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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 435 -11 de Outubro de 2015

ELENI FRANGATOS
eleni.moreira@uol.com.br
Vinhedo, SP (Brasil)

 


Como destruir os sonhos e a vida de uma criança


Trata-se de uma tarefa bem fácil. Eis, na sequência, uma receita que tudo indica ser infalível. É como preparar um bolo; não há como errar.

Ei-la:

INGREDIENTES 

Escolha um menino ou menina, tanto faz. De preferência com pouca idade, pobre, desnutrido, sujo e maltrapilho. Coloque-o em banho-maria de total miséria. É importante que sinta muita fome. Se os pais forem omissos, alcoólatras ou viciados, melhor ainda. Deixe-o só: na completa solidão. Bom é que durma na rua sobre um pedaço de papelão ou jornais velhos com ratazanas correndo à sua volta num sono leve, angustiado, sempre alerta, de quem corre perigo constante.  Insulte-o, negue um pedaço de pão com a desculpa de que ele vai usar o dinheiro para cheirar cola. Maltrate-o com a agressividade, a incompreensão e a dureza de coração, tão próprias dos adultos. Não permita acesso à instrução, esporte nem pensar e, quando ele entrar na sua Igreja, Sinagoga, Templo, ou Centro Espírita, limpinha e com flores frescas, olhe para ele de soslaio com a desconfiança nos olhos e a desconfiança no coração e não reaja se ele for ameaçado e até mesmo escorraçado da casa de Deus como se um cachorro tinhoso fosse. Afinal, Jesus Cristo não ia querer que alguém emporcalhasse a sua casa... Ele faria a mesma coisa!!! E não faça nada, seja omisso, vire o rosto, ao vê-lo explorado pelos mais velhos, de preferência por traficantes – você não quer se envolver! E, se ele tiver de vender o corpo a pedófilos para garantir o seu sustento, melhor ainda.  

COMO PREPARAR A MASSA 

Junte todos os ingredientes, de todos eles arranque as pétalas dos sonhos dessa criança. Corte em pedacinhos o caule da esperança, mutile de modo a se perder toda a índole original. Deixe-o desprotegido e só e, quando já estiver enfraquecido, faça dele um picadinho com o martelo da vida. Então, bata, bata, bata até que a massa fique amorfa, inerte e aí retire todo o amor, carinho e compreensão. Lance esse menino à própria sorte. Coloque esse menino tão pequeno ainda numa forma de adulto. Está pronto para cozinhar!

COZEDURA

Cozinhe em fogo brando durante alguns anos. Deixe-o cheirar cola para que ele esqueça a realidade, para que esqueça as humilhações, para que não se lembre da fome de comida e de amor, qual delas a pior, a mais dolorosa e nefasta. Permita que a cola, a cocaína e o crack amorteçam seu estômago, que seu cérebro fique nublado com a droga e o coração endurecido; deixe que ele se sinta o maior dos heróis enquanto cheira e o último dos seres humanos ao passar o efeito da droga. 

É a hora de olhar bem dentro dos olhos desse menino. Olhe bem, profundamente, dentro dos olhos dessa criança, desse menino já tão massacrado pela vida. O que vê? Medo, carência, pedido mudo de ajuda, de compreensão? ou, quem sabe, agressividade, ódio, revolta por aquilo que a vida não lhe dá ou já deu até demais? O seu olhar é vazio, perdido, o olhar morto, o olhar único, apavorante, terrível, dos sem esperança? Então, o menino pequeno está no ponto. A vida, o meio, os adultos, esvaziaram-no de tudo – está tal qual um boneco desventrado, jogado no lixo na vida.

Esse menino, essa menina, essas crianças precisam de você. 

Estenda a mão e ajude esses meninos.

Dê-lhes o carinho que não têm.

Entenda que eles não são culpados. 

Tudo a que uma criança tem direito lhe foi negado na vida.

São apenas crianças e dê graças a Deus por um deles não ser seu filho!

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita