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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 429 - 30 de Agosto de 2015

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
Brasília, DF (Brasil)

 



Em dia com a verdade...

 

Na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos velhos provérbios. Não admitais, portanto, senão o que seja, aos vossos olhos, de manifesta evidência. Desde que uma opinião nova venha a ser expendida, por pouco que vos pareça duvidosa, fazei-a passar pelo crisol da razão e da lógica e rejeitai desassombradamente o que a razão e o bom senso reprovarem. Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea. (Erasto. In: KARDEC, 2013a, p. 246, it. 230.)

 

Estamos convivendo com tempos difíceis, de aferição de valores e de breve separação entre o trigo e o joio, como o previra o Cristo. Entretanto, algumas ervas daninhas ainda insistem em se infiltrar no campo do Senhor e, portanto, devemos estar atentos, pois até mesmo os “escolhidos” poderão se perder no báratro da inversão de valores que atravessa nossa sociedade atual.

O Espiritismo, paradoxalmente, vê crescer o número de seus adeptos, assim como vê, em suas próprias fileiras, confrades e médiuns invigilantes tentando semear a discórdia, o caos, a desunião, mais preocupados com seu projeto de poder do que, verdadeiramente, em servir. Foi pensando nessa possibilidade que Allan Kardec (2013a, p. 368, it. 348) esclarece que não somente os grupos que realizam trabalhos mediúnicos, como também os que estudam as manifestações físicas, têm sua missão individual [...] aquele que atirasse pedras em outro provaria, por esse simples fato, a má influência que o domina.

Desse modo, quando sob a influência de mentes doentias, encarnadas ou desencarnadas, o médium ou o espírita invigilantes podem ser portadores de mensagens que, em lugar de promover a união, o fortalecimento das instituições espíritas, visam à desagregação, à luta pelo poder, na contramão da recomendação de Jesus, quando nos diz: “os meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem” (João, 13:35).

Em suposta comunicação mediúnica do Espírito Juvanir Borges de Souza, ex-presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), desencarnado em 5 de junho de 2010, ficamos perplexos com o que ali se encontra. Não nos referiremos à negação, pelo suposto Espírito, da FEB como casa máter do Espiritismo no Brasil, contrariando o que diz o Espírito Humberto de Campos, na obra Brasil, coração do mundo, pátria do evangelho, e outros Espíritos superiores, até mesmo por ser irrelevante à extensa obra febiana tal reconhecimento pelos que não conhecem bem sua história, seu trabalho, e a atacam invigilantemente. Entretanto, diversas outras informações contraditórias e inverídicas podem ser lidas na “mensagem”, mesmo para os que não queiram perder seu precioso tempo com tais supostos comunicados do Além, tais como:

Diz a suposta entidade que, em centenas de casas espíritas, as manifestações de Espíritos estavam “proibidas” e que, mesmo nas reuniões da “própria Federação”, foi barrado e assistiu à “mistificação grosseira”. Muito estranho. Reuniões espíritas sem a participação dos Espíritos. Quanto à mistificação grosseira, cabe aos participantes atentar para a recomendação do Espírito Erasto, citada no início deste artigo. Nenhum médium, por mais confiável que seja, está livre dela. O próprio Chico Xavier admitiu ser vítima de Espíritos mistificadores, inúmeras vezes, sem que, por isso, sua missão deixe de ter a importância que tem (BARBOSA, 1982, p. 31).

Em outro parágrafo, informa que está em “região de reparação, de recomposição”, decepcionado “pelas oportunidades perdidas”. E ali, “nesse extenso nosocômio”, também estão “milhares de figuras” que admirou e seguiu “há décadas, na busca de saídas para a sua própria redenção”. Que “figuras” são essas? Se os que se esforçam em praticar o bem estão nessa situação, imaginem-se os que assim não agem...

Prosseguindo, diz que esses Espíritos estiveram “vinculados à Federação ou a instituições independentes, como as de São Paulo e Rio de Janeiro, Minas, Rio Grande do Sul e outras”. Se assim fosse, quase ninguém na Terra se salvaria, amigo, e a mensagem espírita, tal qual a do Cristo, para nada ou quase nada se prestaria em nosso aperfeiçoamento moral, o que seria um absurdo, pois Deus é Amor e reconhece os nossos esforços em superar nossas más inclinações morais, como o diz Allan Kardec.

Critica editorial da revista da FEB, Reformador, publicado em outubro de 1977 e outro em janeiro de 1978, pela “construção das barreiras da instalação dos ferrolhos, do gradeamento da Doutrina Espírita”, excluindo “comunidades inteiras de seres humanos necessitadas de esclarecimento”. Basta que se leia os artigos citados para se constatar que, neles, não há qualquer manifestação de desrespeito e de intolerância para com os adeptos de outras religiões, mormente as citadas. Dispensam-se, assim, os esclarecimentos que o suposto Juvanir propõe, o que, além de demonstrar falta de fraternidade, ainda mostra desconhecimento espiritual da importância de todas as manifestações sinceras de religiosidade, o que jamais foi o propósito da FEB e nunca foi desconhecido por seus ex-presidentes.

O suposto Espírito critica até mesmo as “quilométricas e balaustradas” insertas por ele em Reformador, e diz que sua obra Tempo de transição deveria ser chamada, agora Tempo de revisão. Uma lástima, tal proposta. Juvanir Borges de Souza escreveu, não somente o excelente livro Tempos de transição, como também Tempos de renovação, Novos tempos e Amai-vos e instruí-vos. Que o autor da mensagem apócrifa não deve ter lido, com certeza, caso contrário não diria tal absurdo. Talvez o autor do texto desconheça até mesmo o trabalho excelente que a família de Juvanir, com humildade, amor e perseverança vem realizando, na seara espírita, ao longo dos anos, como o que realiza, na atualidade, sua filha, a doutora Regina Lúcia Borges de Souza, uma das diretoras da Instituição, na sede histórica da FEB, no Rio de Janeiro.

Também quando diz: “Abandonamos à ignorância os humildes, os analfabetos, os sofredores, os obsidiados, as vítimas das trevas da superstição que deveríamos orientar, esclarecer, libertar”, demonstra desconhecer as obras assistenciais da FEB, quais sejam o Núcleo Espírita Guillon Ribeiro, em Santo Antônio do Descoberto, Goiás; a obra secular de assistência social da sede histórica, na Avenida Passos, Rio de Janeiro; o Lar Frederico Fígner, na Asa Norte, Brasília; o Museu Espírita, em São Paulo, e as próprias atividades de esclarecimento, orientação espiritual e estudo na sede, em Brasília.

Sob o título “MEDIUNIDADE É BEM DA HUMANIDADE!”, ignora o trabalho da FEB, federativas e inúmeros centros espíritas, quando diz que “é indispensável, inadiável, urgente que se estabeleçam os cursos de educação mediúnica, as sessões experimentais, as reuniões de desobsessão, de doutrinação e o desenvolvimento das diversas formas de intercâmbio, seja através da psicofonia, da psicografia, da mediunidade curativa e até mesmo do estudo visando ao aprimoramento dos fenômenos físicos”. Propõe estender o acesso a essas reuniões às pessoas do “vulgo”, para que possam conhecer, “participar, se envolver, se beneficiar disso”. Aqui, mais uma vez, dá prova de desconhecer que tudo isso vem sendo realizado, não somente por dedicados seareiros da Doutrina Espírita, mas atendendo a planejamento do Mundo dos Espíritos, desde os fenômenos de Hydesville, nos EUA,à codificação de Allan Kardec, pois a Doutrina é deles, em essência, e tem a supervisão de Jesus Cristo, que não permitiria que qualquer dos seus servidores viesse trazer a dissensão, a fraude e a desunião entre os verdadeiros espíritas, que se esforçam pela continuação da Sua Obra.

Traça uma série de normas a serem aplicadas às pessoas que “comercializam a mediunidade”, como se os espíritas devessem violentar o livre-arbítrio alheio, quando sabemos que, além das obras da codificação e das próprias escrituras sagradas, há milhares de outras obras espíritas à disposição de todos os que queiram se aperfeiçoar espiritualmente. Nenhum desses comerciantes da mediunidade deve desconhecer estas palavras de Jesus Cristo: “dai de graça o que de graça recebestes”. Se assim não o fazem, deverão responder por seus próprios atos ante a Justiça Divina, quando suas consciências despertarem para a Verdade, que é Deus em nós.

O suposto Espírito demonstra, ainda, desconhecer os estudos oferecidos pela própria FEB, que Juvanir Borges de Souza tão bem presidiu. Desse modo, comenta que, além de O Evangelho segundo o Espiritismo, Kardec “deixava para nós, os pósteros, a mensagem de que também é necessária a versão de ‘O Corão segundo o Espiritismo’, ‘O Torah na visão espírita’, ‘O Tao dentro da realidade espiritual’ e assim por diante”. Aliás, não somente se contradiz, ao afirmar, antes, ser contra o oferecimento de estudo da Doutrina aos jovens, como demonstra desconhecer que a FEB e muitos centros espíritas proporcionam cursos como o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – ESDE; o Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita – EADE (onde tais obras costumam ser analisadas), o Estudo das obras básicas etc.

Por fim, cita equivocadamente como sendo de Kardec a frase “Amai-vos e instruí-vos!”, não dele, mas do Espírito de Verdade, que se encontra no capítulo VI d’O Evangelho segundo o Espiritismo.

Repetindo, o Espírito Erasto, na mensagem citada no introito deste artigo: “Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea”, não tenhamos dúvida de que este é o caso da mensagem “psicografada” em nossas modestas observações.

Agora, sim, citando o Espírito da Verdade, diremos: “Espíritas, amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram” (KARDEC, 2013, cap. VI, it. 5, p. 107). Busquemos a união, a fraternidade e, sobretudo, a compaixão para com todos os nossos irmãos em humanidade, sejam eles espíritas, católicos, budistas, umbandistas, evangélicos e até mesmo ateus. E não nos esqueçamos de que a mensagem consoladora do Espiritismo requer de nós o amor mútuo, “o trabalho, a solidariedade e a tolerância”, como nos recomendou Allan Kardec, e é o lema da Federação Espírita Brasileira.

 

 

Referências:

BARBOSA, Elias. No mundo de Chico Xavier. São Paulo: IDE, 1982.

KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 81. ed. (ed. histórica). Brasília: FEB, 2013a.

______. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 131. ed. (ed. histórica). Brasília: FEB, 2013b.

 

Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

 
 

 


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