidas percebem estes traços? 

As mágoas e a ingratidão são decorrentes de exigências na alma e sempre impedem a reconciliação. As mágoas se estabelecem quando as expectativas  e os interesses são frustrados ou quando as idealizações não são correspondidas, na grande maioria dos casos. Trata-se, portanto, de uma projeção egoica sobre o outro que deve cumprir aquilo que a nossa fantasia, decorrente de necessidades afetivas imaginárias, estabeleceu para ele. Frequentemente o que ocorre na relação de casal e com os outros é uma projeção de questões que dizem respeito não àquela relação mas à relação com os pais. Quando não tomamos o amor dos pais como é e como pode ser, sustentando a crítica, o julgamento e a exigência interior, deixamos de beber da fonte essencial do afeto incondicional e do amor infinito que vibra em cada célula de nosso corpo, como herança dos pais e então trazemos para a relação de casal e com a vida necessidades e demandas que não poderão ser satisfeitos. Somente o amor dos pais é fonte abundante de vida, pois eles representam Deus para a criatura na encarnação e eles, do jeito que são ou foram, são os pais de que cada um de nós precisávamos, de acordo com nossa história evolutiva.  

A falta de conciliação pode levar a uma falta de paz interior e consequentemente a estados enfermiços, tanto da saúde física como emocional? 

Sim, a desconexão com a fonte suprema da vida é a causa básica de nosso adoecimento físico e emocional. As células obedecem ao campo magnético mental e emocional do Espírito, que as comanda e a postura deste perante as leis divinas é o fator de equilíbrio ou desiquilíbrio do corpo. A homeopatia nos ensina que os estados de menos-valia resultam em lesões orgânicas de destruição tecidual enquanto as posturas de hipertrofia do ego estão diretamente vinculadas às lesões hipertróficas no organismo físico.

Da mesma maneira, a harmonia emocional é consequência da conexão com a fonte interior, com o belo e com o bem, na sintonia com o amor universal, em suas múltiplas expressões e isto promove vida e vida em abundância.  

Qual o primeiro passo para a reconciliação? 

A reconciliação decorre do estabelecimento de um lugar de amor para tudo e para todos no coração, quando abandonamos o papel de vítima e passamos a olhar o outro com humanidade, de igual para igual, sem as ilusões da superioridade ou da inferioridade, sempre falsas. Todo ser é digno, toda criatura é divina.

A paz se estabelece quando a alma se abre para o fluxo do amor livre, que leva ao mais, enriquecendo a vida de percepções e realizações elevadas.  Nesse sentido, o primeiro passo para a reconciliação é a desistência. Para reconciliar-se consigo mesmo, com os outros e com a vida é preciso desistir de exigir e de esperar algo irreal de si mesmo ou dos outros. A desistência das idealizações e das exigências infantis só é possível quando a pessoa passa a beber de sua fonte original, o amor dos pais, e, por consequência, o amor de Deus, nutrindo-se do essencial. E para fazer isto não é necessário mudar nada nem ninguém, senão a postura interna perante os pais, aprendendo a aceitá-los como são ou como puderam ser, e conectando-se à sua força de vida.  

Qual o caminho para conexão com a abundância do amor na vida, nesta visão?  

Abundância não é excesso nem supérfluo. Abundância é conexão com o essencial. Não importa se o solo é limitado ou o espaço reduzido. Importa apenas que as raízes estejam bem conectadas, bebendo da fonte que produz a seiva da vida. Assim também na relação dos filhos com os pais. Todo pai é solo, toda mãe, nutriente. Para o sucesso na vida basta que o filho esteja conectado à força de ambos. Assim, pode florescer na alegria da continuidade.

A produtividade não decorre do excesso de nutriente nem da exigência deste ou daquele elemento. O aparente pouco é sempre suficiente, quando essencial. Quando o filho toma dos pais o amor que estes têm para lhe dar, do jeito que ele é ou que pôde ser, sem mais exigências, críticas ou julgamentos, este amor vem carregado de força e vigor que leva sempre ao mais. O resultado é uma explosão de vida e de alegria de viver! 

 

Para saber mais:  

“Reconciliação: consigo mesmo, com a família, com Deus”.

Andrei Moreira, AME Editora, 2015.

www.ameeditora.com.br/loja 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita