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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 432 - 20 de Setembro de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 39)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares 

A. Ante as defecções alheias, como devem proceder os espíritas?

Devem proceder como os colegas espíritas de Raulinda procederam. Ela havia procurado o presidente da Sociedade Espírita, a quem expôs o drama que quase a levou ao suicídio, revelando força moral para enfrentar as consequências do relacionamento infeliz, de que amargamente se arrependia. O dirigente aconselhou-a paternalmente e conclamou-a à vivência espírita, único recurso disponível para a preservação do equilíbrio naquela circunstância. Observe-se que ninguém do Grupo havia demonstrado qualquer sentimento negativo para com ela, após a comunicação anunciadora da sua gravidez, qual se nada houvesse acontecido. É assim – diz Manoel P. de Miranda – que os verdadeiros espíritas procedem: jamais se transformam em vigilantes das defecções alheias, antes mantendo fraternidade em qualquer situação e amparando quando necessário. (Trilhas da Libertação. Providências Finais, pp. 313 a 315.)

B. O perdão que recebemos nos exonera dos débitos contraídos?

Guillaume  – o esposo a quem Adelaide traíra e assassinara em conluio com Gérard – disse que não guardava mais ressentimentos com relação a ela e a Gérard. Adelaide perguntou então ao dr. Carneiro, referindo-se a Guillaume: “Perdoando-me o mal que lhe fiz, estarei exonerada de débitos para com ele?” Dr. Carneiro informou que sim, mas explicou que os gravames continuavam para com a própria consciência e a Consciência Divina. O que estava por vir dependeria dos seus atos e do seu comportamento ao longo da vida. (Obra citada. Providências Finais, pp. 319 e 320.)

C. Aludindo à epilepsia que a acometera, Adelaide ficaria boa ou deveria purgar pelo resto da vida essa expiação?

Quanto à epilepsia, dr. Carneiro disse-lhe que, por um efeito natural, ela estava com suas matrizes instaladas no seu perispírito, aguardando diluição através dos seus atos de abnegação, amor e caridade para com os enfermos, o que até então não ocorrera. Com o choque sofrido nos últimos dias, aceleraram-se os fatores epileptogênicos e adveio a primeira crise. No tocante à cura, ele explicou: “Depende exclusivamente da irmãzinha interromper o sofrimento, prolongá-lo ou complicá-lo. A sementeira sempre aguarda... O que for plantado, sem dúvida será segado. A qualidade da semeadura sempre responderá pelo tipo da ceifa. Ame, portanto, e sirva quanto possível.” (Obra citada. Providências Finais, pp. 319 e 320.)

Texto para leitura

153. Como procedem os verdadeiros espíritas – Durante a semana os labores prosseguiram e foram carinhosamente atendidos. Dr. Carneiro desincumbia-se dos compromissos de forma impecável e sua sabedoria espelhava-se na bondade dos seus elevados sentimentos. Por essa época, Raulinda procurou o presidente da Sociedade Espírita, a quem expôs o drama que quase a levou ao suicídio, revelando força moral para enfrentar as consequências do relacionamento infeliz, de que amargamente se arrependia. O dirigente aconselhou-a paternalmente e conclamou-a à vivência espírita, único recurso disponível para a preservação do equilíbrio naquela circunstância. Ninguém do Grupo havia demonstrado qualquer sentimento negativo para com ela, após a comunicação anunciadora da sua gravidez, qual se nada houvesse acontecido. Os verdadeiros espíritas procedem mesmo assim e jamais se transformam em vigilantes das defecções alheias, antes mantendo fraternidade em qualquer situação e amparando quando necessário. Francisco, robustecido na fé, após haver superado o constrangimento que lhe fora imposto por d. Augusta, apresentava-se sereno e procurava dirigir as forças genésicas para o equilíbrio, continuando a expor a Doutrina sob evidente inspiração superior. Candidatava-se, desse modo, ao ministério da palavra, consciente das responsabilidades e riscos inerentes a compromisso dessa envergadura. O sr. Frederico, esposo de Armênia, melhorava a olhos vistos e buscava demonstrar para todos da família, sobretudo para o filho Alberto, o arrependimento e a disposição de renovar-se. D. Armênia exultava e lia para ele páginas consoladoras do Evangelho, interpretando-as à luz do Espiritismo, o que lhe dava sustentação para manter os propósitos novos, inabituais, definidores de rumo. Dr. Hermann, que se comunicava desde então sob o pseudônimo de dr. Hans, mantinha constante intercâmbio fluídico com Leonardo, preparando-o e preparando-se para as próximas atividades socorristas. Ele aguardava apenas o retorno da equipe do dr. Carneiro à Colônia espiritual, para adentrar-se, ali, no estudo do perispírito e suas propriedades, e adquirir nova técnica de ação cirúrgica em padrões saudáveis, compatíveis com a ética espírita. (Providências Finais, pp. 313 a 315.)

154. Davi desperta no mundo espiritual e revê seu pai – Apenas Adelaide, a jovem viúva de Davi, ainda não se refizera dos abalos recentes, porquanto o conflito de consciência a aturdia e a falta do marido, inesperadamente desencarnado, afetou-a profundamente. Como não se encontrava preparada para o doloroso golpe, nem possuía resistências morais-espirituais, Adelaide deixou-se invadir pela depressão. As crises epilépticas voltaram-lhe, então, abatendo-a mais ainda. Seu médico, embora não tivesse detectado quaisquer causas físicas, prescreveu-lhe anticonvulsivos e repouso. O irmão Ernesto, que possuía vínculos com Davi e sua família, solicitou ao dr. Carneiro auxílio para a jovem viúva. Depois de tomadas as providências correspondentes, os Amigos Espirituais se reuniram com alguns dos companheiros ainda encarnados, para realizar as atividades finais da excursão que dr. Carneiro, Fernando e Miranda se haviam proposto. Vicente abriu com comovida oração a sessão, explicando a sua finalidade. Enfermeiros diligentes, nesse comenos, trouxeram ao recinto o médium Davi, convenientemente amparado, para o completo despertar. Seu pai, também desencarnado, acompanhava-o, cuidadoso e feliz. Dr. Hermann trouxe Adelaide, que foi desde logo despertada. A jovem circunvagou o olhar pelo recinto, a princípio atordoada e depois consciente. Ao ver o esposo adormecido, foi tomada de grande emoção, sendo atendida pelo dr. Hermann, que a ajudou a controlar-se. Davi já havia tido momentos breves de lucidez, retornando ao sono reparador. Ali, no entanto, ele deveria voltar à consciência para o recomeço. Tratamento cuidadoso e específico lhe estava sendo ministrado, mas ele mostrava-se um pouco inquieto. Foi então que, a pedido do dr. Carneiro, Fernando aplicou-lhe passes dispersivos no chakra cerebral e, em seguida, noutros núcleos. Quando ele se encontrava deslindado dos vestígios corporais, dr. Carneiro convidou-o, persuasivo: “Davi, já é hora de despertar. Davi, acorde para a realidade. Volte à consciência. Acorde... Acorde...” Como ocorre no sono cirúrgico provocado, Davi descerrou as pálpebras e tentou identificar o recinto, quando seu pai lhe disse: “Davi, meu filho, recorda-se de mim?” – “Papai! – exclamou com emoção na voz. – Você aqui me visitando? Que aconteceu?” – “Estamos juntos, novamente, meu filho. A desencarnação trouxe-o para cá...” Dizendo isto, o genitor acrescentou que se referia à morte dele, Davi, ocorrida dias atrás, no Clube. “Recorde-se, Davi. O importante é que você está vivo; nós prosseguimos vivos, como você acreditava...” O espanto desenhou-se no rosto do ex-médium e ele agitou-se, respondendo: “Não posso morrer ainda. A minha tarefa...” (Providências Finais, pp. 315 e 316.)

155. Adelaide encontra Davi e chora arrependida – A frase foi cortada pelo genitor de Davi, que, lembrando-lhe que efetivamente ninguém morre, acrescentou: “Você voltou para casa, filho, e, quanto à tarefa, o assunto será examinado depois”. – “Como ficarão Adelaide e meus filhos?”, indagou o ex-médium. O pai respondeu-lhe, com carinho: “Sempre se fica bem, quando se está entregue a Deus. Os filhos que lhe foram confiados, pois que são de Deus e não seus, prosseguem em paz e continuarão os compromissos deles... Adelaide está aqui. Trouxemo-la para visitá-lo”. Nesse momento, o dr. Hermann acercou-se da senhora, que abraçou o marido, chorando de dor, de saudade, de arrependimento. Depois de algum tempo, o dedicado cirurgião separou-os com ternura e disse ao paciente: “Vamos recomeçar outra vez. Também eu irei dar novo rumo aos nossos trabalhos”. – “Serei suicida?! –  perguntou-lhe Davi. – A minha sandice levou-me à morte prematura?” Dr. Carneiro esclareceu: “Meu irmão, este é um momento de respostas e não de interrogações. Asserene a mente. Haverá muito tempo para os detalhes. O importante é tomar consciência do retorno. Agora, o passado não tem muito sentido, mas o futuro é a nossa grande oportunidade. Refaça o ânimo, a fim de tranquilizar Adelaide, que deve retornar mais confortada”. Observando atentamente o ex-médium, Miranda notou que, naquele momento, Davi refazia o caminho pela tela da memória, recordando-se da existência encerrada, enquanto abundante pranto lhe escorria dos olhos pela face pálida, sacudido, de quando em quando, por verdadeiras convulsões em face das recordações mais graves. – “Meu Deus! – lamentou Davi. – Perdi a existência. E agora?” Dr. Carneiro acudiu de pronto, asseverando que na vida tudo se transforma, para recomeçar. Não existem o ponto final, o repouso, o vazio. Cada dia é um novo dia acenando com realizações, reparação. “Não se adentre pela província das lamentações injustificáveis”, advertiu o Mentor. “Começa a colheita e você não pode recuar no tempo, impedindo-lhe os sucessos. Vamos orar.” Tocando-lhe a testa, o Médico exorou a proteção de Deus, enquanto irradiava energia, que Davi absorveu, acalmando-se a pouco e pouco. O pranto prosseguia, porém sem agitação. Todos estavam em prece, quando, trazido por Ernesto, Guillaume foi conduzido até Adelaide, já agora lúcida e pacificada. Trajado com as características da época em que desencarnou, logo que foi percebido pela ex-mulher, esta lhe perguntou se a havia perdoado. Guillaume respondeu-lhe, com tristeza, dizendo que no início foi muito difícil, mas depois, orientado pelos Guias, deu-se conta de que o melhor para todos eles era o esquecimento do mal. (Providências Finais, pp. 316 a 319.)

156. O amor tem soluções de misericórdia para todas as ocorrências –Prosseguindo, Guillaume contou que sua decisão de perdoar ocorrera poucos dias atrás, quando os acontecimentos perturbadores recrudesceram em torno dela e de Gérard. Adelaide lembrava-se de Gérard, mas foi somente naquele instante que se inteirou de que Gérard e Davi eram a mesma pessoa. “A vida – acrescentou Guillaume – restitui-nos o que semeamos, a fim de aprendermos a selecionar o que vamos ensementar.” Inquirido se havia perdoado a Gérard, Guillaume  – o esposo a quem ela traíra e assassinara em conluio com Gérard – respondeu: “Deus é quem perdoa, proporcionando-nos oportunidades de reparação. Não lhe guardo mais ressentimentos. Pelo contrário, sinto hoje compaixão por ele e buscarei, na minha indigência, auxiliá-lo, assim como a você. Só o bem que fizermos a quem nos haja feito o mal nos liberta da inferioridade. É o que estou aprendendo e será minha forma nova de comportamento.” Quando o Mentor se aproximou, Adelaide interrogou, referindo-se a Guillaume: “Perdoando-me o mal que lhe fiz, estarei exonerada de débitos para com ele?” Dr. Carneiro informou que sim, mas explicou que os gravames continuavam para com a própria consciência e a Consciência Divina. “Você teve – lembrou-lhe o Mentor – excelentes oportunidades de servir e recuperar-se, eliminando do espírito as calamitosas dívidas contraídas. Todavia, o desalinho espiritual decorrente da cobiça levou-a a estimular o companheiro a vários desconcertos morais, na área mediúnica, abrindo espaço para interferências espirituais infelizes, que culminaram na sua desencarnação precipitada. Não a culpamos, pois que tal não é a nossa incumbência. Apenas aclaramos o seu entendimento, de forma a ajudá-la a alterar a conduta a partir de agora.” Em seguida, aludindo à epilepsia que a acometera, dr. Carneiro disse que, por um efeito natural, ela estava com suas matrizes instaladas no seu perispírito, aguardando diluição através dos seus atos de abnegação, amor e caridade para com os enfermos, o que, afinal, não ocorreu. Com o choque sofrido, aceleraram-se os fatores epileptogênicos e adveio a primeira crise. Adelaide quis saber se ficaria boa ou deveria purgar pelo resto da vida essa expiação. “Depende exclusivamente da irmãzinha – explicou o Mentor – interromper o sofrimento, prolongá-lo ou complicá-lo. A sementeira sempre aguarda... O que for plantado, sem dúvida será segado. A qualidade da semeadura sempre responderá pelo tipo da ceifa. Ame, portanto, e sirva quanto possível.” E o futuro de Davi, como seria? Ele sofreria muito? “Deus é Amor”, ponderou o Médico espiritual. “O amor tem soluções de misericórdia para todas as ocorrências. É prematuro o momento para prognósticos de questões que fogem à nossa alçada. Quando o amor cessa, ainda aí surge a misericórdia auxiliando. Assim posto, a alternativa é confiar, prosseguindo a jornada com elevação, sem compromissos com o erro.” (Providências Finais, pp. 319 e 320.) (Continua no próximo número.)
 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita