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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 430 - 6 de Setembro de 2015

CLÁUDIO BUENO DA SILVA
Klardec1857@yahoo.com.br
Osasco, SP (Brasil)

 



Apólogo do fim da guerra


O escritor Humberto de Campos teve publicado em seu livro Mealheiro de Agripa, de 1921, um apólogo em que, referindo-se à recém-terminada primeira guerra mundial (1914-1918), traça o perfil comportamental dos vencedores (Homem Bom) em relação aos perdedores (Homem Mau). Por questão de fidelidade à ideia, que nos traz importante reflexão moral, transcrevo o breve texto para que nada se perca.

Em uma estrada deserta, encontraram-se, um dia, dois transeuntes, o Homem Bom e o Homem Mau, que se odiavam, e atracaram-se em formidável combate corporal.

Que pretendes de mim? – indagou, afinal, o Homem Mau, libertando-se dos braços de ferro do adversário.

Quero que te confesses vencido, e que, confirmando a tua derrota, me entregues as tuas armas.

Se eu tas entregar, consentes que eu continue o meu caminho?

Consinto.

Então, aqui as tens.

E entregou-lhe o punhal e o revólver, as armas que trazia. Mal, porém, tentara afastar-se, o Homem Bom o conteve, segurando-o pela gola.

Que queres mais? Deixa-me!

Deixar-te? És tolo! Exijo que me dês o teu ouro, para reparar os danos que me causaste na luta.

- Leva-o! – disse, passando-lhe a bolsa.

E ia continuar a viagem, quando o outro, ainda uma vez, o deteve:

Agora, dá-me a tua roupa!

Toma-a!

E os teus sapatos!

Só então, desarmado, descalço e nu, o Homem Bom deixou, afinal, que o Homem Mau continuasse o seu caminho.

E se assim aconteceu nesse caso, que seria do mundo, hoje, se o Homem Mau tivesse vencido o Homem Bom?”

Um século se passou após Humberto de Campos ter escrito essa narrativa sobre o conflito que envolveu inúmeros países. Podemos dizer, sob o ponto de vista exclusivamente moral, que o homem realizou algum avanço? Se as guerras – e por extensão, as misérias humanas –continuam no planeta, podemos deduzir que o tratamento dos “vitoriosos” sobre os derrotados não mudou, já que as causas das guerras são sempre as mesmas, tendo como fundo a ambição, o egoísmo e o orgulho dos homens.

Em outro escrito sobre o mesmo assunto, no mesmo livro, Humberto de Campos fala de um “documento imposto à assinatura da Alemanha que é a negação absoluta, completa, geral, dos sentimentos generosos e idealistas dos povos vencedores”. Nele, o que pedem as nações vitoriosas “à inimiga aniquilada”?Indenizações, navios, territórios, colônias... “Reivindicações justas, talvez –argumenta Humberto –,mas, em todo caso, maculadas pela ambição, pela vingança, pelo interesse”.

Isso nos leva a pensar profundamente em como seria o mundo se os que se acham bons praticassem o bem verdadeiramente, sem dissimulação, sem fingimento.


 

 


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