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Estudando as obras de Manoel Philomeno de Miranda
Ano 9 - N° 425 - 2 de Agosto de 2015
THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br
 
Curitiba, Paraná (Brasil)  
 

 

Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 32)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares 

A. Por que o médium Davi envolveu-se numa briga que, no final, acabou levando-o à morte?

Ele participava de um leilão em um elegante clube e, em dado momento, se interessou por uma peça antiga que decidiu adquirir. Um oponente dispôs-se a competir com ele. O preço tornou-se muito alto, mas Davi acabou arrematando o objeto, com júbilo e estardalhaço. Revoltado, o opositor explodiu com referências acusatórias: “O seu dinheiro é ganho pelo dr. Hermann, e, portanto, em grande quantidade, como charlatão e explorador da credulidade e da ignorância generalizada. Eu, não. Ganho e vivo do meu trabalho”. Gargalhadas ressoaram no recinto. Sacudido pela acusação intempestiva, Davi avançou, irado, e atirou-se contra o adversário, engalfinhando-se os dois em luta vulgar, até que alguns presentes e empregados da Casa os separaram, diante do constrangimento de todos. (Trilhas da Libertação. Noite de Angústias, pp. 257 e 258.)

B. Se a briga havia terminado, que fato levou Davi à morte?

Ambos continuavam no clube, onde a festa teria continuidade, mas Davi encontrava-se possesso pelo ódio, semi-incorporado por seu adversário desencarnado que, técnico em obsessão, seguia dominando os painéis mentais do sensitivo, que não tinha o menor controle sobre os próprios atos. Subitamente, acionado por um comparsa do obsessor, o oponente de Davi levantou-se e, aproximando-se da mesa em que ele se encontrava, golpeou-lhe a face. Davi ergueu-se e sacou da arma. O impacto da cólera, no entanto, foi de tal natureza, e o choque tão terrível, que, antes de acionar o gatilho, Davi levou a mão ao peito, deu um grito e tombou fulminado por violento e brutal enfarte do miocárdio, sobrevindo-lhe, momentos depois, a morte corpórea. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 258 e 259.)

C. Quem era o inimigo desencarnado de Davi que tivera participação direta na briga e, portanto, na sua morte?

Seu nome quando nasceu na Sibéria, no longínquo século XIV, fora Tuqtamich. Descendente de Gengis Khan, foi senhor absoluto da região de Qiptchaq, quando recebeu apoio de Timur Lang e devastou a Rússia. Posteriormente, seu aliado inimizou-se com ele e o venceu, arrasando o seu reino e espoliando-o terrivelmente. Havendo desencarnado em desgraça, por volta de 1406, sua impiedade competia com a dos adversários, cada qual mais cruento e sanguinário. Quando da eleição do Soberano das Trevas, fez parte do séquito que o apresentou, passando depois à condição de ministro do seu reino de vandalismo espiritual. (Obra citada. Novos Rumos, pp. 260 a 262.)

Texto para leitura 

125. Davi é acusado de charlatão e briga com seu oponente – A equipe do dr. Carneiro sabia que não seria possível, por enquanto, defrontar o Soberano das Trevas, em razão dos desígnios divinos, já que ele fazia parte do programa das provações e expiações terrestres. Todavia, tinha como objetivo desbaratar os planos mais extensos que ele elaborara, cooperando com algumas vítimas em potencial, que estavam lutando para conquistar o reequilíbrio, para se apaziguarem com a própria, assim como com a Consciência Cósmica. E esse mister estava sendo conseguido, embora o médium Davi, por livre opção, resolvesse marchar com os próprios frágeis equipamentos. Sua defecção não significaria fracasso do programa elaborado pelos Benfeitores, mas insucesso dele mesmo, o que todos lamentavam por antecipação. Foi por isso que todos os investimentos possíveis lhe haviam sido concedidos. De volta à Casa Espírita, passava da meia-noite quando chegou Daniel, cooperador desencarnado da Instituição, trazendo informações a respeito de Davi, a quem ele acompanhara no jantar já referido. A equipe dirigiu-se imediatamente ao elegante clube, onde assistiu a uma cena profundamente constrangedora. Conforme Daniel havia relatado, o médium Davi interessou-se, durante o leilão, por uma peça antiga e decidiu adquiri-la. Um oponente dispôs-se a competir com ele. O preço tornou-se muito alto, mas Davi acabou arrematando o objeto, com júbilo e estardalhaço. Revoltado, o opositor explodiu com referências acusatórias: “O seu dinheiro é ganho pelo dr. Hermann, e, portanto, em grande quantidade, como charlatão e explorador da credulidade e da ignorância generalizada. Eu, não. Ganho e vivo do meu trabalho”. Gargalhadas ressoaram no recinto. Sacudido pela acusação intempestiva, Davi avançou, irado, e atirou-se contra o adversário, engalfinhando-se os dois em luta vulgar, até que alguns presentes e empregados da Casa os separaram, diante do constrangimento de todos. Não cessara o burburinho, quando se iniciou o banquete. Davi exorbitou na ingestão de alcoólicos, o mesmo acontecendo com o outro, e, profundamente perturbados, eles olhavam-se a distância, rilhando os dentes e ameaçando atos de reparação. (Noite de Angústias, pp. 257 e 258.)

126. Davi saca da arma, mas tomba fulminado por um infarto – Não é preciso dizer que o Soberano das Trevas retomara as rédeas da pugna, havendo destacado um dos seus comandantes em pessoa, que, ciente dos detalhes do programa, viera até ali definir a situação. Ele próprio planejara uma cena de sangue, que daria início a sucessivos acontecimentos funestos, e foi por isso que induzira o vencido no leilão a proferir a acusação vexatória contra o médium invigilante. Ernesto percebeu, desde logo, a gravidade do momento. Davi encontrava-se possesso pelo ódio e semi-incorporado pelo adversário desencarnado que, técnico em obsessão, seguia dominando os painéis mentais do sensitivo, que não tinha o menor controle sobre os próprios atos. Tudo ocorreu com grande rapidez. Subitamente, acionado por um comparsa do obsessor, o oponente de Davi levantou-se e, aproximando-se da mesa em que ele se encontrava, golpeou-lhe a face. Davi ergueu-se e sacou da arma. O irmão Ernesto pôs-se em oração, irradiando sucessivas ondas de amor e de paz. Os comensais petrificaram-se nas cadeiras. O impacto da cólera, no entanto, foi de tal natureza, e o choque tão terrível, que, antes de acionar o gatilho, Davi levou a mão ao peito, deu um grito e tombou fulminado por violento e brutal enfarte do miocárdio. A cena foi terrível. Gritaria, pessoas correndo, providências de emergência, transporte do corpo inerte a uma Clínica especializada. Tarde demais. Davi desencarnara. Felizmente, a sua impulsividade não gerara danos mais graves, exceto os problemas para si mesmo. O dr. Hermann, que a tudo presenciara, encontrava-se comovido, tanto quanto os demais. Ernesto e dr. Carneiro seguiram o corpo, a fim de ministrarem a assistência compatível ao recém-desencarnado. Encerrava-se de forma lamentável uma existência que poderia ter sido coroada de bênçãos, caso Davi houvesse trilhado outros caminhos aos quais fora conduzido várias vezes, mas que, renitente, não quis aceitar. Fernando e Miranda permaneceram no recinto, repleto de exaltados em considerações frívolas e apaixonadas, a maioria com acusações ao falecido. Fernando desejava, porém, atrair a atenção de Tuqtamich, que fora na Terra aliado e depois adversário do atual Soberano das Trevas, agora a seu soldo, braço da divina justiça, conforme se considerava. (Noite de Angústias, pp. 258 e 259.)

127. A morte de Davi frustra os planos do Soberano das Trevas – O cruel Tuqtamich vivera no século XIV e desencarnara no começo do seguinte. Havendo nascido na Sibéria, descendente de Gengis Khan, foi senhor absoluto da região de Qiptchaq, quando recebeu apoio de Timur Lang e devastou a Rússia. Posteriormente, o seu aliado inimizou-se com ele e o venceu, arrasando o seu reino e espoliando-o terrivelmente. Havendo desencarnado em desgraça, por volta de 1406, sua impiedade competia com a dos adversários, cada qual mais cruento e sanguinário. Quando da eleição do Soberano das Trevas, fez parte do séquito que o apresentou, passando depois à condição de ministro do seu reino de vandalismo espiritual. Na conjuntura lastimável em que morrera Davi, ele havia planejado o homicídio do outro, que sofrera a indução de um dos seus comparsas, no desafio ao médium invigilante. Vira-se, assim, frustrado, graças ao providencial acidente orgânico do sensitivo, cuja saúde encontrava-se abalada pelos excessos cometidos e pela falta de cuidados para com o instrumento carnal. No momento da prece, em rogativa de socorro, o irmão Ernesto, sabendo da deficiência cardíaca do seu pupilo, exortou a interferência do Pai para evitar uma tragédia mais grave, no que foi atendido. Com isso, não pôde o cruel inimigo locupletar-se dos fluidos do falecido, exaurindo-o e arrastando seu Espírito para a região onde se homiziava com a consciência tumultuada. Esse o motivo pelo qual os Mentores acompanharam o corpo de Davi, a fim de providenciarem o posterior desprendimento do seu Espírito. Iniciava-se ali, para a ambiciosa Adelaide, um novo período existencial, quando se daria conta do comportamento leviano e de sua falência espiritual ao lado do esposo, começando a expungir o passado leviano. Surpreso com o inesperado desfecho da discussão, o títere siberiano ficou algo desconcertado, embora os seus áulicos celebrassem o evento com ruidosa festa, aproveitando-se da desordem do ambiente, em hospedagem vampirizadora nos indivíduos ali reunidos e descuidados moralmente. Foi então que Fernando, aproximando-se do feroz guerreiro, saudou-o respeitosamente e lhe disse: “Aguardávamos a sua presença. Seja, pois, bem-vindo a este recinto, que não é lugar ideal para um diálogo, assim como não o são as circunstâncias do momento”. Chamado diretamente e identificando a qualidade moral do interlocutor, ele reagiu com enfado e furor: “Sabe com quem está falando?” E tomou ridícula postura de personalidade tribal dominadora. (Novos Rumos, pp. 260 a 262.)

128. Fernando desafia o feroz ministro do Soberano das Trevas – Fernando não se intimidou e respondeu-lhe, sem rodeios: “Sem dúvida. Falo com o velho Khan Tuqtamich, terror de várias regiões do norte europeu-asiático, que a morte arrebatou e destituiu, reduzindo-o à sua significação de pária espiritual”. As palavras finais alcançaram-no como uma chibatada. Ele congestionou o rosto, que assumiu aspecto de máscara horrenda, com os olhos esbugalhados, vermelhos e chamejantes, blasonando: “Posso fulminá-lo com meus poderes e minha vontade. Cuidado, portanto!” Fernando replicou: “Embora aqui não seja o lugar próprio, aceito o seu repto, por saber que não passa a sua assertiva de bazófia para intimidar os incautos e os medrosos, que se lhe submetem ao talante”. O Khan ergueu as mãos em atitude de quem se preparava para disparar dardos magnéticos e fixou os olhos terríveis em Fernando, que permaneceu impassível, concentrado, aureolando-se de luz violáceo-alaranjada em todo o corpo, que o defendia da irradiação negativa. Suando em bagas e exalando forte odor de enxofre, o Khan bradou: “Eu sou um diabo! Ajoelhe-se diante de mim. Você viu o que acabei de fazer com o outro. (Referia-se a Davi.) Não foi a primeira vez que o enfrentei, bem como ao seu médico, você sabia?” Fernando, sem nenhuma reação, respondeu: “Sei, sim, e recordo-me da obsessa que você conduziu ao dr. Hermann... O irmão é Espírito doente e não lenda. A fantasia diabólica de que se utiliza não me assusta, não me produz qualquer preocupação, por ser fruto da sua imaginação perturbada, sem estrutura nem realidade. Tampouco o amigo fez coisa alguma significativa, além de inspirar o rebelde ao duelo verbal estúpido, que culminou na luta insana... A sua ação foi um fracasso, de que terá que dar conta ao seu Chefe, que esperava e pretendia algo mais expressivo... Eu o exorto, em nome de Deus –  este, sim, o Todo-Poderoso –  a render-se ao Bem, a mudar de comportamento, tomando rumo novo. São mais de seiscentos anos de alucinação, de peregrinação perversa no mundo inferior, longe da luz, da paz, do discernimento, do amor. Aproveite, amigo-irmão. Este é o seu momento grandioso de libertação das sombras e da hediondez. Soa a sua hora de despertamento. O reino da fantasia perversa chega ao fim. Detenha-se! Jesus o espera, para apresentá-lo ao Pai Criador”. Diante dessas palavras, o Khan vociferou: “Nunca! O meu reino é outro e o meu Chefe tem nome diferente. A minha luta é a saga da destruição, do ódio à humanidade e ao seu Cordeiro. Adeus!” Dito isto, uma nuvem espessa o circundou, como se originada de uma explosão de pólvora, e ele desapareceu. Os seus acompanhantes, assustados com o acontecido, debandaram como soldadesca infrene sem comando e deixaram o imenso salão do clube. A pouco e pouco as pessoas se recompuseram, e o banquete se encerrou sem brilho, enquanto o oponente de Davi foi retirado às pressas, visivelmente hebetado pelo álcool, pelos fluidos deletérios aspirados e pelo choque nervoso ante a morte do outro.  (Novos Rumos, pp. 262 a 264.) (Continua no próximo número.)




 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita