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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 425 - 2 de Agosto de 2015

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)

 


Omissões


“Não sois máquinas! Homens é que sois.

Mais do que máquina, precisamos de humanidade; mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura.

Lutemos por um mundo novo (...)

Um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.” – Charles Chaplin, Último Discurso (O Grande Ditador).


Vivemos tempos de angústias, de estraçalhamentos da alma, nos quais presenciamos, com absoluta indiferença uns, com muda inquietação e sentimento de impotência outros, a dor do próximo, seja a de irmão carnal ou a de companheiro de trabalho, seja a de familiar, amigo ou vizinho. 

Uns veem e fingem não ver, outros veem, aparentemente sem meios de amenizar a dor, de estender mãos aos caídos. À nossa volta, muitos vivem dramas dolorosos, vidas preciosas se estiolam. 

Dentre esses dramas, destacam-se os que envolvem os alcoolistas, os dependentes químicos de toda ordem, os doentes mentais e os portadores de enfermidades físicas graves. 

A dor daqueles que sucumbem diante desses males – e a de seus familiares e amigos – só é menor do que o nosso desamor. Pois sobeja-nos egoísmo, omissão, indiferença, frutos do “salve-se quem puder” da vida “moderna”, do “cada um por si e Deus por todos”. 

Desamor e comodismo endurecem-nos o coração – o músculo mais sagrado de nosso organismo! –, cegam-nos os olhos, ensurdecem-nos os ouvidos, calam nossa voz, petrificam-nos a alma. 

A nós, que tanto prezamos nosso corpo e ao qual dispensamos os maiores cuidados, ver petrificado o coração é deixar endurecer nossa parte mais nobre: nossa alma eterna, que pulsa no calor de suas incansáveis batidas! 

Não podemos nos omitir diante de quadros assim dolorosos. 

Além da cota de amor de cada um, doemos nossos atos, nossa voz, nosso braço amigo, nossa presença, nosso “óbolo da viúva”, contribuindo, dessa forma, para amenizar a dor de nosso próximo. 

Omissão é atitude criminosa, pois, se a dor hoje mora ao lado, ela pode mudar de endereço a qualquer hora. E só então veremos a importância da     fraternidade, da solidariedade. 

Fugir ao comodismo, visitando companheiros e familiares enfermos, um dia por mês que seja, é nosso dever. A dor do outro pede a renúncia ao clube, à novela ou a qualquer outro programa. 

Ouvir o que sofre é nosso dever. Para ele é precioso um sorriso fraterno, o afeto, um gesto de carinho, um momento de compreensão e entendimento, um toque de mão. Isso não nos prejudicará em nada. Ao contrário, levar-nos-á à prática da melhor ginástica para a saúde do coração: que é a de aprender a amar e de agir para minorar o mal à nossa volta. Assim agindo, todo ganhará.

Amigos, após longa convivência ao nosso lado, caem vítimas de derrame cerebral, de acidente, e estão presos a cadeiras de rodas, ao leito de dor, e nós – a correr sem parar, atrás da sobrevivência, de bens materiais –, sem nos lembrarmos deles, sem visitá-los de tempos em tempos! Nós, seus “irmãos”, os relegamos ao abandono. Onde está nossa vivência cristã, nessas horas?

Visitas fraternas é um princípio. Comecemos por elas, levando apreço aos enfermos, demonstrando-lhes que em nosso peito pulsa um coração amigo, fraterno, solidário na alegria e na dor.

Oremos por eles a Deus, ao Deus de Amor que nos criou e nos mantém a todos. A partir daí, a vida nos dirá o que fazer, numa dimensão mais vasta, e como agir, em conjunto, para viver, na prática, os ensinos do Mestre Jesus!

Trabalhemos, companheiros!

Trabalhemos e oremos! “Trabalhemos como se tudo dependesse de nós; e oremos como se tudo dependesse de Deus.”

“Não são máquinas! Homens é que sois.” – lembra-nos o imortal Carlitos, que doava simpatia e o pão escasso ao sofredor, nos repetidos gestos de ternura.

E os caídos das ruas, das calçadas, vítimas do desamor de uma sociedade desumana! Mas o que é a sociedade? A sociedade somos nós. Se ela é desumana é porque somos desumanos, nós que a integramos.

O Espírito Lázaro, em O Evangelho segundo o Espiritismo (cap. IX, item oito, ed. FEB), indica-nos que a indiferença moral custar-nos-á elevado preço: 

“A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vício é a indiferença moral (...)

Submetei-vos à impulsão que vimos dar aos vossos Espíritos; obedecei à grande lei do progresso, que é a palavra da vossa geração. Ai do espírito preguiçoso, ai daquele que cerra o seu entendimento! Ai dele! porquanto nós, que somos os guias da Humanidade em marcha, lhe aplicaremos o látego e lhe submeteremos a vontade rebelde, por meio da dupla ação do freio e da espora. Toda resistência orgulhosa terá de, cedo ou tarde, ser vencida.” 

Importa-nos preservar o coração, o sentimento de fraternidade, de humanidade, nos dias que vivemos. 

Podemos doar mais ao nosso próximo, ao nosso irmão, conhecido ou não. Basta-nos o anseio de sermos úteis aos semelhantes, despertar e agir. Eventualmente somos solidários nas grandes tragédias: nas secas ou enchentes regionais, nos terremotos de outras terras, e em tantas outras ocasiões. Sejamos fraternos no dia adia, permanentemente, também nas dores menores.

Nossa vida ficará mais rica, mais plena. Nossos corações pulsarão mais vigorosamente.                   


 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita