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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 424 - 26 de Julho de 2015

RICARDO ORESTES FORNI
iost@terra.com.br
Tupã, SP (Brasil)

 


Mais uma vez


Pois é! Mais uma vez nas páginas amarelas da revista VEJA, edição 2433 de 8 de julho de 2015, encontramos a opinião de um cientista questionando a existência de Deus como a maioria das religiões O concebe. Dessa vez trata-se do astro físico Neil de Grasse Tyson. Vamos abordar alguns trechos da reportagem. Em um deles o cientista afirma: A religião de cada um tira conclusões precipitadas sobre o funcionamento do universo. A ciência, no entanto, realiza medições capazes de mostrar que essas impressões são falsas.

Como querermos que um cientista que tem provas concretas sobre os milhões de anos que levaram para que a Terra fosse formada acredite em Deus, se a maioria das religiões defende que tudo não levou mais do que sete dias?! E um desses dias ainda tirado para descanso!

Mais adiante o mesmo senhor assim se manifesta: Deus então fez as leis da física, como já definia o filósofo Baruch Espinosa no século XVII. Só que isso quer dizer que Ele ouve suas preces? Ou que ajuda religiosos a vencerem guerras contra outros religiosos? Ou que Ele tem barba? Foi esse Deus que falou com Moisés? Se tudo isso for tomado como verdade, então podemos dizer que Deus deixa pessoas inocentes serem atropeladas na rua. Ele permite, portanto, que uma criança morra de leucemia. Ou ainda faz vista grossa diante de furacões e vulcões que matam milhões, incluindo jovens e humanitários. Para acreditar em Deus, é preciso levar tudo em conta. Se Ele está por trás de tudo, é muito bom em matanças. Afinal, mais de 99% das espécies de seres vivos que passaram pela Terra foram extintas. Isso é o acaso da natureza? Ou é Deus?

Não posso crer que o cientista desconheça que o interior do planeta seja uma massa líquida de 6.000 graus Celsius! Nessa temperatura todos os metais se fundem. Estamos instalados em cima de uma crosta com espessura de até 70 quilômetros que forma uma placa tectônica móvel, o que ocasiona muitos dos fenômenos da natureza que provocam cataclismos que nada têm a ver com a vontade de Deus, mas sim com o cumprimento de leis explicáveis pela endeusada ciência dos homens.

Se 99% das espécies de seres vivos foram extintas como afirma o cientista, ele compromete a sua inteligência ao não levar em conta o evolucionismo e não o criacionismo, porque a vida nunca cessou de existir, apenas tendo mudado em sua forma de manifestação.

Quando a maldade do ser humano se manifesta contra o seu semelhante, isso não é culpa de Deus, mas o exercício do livre-arbítrio de cada um dentro da lei que determina ser a semeadura livre, mas a colheita obrigatória. Deus não tem nada a ver com o mau emprego da liberdade de ninguém provocando o sofrimento de outrem.

Será que o cientista modificaria o seu pensamento se ele recebesse sobre Deus a seguinte explicação de Joanna de Ângelis: Há um sol transcendente, que é o Arquétipo Primacial – a Divindade – que se irradia como fonte de vida, de calor, de energia, Eixo central do Universo e Gerador do Cosmos, que atrai na Sua direção todas as expressões que O manifestam na Criação. A vida, portanto, desenvolve-se no rumo desse Fulcro, que é a Causalidade absoluta, da qual ninguém ou coisa alguma se pode evadir.

É essa força incoercível da evolução que propele o ser humano ao crescimento, a um objetivo de natureza eterna, ao invés da transitoriedade que se consome no aniquilamento, ou, melhor dizendo, na transformação dos implementos moleculares da sua constituição orgânica.

Se o cientista fosse esclarecido de que o Deus verdadeiro que nos criou não fica sentado em um trono rodeado de anjos e despejando relâmpagos em direção a determinados seres humanos e benesses gratuitas em favor de outros, ele continuaria a duvidar como duvida?

Se esse cientista que aceita a lei de ação e reação soubesse que somos regidos por essa mesma lei a quem a Doutrina Espírita denomina causa e efeito e que faz com que cada um seja herdeiro de si mesmo e não de um Deus que se simpatiza com uns e se indispõe com outros, continuaria a duvidar?

Será que esse cientista continuaria em sua descrença caso soubesse que aceitamos o Deus evolucionista e não o Deus criacionista do dogmatismo religioso pelo fato de não ter criado seres privilegiados e outros esquecidos pela Sua magnanimidade, dando a cada um tantas oportunidades quantas forem necessárias para que cresçam em direção à perfeição para a qual a todos criou um dia? Eu disse a todos os seres, como afirma a questão de número 540 de O Livro dos Espíritos: É assim que tudo serve, tudo se coordena na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo que, ele mesmo, começou pelo átomo.

Será que esse cientista e tantos outros continuariam a duvidar da existência de Deus se lessem a primeira pergunta do mesmo livro citado, onde Kardec pergunta que é Deus, ao invés de indagar quem é Deus? Ou seja, retirou o deus humano criado pelos homens e colocou em seu lugar a Inteligência suprema, Causa incausada de todas as coisas.

São compreensíveis esses questionamentos do cientista porque ele só foi apresentado ao deus que o homem criou à sua imagem e semelhança e não ao Deus que a tudo e a todos criou. O cientista tem o direito de duvidar porque: como pretender, no atual estágio de nossa evolução, que o homem finito e imperfeito compreenda o Ser infinito e perfeito? É querer que o conteúdo englobe o continente.

Deus extrapola tanto o nosso limitadíssimo raciocínio atual que não conseguimos entender que a sua onisciência e a sua onipotência não violam o livre-arbítrio que Ele conferiu ao homem, dando-lhe total liberdade em seus atos para que seja responsável pelas suas consequências. Ocorre que, em nosso comodismo, quando a colheita é boa, ela é obra dos homens; quando é má, o autor é o Criador. Até esse direito Ele nos deu. Inclusive o de duvidar que possa haver um Ser tão perfeito e completo, autor de tudo e de todos.
 

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita