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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 425 - 2 de Agosto de 2015

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 


A difícil, mas possível,
arte de perdoar


Quem não perdoa dá ao passado o direito de arruinar o presente

 “(...) tudo possamos resolver na luz do bem,
seguindo assim, sem guardar mágoa de ninguém,
bem junto à vibração de Jesus abençoante...”

Ivan de Albuquerque [1]


Ao Seu tempo, Ele não poderia ter feito mais do que fez... Optou por esparzir as Sementes de Luz, confiando que o desdobrar dos milênios as faria frutificar.  É verdade que a eclosão total dessas sementes, em frutos sazonados, só seria possível sob o calor do Sol do “Consolador” por Ele anunciado, quando, finalmente, a Humanidade lograria alcançar – em toda magnitude – a essência de Seus ensinamentos.   Provavelmente por isso, tenha afirmado[2]: “Ainda tenho muito a vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora”.

Aproximando-se d`Ele, Simão Pedro perguntou[3]: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete?!

Jesus lhe disse: “Não te digo até sete, mas setenta vezes sete”.  E mais não disse...  Foi lacônico, ficando evidente que o entendimento completo desta norma viria mais tarde com o Consolador.  E não deu outra coisa... Veio mesmo!  E mais ainda: Atualmente, as lições sobre a necessidade e o efeito do perdão estão chegando – abundantemente – até mesmo fora dos arraiais espiritistas.  Portanto, vamos – a partir daqui –, pinçar algumas assertivas do notável psicólogo Fred Luskin, da Universidade de Stanford, insertas no livro de sua autoria intitulado: “O Poder do Perdão, Uma receita PROVADA para a saúde e a felicidade”, editado pela W11 Editora Ltda, de S. Paulo, nas quais vamos poder observar que inúmeros são os efeitos positivos do perdão, dentre os quais, o que consideramos mais importante de todos é a paz que ele proporciona ao coração de quem perdoa, desvinculando-o das garras constritoras do ódio comburente e avassalador...   

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, perdoar não é ser conivente com o erro ou com a falta do outro...  Jesus perdoou sem jamais ser conivente com os equivocados. “Não temos que virar capacho para perdoar” – diz Fred Luskin.  E continua dizendo: “(...) o perdão é a decisão que nos livra da afronta e culpa que nos paralisou num ciclo de sofrimento. Quem não perdoa dá ao passado o direito de arruinar o presente.

O amor, a sensação de estima e gratidão e a capacidade de perceber a beleza são sentimentos reais. São importantes. São expressões profundas da experiência humana...

Infelizmente, muitas pessoas frustradas e magoadas desenvolvem o mau hábito de enfocar mais seus sofrimentos do que suas bênçãos. Isso as mantém presas em um ciclo de dor e à sensação de que a paz e o amor duradouros estão fora do seu alcance. Mesmo os sentimentos favo­ráveis mudarão e passarão. Em alguns dias vemos o copo meio cheio, em outros, meio vazio. Para obtermos uma vida plena e profunda, precisamos ser capazes de experienciar todas as nossas emoções de maneira adequada. O problema é não conseguir encontrar a completude da experiência humana quando nosso ‘controle remoto’ está emperrado no canal da mágoa. Precisamos lembrar que tanto os sentimentos favoráveis quanto os desfavoráveis chegarão e partirão. Portanto, o ‘controle remoto’ das emoções precisa estar disponível para mudar de canal assim que nos sentirmos presos no canal do sofrimento ou mágoa. Podemos mudar nossa experiência lembrando que existem outros canais...

O inconveniente de conservar uma mágoa é que isso nos mantém ligados, de modo ineficaz, à pessoa que nos fez sofrer. Quando ruminamos sobre feridas e sofrimentos passados, conectamos com uma parte de nossa vida que não funcionou bem. E tal lembrança, além de não acrescentar nada de positivo, pode fazer-nos muito mal, revolvendo a vaza pútrida que contaminará o presente.  Portanto, além de ajudar a curar antigos sofrimentos, o perdão pode ajudar a minimizar a possibilidade de criarmos sofrimentos presentes e futuros, ou seja, podemos empregar o perdão para nos vacinar contra a volta do sofrimento.

As pessoas podem nos fazer sofrer, mas apenas nós escolhemos como reagir. Cada um tem a opção de perdoar ou não perdoar, e ninguém pode nos forçar a escolher. Se quero perdoar alguém, ninguém pode me impedir, independentemente de quão abjetamente o autor da afronta possa ter agido.  Essa opção entre perdoar ou não perdoar é um exemplo do poder que temos para curar as feridas da nossa vida e tocá-la adiante.

Por podermos eleger o perdoar, temos também a opção de levar ou não uma coisa a mal. Meu entendimento a respeito do perdão sugere a ideia radical de que a vida melhoraria se nunca (ou raramente) usássemos o poder da escolha para nos ofendermos. Se tivermos opção, não seria razoável limitar a quantidade de vezes que somos feridos ou afrontados?

Depois de ter praticado o perdão em algumas situações danosas, você logo descobre que se tornou uma pessoa mais inclinada ao perdão e percebe que está menos propenso a sentir raiva, ou está mais paciente com as pessoas. O perdão — a capacidade de viver a vida sem ofender-se e sem culpar alguém quando magoado, e de contar histórias que denotam paz e compreensão — é uma opção que pode ser praticada em diver­sas situações. O perdão, embora não seja a única alternativa, é um jeito engenhoso de lidar com ‘as coisas desagradáveis do destino indigno’.

Os sentimentos negativos sempre sabotam a nossa paz, já que eles atuam como ferrugem danosa na intimidade do nosso psiquismo. É de bom alvitre espantar os sentimentos negativos, impedindo-os de criar fulcros de sofrimentos transformados em mágoas.  Para tal mister, eis aqui oito regrinhas sobre os 

MODOS DE PENSAR QUE FAVORECEM O PERDÃO

1. Quero despender o menor tempo possível da minha vida no desconforto causado pela raiva ou sofrimento.  Quero reagir bem quando as coisas não vão do jeito que quero.  Essa decisão permite perdoar a mim mesmo, perdoar aos outros e, até mesmo, perdoar a própria vida quando necessário.

2. A vida chega com experiências tanto positivas quanto desagradáveis.  Será razoável esperar que apenas boas experiências apareçam no meu caminho?  Espero pelo positivo e sei que posso perdoar o negativo.

3. Lidar com a vida é um desafio...  Quero ser um sobrevivente, não uma vítima. Cada situação danosa desafia minha determinação de viver do modo mais pleno e amoroso possível.  Aceito os desafios que a vida coloca no meu caminho.

4. Sei que as pessoas sofrem quando não me perdoam. Não quero fazer mal aos outros desse modo; assim, considerarei o problema de um modo que lide com êxito, ou o tire da mente.

5. A vida está repleta de beleza e prodígios incríveis. Perderei essas experiências se ficar preso nas lembranças de antigos sofrimentos ou feridas.  Ao me afastar dessas lembranças estarei perdoando a mim mesmo.

6. As pessoas fazem o melhor possível. Quando erram, a melhor maneira de ajudá-las é tentando compreendê-las. Nesse processo, a primeira etapa envolve perdoar tudo o que constituiu a afronta.

7. Não sou perfeito!  Como posso esperar que mais alguém seja?!

8. Entendo que todos, inclusive eu, defendemos principalmente o interesse próprio. Às vezes, suponho que, no meu interesse próprio, serei ferido pela expressão do interesse próprio de uma outra pessoa. Quando entendo que isso faz parte da vida, por que ficar perturbado?!

O perdão significa que encontramos a paz de espírito, embora estivéssemos sofrendo e fôssemos maltratados.  Perdoar significa que não vamos parar de cheirar as rosas porque os espinhos nos feriram. O perdão significa que tomamos melhores decisões para orientar a vida, significa que nos sentimos melhor.

Ninguém pode fazer as pessoas se comportarem sempre com amabilidade, imparcialidade ou honestidade...  Não podemos destruir a crueldade existente.  O que podemos fazer é perdoar a falta de amabilidade que atravessa nosso caminho e investir energia na manifestação da intenção positiva, ou seja, podemos escolher entre ficar paralisados na dor e na frustação do passado ou buscar o potencial do futuro. Esta última é uma opção que podemos fazer para lograr uma vida mais saudável e feliz. Por toda parte podemos encontrar amor e beleza, assim como egoísmo brutal e falta de amabilidade... 

O perdão, assim como outras emoções positivas, como esperança, compaixão e apreço, são expressões naturais do ser humano. Essas emoções existem numa parte profunda de cada um de nós.  Quando as exercitamos, elas se tornam mais fáceis de serem encontradas...”.

Ao lecionar sobre o perdão, Jesus estava, na verdade, oferecendo-nos uma abendiçoada carta de alforria das matrizes do ódio, descortinando-nos as alvíssaras da paz imarcescível, aquela paz que Jesus e tão somente Ele pode dar.                                                                                                

 

[1] - TEIXEIRA, Raul. Extrato da Mensagem psicografada na Sociedade Espírita Fraternidade no dia 22.09.2004, em Niterói-RJ, intitulada: “Brilho do Natal”.

[2] - João, 16:12.

[3] - Mt., 18:21 e 22.


 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita