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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 427 - 16 de Agosto de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 34)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares 

A. Qual a causa da crise convulsiva de natureza epiléptica que acometeu Adelaide?

Segundo explicações dadas pelo dr. Carneiro, foi a conduta irregular de Adelaide, em relação ao esposo traído e assassinado no passado, que lhe insculpiu a consciência de culpa, responsável pela disfunção de que era agora objeto. Esse tipo de episódio, lembrou o Mentor, resulta de emoções violentas, inesperadas, como a que ocorreu no cemitério. Não conseguindo suportar a pressão, que havia alcançado o máximo, a crise foi uma forma de eliminação das tensões. Como a sua gênese era o comportamento fútil e criminoso da existência pretérita, o tratamento iria exigir, por sua vez, cuidados psiquiátricos específicos e espirituais profundos, a começar pela mudança de comportamento para melhor, superando, através da ação no bem, os grandes males que praticou e os estímulos negativos que infundiu em seu atual esposo. (Trilhas da Libertação. O Calvário de Adelaide, pp. 274 e 275.)

B. Os acontecimentos poderiam ter tomado outro rumo, caso o comportamento de Adelaide na atual existência fosse diferente?

Sim. “Todo esse triste panorama – informou dr. Carneiro – poderia ser diferente, hoje, caso houvesse encontrado ressonância no íntimo a proposta iluminativa, amorosa, que o Espiritismo lhe concedeu. A ambição exorbitante responde pelo despautério e alucinação humanos, nos seus desregramentos.” (Obra citada. O Calvário de Adelaide, pp. 274 e 275.)

C. Somos, então, construtores do nosso próprio destino?

Claro. “O Espírito – asseverou dr. Carneiro – é sempre o arquiteto da sua vida, o formulador do seu destino. Por entendê-lo dessa forma, Jesus, o Psicoterapeuta Excelente, recomendava morigeração, equilíbrio, vida íntima saudável e, ao curar, propunha a terapia preventiva do não voltar a pecar, a comprometer-se, a fim de que não acontecesse nada pior.” (Obra citada. O Calvário de Adelaide, pp. 276 a 278.)

Texto para leitura

133. A epilepsia e suas causas – Miranda, que em obra anterior havia incluído na psicopatogênese da epilepsia as síndromes obsessivas, diz não haver percebido naquele caso nenhuma interferência espiritual negativa. Percebendo-lhe o embaraço, dr. Carneiro esclareceu: “A epilepsia é conhecida desde remotas eras, particularmente na antiguidade clássica, quando se acreditava que Hércules fosse epiléptico, daí se derivando a designação de morbus hercules. É também sabido que as sacerdotisas experimentavam convulsões de caráter punitivo, dando origem ao morbus divinus. Por muito tempo acreditou-se na influência da lua como desencadeadora de crises, facultando a denominação de morbus lunaticus e, por fim, entre outros nomes e causas, o morbus demoniacus, por suposição de que os pacientes eram possuídos por seres demoníacos. Nessa última classificação, incluímos os episódios mediúnicos-obsessivos, que certamente alguns psiquiatras e neurologistas não consideram legítimos. A história da epilepsia é longa e tem raízes profundas nas sutis engrenagens do Espírito, qual o caso da nossa Adelaide. O estudo dos efeitos e da sua psicogênese necessita avançar no rumo das estruturas originais do ser humano, a fim de serem detectados os fatores desencadeantes verdadeiros, como veremos. Abandonando a hipótese obsessiva, a ciência médica refere-se a epilepsias reflexas, por traumatismos cranianos, por tumorações no sistema nervoso central, endócrinas, tóxicas e emocionais... De acordo com as síndromes – conjunto de fatores etiológicos – que facultam o surgimento da forma sintomática, acredita-se naquela denominada essencial ou idiopática, que seria efeito de manifestações constitucionais, não obedecendo às gêneses estabelecidas, porém derivada de fatores hereditários”. Feita ligeira pausa, o Mentor prosseguiu: “A epilepsia não perturba a inteligência, podendo encontrar-se pacientes idiotas como intelectualizados. Lamentavelmente, como irrompe de surpresa, leva sua vítima a complexos de inferioridade, graças à insegurança em que vivem, não sabendo quando pode ocorrer um episódio ou crise. Esse caráter faculta-lhes reações inesperadas, mesmo em decorrência de acontecimentos de pequena monta. Tal crise pode ser precedida de uma aura psíquica, sensitiva, sensorial, motora, mediante pequeno tremor, visões, percepções de sons inexistentes, falsas sensações gustativas, olfativas, tácteis, cenestésicas... Alguns pacientes, às vezes, pressentem o ataque em razão de determinadas percepções... O epiléptico pode ser vítima de impulsos inesperados, que o levam a atitudes criminosas e até mesmo automutiladoras, qual ocorreu com Van Gogh, que decepou uma orelha depois de acirrada discussão com Gaugin”. Dito isto, dr. Carneiro informou que o caso de Adelaide incluía-se, a seu ver, no quadro das epilepsias psicogenéticas, cujos fatores desencadeantes são os atos do passado. (O Calvário de Adelaide, pp. 272 e 273.)

134. O propósito da Lei Divina não é punir, mas educar – Para o dr. Carneiro, fora, portanto, a conduta irregular de Adelaide, em relação ao esposo traído e assassinado no passado, que lhe insculpiu a consciência de culpa, responsável pela disfunção de que era agora objeto. Esse tipo de episódio, lembrou o Mentor, resulta de emoções violentas, inesperadas, como a que se dera no cemitério. Não conseguindo suportar a pressão, que havia alcançado o máximo, a crise foi uma forma de eliminação das tensões. Como a sua gênese era o comportamento fútil e criminoso da existência pretérita, o tratamento iria exigir, por sua vez, cuidados psiquiátricos específicos e espirituais profundos, a começar pela mudança de comportamento para melhor, superando, através da ação no bem, os grandes males que praticou e os estímulos negativos que infundiu em seu atual esposo. “Todo esse triste panorama – acentuou dr. Carneiro – poderia ser diferente, hoje, caso houvesse encontrado ressonância no íntimo a proposta iluminativa, amorosa, que o Espiritismo lhe concedeu. A ambição exorbitante responde pelo despautério e alucinação humanos, nos seus desregramentos.” Atendida por um médico amigo, Adelaide recobrou logo a lucidez, sem qualquer ideia do que lhe acontecera. Supôs, então, haver sido vítima de um desmaio sem maiores consequências. Dr. Carneiro aplicou-lhe energias para dispersar os miasmas e a indisposição gerados pela convulsão, asserenando-a, e inspirou o médico a dizer-lhe fosse ela, nos próximos dias, a seu consultório, a fim de verificar como se encontrava depois de tão penosa carga de aflições. “Se Adelaide – indagou Miranda ao paciente Mentor – houvesse adotado um comportamento saudável, inspirando e estimulando Davi ao cumprimento correto da tarefa mediúnica, agindo caritativamente junto aos sofredores, ficariam ambos liberados do crime de adultério e do homicídio contra Guillaume?” – “Sem dúvida”, respondeu dr. Carneiro. “O propósito da Lei Divina não é punir, mas educar, corrigir, levar o faltoso à reparação. Na prática do dever, em razão dos esforços e até mesmo dos sacrifícios que são necessários para uma existência correta, o ser expia, depura-se dos atavismos perniciosos, corrigindo a visão em torno da vida e as inclinações perturbadoras que nele remanescem. Mas isto, somente, não basta. É imprescindível a reparação. Não a podendo direcionar à vítima, por esta ou aquela razão, encaminha-a a outrem, igualmente criatura de Deus, desse modo resgatando o mal que praticou contra a ordem, o progresso, naquela ocasião representados em quem se lhe tornou vítima. No bem que hoje pratica, reconquista o equilíbrio que foi perturbado, através de quem se lhe torna beneficiário, entende?” (O Calvário de Adelaide, pp. 274 e 275.)

135. O Espírito é sempre o formulador do seu destino – Dr. Carneiro explicitou da melhor forma possível que o compromisso do devedor é para com a Vida, não com pessoas que, de certo modo, são a sua representação. “E se a vítima não perdoar – perguntou Miranda – por não haver sido beneficiada com a ação do seu antigo algoz?” O Benfeitor espiritual esclareceu: “A questão muda de significado. Aquele que se sente lesado e exige uma reparação que as circunstâncias não facultam, permanecendo intransigente, torna-se credor de compaixão, porque se transforma em cobrador impiedoso, portanto, perseguidor... Chamemos ao caso, que explicaremos, efeito bumerangue. Quando se pratica um mal, atira-se algo na direção do futuro. Se são tomadas providências nobres, estas eliminam os efeitos da ação molesta, que perde o impacto para a volta. Em caso contrário, o retorno é inevitável. Foi o que sucedeu à nossa Adelaide. Porque não enviou outras melhores ações, que diluíssem os males que direcionou anteriormente pelo desvario das paixões asselvajadas, eis que retornam os efeitos a que faz jus. No seu inconsciente profundo encontram-se as marcas dos atos ignóbeis, aguardando soluções que, não apresentadas, expressam-se na catarse epiléptica”. No caso de Adelaide, dr. Carneiro afirmou que aparelho algum registrará os sinais da enfermidade e seus fatores desencadeantes, sendo necessário recorrer-se então aos fatores de natureza genética, portanto hereditários, ou de ordem psíquica, derivados de distúrbios emocionais. “O Espírito – asseverou o ilustre médico baiano – é sempre o arquiteto da sua vida, o formulador do seu destino. Por entendê-lo dessa forma, Jesus, o Psicoterapeuta Excelente, recomendava morigeração, equilíbrio, vida íntima saudável e, ao curar, propunha a terapia preventiva do não voltar a pecar, a comprometer-se, a fim de que não acontecesse nada pior. Assim sendo, o amor cobre a multidão de pecados, a soma das boas ações sobrepõe-se à das negativas, infelicitadoras.” Com tais palavras, o dr. Carneiro oferece a nós todos material suficiente para largas meditações. A lei de amor é universal, insuplantável, porque é a mesma em toda parte e oferece ensejo de felicidade a quantos a vivenciem e a difundam pelo exemplo. O bem operante é recurso terapêutico holístico, por irrigar todo o organismo de quem o aplica, vitalizando-o com energias de equilíbrio, hauridas na Natureza. No caso de Adelaide, se Guillaume não houvesse sido esclarecido anteriormente e a perseguisse naquela fase, aumentaria a força da convulsão com suas energias deletérias e seu pensamento de vingança. Provavelmente, ao ocorrer o surto convulsivo, ela o defrontaria com o aspecto de crueldade e ódio, levando-a ao pavor. A repetição do fato degeneraria, assim, em comportamento mental com sérios agravantes. No caso das percepções alucinatórias durante a manifestação da aura epiléptica, é plenamente viável a ocorrência de um fenômeno alterado de consciência e não apenas de natureza patológica. É que, no processo pré-convulsivo, dilatam-se as percepções paranormais do paciente e este penetra noutros campos de ondas vibratórias de vida pulsante, registrando, embora desordenadamente, visões e sonhos ali existentes. Espera-se que a Psiquiatria e a Neurologia do futuro, prosseguindo suas pesquisas, alcancem o mundo transpessoal e compreendam, enfim, que os biorritmos theta e delta não são exclusivamente patológicos, mas também de natureza paranormal. (O Calvário de Adelaide, pp. 276 a 278.)

136. Guillaume chora sentindo-se culpado pela tragédia ocorrida – Quando dr. Carneiro, acompanhado de seus companheiros, retornaram à Sociedade Espírita, encontraram Vicente em preparativos para as atividades mediúnicas da noite. Por ele os amigos foram, então, avisados de que Alberto, quase totalmente recuperado, volvera ao lar de d. Armênia, e o amigo espiritual destacado para dar assistência ao senhor Frederico, esposo da médium, informara que também este se encontrava em processo de renovação. Ao tomar conhecimento da agressão que perpetrara, ele assumira o firme propósito de mudar sua conduta. Sob tratamento médico e assistido espiritualmente, começou a pensar em Deus e a orar, sinceramente arrependido, o que facilitou a tarefa de manter distantes dele os adversários desencarnados. Havia, pois, clara possibilidade de sua recuperação a médio prazo, visto que, a cada dia, o seu ânimo era mais promissor. De Raulinda as notícias eram também alvissareiras, porque, sem se dar conta ainda da gravidez em curso, a jovem havia melhorado emocionalmente e decidido alterar de forma positiva a sua conduta mental. Naquela noite ocorreria o programado enfrentamento com o ministro do Soberano das Trevas, motivo pelo qual os trabalhadores da Casa fortaleciam as redes de defesas vibratórias e colocavam aparelhos especiais em pontos estratégicos da sala de reuniões, visando com isso a eliminar as ondas mentais, as ideoplastias e os vibriões que são exteriorizados pelos Espíritos sofredores, pelas Entidades perversas e pelos técnicos em obsessão. Em dado momento, Miranda viu Guillaume entrar na sala principal do prédio, onde se realizavam as palestras e os estudos públicos. Ainda abatido, ele sentou-se, alheio à movimentação, permanecendo em choro silencioso. Como houvesse tempo suficiente, Miranda se aproximou, envolvendo-o em ondas de fraternidade. Reconhecendo-o, Guillaume externou sua consternação diante dos últimos sucessos ocorridos com Davi e Adelaide. Na verdade, ele se sentia em conflito, supondo-se de alguma forma responsável pelo que acontecera a ambos. Sensibilizado com seu drama, Miranda interveio, dizendo: “Somente nos acontece o que é de melhor para o nosso progresso eterno, quando sabemos disso retirar a boa parte. A desencarnação de Davi foi providencial para ele e os familiares. Na conjuntura em desdobramento, naquele instante, ele poderia ter-se tornado um homicida ou haver sido vítima de assassinato. Mediante o enfarte, tudo transcorreu sem mais amplos nem significativos problemas, não gerando futuros efeitos danosos para ninguém”. Em seguida, Miranda explicou que o drama de saúde vivido por Adelaide se devia a seus débitos do passado, sem a responsabilidade negativa de nenhum cobrador. “As divinas conjunturas – aditou Miranda – apresentam-se em clima de paz, felicitando os endividados com a oportunidade de reparação pela dor, por se haverem negado à ação do amor.” (O Enfrentamento, pp. 279 a 281.) (Continua no próximo número.)


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita