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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 434 - 4 de Outubro de 2015

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)

 

 

Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?


É preciso assumir a responsabilidade em ser pai ou mãe. E ser pai implica estar disposto a enfrentar problemas, a preocupar-se, a conviver emocionalmente com o filho.

(...) Propiciar aos filhos uma educação que possibilite à criança: crescer satisfeita com o que faz, capaz de decidir o que quer, e de enfrentar os inevitáveis percalços da vida.” (Grifos do original.) – Bruno Bettelheim1 – psicólogo austríaco.

Educar os filhos é a maior responsabilidade dos pais. Colhemos na Doutrina Espírita – riquíssima em ensinamentos – pequena amostra destinada a bem orientar-nos nessa nobre tarefa.

Eis, da obra basilar2, codificada por Allan Kardec:

         “(...) os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os de seus filhos pela educação. Isto constitui para eles uma tarefa: Se falharem, serão culpados”.  (Grifo do original)

“Pode-se considerar a paternidade como missão?”

“Sem dúvida é uma missão. É, ao mesmo tempo, um dever muito grande e que envolve, mais do que o homem pensa, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pelo caminho do bem, (...). Mas há quem se ocupe mais em endireitar as árvores do seu jardim e fazer que deem bons e abundantes frutos, do que endireitar o caráter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa dos pais, sofrerão os genitores as consequências dessa queda, recaindo sobre eles os sofrimentos do filho na vida futura, (...)”

“(...) Não nos referimos à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, àquela que cria hábitos, uma vez que a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Quando se pensa na grande quantidade de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de admirar as consequências desastrosas que daí resultam? (...)” – Observação de Allan Kardec à Q. 685-a. (Grifos do original).

Eis citações de O Evangelho segundo o Espiritismo3 – outra obra básica a integrar a Codificação Espírita, de Allan Kardec, que enfatiza essa responsabilidade dos pais para com os filhos:

“Quantos pais são infelizes com seus filhos, porque não lhes combateram as más tendências desde o princípio! Por fraqueza ou indiferença deixaram que neles se desenvolvessem os germens do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que produzem a secura do coração; depois, mais tarde, quando colhem o que semearam, admiram-se e se afligem com a sua falta de respeito e a sua ingratidão. (...)”

“(...) inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma: esta é a missão que vos está confiada (...). Lembrai-vos de que Deus perguntará a cada pai e a cada mãe: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda? (...)”

Emmanuel3, Espírito, destaca o valor do lar, na educação e formação do caráter dos filhos:

“Qual a melhor escola de preparação das almas reencarnadas, na Terra?

– A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter.

Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem. (...)”

Um dos erros da família moderna é descurar a chamada educação de berço. De confiar essa educação à escola, que também não se acha, em sua maioria e sob muitos aspectos, preparada nem mesmo para a parte que lhe cabe realizar.

Os exemplos edificantes, com palavras, gestos e atitudes; o diálogo e a vivência do amor entre os pais; os sentimentos e os próprios pensamentos que cultivam no ambiente do lar ficam registrados nas almas infantis, eis que criam atmosfera vibracional de equilíbrio, por elas sintonizada.

“A coisa mais importante que um pai pode fazer pelos filhos é amar a mãe deles.” – Theodore M. Hesburgh.

Educar os filhos transforma também os próprios pais, confirmando que a família é um dos mais valiosos meios de aperfeiçoamento dos Espíritos.

Humberto de Campos4 narra episódio envolvendo criminoso tido como um dos piores do presídio e uma filha deste último, acolhida num asilo:

Um dia, a pequenita adoece. Compadecida, a diretoria do Asilo manda pedir ao Ministro da Justiça consinta que aquele pai veja a sua filha, que vai morrer. O criminoso é levado àquele estabelecimento de caridade, em um carro forte. Fisionomia fechada, de homem-fera.

Ao ver, porém, a pequenita, atira-se de joelhos, abraça-a, não a ela, mas à própria cama em que ela se deita, e ali fica cerca de uma hora, soluçando como uma criança.

A menina morre. O pai regressou para a prisão.

No dia seguinte, porém, modificava-se inteiramente, sendo hoje, no presídio em que cumpre a pena, um modelo pela conduta e, sobretudo, pela cordura do coração”.

O fato ilustra a importância da paternidade e de gestos de humanidade para com todos os seres humanos: até para “homens-feras”!

 

REFERÊNCIAS:

1.            BETTELHEIM, Bruno. Uma vida para seu filho: citado por Walter Barcelos no artigo “A arte de criar os filhos”, em “A Flama Espírita” n. 2.573 e transcrito na Revista “INFORMAÇÃO” n. 243 (fev./97), p. 14/15.

2.            KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra, 2. ed. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2011. q. 208; 582 e 685-a.

3.            KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2010. cap. 5, it. 4, p. 112; cap. 14, it. 9, p. 294.

4.            XAVIER, Francisco C. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: 1977. q. 110, p. 72/73.

5.           CAMPOS, Humberto. Sepultando os meus mortos. OPUS Editora Ltda., 1983. Cap. XX: O castigo da virtude, p. 109/110.

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita