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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 436 -18 de Outubro de 2015

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

 



O óbolo e a Providência divina

 

Em Marcos, cap. 12: 41 a 44, e Lucas, cap. 21: 1 a 4 é narrado que Jesus se encontrava sentado à frente do gazofilácio, também denominado arca do tesouro, e observou a multidão de pessoas que depositavam ali sua oferta ao templo. Porém,uma pobre viúva nada mais fez que colocar na arca suas duas pequenas moedas, as quais, atualmente, só dariam, talvez, para comprar um pão. Mas era tudo o que ela tinha, e o Senhor aproveitou-se daquele cenário para chamar seus apóstolos e lhes dizer que, de todas as doações, a mais elevada foi a da viúva. Pois todos doaram do que lhes sobrava, e ela doou tudo o que tinha para sua alimentação.


A viúva passaria fome, mas acreditava que estaria agradando a Deus e, desse modo, demonstraria a imensa fé de sua alma ao seu Criador. O próprio Jesus já recomendara a seus discípulos para olharem “as aves no céu, que não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros” e nosso “Pai celestial as alimenta” (Mateus, 6: 26). No versículo anterior, Ele lembrara: “Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento e o corpo mais do que o vestido?”


A lei de causa e efeito ou de ação e reação é a maior prova da justiça de Deus. Mesmo quando aparentemente estamos entregues à própria sorte, Ele jamais nos abandona. Se nos deparamos, muitas vezes, com situações de expiações dolorosas, não faltam, na história humana, casos em que a bondade é recompensada de imediato.


Na vida real, também, o ato de desprendimento e de amor ao próximo pode trazer benefício inesperado a quem age no bem. Um exemplo disso é a história narrada pelo Espírito Hilário Silva e psicografada por Chico Xavier, constante do capítulo 19, intitulado “Assistência mútua” da obra Almas em desfile, editada pela Federação Espírita Brasileira.


Conta-nos o Espírito Hilário que uma cadeira de rodas doada com amor a uma professora idosa e aposentada por invalidez resultou em inesperada oferta de emprego por ela à sua doadora. Desse modo, dois meses depois de seu gesto de amor, esta assumiu a vaga de professora de uma escola pública, cargo ocupado antes pela beneficiada com a cadeira de rodas. Sua doadora, embora formada no magistério, vinha trabalhando na costura para melhorar a renda familiar, que não era muita. Conclui o Espírito, pela psicografia do extraordinário médium Chico Xavier que “A bondade gerara a bondade, e uma cadeira de carinho e repouso trouxera outra de serviço e educação”.


No capítulo 13 d’O Evangelho segundo o Espiritismo, nos itens 5 e 6, referentes ao “óbolo da viúva”, explica Allan Kardec que muitas pessoas lamentam não poder ajudar de modo mais intenso aos necessitados, por não possuírem riquezas materiais suficientes. Mas será que, por trás dessa queixa não estaria, primeiramente, o desejo oculto de primeiro beneficiar-se? Indaga o codificador da Doutrina Espírita.


O caso exemplificado por Jesus mostra-nos que o melhor bem é aquele realizado com pleno desejo de, nas pequenas coisas, tais como “um serviço qualquer”, “um consolo” a quem dele necessite, o alívio de alguém que sofra fisicamente ou moralmente. Em conclusão, diz Kardec algo que nos faz refletir e entender o que representa, simbolicamente, o nosso “óbolo” mais significativo: Não dispõem todos, à falta de dinheiro, do seu trabalho, do seu tempo, do seu repouso, para de tudo isso dar uma parte ao próximo? Também aí está a dádiva do pobre, o óbolo da viúva”.


A propósito, no poema “Entre nós”, o Espírito Casimiro Cunha diz-nos, pela psicografia de Chico Xavier o seguinte:

 

Coração que não se abre

À sementeira do amor

Não guarda com segurança

A luz do Consolador

 

Muita leitura sem obras

De ensino e consolação

Traz a flor parasitária

Da inútil conversação.

 

Desalento choramingas,

Em pranto sempre a correr,

Expressa, frequentemente,

Muito serviço a fazer.

 

Comentários contra ingratos,

Verbo amargoso e violento,

São tristes revelações

No anseio de isolamento.

 

Discursos sem caridade

— Fraternidade sem portas —

Tribunas que não amparam

São sinais de fontes mortas.

 

Fadiga de todo instante,

Chorosa, escura e cediça,

Traduz, sem contestação,

Fragilidade e preguiça.

 

Cabeça muito ilustrada,

Sobre a vida em calmaria,

É urna lavrada em ouro,

Muito nobre, mas vazia.

 

Entusiasmo eloquente,

Sem atos de amor cristão,

É fogo de palha seca

Em bolhas de água e sabão.

 

Sublime conhecimento,

Distanciado do bem,

É tesouro enferrujado

Que não ajuda a ninguém.

 

Banquetes da inteligência,

Sem Jesus suprindo a mesa,

São brilhos da força bruta

Em pedras da Natureza.
 

(XAVIER, 2011, p. 29- 30).

 

Quando agirmos assim, com completo desinteresse e desejo sincero de servir, amorosamente, a Providência Divina já está a caminho, para servir, junto conosco, e nos socorrer, quando se fizer oportuno, pois, como diz Davi, em seu Salmo 23: “O Senhor é meu Pastor, e nada me faltará”.

 

 

Referências:

 

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 131 ed. (Ed. histórica). Brasília: FEB, 2013, cap. 13, itens 5 - 6.


XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Valdo. Almas em desfile. Pelo Espírito Hilário Silva. 11. ed., 2. imp. Brasília: FEB, 2013, 2ª parte, cap. 19.


______. Gotas de luz. Pelo Espírito Casimiro Cunha. Brasília: FEB, 2011, p. 29- 30.

 

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita