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Crônicas e Artigos

Ano 9 - N° 421 - 5 de Julho de 2015

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, MG (Brasil)

 

 

A companheira da vida

 É imperioso considerar que o corpo é veste frágil de
que o Espírito se utiliza provisoriamente
 
O conhecimento do Espiritismo influencia sobre a duração maior ou menos longa da perturbação post mortem?
“Influencia muito, porque o Espírito já antecipadamente compreendia a sua situação. Mas a prática do bem e a consciência pura são o que maior influência exercem.”
(
O Livro dos Espíritos – q. 165.)

Com muita sagacidade concluiu Ivon Costa[1] (Espírito): “(...) inúmeras religiões resolveram com simplicidade o grave quesito da evolução espiritual do ser, mediante os cerimoniais de última hora e as atitudes do momento final, com que se daria a renovação interior, ao impacto da proximidade da morte ou sob a ação dos estados exaltados da personalidade.

O homem, no entanto, é um mecanismo muito complexo, na sua realidade intrínseca para que operações de emergência produzam transformações radicais, em oposição aos estados demorados de viciação e irresponsabilidade.

A adaptação mental a qualquer circunstância nova e aos hábitos que se corporificarão, recuperadores, exige largo trabalho de reeducação, mediante metodologia, muitas vezes aflitiva, com a qual se eliminam as anfractuosidades do caráter, deixando que se revelem os valores latentes, adormecidos ou ocultos pelas imperfeições dominantes.

Diante da morte, não são poucos aqueles que se apresentam desarmados, revelando estupor e revolta, quando chamados ao retorno, ou desesperados, consumindo-se pela rebeldia, quando de referência aos afetos que partem, caindo em lamentáveis alienações que não cuidam de evitar.

O fenômeno da morte é resultado do cometimento da vida biológica. Imperioso considerar que o corpo é veste frágil de que o Espírito se utiliza periodicamente para adquirir experiências e conhecimentos, conforme o padrão evolutivo da Terra.

Graças ao tresvario da ética e da moral hodiernas, o homem mais se aferra às paixões físicas, deixando-se consumir pelo desgaste de forças, arrojando-se ao aniquilamento da paz, face à corrida desabalada ao prazer que o combure...

Como efeito da alucinação que domina ao lado das ansiedades vigorosas, multiplicam-se os retornos antecipados ao mundo espiritual, através de acidentes evitáveis, de agressões injustas, da violência cruel ou das pressões em geral, que produzem neuroses e psicoses múltiplas, de resultados desastrosos nos seus altos índices de suicídio e loucura sombria... Mais do que nunca se faz urgente a difusão dos postulados espíritas, que chamam o homem à responsabilidade, à valorização da vida em toda sua plenitude, ao exame da relatividade do tempo de duração do corpo, à consequência moral dos atos, ao aproveitamento das horas, patrimônios todos que são de Deus, e de cuja utilização dará contas.

Insistir na ação condigna da Doutrina Espírita, ensinando e vivendo comedidamente os conceitos racionais da fé libertadora, é tarefa impostergável, em clima de urgência, que todos nos devemos impor.

A morte é companheira da vida, expressando-se em silêncio, enquanto vige o fenômeno biológico, até a ocorrência final, que projeta o ser noutra dimensão, no mesmo painel de vida, prosseguindo de acordo com a conduta mantida, chegado o momento da transferência de estado vibratório”.

Consciente da magnitude e importância das questões que envolvem o “post mortem”, Allan Kardec dedicou mais da metade do livro “O Céu e o Inferno” ao alinhamento dos pungentes testemunhos de Espíritos situados nos mais variegados patamares evolutivos, nos quais podemos observar quão importante é o conhecimento antecipado das realidades (e não das ficções dogmáticas) da Vida Futura.

Eis por exemplo a narrativa de Antoine Costeau, ex-membro da Sociedade Espírita Parisiense, evocado três dias depois de seu sepultamento: “(...) A morte é vida. Não faço mais que repetir o que já disseram, mas para vós não há outra expressão senão esta, a despeito do que afirmam os materialistas, os que preferem ficar cegos. Oh! meus amigos, que belo espetáculo sobre a Terra o de ver tremular os estandartes do Espiritismo! Ciência profunda, imensa, da qual apenas soletrais as primeiras palavras. E que de luzes leva aos homens de boa vontade, aos que, libertando-se das terríveis cadeias do orgulho, altamente proclamam a sua crença em Deus! Homens, orai, rendei graças por tantos benefícios. Pobre humanidade! Ah! se te fora dado compreender! Mas não, que o tempo não é chegado ainda, no qual a misericórdia do Senhor deve estender-se por sobre todos os homens, a fim de Lhe reconhecerem as vontades e a elas se submeterem. Por teus raios luminosos, ciência bendita, é que eles lá chegarão e compreenderão.

Ao teu calor benéfico aquecerão os corações, tonificando-os no fogo divino, portador de consolações, como de fé. Aos teus raios vivificantes, o mestre e o operário virão a confundir-se e identificar-se, compenetrados dessa caridade fraterna preconizada pelo divino Messias.

Oh! meus irmãos, pensai na felicidade imensa que possuís como primeiros iniciados na obra da regeneração.

Honra vos seja feita. Prossegui, e um dia, como eu, vendo a pátria dos Espíritos, exclamareis: — A morte é a vida, ou antes, um sonho, espécie de pesadelo que dura o espaço de um minuto, e do qual despertamos para nos vermos rodeados de amigos que nos felicitam, ditosos por nos abraçarem. Tão grande foi a minha ventura, que eu não podia compreender que Deus me destinasse tantas graças relativamente ao pouco que fiz. Parecia-me sonhar, e como outrora me acontecia sonhar que estava morto, fui por instantes obrigado ao temor de voltar ao desgraçado corpo.  Muito não tardou, porém, que me desse conta da realidade e rendesse graças a Deus. Eu bendizia o mestre que tão bem soube incutir-me os deveres de homem que crê na Vida Futura. Sim, eu o bendizia, agradecia-lhe, porquanto “O Livro dos Espíritos” despertara-me n’alma os elos de amor ao meu Criador”.


 

[1] - FRANCO, Divaldo. Antologia Espiritual. Salvador: LEAL, 1993, cap. 24, p. 83-85.

 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita