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Brasil
Ano 9 - N° 438 - 1° de Novembro de 2015
PAULO SALERNO
pgfsalerno@gmail.com
Porto Alegre, RS (Brasil)
 
 

“O ser humano em busca de Deus”, eis o tema do Encontro Fraterno com Divaldo Franco

Como em anos anteriores, o evento realizou-se no Hotel Iberostar, Praia do Forte (Bahia), no período de 15 a 18 de outubro


Os primeiros momentos já sinalizavam o sucesso que se alcançaria.

Repetindo o trabalho exitoso desde o ano de 1997, o Encontro Fraterno de 2015, de 15 a 18 de outubro, seguiu a sua trajetória de sucesso. Expressando, pelo exemplo, a sua fraternidade, Divaldo Franco recebeu no dia 15 cada participante que chegava ao Hotel Iberostar Praia do Forte/BA, local onde se realizou esse magnífico encontro de almas fraternas, sob o tema “O ser humano em busca de Deus”.
 

Iniciando a programação, já no período noturno, Divaldo Franco, mais uma vez, como anfitrião inigualável, recepcionou pessoalmente os integrantes do encontro.

Homenageando três lídimos e dedicados servidores do Cristo, foram inaugurados os bustos de Nilson de Souza Pereira, Divaldo

Franco e Joanna de Ângelis. Os dois primeiros souberam concretizar a inspiração sublime, trabalhando em prol da caridade, do amor e da divulgação da Doutrina Espírita, semeando bondade, compaixão e profundo respeito ao próximo. A mentora Joanna de Ângelis, Espírito de escol, por sua vez, demonstrando rara inteligência, aliada a um grande sentimento de amor, tem contribuído sobremaneira para a libertação do ser humano das sombras onde ainda se encontra mergulhado.

Aplaudidíssimo, Divaldo Franco procedeu a abertura do Encontro, agradeceu a presença e a participação de cada um, destacando a frase de Dostoievski, romancistas da literatura russa: a beleza salvará o mundo, para ilustrar que a criatura humana deve primar pelo transcendente, pelo sutil, em oposição ao materialismo e a perda do contato com Deus. Comentando um vídeo promocional e motivador, Divaldo frisou que todos podem fazer melhor, que podem voltar atrás e recomeçar a marcha, fazer mais pelo próximo e por si mesmo, transformando-se em uma criatura mais humana.Educador de fibra, Divaldo propôs para reflexões, cujas respostas serão debatidas no final do encontro, a seguinte indagação: Se hoje você tivesse um encontro pessoal com Deus, o que pedirias?

O Estudo do Evangelho se desenrolou sob o tema: a desgraça real, que após a leitura foi comentado por quatro participantes previamente escolhidos. Seus comentários propiciaram uma maior compreensão do assunto, destacando as possibilidades de se refazer, ou proceder de modo diferente visando alcançar a plenitude, a felicidade, valorizando o sublime, o transcendente, o sutil, voltando-se para Deus, sentindo que Deus está presente no homem e o homem em Deus.

Divaldo Franco, finalizando o belo momento evangélico, descreveu de forma breve a vida espiritual do Benfeitor Adolfo Bezerra de Menezes, destacando o processo da sua desencarnação, o seu despertar além-túmulo, as opções que lhe foram sugeridas por Maria, Mãe de Jesus, por ocasião do cinquentenário de sua volta ao mundo espiritual, em 1950, bem como no centenário no ano 2000, optando, o Dr. Bezerra, por permanecer vinculado ao Planeta Terra, amando os seus habitantes e aqui permanecendo, segundo seu desejo, enquanto o sofrimento ainda grassar no seio da humanidade terrestre.

O Encontro Fraterno, com o tema: O ser humano em busca de Deus, nas palavras de Divaldo, tem por objetivo facultar aos que ainda não encontraram Deus que o possam fazê-lo; aos que O perderam, que possam reencontrá-Lo; e aos que já O encontraram possam solidificar ainda mais a sua convicção. Que cada um possa encontrar a plenitude, que esses dias sejam de reflexões e de muita paz, desejou o ínclito semeador da paz, do amor e da bondade.

16 de outubro – manhã 

Na manhã primaveril de 16 de outubro, no Salão de Eventos Garcia D’Ávila, do Hotel Iberostar Praia do Forte, teve continuidade o tradicional Encontro Fraterno com Divaldo Franco, edição 2015. O arauto do Evangelho e da Paz, apresentou o tema, O Pensamento Divino e a Criação.

Foram lançados, nessa oportunidade, três novos títulos pela Editora LEAL. São eles: Perturbações Espirituais, de Manoel Philomeno de Miranda, um breve relato em torno do intercâmbio entre as duas esferas da vida, especialmente cuidando das perturbações espirituais resultantes da suprema ignorância que se permitem os Espíritos infelizes, na sua luta inglória contra o Mestre Jesus e Sua doutrina. Renove-se, de Marco Prisco, é um convite a profundas reflexões que ensejarão uma verdadeira renovação íntima.A obra Segue em Harmonia, de Joanna de Ângelis, é, em sua essência, uma compilação de mensagens da mentora espiritual, psicografadas por Divaldo Franco e comentadas por Suely Caldas Schubert, que contribui com valiosas análises e ponderações. Essas obras foram publicadas para marcar os 150 anos de lançamento de o livro O Céu e o Inferno, uma das obras básicas da Doutrina Espírita.

Repassando o conhecimento produzido por vários filósofos, desde a antiguidade, Divaldo Franco apresentou uma verdadeira aula sobre o pensamento filosófico que tem procurado responder basicamente três questões: 1º - o que é a vida? 2º - qual a razão da vida? e 3º - de onde viemos e para onde vamos?

Perpassando o pensamento filosófico de Sócrates, Platão e Aristóteles, entre outros, o exímio professor Divaldo Franco destacou o entendimento sobre a reencarnação, a existência de um Deus único, que está em tudo e em todos. Por outro lado os filósofos Leucipo, Lucrécio e Demócrito apregoavam que tudo se resumia na existência do átomo, do vácuo e do movimento, que cessando qualquer um deles, a vida já não poderia mais existir. Assim, de um lado encontramos o idealismo, o espiritualismo e de outro o atomismo.

Jesus demonstrou, e o cristianismo dos primeiros trezentos anos vivenciou com ímpeto o pensamento transcendente, sutil. Após esse período o cristianismo começou a empalidecer, aprofundando-se em contendas e disputas cada vez mais de cunho material, de poder temporal no período da Idade Média, principalmente. E para que não se perdesse a mensagem do Cristo, de seu pensamento cósmico, reencarnaram naquele período de sombras densas expoentes de várias expressões do conhecimento humano.

Demonstrando que o século XVII representou um marco histórico de mudanças profundas do pensamento humano, Divaldo apresentou sucintamente as teorias de Pierre Gassendi, John Locke, Thomas Hobbes, Johannes Kleper, Galileu Galilei, Nicolau Copérnico, entre outros, destacando que esses formavam uma verdadeira plêiade de arcanjos que reencarnaram para retirar a humanidade da Terra das trevas da ignorância.

O materialismo começou a ganhar corpo com Arthur Schopenhauer, Friedrich Nietzsche e outros próceres da revolução francesa, que com suas teorias afirmavam não mais necessitar de Deus para explicar a vida. No advento do império napoleônico nasceu Hippolyte Léon Denizard Rivail, em 03 de outubro de 1804, para trazer, mais tarde, a doutrina que levantaria um pouco mais o véu dos intrigados desígnios de Deus, sob a orientação de Espíritos Nobres.

Em sua magistral aula sobre o Pensamento Divino e sua criação, Divaldo apresentou o desenrolar da criação, desde o macrocosmo até o microcosmo, passando pelo homem e seu corpo denso. A ciência ainda possui muitas indagações, conforme publicações oficiais, como por exemplo: qual a matéria que se constitui a consciência?; de que é feito o pensamento? Ao homem, disse Divaldo, é necessário fazer a grande viagem para dentro de si mesmo, autodescobrindo-se, vivendo integralmente a plenitude.

Com pensamentos de Joanna de Ângelis, de Albert Einstein, de Pierre Laplace, e outros, Divaldo frisou a Lei do Amor, a lei moral, como uma grande onda de energia que se autoexpande, passando informações sobre o criacionismo, o evolucionismo, e outras teorias. Mais tarde, Dean Hamer, através de seus estudos na área da genética humana, lançou mais luzes sobre as indagações que ainda permanecem nesse campo.

Ideia alguma pode nos dar uma noção de Deus, somente a luz pode nos levar a essa noção divina. O Evangelho de Jesus é um poema de doçura, atendendo aos conflitos que os seres humanos possuem em relação a Deus. Voltando a Einstein, esse afirmou em uma carta a sua filha, confessando que não fora um bom pai e nem mesmo um bom marido, que o amor é a força mais poderosa do Universo, ao lado da gravidade, do eletromagnetismo, da força quântica forte e da força quântica fraca.

Encaminhando-se para o final, Divaldo narrou os fatos que se desenrolaram com Eben Alexander III, neurocirurgião americano de renome, que viveu uma experiência de quase morte. A Doutrina Espírita, a partir de 1857, apresentou o estudo da história da criação da vida. Outros pesquisadores apresentam inumeráveis razões para se acreditar em Deus, sob vários aspectos. A busca por respostas adequadas prossegue. 

16 de outubro – tarde 

Para desenvolver o tema: O Ser Humano perante Si Mesmo, apresentou-se o casal psicoterapeuta Íris e Cláudio Sinoti. Íris, narrando o caso de um moço indiano e que estava estudando medicina no Brasil, perdeu toda a sua família em um terremoto ocorrido em sua cidade natal. Não lhe restava mais nenhum estímulo para continuar a vida. Ante a catástrofe, então, ocorreu-lhe perguntar-se: O que Deus quer de mim? Qual a lição que devo aprender? Transferindo essas indagações ao público, Íris Sinoti questionou: O que nos sustentaria se acontecessem tais fatos conosco?

Muitos desejam alcançar a transcendência, a plenitude, porém, o caminho para tal exige abnegação e coragem para enfrentar a própria responsabilidade, assumindo as suas faltas, os seus sentimentos de culpa, deixando de se tornar vítima, não atribuindo aos outros o resultado de suas ações.

Assumir-se, significa ter coragem para olhar-se no espelho de si mesmo e ver ali refletida a imagem de quem realmente é, não fugindo da realidade da vida para tornar-se doente, egocentrista. Existe em cada ser humano um ser angelical, que já está presente na intimidade, basta a realização do autodescobrimento e esse ser angelical se apresentará. Não há como alcançar a transcendência sem esforço em se melhorar. Para tal é necessário estabelecer o equilíbrio, a perfeita sintonia entre o Ego e o Self.

Todos estão obrigados a colherem o que foi plantado, sem isso não será possível alcançar a transcendência. Deve conhecer-se verdadeiramente, pois que a criatura humana é herdeira de si mesma. Não transforme a sua vida em algo complicado, por descuido, por não gostar de si mesmo, transferindo a responsabilidade para os outros. É imperioso que cada um assuma seus próprios atos, ou a falta deles. Ninguém galga uma montanha sem passar pelo sopé.

É importante saber que a sombra é a porta para o Self. Não há como encontrar o ser luminoso que se é, sem passar pelo processo do trabalho persistente em ser melhor moralmente, psicologicamente, a cada dia. Há os que acreditam que a felicidade não é para este mundo, não se permitem serem felizes, por que não aprenderam a se sentirem felizes, assim, vão adiando fruírem a felicidade.

Todos podem ser felizes. Contudo, é imperioso saber que a felicidade não está presente nos bens materiais, no sucesso que o mundo apresenta, isso não garante a plenitude, a transcendência. Íris fez outra provocação aos participantes: Você está servindo a Deus ou a Mamon; ao Ego ou ao Self?

As perturbações psicológicas devem ser enfrentadas com coragem e resignação. É tarefa para todo momento tornar-se cada vez mais consciente. Todos podem ser diferentes, realizando ações de forma diferente das anteriores, não voltando a cometer os mesmos enganos, repetindo práticas que já identificou inadequadas.
 

Finalizando, Íris Sinoti indagou: Qual é o seu objetivo na vida? Assinalou que se deve devolver a vida tudo o que a vida lhe propiciou. Com gratidão, o público aplaudiu-a calorosamente.

Cláudio Sinoti, dando continuidade ao tema, abordou a questão de o homem poder encarar o espelho de si mesmo para encontrar o Deus que habita o íntimo do ser,

Íris e Cláudio Sinoti

descobrindo a sua própria realidade. Deve, também, indagar-se sobre o que precisa ser realizado no mundo através de si mesmo.  Quando a criatura se vê sem saída, sem solução, por que a situação não é favorável, transfere tudo para os outros, não se dando conta dos próprios equívocos, projetando o erro, que é interno, no outro, ou nas circunstâncias.

É necessário reconhecer que a sombra possui uma parte luminosa. Sob as sombras habita o ser iluminado que ainda não se autodescobriu. Um esforço deve ser realizado no sentido de conseguir ler cada dia de forma diferente, saindo da rotina. Deus está na intimidade da alma humana, porém, em alguns casos Ele está soterrado por imperfeições e desejos não contemplados.

Cláudio, fazendo uma provocação, perguntou: o que há de errado no mundo, e o que cada um pode fazer para mudar? A vida do ser humano está conectada a Deus, contudo, geralmente ele O busca de maneira tortuosa. Para encontrar Deus, se faz necessário encontrar-se a si mesmo, transformando-se a si mesmo, fazendo-se melhor e exercitando o amor, libertando o Deus interno. Assim, Cláudio finalizou sua elucidativa exposição sobre O Ser Humano perante Si Mesmo.        

Divaldo Franco na noite de 16 de outubro 

Continuando com o tema O Ser Humano perante Si Mesmo, Divaldo Franco, que vem renunciando-se a si mesmo, em prol de seu semelhante, destacou que o dia que transcorria foi dedicado a busca de Deus, e a melhor maneira de fazê-lo é interiorizar-se. Com isso, apresentou algumas propostas desenvolvidas por Deepak Chopra, um médico indiano, residente nos Estados Unidos da América. Destacou o formidável orador que o Espírito é de natureza transcendental, fazendo parte da trilogia: Deus, Espírito e Matéria.

Para demonstrar a natureza transcendente do ser humano, Divaldo frisou a existência de um mundo sutil, de sensibilidade, que deve ser descoberto pelos que desejam transcender, que ilustrando, citou uma afirmativa da Benfeitora Joanna de Ângelis que diz: As flores são os autógrafos que Deus colocou em Sua obra para que todos saibam que Ele é o autor. Para ser percebida essas particularidades é necessário que a criatura humana alcance um estágio sutil muito particular, tal como ocorre com a transcendência dos artistas, escritores, pintores e outros.

Aplicando a técnica do riso, Divaldo levou o público a muitos momentos de legítima descontração. Elencou vários indícios de um mundo sutil, alcançado pelos indivíduos, em graus diferentes de percepção, como por exemplo: Você teve um momento “eureca”?; ou, você teve um pensamento que se tornou realidade?; ou, você sente que está sendo guiado?; ou, você mantém a mente aberta? Com esses e outros indícios de sutileza, o orador de escol foi conduzindo o público para as reflexões importantes para que seja alcançada a plenitude, a transcendência, o sutil.

Confiar e desconfiar, foi uma dualidade apresentada visando auxiliar na descoberta de cada um a respeito de suas certezas ou incertezas, diagnosticando-se se já atingiu o nível sutil, ou se ainda se acha nas zonas do ego, da persona. Aprofundando o tema, Divaldo, sempre jovial e alegre, contagiando o público com sua leveza em apresentar o assunto, apresentou as sete estratégias para entrar no mundo sutil, como segue, sinteticamente:

1º Dia: seja generoso; 2º Dia: dê e receba amor; 3º Dia: abra a mão; 4º Dia: encontre a sua fonte de realização; 5º Dia: ative o seu poder de cura; 6º Dia: eleve as suas expectativas; e 7º Dia: deixe rolar. Cabe a cada um penetrar no mundo sutil, alcançar a plenitude. Finalizando a magistral exposição, Divaldo recitou o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, e o público, em gratidão, aplaudiu-o generosamente. O ambiente transcendia e as pessoas em verdadeiro enlevo, tocadas pelo verbo amoroso do Embaixador da Paz e da Bondade, foram se retirando, levando consigo os bálsamos da felicidade, da saúde e da plenitude, do sutil. 

17 de outubro – manhã 

Na radiante manhã de 17 de outubro, o Encontro Fraterno com Divaldo Franco 2015 teve continuidade com o tema: O Ser Humano e a Natureza. O trabalho desenvolvido por Divaldo Franco, o maior humanista do Brasil, foi dedicado a Francisco de Assis, Benfeitor da Humanidade. Inicialmente foi apresentado o poema Irmão Sol, Irmã Lua. A homenagem visou destacar tudo o que Francisco de Assis representa para os cristãos, todo o seu trabalho em favor das criaturas de Deus, da natureza, de Jesus e de Deus, bem como pela sua expressão maior, o amor inexcedível.

Trabalhando aspectos da mitologia grega, Divaldo Franco estabeleceu uma correlação entre o mito e a realidade psicológica do homem. É admirável como os gregos antigos puderam penetrar na intimidade do homem, desde a persona até o Self. Deméter, Mãe da Natureza e irmã de Zeus foi a personagem trabalhada para que se pudesse entender o papel do homem em a Natureza.

Com mensagens de Albert Schweitzer, filósofo e médico alemão, possuidor de profundo respeito a vida; do Chefe Sioux Touro Sentado; e Joanna de Ângelis, Benfeitora Espiritual, o orador dedicado foi apresentando informações e constatações de como o ser humano vem se comportando como o maior e persistente predador, matando a vida pelo seu total desrespeito à Natureza.

A miséria, disse, é capaz de estabelecer a fraternidade entre a criança faminta e o abutre que coabitam nos grandes lixões produzidos pela sociedade humana. É estarrecedor se constatar o desperdício de alimentos, enquanto em cada segundo uma criança morre a fome no Planeta.

Embora as pessoas, em geral, saibam dessa miséria galopante, através de fotos e noticiários, mantêm-se insensíveis e inertes, permanecendo a margem das dificuldades experimentados por outros. Primeiro é necessário crer para depois ver. Assim é que todas as descobertas se realizaram. Lembrando Jesus, Divaldo destacou que bem-aventurado é aquele que crê e ainda não viu.  Joanna de Ângelis, Espírito adverte sobre a ação devastadora do homem sobre a natureza.

Exaltando a necessidade da solidariedade, Divaldo recomenda que cada um possa deixar pegadas luminosas por onde passa, sinalizando, aos que vem após, o caminho para Jesus. Que cada qual, por sua vez, possa se libertar desse sentimento de destruição, respeitando as leis da natureza. A morte é a porta para a vida. No tocante a caridade, frisou que se deve doar o essencial, não só o que sobra, isto é, doar-se ao se semelhante.

A Natureza é a alma de Deus. Causar danos à Terra é demonstrar não amar a Deus. Quando se ama a Terra, a Natureza e qualquer expressão da vida, demonstra-se o amor a Deus. Cada um deve desenvolver a sua sensibilidade ao ponto de compreender, como Francisco de Assis, que toda a obra divina esta interligada e interdependente. O amor a Natureza deve estar imantado de ternura, respeitando o próximo, seja humano ou não. É necessário se colocar no lugar do outro, não julgar e fazer todo o bem possível, não importando a quem.

O mal é necessário, e vai permanecer até que se saiba fazer, com correção, aquilo a que se propõe. Finalizando, Divaldo narrou interessante e emocionante lenda indiana, onde um jovem recém-casado decide sair de casa para ganhar dinheiro e tornar a sua família mais feliz. Combinou com sua esposa que se ausentaria por vinte anos e que viajaria para o sul, onde a abundância estava presente. Nesse período ele economizaria o seu ordenado.

Acertou com seu patrão que não queria receber o pagamento mensalmente. Combinou que esse ficasse guardado com o patrão, que o entregaria após os vinte anos de dedicado serviço.  Transcorrido os vinte anos, o acero de contas foi proposto. O patrão que o apreciava muito ofereceu-lhe uma outra proposta, em troca do dinheiro expressivo, daria três conselhos. Depois de meditar por todo um dia, o empregado resolveu aceitar os conselhos. O patrão, então, mandou preparar pães para a viagem que demoraria vários dias, recomendando que dois daqueles pães deveriam ser consumidos somente na presença de sua esposa amada.

Estabelecido o acordo, o patrão foi enumerando os conselhos: 1º - nunca abandones a estrada do dever, procurando atalhos duvidosos; 2º - nunca se envolva nos problemas dos outros, se não para ajudar; e 3º - nuca tomes uma decisão, uma atitude, enquanto estiveres com raiva. Fatos ocorreram que oportunizaram ao jovem exercer as opções dos conselhos recebidos. Tomando as atitudes corretas aconselhadas confraternizou com os familiares, sua esposa e um filho que não sabia ter, comemorando o retorno. Ao confraternizar, consumindo os pães assinalados, descobriu que dentro de cada um deles estava todo o seu salário de vinte anos e mais algumas joias.

Não nos encontramos no mundo por capricho do azar. É necessário diminuir os pensamentos e as ações nocivos, para se poder entender Deus. Exaltemos Deus em a Natureza. Assim finalizou o arauto do Evangelho e da Paz, envolvidos todos em harmonias celestiais. 

17 de outubro – Tarde 

Para desenvolver o tema "O Ser Humano perante o Próximo" apresentaram-se os psicólogos Marlon Reikdal e Cristiane Beira. Marlon discorreu sobre o cultivo das emoções, particularmente sobre a projeção como impedimento para o amor ao próximo. Ambientando seu tema, apresentou o registro evangélico de Mateus, 22:37-40, quando concita aos homens amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.

Apoiando-se em Sigmund Freud, Marlon trabalhou a questão dos conceitos sobre o inconsciente. Assumir o inconsciente, disse, é assumir que se é muito pior do que se realmente é. Isso exige coragem. Por outro lado, os conflitos entre os impulsos e os ideais, naturalmente aceitos, geram neuroses diversas.

Apresentando os conceitos sobre a repressão, a negação, a transformação reativa, e a projeção, Marlon explicou que o indivíduo ao olhar para dentre de si, tem dificuldades de assumir as suas próprias imperfeições. Na negação não aceita o que lhe pertence. Na transformação reativa a criatura entra em confronto consigo mesma e seus conteúdos. Já na projeção, o ser é impotente para aceitar que o inimigo está nele mesmo, o habita.

O autodescobrimento é um grande desafio e necessita de muita coragem para alcançá-lo. Enquanto se acredita que o mal está no outro, é o outro que deve se modificar. Ao contrário, quando se identifica, ao saber que o mal está dentro de si, se descobre com a necessidade de transpor esse mal, refazendo-se, transformando-se em uma pessoa melhor.

Como o mal ainda está dentro de cada um, é necessário refletir sobre as atitudes que toma, evitando transferir para o próximo o que realmente é, isto é, portador do mal. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmo, esse o grande ensinamento a ser compreendido e executado. É necessário ter coragem para olhar para dentro de si mesmo e transformar os inimigos em amigos de amor e caridade.

Cristiane Beira, dando seguimento ao tema, reforçou a máxima de Jesus de se amar a Deus e ao próximo, tanto quanto se possa amar. A proposta é deixar o ranço do passado, das próprias iniquidades, e assumir a realidade do que realmente se é. Frisando nossa dependência, disse que o inconsciente é o grande comandante do ser, controlando-o. Ao contrário de assumir-se, a criatura transfere para outros, ou circunstâncias, as suas próprias responsabilidades, buscando um salvador, um herói, que não existem.

A primeira grande verdade, nestas questões é aceitar que não se depende de salvadores, que não se necessita de um salvador, ou herói. A segunda verdade é que o ser humano aprendeu a cultivar sofrimentos desnecessários, procedentes do inconsciente. A terceira verdade é desabrochar o potencial divino que cada um é detentor, que é o Amor. Elucidando a Estranha Moral, registrada em o Evangelho Segundo o Espiritismo, Cristiane decodificou-a a luz da psicologia. Cada um deve lutar por aquilo que deseja, pelo que almeja, desenvolvendo o autoamor, o autorrespeito.

Os heróis? Deixamo-los para as histórias infantis, reafirmou Cristiane. Os adultos não necessitam deles para salvarem-se. A vida, como está, vai iludir as criaturas, por que não vemos o essencial. Não há ninguém, lá fora, capaz de salvá-lo, conscientize-se disso.

Na construção do EU, há uma horizontalidade inicial, formada pelos pais, em primeiro lugar. São as fontes dos exemplos e dos modelos. E na segunda posição estão os colegas, os amigos, sinalizando como se deve ser. Se o indivíduo ficar nessa horizontalidade, pouco crescerá verdadeiramente. É necessário buscar a verticalidade a partir desses dois pontos iniciais, descobrindo o EU que se é, voltando-se para dentro de si, conhecendo-se, aceitando-se. Nessa fase de verticalização é preciso romper com os modismos, modelos, as aspirações dos outros sobre si.

Finalizando, Cristiane ensinou a se agradecer ao Pai por Ele nos amar e por nós amá-LO, também. Que Ele nos ajude a perseverar na construção de uma nova história, construindo-a de dentro para fora. 

17 de outubro – Noite 

Em noite agradabilíssima, e estando todos reunidos no Salão de Eventos Garcia D’Ávila, Divaldo Franco, inspirado como sempre, apresentou uma perfeita descrição física e social de Francisco de Assis, Benfeitor da Humanidade. Destacou a sua genialidade amorosa, o cantor suave de Deus. Casado com a pobreza, Francisco de Assis, renunciou aos apelos do mundo para concentrar-se em servir ao Mestre Galileu com as fibras mais puras de sua alma.

Francisco de Assis, deixando o homem velho no passado, transcendeu a todos os homens, de todos os tempos. Exaltava a natureza, envolvendo as criaturas na luz e no calor do amor. Seu trabalho continua sendo um colar de luzes a glorificar o Senhor. O mundo sutil e raro está presente na realidade da criatura que se encontra com o Deus interno. O momento sublime do amor está latente no coração daquele que ama.

Com sua magistral interpretação e riquíssimos comentários, Divaldo Franco apresentou o poema Cântico das Criaturas, de Francisco de Assis, conforme segue:

Altíssimo e onipotente Bom Senhor

Teus são os louvores, a glória a honra e toda a bênção

A Ti somente, Altíssimo, eles convêm

E nenhum homem é digno de te imitar

Louvado sejas, meu Senhor, com todas as Tuas criaturas

Especialmente o senhor irmão Sol

O qual faz o dia e por ele alumia

E ele é belo, radiante, com grande esplendor de Ti

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã Lua

Pelas estrelas que no céu formaste-as claras preciosas e belas

Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento

Pelo ar, pela nuvem, pelo sereno e todo tempo

Pelo qual dá às tuas criaturas o sustento

Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água

A qual nos é muito útil, úmida, preciosa e casta

Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo

Pelo qual iluminas a noite, ele é belo robusto e forte

Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã mãe terra

A qual nos sustenta, governa e produz diversos frutos, flores coloridas e ervas

Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã a morte corporal

Da qual nenhum vivente pode escapar

Bendito aquele que se encontra na Tua santíssima vontade

Ao qual a morte não fará mal

Louvai e bendizei o meu Senhor

Agradeça e sirva com grande humildade

Neste momento tão difícil, em que cada um experimenta as dores físicas e morais, rogamos a ti Pai Francisco que voltes, pois temos tantas saudades. Venhas acalmar nossas dores e feridas abertas. Somente tu, na humanidade, podes ser o que fostes. Fale ao nosso coração, temos tanta necessidade de marejarmos os olhos com as lágrimas da esperança. Todas as vezes que uma dor, que pareça insuportável, bater em nossa porta, lembremo-nos de que ela é infinitamente menor que a Natureza.

Assim finalizou Divaldo o belo trabalho com um momento de visualização buscando a harmonia. Magnífico momento. 

18 de outubro – Final 

Com o desejo de participar, no ano que vem, deste magnífico evento, todos se prepararam desde cedo para o final do encontro que foi de muita harmonia, sensibilidade, um ágape espiritual. As emoções elevadas estiveram sempre presentes, respirava-se espiritualidade, fraternidade, a busca de Deus, do sutil.

O Encontro Fraterno 2015 teve mais de quarenta e nove mil acessos pela internet, divididos por dez países. Oitocentos e dez participantes representaram os Estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Estavam representados, também, os seguintes países: Angola, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos da América, Inglaterra, Singapura, Suíça e Uruguai.
 

Jonas Pinheiro, de São Paulo, em agradecimento e homenageando Divaldo Franco, e simbolicamente ao Tio Nilson – Nilson de Souza Pereira -, pela realização da 1ª edição do Movimento Você e a Paz em São Paulo, Capital, ofertou-lhe o Troféu Você e a Paz. O clima era de saudades, de agradecimentos, de despedidas. Divaldo, agradecendo, citou os seguintes colaboradores: Tânia Moreira, Maurício Virgens, Enrique e Guilherme Baldovino, a família Beira e Mateus, que com suas performances animaram e prepararam o ambiente através de interpretações musicais de alto nível.

No primeiro dia, Divaldo Franco propôs que cada participante fizesse uma pergunta para Deus, e que as respostas estariam disponíveis no final do encontro. Assim, selecionadas aleatoriamente algumas perguntas, as respostas foram comentadas por Marlon Reikdal e Íris e Cláudio Sinoti, sob a coordenação do anfitrião. Todos, nesse último dia, na entrada do salão, receberam um envelope onde se encontrava a resposta de Deus, nas palavras de Joanna de Ângelis, retiradas de suas diversas obras e de outros autores.

Divaldo disse ser necessário aprender a questionar e aprender a viver o amor. Citando os estudos de eminentes cientistas, como Dr. Michael Persinger, Dra. Danah Zohar e Dr. Vilayanur Ramachandran, discorreu sobre importantes descobertas no cérebro humano. O Dr. Michael Persinger, notável neurocientista, descobriu que há uma zona cerebral que se ilumina ante a pronúncia da palavra Deus, seja no idioma que for. Esse fato foi constado pelos pesquisadores acima citados, entre outros. Essa área que se ilumina foi designada como sendo o Ponto de Deus. Sabemos, à luz da ciência, que temos algo divino em nós, confirmando informações já conhecidas, mas, até então, não estudadas pelos pesquisadores. A vida estua e é de caráter imortalista.

Finalizando, foi realizada uma homenagem aos voluntários, que no palco, foram brindados com belas canções. O público, muito participante, acompanhou cantando e batendo palmas. Foi um belo momento, onde todos, muito gratos, tiveram suas vidas facilitadas por aqueles abnegados voluntários que se desdobraram para muito bem atender aos anseios, expectativas e desejos de todos os participantes. 
 

Momentos artísticos 

No início de cada atividade o público foi agraciado com belas e agradáveis interpretações musicais. Para enlevo de todos, o violoncelista Diego Carneiro Oliveira e o barítono Maurício Virgens (foto) apresentaram excelente repertório musical. Ambos brasileiros, Diego reside em Londres/Inglaterra, e Maurício na Alemanha.

Giovana e Priscila Beira, acompanhadas pelo pianista Mateus, interpretaram belas melodias. Foram momentos de puro encantamento. Enrique e Guilherme Baldovino ao piano, maravilhando a todos, propiciaram uma harmonia inefável. Enlevo, harmonia, elevação do padrão vibratório foram os frutos produzidos por esses dedicados músicos. O público, reconhecido, não se furtou de aplaudi-los de pé, intensamente.  

O Encontro Fraterno 2015 revestiu-se de muitas bênçãos. Cada participante atento pode usufruir de energias benfazejas, renovando-se para novos cometimentos. A fraternidade, sempre presente, oportunizou diálogos, novas amizades, encontros e reencontros. Na expectativa da realização da edição 2016, cada um, voltando para seus cotidianos, embalados pelas dúlcidas emoções e sentimentos elevados sob os auspícios do Mestre Jesus, estará mais apto para enfrentar a vida como ela se apresenta, compreendendo os desígnios do Pai, já que o ser humano está em busca de Deus. 


Nota do autor:

 
As fotos que ilustram esta reportagem são de Jorge Moehlecke.
 



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita