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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 435 -11 de Outubro de 2015

ANSELMO FERREIRA VASCONCELOS
afv@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

 

 
“Os donos de centro”


O momento é mais do que apropriado para abordar um tema delicado, mas aparentemente onipresente. Sem querer ter a intenção de esgotar o assunto, não é incomum se observar no meio Espírita a presença de supostos “donos de centro”. Dito de outra forma, são aquelas pessoas que, por força das circunstâncias, são alçadas à direção de uma instituição Espírita. Parecem ser pessoas comedidas, reservadas, lacônicas, até mesmo um tanto enigmáticas, pois raramente expressam uma opinião ou ponto de vista mais contundente. Ademais, sugerem entesourar enorme patrimônio de conhecimentos sobre a doutrina que, em verdade, estão muito longe de possuir. Às vezes, quando solicitadas, endereçam preces sentidas e comoventes levando muitos às lágrimas.

Chega o dia, enfim, em que são convocadas a sair da obscuridade e exercer outros papéis mais expressivos nas agremiações que frequentam. Em decorrência disso, são levadas a se expor mais amiúde; afinal, os problemas, as dificuldades e os assuntos do dia a dia forçam-nas a exercer a liderança e tomar posições. A partir daí, algo profundo e preocupante ocorre em suas condutas, que passam a ser quase que completamente desnudadas para os demais membros da Casa Espírita. Em outras palavras, “o véu de Isis” cai e, assim sendo, passam a ser efetivamente conhecidas por todos como realmente são na essência. Normalmente começam a exibir uma faceta de suas personalidades desconhecida até então, isto é, problemática, desagregadora e até mesmo assustadora, culminando quase sempre em prejuízo à harmonia da instituição.

Ao sair do casulo geram variadas e surpreendentes disrupturas aqui e acolá por causa de suas intervenções desastrosas. Lamentavelmente, passam a ser notados indesejáveis rompimentos na esfera dos inter-relacionamentos. Por conta disso, os embates surgem com certa frequência e intensidade, produzindo dissabores e decepções de toda a ordem. De modo geral, ordens são expedidas, mudanças implementadas na execução dos trabalhos e alterações no funcionamento das coisas. Às vezes, tarefas, atividades ou rotinas que sempre atenderam às necessidades gerais são impiedosamente interrompidas sem razão de ser. Nesse processo, colaboradores antigos são praticamente “convidados” a deixar as lides, tal a profundidade das mudanças. No entanto, outras coisas desagradáveis passam também a acontecer.       

Simultânea e surpreendentemente, o novo dirigente passa a dominar o cetro do poder com mão de ferro, rechaçando opiniões contrárias, afastando os desalinhados com as suas opiniões ou lhes dando nenhum valor. O egocentrismo passa a lhes adornar as atitudes de maneira que a Casa Espírita parece ter “um dono” como se a sua existência nada devesse aos tarefeiros anteriores. A sua foto e imagem literalmente abarrotam todos os materiais de divulgação da instituição. Monopolizam, por assim dizer, os discursos, palestras, avisos, preces públicas, entre outras coisas, enquanto outros cooperadores são praticamente colocados no ostracismo.

Em algumas Casas Espíritas menores chega-se ao despautério de não haver atividades quando o dirigente não pode, por alguma razão, comparecer. Não delegam aos outros membros praticamente nada. Devido aos seus excessos de personalismo e comportamento idiossincrático, os frequentadores e colaboradores se veem numa situação deveras desconfortável. Alguns menos pacienciosos e/ou cansados dos exageros derivados da liderança despótica se desmotivam e acabam buscando outras plagas. A confiança depositada na instituição diminui dramaticamente. Em consequência, os níveis de harmonia, proteção espiritual e paz desmoronam dando vazão à manifestação e/ou controle de entidades infelizes.

Se o leitor(a) já teve a infelicidade de se deparar com quadros semelhantes não se espante, pois eles acometem às vezes centros consagrados. Na verdade, tais coisas são produtos de mentes invigilantes que não incorporaram ainda os ensinamentos que pregam. Não chegaram sequer a perceber a transitoriedade das coisas que os cercam. Não compreenderam que são apenas instrumentos da espiritualidade convocados a executar uma missão por benevolência e misericórdia de Deus. Em vez disso, se embebedam nas fontes do orgulho, da jactância, da soberba e da prepotência (dialogar com elas, aliás, torna-se uma tarefa inglória ou infrutífera). Não conseguem atinar com a enfática recomendação de Jesus: “... o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir...” (Mateus, 20:28), bem como o insight do apóstolo Paulo: “O maior servirá ao menor” (Romanos 9:12).

Mas, mais dias menos dias, cairão, e o seu tombo será estrepitoso, o seu legado abominável, como para nos lembrar a ter cuidado com o que fazemos, especialmente em atividades nas quais não passamos de modestíssimos atores coadjuvantes. 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita