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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 430 - 6 de Setembro de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 37)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares 

A. A sombra nada pode fazer contra a luz. Por que esse fato igualmente se verifica nas questões de ordem espiritual e moral?

A explicação desse fato, que é bem conhecido, foi dada ao ex-siberiano pelo Dr. Carneiro. “Não há como negar a superioridade do Bem”, argumentou o médico baiano. “A Força Positiva é a geradora da vida e das suas manifestações; a negativa expressa o uso incorreto dos valores da energia, sendo, portanto, impotente, ante a expressão maior.” Dito isso, o médico acrescentou: “Eis o que desejamos do amigo: a sua mudança de comportamento, o seu despertar para a realidade que se nega. Até quando, perguntamos-lhe, permanecerá na obstinação do mal? Será crível que a sombra anule a luz? Por mais se sofisme, uma chispa na treva comprova a legitimidade da sua potência.” (Trilhas da Libertação. A Luta Prossegue, pp. 297 e 298.)

B. Havendo o ex-siberiano assumido uma forma satânica, com todos os ingredientes que a imaginação humana conferiu à figura do diabo, como foi que Dr. Carneiro conseguiu que ele reassumisse a sua condição humana?

Depois de afirmar que o diabo é uma figuração concebida pelas mentes passadas, ignorantes e temerárias, hoje totalmente ultrapassada, permanecendo somente na imaginação que a agasalha e a incorpora, Dr. Carneiro aproximou-se da médium e começou a aplicar passes longitudinais, depois circulares, no sentido oposto ao movimento dos ponteiros do relógio, alcançando o chakra cerebral da Entidade comunicante, que teimava na fixação. Sem pressa e ritmadamente, o Benfeitor prosseguiu com os movimentos corretos, enquanto dizia: “Tuqtamich, você é gente... Tuqtamich, você é gente...” A voz tornou-se monocórdia, contínua, enquanto os movimentos prosseguiam. Suas mãos despediam anéis luminosos que passaram a envolver o Espírito e, a pouco e pouco, romperam-se as construções que o ocultavam, caindo como destroços que se houvessem arrebentado de dentro para fora. O manto rubro pareceu, então, incendiar-se e a cauda tombou inerme. Os demais adereços da composição, igualmente, despedaçaram-se e caíram no chão. Para surpresa de todos, a forma e as condições assumidas pelo Espírito eram constrangedoras. Coberto de feridas purulentas, nauseantes, alquebrado, seminu, trôpego, o rosto deformado como se houvesse sido carcomido pela hanseníase, o siberiano inspirava compaixão, embora seu aspecto repelente. (Obra citada. A Luta Prossegue, pp. 299 e 300.)

C. Diante dos fatos que todos eles puderam presenciar, que atitude foi tomada pelos companheiros do ex-siberiano?

O grupo espiritual, que acabara de participar da psicoterapia iluminativa, apresentou diferentes quadros de reação. Os participantes que não eram caracterizados pela perversidade e crueza, mas sim ociosos e erráticos, despertaram, envergonhados, receptivos às novas diretrizes que lhes eram acenadas. Outros, mais afeitos à maldade e assinalados por ações nefastas, arrependendo-se por medo ou por discernimento, começaram a experimentar metamorfose na aparência, qual ocorrera com o ex-siberiano, e, desnudando-se perispiritualmente, apresentavam-se ulcerados, com deformações constrangedoras, punitivas. Diversos assumiam fácies lupina, aspectos horrendos, diferenciados. Aqueles que permaneciam impenetráveis pelo bem, insensíveis ao fenômeno que observaram, recuperando a lucidez própria ao nível no qual estagiavam, esgueiraram-se a blasfemar, revoltados. Na sequência, foram eles cuidadosamente separados uns dos outros, para o conveniente encaminhamento terapêutico, assessorados por enfermeiros e especialistas dedicados, que deles cuidariam na esfera espiritual. (Obra citada. Reflexões e Aprendizado, pp. 303 a 305.)

Texto para leitura

145. A sombra nada pode fazer contra a luz – Dirigindo-se diretamente à turba que acompanhara o chefe siberiano, dr. Carneiro asseverou: “Caístes nas malhas da rede da perturbação por livre vontade, por sintonizardes moralmente com aqueles que vos exploram, levando-vos ao crime e à loucura. Vinculastes-vos espontaneamente e cada dia mais vos comprometeis porque abdicastes do uso da razão. Dentro em breve modificar-se-vos-á a paisagem, podereis discernir e eleger treva ou luz, sofrimento ou paz, desar ou felicidade. A ninguém mais culpareis, nem acusareis, porquanto a responsabilidade será, como tem sido, exclusivamente vossa”. “Ficai atentos e tende calma!” Nesse momento, os passistas e magnetizadores espirituais aplicaram energias balsâmicas e confortadoras sobre o grupo, que a pouco e pouco, embora expectante, asserenou-se. Fernando procedeu, então, ao despertamento do chefe siberiano e o aproximou de d. Armênia, perispírito-a-perispírito, até que houvesse uma quase justaposição. O da médium vibrava com suaves irradiações violáceas claras, enquanto o do Espírito exteriorizava uma energia densa, escura, quase pastosa, que diminuiu o tom das ondas que absorvia e que pareciam diluir-lhe a espessura, a vibração grosseira. Subitamente o Espírito despertou, atônito, perguntando o que estava acontecendo e que artimanha fora usada, covardemente, contra ele. Dr. Carneiro explicou que fora um recurso terapêutico desconhecido por ele e pelas hostes do mal. “Não há como negar a superioridade do Bem”, argumentou o médico baiano, aproveitando a valiosa oportunidade. “A Força Positiva é a geradora da vida e das suas manifestações; a negativa expressa o uso incorreto dos valores da energia, sendo, portanto, impotente, ante a expressão maior.” Inquirido se lhe conhecia os planos, dr. Carneiro explicou que sim, que conhecia seus propósitos doentios. Essa era, aliás, a razão de o terem atraído à Casa espírita. “Eis o que desejamos do amigo, aditou o Benfeitor: a sua mudança de comportamento, o seu despertar para a realidade que se nega. Até quando, perguntamos-lhe, permanecerá na obstinação do mal? Será crível que a sombra anule a luz? Por mais se sofisme, uma chispa na treva comprova a legitimidade da sua potência.” Como o ex-siberiano insistisse em dizer-se ministro de um império, o médico observou: “Império sinistro que se desdobra nos sítios sórdidos do planeta, onde o grotesco e o animalesco convivem em promiscuidade abjeta. O amigo referiu-se às glórias vividas na Terra. Como pode submeter-se a uma existência primária, asselvajada, na qual predomina o terror, e as sevícias incessantes são os estímulos à permanência no escuro paul? Já não se encontrará saturado da bajulação dos fracos e das ameaças de cima, dos equivocadamente fortes?”

– “Você está enganado”, replicou o Espírito. “Eu sou a força e a ninguém temo.”

– “Não é verdade”, objetou o Mentor. “Submetido pela violência, rasteja para agradar a Timur Lang, seu superior e Soberano.”

– “Não pronuncie esse venerando nome aqui”, protestou o siberiano, acrescentando que o Soberano fazia tremer o solo que pisava, dobrava o dorso de quem o defrontava e fulminava com o olhar aquele que o desagradava. “Aqui – acrescentou o ministro das Trevas – não há clima para ser proferido o seu nome santo.” (A Luta Prossegue, pp. 297 e 298.)

146. O ex-siberiano assume horrenda forma satânica – Dr. Carneiro admirou-se com as palavras ditas pelo chefe siberiano, mas lembrou-lhe a humilhação que Timur Lang lhe impusera na Terra, derrotando-o na guerra cruenta verificada no passado. A humilhação não havia sido ainda superada, disse o Médico. “Você – prosseguiu o Mentor – a bloqueou na memória, apagou a lembrança para viver bem com ele, de quem tem pavor, receando novo enfrentamento, no qual novamente perderia. Não creia que ele o tenha ajudado, ao libertá-lo das vítimas que lhe zurziam o látego no dorso e às quais você hoje faz estorcegar. O seu limite ali se esgotara e ele o sabia. Retirou-o de um cárcere para aprisioná-lo em outro pior. Desperte! Ele anulou-lhe a faculdade de pensar, a fim de dominá-lo, o que vem conseguindo com facilidade.” O siberiano, tomado pelo ódio, replicou: “A mim ninguém domina. Eu sou o diabo. Veja!” Nesse instante, como imprimisse a força do ódio a si mesmo, o Espírito transformou-se, ideado, na personificação da figura satânica, conforme a conceberam no passado. A face da médium alterou-se, e ele, quase sobreposto à sensitiva, transfigurou-se, assumindo as características convencionais do ser infernal. A cauda, terminada em lança, agitava-se, enquanto os detalhes gerais produziam um aspecto aterrador. Pelas narinas eliminava vapores com forte odor de enxofre, e faíscas elétricas completavam o quadro, formando uma figura horrenda. Os companheiros de sua hoste apavoraram-se e desencadearam uma gritaria infrene, tentando romper as redes protetoras em movimento desesperado de fuga. Era assim que o siberiano e seus semelhantes votados ao mal se impunham aos Espíritos ignorantes, perturbados, vítimas da consciência culpada, que se lhes submetiam, para serem punidos pelos crimes praticados, tornando-se-lhes subalternos. Enquanto Fernando e outros companheiros acalmavam os aflitos, o Benfeitor, sem nenhuma alteração na voz e na emoção, prosseguiu: “Você não me assusta! Conheço essa triste fantasia na qual você se oculta. Ela é inócua para mim e a ninguém aqui intimida. O diabo é uma figuração concebida pelas mentes passadas, ignorantes e temerárias. Surgida no período mágico do pensamento, está totalmente ultrapassada, permanecendo somente na imaginação que a agasalha e a incorpora”. Dito isto, aproximou-se da médium e começou a aplicar passes longitudinais, depois circulares, no sentido oposto ao movimento dos ponteiros do relógio, alcançando o chakra cerebral da Entidade, que teimava na fixação. Sem pressa e ritmadamente, o Benfeitor prosseguiu com os movimentos corretos, enquanto dizia: “Tuqtamich, você é gente... Tuqtamich, você é gente...” A voz tornou-se monocórdia, contínua, enquanto os movimentos prosseguiam. Suas mãos despediam anéis luminosos que passaram a envolver o Espírito e, a pouco e pouco, romperam-se as construções que o ocultavam, caindo como destroços que se houvessem arrebentado de dentro para fora. O manto rubro pareceu, então, incendiar-se e a cauda tombou inerme. Os demais adereços da composição, igualmente, despedaçaram-se e caíram no chão. (A Luta Prossegue, pp. 299 e 300.)

147. Desfeito o disfarce, o siberiano aparece coberto de feridas – Para surpresa de todos, a forma e as condições em que surgiu o Espírito eram constrangedoras. Coberto de feridas purulentas, nauseantes, alquebrado, seminu, trôpego, o rosto deformado como se houvesse sido carcomido pela hanseníase, o siberiano inspirava compaixão, embora seu aspecto repelente. Desejando falar, arquejante, ele conseguiu apenas sussurrar: “Eis o que você me fez. Eu não sou isso...”

– “Sim, meu irmão, você está assim por enquanto – explicou-lhe o Mentor. – Encontrava-se sob disfarces para esconder sua realidade. Agora Jesus irá medicá-lo, auxiliando-o a renovar-se.”

– “Eu não O conheço.”

– “Você O conhece, sim. Basta recordá-lo. Iremos ajudá-lo no tentame. Desperte agora e mude de atitude mental. O restante será fácil e o tempo resolverá.”

O ex-siberiano, quase sem voz, e visivelmente agônico, tentou gritar, conseguindo apenas emitir um som disforme: “Jesus...”, tombando em pesado desfalecimento. Fernando e dr. Carneiro o desenfaixaram da médium e o colocaram em repouso na mesa onde estivera anteriormente. Voltando-se para os membros da tropa perturbadora, o Mentor completou: “Vistes e ouvistes. Agora sois livres para escolher o vosso caminho, vosso Chefe. Deus vos abençoe!” As redes foram recolhidas. Atabalhoados, sem saber o que fazer e sem fugir, os Espíritos deixaram-se ficar ali. Os trabalhadores espirituais convidaram-nos, então, a que seguissem a uma sala contígua, onde teriam oportunidade de se recompor e optar pelo que melhor considerassem. A senhora Augusta, que presenciara as ocorrências, chorava, assustada. Vicente acercou-se dela e lhe disse: “Eis nas mãos de quem você se encontrava sob domínio hipnótico, para ser instrumento de escândalo e crime. Agora se sentirá liberada; todavia, a sua conduta mental e moral levá-la-á a outras sintonias, de acordo com o teor das aspirações que acalentar. Nosso Francisco jamais se atreveu a perturbar-lhe a emoção, procurando seduzi-la. Recomponha-se interiormente e aproveite-se do benefício que decorre desta noite, para reaparelhar-se na conquista da felicidade possível. Não se esqueça de que o seu futuro começa neste momento”. (A Luta Prossegue, pp. 300 a 302.)

148. Tuqtamich colhe os frutos ácidos da árvore que plantou – A azáfama socorrista prosseguiu em clima de harmonia, sem qualquer pressa ou atropelo perturbador. Embora fossem numerosos os necessitados, cada cooperador, cônscio da própria responsabilidade, movimentava-se em silêncio, auxiliando, sob o comando disciplinado do Mentor da Casa. O grupo recolhido, que acabara de participar da psicoterapia iluminativa, apresentava diferentes quadros de reação. Os participantes que não eram caracterizados pela perversidade e crueza, mas sim ociosos e erráticos, despertaram, envergonhados, receptivos às novas diretrizes que lhes eram acenadas. Outros, mais afeitos à maldade e assinalados por ações nefastas, arrependendo-se por medo ou por discernimento, começaram a experimentar metamorfose na aparência, qual ocorrera com o siberiano, e, desnudando-se perispiritualmente, apresentavam-se ulcerados, com deformações constrangedoras, punitivas. Diversos assumiam fácies lupina, aspectos horrendos, diferenciados. Aqueles que permaneciam impenetráveis pelo bem, insensíveis ao fenômeno que observaram, recuperando a lucidez própria ao nível no qual estagiavam, esgueiraram-se a blasfemar, revoltados. Na sequência, foram eles cuidadosamente separados uns dos outros, para o conveniente encaminhamento terapêutico, assessorados por enfermeiros e especialistas dedicados, que deles cuidariam na esfera espiritual. (Era a primeira vez que Miranda observara o fenômeno da alteração do corpo perispiritual em grupo de seres infelizes. Olhando o irmão Tuqtamich em deplorável aparência, adormecido entre esgares e convulsões periódicas, o autor desta obra não pôde furtar-se à compaixão, reflexionando em torno do mal que fazemos a nós próprios, quando abandonamos o rumo e avançamos enlouquecidos.) Miranda pensava nisso quando dr. Carneiro, que assistia o siberiano, explicou: “Nosso irmão está sonhando, se é que podemos chamar tal pesadelo como sonho... Os clichês infelizes, armazenados por vários séculos no inconsciente profundo, nos depósitos da memória, assomam e assaltam os centros das recordações, em providencial catarse liberativa. Os atos hediondos, arbitrários, fixaram-se indeléveis e agora retornam, abrindo espaço para as futuras realizações. É natural que ele sofra em virtude de o inconsciente recordar as atrocidades praticadas, assim iniciando o processo depurativo. Por muito tempo experimentará esse assédio, que lhe negará repouso mental e emocional, recebendo tratamento de nós outros, até o momento em que retorne aos experimentos expiatórios através de reencarnações penosas”. “São os frutos ácidos da árvore venenosa que plantou para servir-lhe de recurso protetor... Porque era má, a sua é uma dádiva punitiva e não salvadora.” (Reflexões e Aprendizado, pp. 303 a 305.) (Continua no próximo número.)
 


 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita