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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 442 - 29 de Novembro de 2015

CLÁUDIO BUENO DA SILVA
Klardec1857@yahoo.com.br
Osasco, SP (Brasil)

 

  

A urgência da caridade moral


No último século a população da Terra aumentou muito, a civilização humana se desenvolveu rápida e selvagemente, e na mesma proporção em que pôs brilhantemente a inteligência a seu serviço, enfatuou-se com o egoísmo, a indiferença, a ganância e o desvio ético-moral. O reinado das facilidades materiais, alimentado pela voracidade comercial sempre crescente de grupos poderosos, criou um fosso imenso entre o que se acha ser o melhor para o homem e as verdadeiras necessidades do Espírito.

As aflições se acumulam em demasia. As pessoas, as famílias, os grupos sociais manifestam desorientação. Nossa individualidade virou massa, estamos perdendo a identidade e sendo arrastados pela ditadura desumana das forças econômicas globais que visam a lucro apenas e dão pouca chance a outros tantos poderes da manifestação humana que poderiam trazer mais equilíbrio às relações na Terra. As regras dessa ditadura econômica são frias, objetivas, não cedem um milímetro ao sentimento, e como visam a números e cifras, passam como rolos compressores sobre as populações subdesenvolvidas marginalizadas, mas, ao final, sobre todas as outras, de mil maneiras. Esse relevo desproporcional (ou distorcido) da Economia na condução do destino dos povos na Terra – me parece – afeta não só as relações de poder entre as nações, mas tem reflexos profundos sobre as populações e os indivíduos, na medida em que gerencia – de certa forma – sua vida particular e social, ditando o que podem ter e até o que podem ser.

Em quem ou em que confiar?

Deseducado, o homem sabe pouco sobre si mesmo e das questões fundamentais da vida. Afinal, para que se vive, mesmo? E depois desta vida, o que virá? Muitos não acreditam que ela continue, e, se acreditam, não fazem a menor ideia de como seja. As seculares religiões dogmáticas tradicionais explicam muito pouco a um rebanho que em boa parte não quer ouvir explicações. A filosofia contemporânea está mais preocupada em ser “moderna” do que em ajudar o homem a conhecer-se. A ciência se basta explicando a matéria. Em quem ou em que confiar? Nos falsos líderes religiosos e suas falsas prédicas que não melhoram as almas que lotam os templos gigantescos em busca de salvação? Nos líderes políticos imperfeitamente humanos? Nos homens de ciência, hoje mais preocupados em dar respostas satisfatórias a seus financiadores do que em atender às urgências humanas?

Há como reverter esse quadro

Os cristãos do mundo poderão contribuir bastante para o momento atual se estudarem o espírito dos ensinos do Cristo, e então, sabendo o suficiente para mudar a si mesmos, e fazendo saber para que cada um transforme o seu meio, perseguirão metas para o futuro. Os homens de ciência, descendo alguns degraus da escadaria de glórias passageiras, poderão compreender melhor a sua inelutável subalternidade a Deus, acelerando o processo de moralização da ciência. A filosofia, desprendida do “glamour” dos nossos dias e aplicada no descobrimento da verdadeira essência do homem, poderá ajudar a “explicar” com mais segurança. Os políticos do mundo, considerando a política como “a ciência de criar o bem de todos”, conforme definiu Bezerra de Menezes, representarão os povos. A educação integral, contemplando o espírito, formará o indivíduo moralizado e cívico. Os artistas, enobrecidos, recuperarão a dignidade da Arte.

O discurso é utópico ainda, contudo a realidade que se enfrenta hoje no mundo parece ser essa e toda fuga parecerá omissão ou covardia. Todos podem trabalhar para reversão desse quadro, cada um com a sua ferramenta. Para realizar tudo isso é preciso acreditar que é possível, ter o ideal do bem e buscar essa direção. Cada um fazendo a sua parte, o tempo será um grande aliado.

A caridade moral

Creio que nunca a caridade moral se fez tão necessária como nos dias atuais.

Os livros espíritas falam da excelência desse sentimento para aliviar as aflições, as incertezas, o medo, os conflitos íntimos nesse mundo materializado.  Não há uma pessoa que não precise de orientação, de esclarecimento. Não há quem não esteja pedindo para ser compreendido em suas razões, ouvido em seus apelos. Quantos não veriam seus tormentos suavizados tão só com o apoio de alguém?

Quando não encontramos resposta amiga e lúcida para os nossos sofrimentos; quando percebemos o abismo que há entre a palavra e a ação, passamos ao desânimo e até à descrença, e dela, a situações piores. Muitas vezes sem preparo, procurando ajuda, caímos em ciladas que a má-fé e o materialismo travestem de muitas formas. Uns se socorrem na religião, outros se afastam dela. Uns mergulham em viagens alucinantes, outros adotam a violência como argumento. Uns passam a controlar, outros se entregam.

As pessoas estão confusas, principalmente neste período turbulento de crises variadas, onde só não “cairão” os que tiverem estrutura moral para se sustentarem. Com a desorientação, com muitas forças se digladiando, há campo mais que propício para os maus influírem junto ao indivíduo, na família, nos grupos, na sociedade. Tanto os maus daqui, quanto os de “lá”, que também desenvolvem programas e métodos para se intrometerem onde queiram e possam. Nunca é demais lembrar a orientação preventiva de Jesus, baseada na prudência: “Orai e vigiai”. Essa orientação do Mestre faz toda a diferença nos dias de hoje. Ou se atende, ou se fica exposto.

O que esperar de nós?

Os espíritas (mas não só eles), que têm aprendido na teoria e na prática um pouco da ciência de viver, precisam, nesse clima, dar o exemplo, dar o testemunho do que aprenderam até aqui, pois é isso o que os bons Espíritos esperam de nós. E a caridade bem compreendida e aplicada segundo a consciência é o melhor recurso de saneamento das relações. O pensamento construtivo e humilde deve fazer parte do seu mundo íntimo e do seu cotidiano, assim como a moderação. O espírita é o que menos tem desculpas a dar, e menos reclamações a fazer.

O seu comportamento, portanto, com esses recursos que está aprendendo a desenvolver, em qualquer área que viva e atue, é modelo de boa inspiração, de contágio positivo. Assim estará influindo no meio social concretamente. Se cada um se predispuser a fazer a sua parte bem feita, veremos surgir um movimento em cadeia, cada vez mais forte. A força das ideias de inspiração moral, surgindo de muitos lugares, estimulará novas adesões, e as transformações começarão a ocorrer.

Portanto, não nos preocupemos demasiadamente com a ciência que não crê, com os filósofos que desprezam a melhor parte do ser, com os políticos que trabalham em causa própria, com os religiosos que não servem a Deus. Usemos a nossa estratégia, qual seja: respeitar o próximo, perdoar, não julgar sem base, não revidar, pagar o mal com o bem, não fazer ao outro o que não queremos que nos façam. São propostas de realização espiritual pelas quais devemos lutar. Os homens de bem têm instrumentos valiosos para influenciar as pessoas, levando-as à conduta otimista, assertiva, confiante e cheia de esperança. Tudo isso é possível e deve ser tentado e vivido.

Bom será que possamos dizer, o quanto antes, com o coração: “Eu creio em Deus. Deus para mim é uma realidade. Eu acredito no futuro que nos aguarda cheio de boas novidades. Eu tenho fé inabalável porque aprendi à luz da razão, e hoje sei. Estou bem e estarei melhor, porque o progresso é Lei de Deus criada para a evolução de tudo e de todos, e a minha vida faz parte do plano de Deus. Embora construa particularmente a minha felicidade, jamais serei feliz sozinho. Portanto, para contar com a aprovação de Deus tenho o dever de auxiliar na construção da felicidade do próximo. E assim, todos”. 


 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita