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Entrevista Espanhol Inglês    
Ano 9 - N° 435 -11 de Outubro de 2015

ANDRÉ RIBEIRO FERREIRA
andure@uol.com.br
Brasília, DF (Brasil)      

 

 
Walter Barcelos: 

“Para o progresso do Espiritismo vale devotar-se tendo em vista
o desenvolvimento eficiente
das almas humanas”

O conhecido escritor, autor de dez obras espíritas, fala-nos
dos métodos que utiliza na elaboração literária e
explica como surgiram seus livros

Walter Barcelos (foto), natural da cidade de Araxá, região do Triângulo Mineiro, Minas Gerais, reside atualmente em Uberaba (MG), para onde se transferiu, por necessidade profissional, em novembro de 1969. É espírita desde o berço e desde os 4 anos de idade frequenta a Casa Espírita.
 

Autor de 10 livros – Sexo e Evolução (FEB); Mediunidade e Discernimento (Didier); Educadores do Coração (União Espírita Mineira); Justiça e Felicidade (Didier); Aliança de Corações (INEDE); Aprendendo, Amando e Servindo (Didier); Minha Mente, Meu Mundo (Didier); A Arte Moral de Educar os Filhos (Didier); Homossexualidade, Reencarnação e Vida Mental (Didier) e Aprendendo com Jesus, o Mestre do Amor (Didier) – ele nos fala na presente entrevista sobre os métodos que utiliza na elaboração literária e sobre suas obras.

O que o motivou a escrever livros espíritas? 

Meu interesse inicial não era escrever livros espíritas. Possuía forte vontade de redigir artigos doutrinários e publicá-los no jornal “A Flama Espírita”, de Uberaba. A partir dessas publicações mensais no citado jornal foram-se acumulando os artigos e daí naturalmente nasceram as obras de nossa autoria. 

Como foi produzir sua primeira obra espírita? 

Aprecio muito estudar Espiritismo, o que comecei a fazer no ano de 1967, na cidade de Araxá (MG), participando da reunião de estudos espíritas, onde se dá preferência única e exclusiva ao estudo aprofundado e sistemático das obras do codificador Allan Kardec. Antes de iniciar a escrita espírita já estudava Doutrina Espírita com muito interesse, sempre fazendo vasta pesquisa de temas e assuntos, a fim de verificar a verdade dos ensinos, combiná-los e compará-los, conseguindo através desse trabalho um melhor entendimento dos diversos pontos da Ciência, Filosofia e Moral do Espiritismo.

Minha primeira obra espírita foi “Sexo e Evolução”. Inicialmente pesquisei e organizei ampla pesquisa sobre sexualidade à luz do Espiritismo, muito especialmente nas obras de Allan Kardec e do médium Francisco Cândido Xavier. Gastei 12 meses para organizar em caderno espiral (colando recortes de textos xerocopiados) os capítulos e datilografei os diversos capítulos dessa apostila que intitulamos “O Espírita perante as energias criadoras do sexo”. Isso se deu nos idos de 1983. Com essa vasta pesquisa em mãos passei a escrever artigos, mês a mês, no jornal “A Flama Espírita” e no período de 3 anos e meio completei a redação de textos baseados nessas pesquisas doutrinárias sobre sexualidade à luz do Espiritismo. Depois desses três anos e meio de redação de artigos sobre sexualidade, trabalhei mais um ano e meio relendo os capítulos e dividindo-os em subtemas, para facilitar a leitura e o estudo da obra. Assim surgiu o livro “Sexo e Evolução”, editado em 1992, primeiramente pela editora Fonte Viva, de Belo Horizonte, e no ano de 1994 pela editora da FEB.        

Que método utiliza e quanto tempo leva na elaboração de um livro?

Sempre escrevi qualquer assunto espírita baseado em muito estudo, muita pesquisa, muita análise, muito raciocínio, muita meditação; efetuo releituras do texto em produção, procurando melhorar a linguagem, aprofundar as explicações, discorrer melhor sobre o tema e interpretar o pensamento dos Espíritos, tudo fundamentado em respeitáveis referências bibliográficas. Após muita pesquisa em lições e textos a respeito de determinado assunto, seleciono dos livros espíritas ou do Novo Testamento os textos que considero como apresentando as melhores explicações e esclarecimentos. Logo em seguida disponho essas referências bibliográficas numa certa sequência lógica de ideias, depois de avaliar com certo cuidado o conteúdo de cada texto selecionado. E somente com esse processo dou início à redação, inserindo as referências selecionadas, que também são objeto de minhas interpretações. 

Foi influenciado pela prática de alguma instituição ou pessoa, ou o trabalho é fruto tão somente de sua iniciativa particular? 

No campo do conhecimento espírita encontramos muita ajuda eficiente em nosso Movimento Espírita no Triângulo Mineiro, principalmente a COMMETRIM – Confraternização de Mocidades e Madureza Espíritas do Triângulo Mineiro, que promove o congraçamento e a união dos espíritas da citada região. Aprendemos muito com esse Movimento pela grandiosa oportunidade de união fraternal, troca de experiências espíritas e aprendizado doutrinário. Quanto à produção da escrita doutrinária, não tive a felicidade de encontrar de forma direta algum irmão espírita encarnado mais experiente para passar-me informações, conhecimentos e experiências na área da redação de textos doutrinários. Se bem que do lado espiritual inegavelmente encontramos muitos Espíritos Benfeitores que são assíduos na proteção segura e inspiração lúcida, no acompanhamento constante e na assistência amorosa, em nossas meditações, dissertações e explicações doutrinário-evangélicas.         

Como você vê a qualidade da literatura espírita no momento atual? 

O Espiritismo é a doutrina que faculta a todo adepto a liberdade de pensar e a faculdade intelectual do livre exame. A fim de facilitar nossas considerações a respeito da liberdade de pensar apresentamos uma definição do vocábulo “livre-exame”: “é a independência de opinião, a libertação do jugo da autoridade em matéria de fé ou de doutrina, preferindo examinar por si mesmo, e só aceitar o que a sua razão ou experiência aceitar ou comprovar” (Dicionário de Filosofia, Mário Ferreira dos Santos – edição 1964 - Editora Matese). Todo espírita sincero aprenderá no processo constante das leituras e estudos a aplicar o livre-exame com mais frequência e naturalidade. Deverá estar sempre munido dessa ferramenta intelectual, pois através dela irá formar sua própria FÉ RACIOCINADA, cuja aquisição é necessária e indispensável.

O número de obras antigas e inéditas para os leitores espíritas é oferta generosa, muito farta, diversificada e complexa, de autores encarnados e desencarnados. Esse grande acervo cultural está a exigir um raciocínio sempre mais sério e bem amadurecido de todo espírita, justamente neste momento de altíssima produção literária do Espiritismo. Quanto mais livros lançados no mercado livreiro espírita, não tenhamos a menor dúvida, maiores serão os desafios de escolha aos espíritas para leituras agradáveis e estudos aprofundados. Imprescindível, no momento atual, saber usar a ferramenta intelectual do justo discernimento, no que se adquire, no que se lê, no que estuda e no que se divulga.

Cada obra espírita tem sua mensagem, seu conteúdo, seu valor relativo, sua contribuição doutrinária. Uns são de melhor conteúdo doutrinário, outros de menor conteúdo e outros infelizmente defendendo alguns enganos científicos ou filosóficos, evangélicos ou históricos, doutrinários ou morais. O público espírita e os simpatizantes das obras espíritas apresentam enorme variação de níveis de gosto de leitura em virtude de suas próprias conquistas cultural, mental e moral. Essa variedade de estilo e conteúdo, doutrina e Evangelho, romance e filosofia, ciência material e espiritual, vem atender a todas as estruturas mentais de leitores. O movimento espírita deve ser a expressão dessa grande força da liberdade de pensamento e do livre-exame que a doutrina espírita oferece a todos seus adeptos.            

Quais as principais dificuldades a superar? 

As obras espíritas que devemos considerar razoáveis, boas, ótimas ou excelentes serão todas aquelas que pautaram em toda sua estrutura doutrinária, não divergindo em nenhum ponto, nas ideias apregoadas por Jesus Cristo e Allan Kardec. A base da Doutrina Espírita será sempre o conteúdo filosófico-moral do Evangelho de Jesus e da Codificação Kardequiana.

Nenhum espírita sincero deverá se desesperar tendo em vista o número avantajado e sempre crescente de obras espíritas duvidosas, muitas delas repetindo temas e explicações de outras obras consideradas clássicas. É contraproducente falar mal de “obras estranhas”, e o mais triste para o movimento espírita seria promover relações de “livros censurados” por equipes de supostos fiscais da verdade doutrinária.

Finalizaremos esta questão apresentando bela sentença dos Sábios Espíritos da Codificação:

“Para discernir o erro da verdade é preciso aprofundar estas respostas e meditá-las longa e seriamente; é todo um estudo que se tem a fazer. É preciso tempo para isso, assim como para tudo o mais. Estudem, comparem, aprofundem-se; nós lhe dizemos sem cessar: o conhecimento da verdade tem este preço”.  (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec – Capítulo XXVII – “Contradições e Mistificações” – questão 301 – item nº 4 - Editora LAKE.) 

Qual o papel dos dirigentes e líderes espíritas na melhoria e preservação da qualidade dos conteúdos literários espíritas? 

Nossos companheiros dirigentes e líderes espíritas devem entender de coração evangelizado que para o progresso do Espiritismo vale devotar-se tendo em vista o desenvolvimento eficiente das almas humanas, muito mais do que simplesmente trabalhar na administração de prédios, organizações, contabilidade, finanças, reuniões, comemorações, confraternizações e atividades outras. Trabalhar com amor e idealismo na formação espírita-cristã dos trabalhadores da Casa Espírita, promovendo estudos sistemáticos e sistematizados das Obras de Allan Kardec. Esclarecer e iluminar a inteligência e coração dos irmãos de fé de todas as faixas etárias: crianças e jovens, madureza e velhos. Ninguém poderá ficar esquecido e abandonado. É a caridade da luz,  em suma, a formação eficiente da FÉ RACIOCINADA dos espíritas.

Trabalhemos COMEÇANDO PELA BASE DO ESPIRITISMO, desenvolvendo reuniões de estudos com programação preenchendo todo o ano letivo, dando prioridade às obras do Codificador Allan Kardec. 

O que, na sua percepção, precisa e pode melhorar na formação de novos escritores espíritas? 

Cada escritor espírita encarnado ou desencarnado oferece sua valiosa contribuição, dentro de suas próprias possibilidades no que diz respeito à sua capacidade intelectual na redação doutrinária, expondo suas ideias, seu conhecimento espírita, sua experiência de vida e seu entendimento acerca do Evangelho.

Para ser um bom escritor espírita não é recomendável apressar o trabalho de produção doutrinária, esquecendo-se do longo e sério preparo dos estudos doutrinários, mas, sim, esforçar-se por melhorar e fortalecer as estruturas intelectuais e mentais, raciocínio e meditação, análise e interpretação em torno da ciência, da filosofia e da moral do Espiritismo.   

Quais os seus planos em relação ao futuro? Pretende continuar a escrever? 

Pretendo continuar a estudar Doutrina Espírita, conhecer a mim mesmo, corrigir-me o mais rápido possível com as luzes do Evangelho, fazer todo o bem possível, divulgar Doutrina e Evangelho usando com simplicidade e moderação as ferramentas tecnológicas [computador, Internet, vídeos, filmes] da atualidade. Agir somando os valores da fé raciocinada, fé viva, desprendimento, pureza de intenção, desinteresse, despretensão, abnegação, prazer de divulgar, de amar, de servir... 

Sua mensagem final aos nossos leitores.  

Agradeço a atenção caridosa para com nossas atividades e rogo a Deus, Nosso Pai, e a Jesus que abençoem todos os irmãos interessados em estudar e divulgar com seriedade a Doutrina Espírita.


 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita