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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 426 - 9 de Agosto de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 33)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares 

A. Com que palavras o benfeitor espiritual Fernando se refere, nesta obra, ao mundo espiritual?

Ele diz que o mundo espiritual é o mundo causal, eterno, real. O mundo físico é uma pobre modelagem dele. “O mundo espiritual é o grande lar, de onde se sai em viagem experimental de iluminação e para onde se retorna com os resultados insculpidos na consciência”, acrescentou o benfeitor espiritual. É por isso que aqueles que fracassam buscam fugir da responsabilidade e acumpliciam-se com outros semelhantes, em vãs tentativas de escaparem de si mesmos e da Consciência Divina. (Trilhas da Libertação. Novos Rumos, pp. 264 e 265.)

B. É verdade que nenhum bem que façamos fica sem resposta?

Sim. Há sempre uma recompensa de amor a qualquer ato de amor, mesmo quando inconscientemente ocorre essa atitude. Referindo-se ao médium Davi, cujo falecimento provocara comoção em inúmeros lugares, o irmão Ernesto informou: “Milhares de pessoas de ambos os planos da Vida rogam bênçãos para o amigo, que as ajudou a diminuir sofrimentos físicos e angústias morais. Outras tantas se interrogam como ficarão agora, tendo em vista o afeto que devotam ao nobre médico”. (Obra citada. Novos Rumos, pp. 266 e 267.)

C. Que fato ocorreu com a senhora Adelaide, no momento em que o corpo do seu marido era baixado à sepultura?

Após palavras de simpatia e as homenagens dirigidas a Davi, no momento em que seu corpo era baixado à sepultura, Adelaide – que permanecia impactada, tensa – pareceu despertar e, emitindo um grito rouco, qual fera aprisionada, empalideceu e tombou inconsciente. A face apresentou-se congestionada, as pernas e os braços distenderam-se, a língua foi projetada para fora da arcada dentária. A cabeça passou a mover-se de cima para baixo freneticamente e, logo depois, instalou-se a fase clônica(1), o momento terrível da convulsão... Dr. Carneiro, profundamente compadecido, envolveu a paciente em fluidos calmantes, informando: “Nossa irmã começa a viver o seu calvário redentor. Trata-se de uma crise convulsiva de natureza epiléptica e é necessário aguardar-se o estado de torpor, pois que providência alguma poderá ser tomada em tal circunstância”. (Obra citada. O Calvário de Adelaide, pp. 270 e 271.)

Texto para leitura 

129. O mundo espiritual é o mundo real; o mundo físico é mera modelagem dele – O dr. Hermann Grass, que acompanhara o diálogo de Fernando com o perverso líder das sombras, ficou impressionado. As suas experiências transcorriam em outra área. Certo, sabia ele das forças em litígio no mundo espiritual, mas nunca se preocupara com elas. Percebendo suas dúvidas, Fernando esclareceu: “O mundo que ora habitamos é o causal, eterno, real. O físico é uma pobre modelagem deste. Por isso, importante em nosso labor é o ser profundo, o espírito. O que não significa desvalor para as ações de beneficência, de ajuda ao corpo, que desempenha papel de vital importância na vida. Preferencialmente, porém, o ser espiritual é o causador das glórias e quedas a que se impõe através dos pensamentos, palavras e obras. Inexoravelmente, a toda ação corresponde uma reação semelhante. Os danos ao organismo físico e psíquico podem ser reparados mediante providências e técnicas especiais, mas somente serão erradicados quando houver mudança nos seus painéis de comando, pela transformação moral dos próprios pacientes. E como a morte é fenômeno inevitável na vida, sempre nos cabe a tarefa de preparar o ser para a sua imortalidade”. Fazendo uma pausa oportuna, o amigo prosseguiu: “O mundo espiritual é o grande lar, de onde se sai em viagem experimental de iluminação e para onde se retorna com os resultados insculpidos na consciência... Compreensivelmente, aqueles que fracassam, buscam fugir da responsabilidade e acumpliciam-se com outros semelhantes, em vãs tentativas de escaparem de si mesmos e da Consciência Divina. Formam, dessa maneira, grupos alienados, que se consideram justiceiros, arremetendo contra todos quantos lhes inspiram inveja, antipatia, ciúme... Essa é uma luta inglória, por certo, pois que efêmera, tornando-se igualmente o tormento que os sevicia e os leva ao despertamento. Quando esse não se dá espontâneo, as Leis da Vida os recambiam à reencarnação em expiações libertadoras, dessa forma se lhes reajustando os implementos morais, as forças espirituais. Assim, a morte que os homens temem e nos pedem para impedi-la de os arrebatar, para nós tem um sentido totalmente diverso... No caso do nosso Davi, o lamentável é a perda da oportunidade, que terá de reconquistar agora a duras penas e em largo tempo, e não a desencarnação em si mesma, mas as circunstâncias deploráveis em que ocorreu...” (Novos Rumos,  pp. 264 e 265.)

130. Nenhum bem que se faça fica sem resposta – Davi já havia sido conduzido ao necrotério, para as providências de praxe. Embora vinculado ao corpo físico, o médium estava convenientemente anestesiado, o que lhe impediria sofrer as dores da necrópsia. O fato era perfeitamente explicável. É que, apesar das atitudes lamentáveis dos últimos anos, sua existência fora também assinalada por ações nobres e caritativas no começo do ministério mediúnico, antes de ser perturbado pela empáfia, pela prosápia. Portador de bons sentimentos, estes não estavam bem estruturados em seu íntimo, para que pudesse resistir ao cerco dos bajuladores, às calúnias dos invejosos, à perseguição da má-vontade e às incursões negativas dos desencarnados infelizes. Sua dedicação inicial granjeara-lhe simpatias, afetos e gratidões. Por isso, muitos Espíritos a quem ele beneficiara como médium autêntico, ou aos seus familiares, estavam em vigília, acompanhando-lhe as últimas imposições terrestres e orando em seu benefício. Nenhum bem que se faça fica sem resposta. Há sempre uma recompensa de amor, a qualquer ato de amor, mesmo quando inconscientemente ocorre essa atitude. Dirigindo-se ao dr. Grass, o irmão Ernesto informou: “Milhares de pessoas de ambos os planos da Vida rogam bênçãos para o amigo, que as ajudou a diminuir sofrimentos físicos e angústias morais. Outras tantas se interrogam como ficarão agora, tendo em vista o afeto que devotam ao nobre médico”. Sinceramente tocado, o cirurgião indagou, por sua vez: “Como ficarei? Que farei? Bem sei que Deus me sustentará, porém, encerrado este capítulo, gostaria de prosseguir com uma visão diferente, no entanto com o mesmo afã e a mesma dedicação”. Dr. Carneiro abraçou-o e disse-lhe que ao bom trabalhador nunca falta oportunidade de ação, sobretudo no delicado campo da caridade aos enfermos. “Um especialista, com as qualidades do querido irmão, é bem-vindo ao nosso grupo de ação, exatamente neste momento em que as doenças grassam desenfreadas e a dor se agiganta nos corações aflitos.” E acrescentou: “Tomaremos providências para que lhe seja facultado um curso de aperfeiçoamento em torno do perispírito e das suas funções, a fim de poder operar nessa área complexa onde estão sediadas as matrizes de muitos males. O período dos fenômenos mediúnicos ostensivos, ruidosos, mesmo chocantes, vai cedendo lugar às sutilezas do comportamento, à educação dos pacientes, de modo a ser lograda a cura real, e a mediunidade deixar o palco do exibicionismo, que a uns convence, mas não os transforma intimamente para melhor, e a outros, pelo seu aspecto agressivo, como no caso em tela, provoca debate, suspeita, confusão mental...” Dizendo que aquele era o momento da Doutrina Espírita acima da manifestação mediúnica, embora a sua imensa contribuição à causa do Bem, dr. Carneiro informou que naquela Casa havia excelentes médiuns que poderiam ser adestrados para a atividade curativa, e, expondo ao irmão Vicente o que acabara de falar, pediu-lhe permissão para que Leonardo pudesse colaborar com o nobre cirurgião. (Novos Rumos, pp. 266 e 267.)

131. O dr. Hermann é admitido na caravana do dr. Carneiro – Vicente ficou contente com a proposta e prometeu levá-la ao Mentor de Leonardo, ficando convencionado que Fernando, que exercera a mediunidade curativa na sua anterior existência, encarregar-se-ia de adestrar o companheiro encarnado, que teria seus compromissos mediúnicos aumentados  e a responsabilidade ampliada. Como esse é sempre um campo espinhoso, algumas providências seriam tomadas para que tudo ocorresse com discrição. O próprio dr. Hermann, no futuro, adotaria pseudônimo, de modo a evitar as habituais romarias de necessitados em busca de milagres. Novos rumos se delineavam, assim, abençoados, para o desdobramento das atividades espíritas. Após as aflições daqueles dias, surgiam possibilidades de crescimento íntimo para todos, particularmente com o ingresso do dr. Hermann na caravana conduzida pelo dr. Carneiro. Restava, apenas, saber a opinião do Mentor de Leonardo e deste. (A notícia da desencarnação de Davi correu célere como um rastilho de pólvora aceso. Às primeiras horas da manhã seguinte ao óbito, familiares, simpatizantes e curiosos acorreram à residência de Adelaide para apresentação de condolências, solidariedade e apoio fraternal. Muitos lamentaram o infausto acontecimento, sinceramente tocados de emoção, mas não faltaram os comentários maldosos, o júbilo dos invejosos, esquecidos de que se encontravam na mesma frágil embarcação orgânica, da qual seriam retirados oportunamente.) Angustiada e contida, tendo os filhinhos ao lado, Adelaide repassava as cenas do seu namoro, noivado, matrimônio e convivência com Davi, quando Miranda e os Benfeitores espirituais chegaram ao local do velório, quase à hora do sepultamento. (Novos Rumos e O Calvário de Adelaide,  pp. 268 a 270.)

132. Começa o calvário de Adelaide – No velório de Davi, o ambiente espiritual regurgitava. Entidades zombeteiras misturavam-se aos exploradores das energias das vísceras e tônus dos recém-desencarnados que não souberam conduzir o carro da existência física. Amigos devotados oravam e Benfeitores faziam-se presentes. Os membros do clã das Trevas não puderam acercar-se, impedidos por vigilantes servidores orientados pelo irmão Ernesto. Pairavam no recinto vibrações de preces intercessórias e de sentimentos de afeto puro como de gratidão legítima. Apesar da insensatez a que se entregara, Davi semeara simpatias e amizades, que agora lhe eram úteis e retornavam como colheita de esperanças. Um dos presentes lia uma página de consolação, quando deu entrada no recinto Guillaume, visivelmente aturdido. A expressão de surpresa estava-lhe estampada na face. O visitante ajoelhou-se, como fazia no passado, ao lado do esquife, e prorrompeu em copioso pranto, quase chegando ao desespero. Dr. Carneiro aproximou-se e sussurrou-lhe ao ouvido: “Bom ânimo, amigo. A Lei se cumpriu sem necessidade da sua interferência. Ninguém foge aos fenômenos da vida – nascimento, morte, renascimento. É inevitável esse ciclo. O ir-e-vir é processo da evolução ao qual estamos submetidos”. O Mentor acrescentou-lhe palavras de reconforto e sugeriu-lhe o bálsamo da oração, que a ambos iria beneficiar, enquanto do exterior chegava o alarido da malta de desocupados, de seres perversos que frequentam os cemitérios, impedidos de entrar graças às defesas magnéticas que haviam sido providenciadas. Após palavras de simpatia e as homenagens dirigidas a Davi, no momento em que seu corpo era baixado à sepultura, Adelaide – que permanecia impactada, tensa – pareceu despertar e, emitindo um grito rouco, qual fera aprisionada, empalideceu e tombou inconsciente. A face apresentou-se congestionada, as pernas e os braços distenderam-se, a língua foi projetada para fora da arcada dentária. A cabeça passou a mover-se de cima para baixo freneticamente e, logo depois, instalou-se a fase clônica(1), o momento terrível da convulsão... Familiares e amigos correram a segurá-la, porém os movimentos rápidos, bruscos, tornavam difícil a tarefa. Dr. Carneiro, profundamente compadecido, envolveu a paciente em fluidos calmantes, informando: “Nossa irmã começa a viver o seu calvário redentor. Trata-se de uma crise convulsiva de natureza epiléptica e é necessário aguardar-se o estado de torpor, pois que providência alguma poderá ser tomada em tal circunstância”. (O Calvário de Adelaide, pp. 270 e 271.) (Continua no próximo número.)


(1)
Clônica – relativo a clono: espasmo em que se alternam, em rápida sucessão, rigidez e relaxamento.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita